Questões de Vestibular de Português - Morfologia - Pronomes
Foram encontradas 26 questões
Ano: 2021
Banca:
PUC-MINAS
Órgão:
PUC-MINAS
Prova:
PUC-MINAS - 2021 - PUC-MINAS - Vestibular Medicina - Caderno 1 |
Q1796690
Português
Texto associado
Texto 2 / Parte 2
A importância do ato de ler2
Paulo Freire
Continuando neste esforço de “re-ler” momentos fundamentais de experiências de minha infância, de
minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se
veio em mim constituindo através de sua prática, retomo o tempo em que, como aluno do chamado
curso ginasial, me experimentei na percepção crítica dos textos que lia em classe, com a colaboração,
até hoje recordada, do meu então professor de língua portuguesa. Não eram, porém, aqueles
momentos puros exercícios de que resultasse um simples dar-nos conta de uma página escrita diante
de nós que devesse ser cadenciada, mecânica e enfadonhamente “soletrada” e realmente lida. Não
eram aqueles momentos “lições de leitura”, no sentido tradicional desta expressão. Eram momentos em
que os textos se ofereciam à nossa inquieta procura, incluindo a do então jovem professor José Pessoa.
Algum tempo depois, como professor também de português, nos meus vinte anos, vivi intensamente a
importância de ler e de escrever, no fundo indicotomizáveis, com os alunos das primeiras séries do
então chamado curso ginasial. A regência verbal, a sintaxe de concordância, o problema da crase, o
sinclitismo pronominal, nada disso era reduzido por mim a tabletes de conhecimentos que devessem
ser engolidos pelos estudantes. Tudo isso, pelo contrário, era proposto à curiosidade dos alunos de
maneira dinâmica e viva, no corpo mesmo de textos, ora de autores que estudávamos, ora deles
próprios, como objetos a serem desvelados e não como algo parado, cujo perfil eu descrevesse. Os
alunos não tinham que memorizar mecanicamente a descrição do objeto, mas apreender a sua
significação profunda. Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la.
A memorização mecânica da descrição do elo não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, é
que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la,
nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala.
Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que às
vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes em que
jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem muito mais
“devoradas" do que realmente lidas ou estudadas. [...]
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos,
e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser
superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem
escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas
escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de que dispomos, As teses sobre
Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, sublinhar
que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição pouco
responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educandos, de ler,
sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos adentrarmos nos textos,
de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática enquanto professores e
estudantes.
Analise o excerto dado e os itens lexicais nele destacados:
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas escritas.
Sobre esse fragmento, é INCORRETO afirmar:
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas escritas.
Sobre esse fragmento, é INCORRETO afirmar:
Ano: 2021
Banca:
PUC-MINAS
Órgão:
PUC-MINAS
Prova:
PUC-MINAS - 2021 - PUC-MINAS - Vestibular Medicina - Caderno 1 |
Q1796689
Português
Texto associado
Texto 2 / Parte 2
A importância do ato de ler2
Paulo Freire
Continuando neste esforço de “re-ler” momentos fundamentais de experiências de minha infância, de
minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se
veio em mim constituindo através de sua prática, retomo o tempo em que, como aluno do chamado
curso ginasial, me experimentei na percepção crítica dos textos que lia em classe, com a colaboração,
até hoje recordada, do meu então professor de língua portuguesa. Não eram, porém, aqueles
momentos puros exercícios de que resultasse um simples dar-nos conta de uma página escrita diante
de nós que devesse ser cadenciada, mecânica e enfadonhamente “soletrada” e realmente lida. Não
eram aqueles momentos “lições de leitura”, no sentido tradicional desta expressão. Eram momentos em
que os textos se ofereciam à nossa inquieta procura, incluindo a do então jovem professor José Pessoa.
Algum tempo depois, como professor também de português, nos meus vinte anos, vivi intensamente a
importância de ler e de escrever, no fundo indicotomizáveis, com os alunos das primeiras séries do
então chamado curso ginasial. A regência verbal, a sintaxe de concordância, o problema da crase, o
sinclitismo pronominal, nada disso era reduzido por mim a tabletes de conhecimentos que devessem
ser engolidos pelos estudantes. Tudo isso, pelo contrário, era proposto à curiosidade dos alunos de
maneira dinâmica e viva, no corpo mesmo de textos, ora de autores que estudávamos, ora deles
próprios, como objetos a serem desvelados e não como algo parado, cujo perfil eu descrevesse. Os
alunos não tinham que memorizar mecanicamente a descrição do objeto, mas apreender a sua
significação profunda. Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la.
A memorização mecânica da descrição do elo não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, é
que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la,
nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala.
Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que às
vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes em que
jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem muito mais
“devoradas" do que realmente lidas ou estudadas. [...]
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreendidos,
e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão que urge ser
superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por exemplo, em quem
escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com a quantidade de páginas
escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de que dispomos, As teses sobre
Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, sublinhar
que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição pouco
responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educandos, de ler,
sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos adentrarmos nos textos,
de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática enquanto professores e
estudantes.
Atente para o excerto dado:
Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la. A memorização mecânica da descrição do elo não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, é que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la, nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala.
Se observarmos as prescrições da gramática normativa, é CORRETO afirmar:
Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la. A memorização mecânica da descrição do elo não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, é que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la, nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala.
Se observarmos as prescrições da gramática normativa, é CORRETO afirmar:
Ano: 2021
Banca:
PUC-MINAS
Órgão:
PUC-MINAS
Prova:
PUC-MINAS - 2021 - PUC-MINAS - Vestibular Medicina - Caderno 1 |
Q1796684
Português
A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço - o sítio das avencas de minha mãe -,
o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. (...) Os "textos", as "palavras”,
as "letras” daquele contexto - em cuja percepção experimentava e, quanto mais o fazia, mais
aumentava a capacidade de perceber - se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja
compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais
velhos e com meus pais.
Sobre elementos de coesão presentes no excerto, avalie as afirmativas:
I. “... o quintal amplo em que se achava....” ➜ “em que”, relativo, pode ser substituído por “no qual” ou “onde”, sem alteração do sentido. II. “.... daquele contexto – em cuja percepção...” ➜ “em cuja” poderia ser substituído por “em que”, sem alteração funcional ou de sentido. III. “... tudo isso foi o meu primeiro mundo” ➜ os pronomes “tudo isso” retomam, de forma resumitiva, uma série de elementos enumerados. IV. “experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava...” ➜ o conectivo usado empresta um sentido de consequência aos fatos indicados.
Estão corretas as afirmativas presentes apenas em:
Sobre elementos de coesão presentes no excerto, avalie as afirmativas:
I. “... o quintal amplo em que se achava....” ➜ “em que”, relativo, pode ser substituído por “no qual” ou “onde”, sem alteração do sentido. II. “.... daquele contexto – em cuja percepção...” ➜ “em cuja” poderia ser substituído por “em que”, sem alteração funcional ou de sentido. III. “... tudo isso foi o meu primeiro mundo” ➜ os pronomes “tudo isso” retomam, de forma resumitiva, uma série de elementos enumerados. IV. “experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava...” ➜ o conectivo usado empresta um sentido de consequência aos fatos indicados.
Estão corretas as afirmativas presentes apenas em:
Q1795851
Português
Texto associado
A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência,
a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o
mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela
fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão.
Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita
naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é
uma outra maneira de se relacionar com a realidade,
muito diferente da ciência.
Infelizmente, hoje em dia, parece que essa questão
está novamente a mil com a chamada ‘guerra’ entre
a ciência e a religião. Na verdade, essa é uma guerra
fabricada, porque, por exemplo, se você pergunta aos
cientistas, mais ou menos 40% deles, ao menos nos
Estados Unidos — não sei se existe essa estatística
no Brasil, talvez seja até maior aqui —, acreditam em
alguma forma de divindade, de Deus.
(...)
Para esses cientistas, existe um compromisso, uma
complementaridade entre o seu trabalho e a sua fé. Não
existe nenhum problema nesse caso. Mas, infelizmente,
existe conflito em outras situações.
(...)
A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de
evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula,
o professor diz que não. Que em seis dias Deus fez o
mundo, que nós somos todos descendentes de Adão e
Eva e o mundo tem apenas dez mil anos.
Note que a proposta é que isso seja ensinado em pé de
igualdade. São duas versões da mesma história e nenhuma é melhor do que a outra. Mas são, sim, duas histórias muito diferentes, com um objetivo muito diferente.
Então, a questão é como é construída a informação na
ciência.
(...) Não existe a possibilidade de um cientista afirmar:
eu acho que esse pedaço de osso aqui tem três milhões
de anos. Você sabe que tem três milhões de anos, com
grande precisão.
(...)
Disponível em https://www.fronteiras.com/artigos/21-ideias-marcelo-gleiser-e-
a-complementaridade-entre-religiao-e-ciencia - adaptado. Acesso em: 05 de
maio de 2021.
“Você sabe que tem três milhões de anos, com
grande precisão.”
No fragmento em destaque, assim como em outras passagens do texto I, percebe-se o uso do “você”.
O objetivo do uso desse pronome de tratamento é
No fragmento em destaque, assim como em outras passagens do texto I, percebe-se o uso do “você”.
O objetivo do uso desse pronome de tratamento é
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
UNINOVE
Prova:
FCC - 2015 - UNINOVE - Processo Seletivo Medicina - Conhecimentos Gerais |
Q1782356
Português
Texto associado
Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.
Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.
(O guarani, 2006.)
1 axorca: argola
Tinha na cabeça um chapéu de couro, ________ se prendiam,
na aba, duas plumas matizadas.
Assinale a alternativa que completa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna do texto.
Assinale a alternativa que completa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna do texto.