Questões de Português - Pronomes relativos para Concurso
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O poder do pensamento positivo
Livrar-se de pensamentos intrusivos, sentimentos pessimistas e crenças negativas é um desafio e tanto para muitos.
Procurar maneiras de driblar esses obstáculos – e realmente lutar contra eles – pode significar se desviar do que já foi
estabelecido como rotina e ser, portanto, desconfortável. No entanto, estes pensamentos de medo e de sentir-se com as mãos
atadas poderão atrair ciclicamente as mesmas circunstâncias.
A vida é como um algoritmo de redes sociais: quanto mais você demonstra gostar de um sentimento, mais dele você
enxergará nas situações que se apresentarem a você. E, aqui, defino que “gostar” não significa necessariamente uma decisão
consciente de predileção genuína, mas sim a percepção que o próprio inconsciente tem das suas manifestações, baseada em
frequência. Ou seja, quanto mais associações negativas você fizer, mais acostumado você estará com eles, e mais seu cérebro
entenderá que deve mantê-los.
Independentemente de gostar, tudo o que acontece é resultado de escolhas feitas no passado. Muitas pessoas fazem
escolhas inconscientes e, por isso, acham que não estão agindo ou, de fato, escolhendo algo. O próprio fato de se abster de
certas decisões é, em si, uma decisão.
O ato de observar com mais atenção as próprias atitudes e reações é o primeiro passo para contornar esse ciclo vicioso,
pois transfere todo o processo do campo do inconsciente para o campo do consciente. Com o entendimento de que o futuro é
resultado das escolhas feitas no presente, cria-se a condição para que as mudanças necessárias sejam feitas sem demora. Como
disse Einstein, “insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”.
Tudo depende de que escolhas se deseja fazer. As pessoas podem não saber bem o que desejam, mas podem, por
oposição, saber o que não querem. “Eu não quero ficar doente”; “Eu não quero essa dor de cabeça.” “Eu não quero arranjar
despesas.” Mais produtivo que focar nas negativas é estabelecer uma lista de prioridades e do que se pretende fazer para
alcançá-las. Assim, toma-se consciência sobre as próprias escolhas e seus objetivos. É preciso ter maestria na arte de
transformar o que não quer naquilo que quer.
(Nuno Paiva, Hoje em dia. Em: 29/02/2024.)
Analise os excertos a seguir.
I. “Tudo depende de que escolhas se deseja fazer.” (5º§)
II. “[...] mais dele você enxergará nas situações que se apresentarem a você.” (2º§)
III. “Mais produtivo que focar nas negativas é estabelecer uma lista de prioridades [...]”(5º§)
IV. “E, aqui, defino que ‘gostar’ não significa necessariamente uma decisão consciente de predileção genuína, [...]” (2º§)
I) Assisti a um programa do qual você vai gostar;
II) As pessoas, das quais o doutor Andrade é médico, são extremamente gratas;
III) Comprei um livro que fez sucesso;
IV) Retornei a um lugar ao qual tinha aversão.
Após análise das orações, percebe-se que as funções sintátias dos pronomes relativos destacados são, nessa mesma ordem:
Texto CB2A1
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
Rubem Braga. O padeiro (com adaptações).
Julgue o item subsequente, em relação a estruturas linguísticas do texto CB2A1.
No quinto parágrafo, classifica-se como pronome relativo o
vocábulo “que” em “Explicou que aprendera aquilo”
(segundo período) e “ouvir uma voz que vinha lá de dentro”
(terceiro período).