Questões de Concurso Sobre filosofia

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Q820912 Filosofia

Além da crítica de Heidegger, há outras críticas à racionalidade técnica no pensamento contemporâneo. Há toda uma tradição crítica que vai de Max Weber aos principais nomes da Escola de Frankfurt. Um ano antes de sua morte, em 1919, o sociólogo Max Weber (1864-1920) saudava o novo espírito da modernidade, mas advertia que o “sutil manto da racionalização”, que inicialmente estava a serviço do mundo da vida, tornara-se uma ‘jaula de aço’, na qual os filhos da modernidade, no ápice da civilização ocidental, corriam o risco de se tornarem ‘especialistas sem espírito e hedonistas sem coração’. O ‘Nada’ seria o estado normal do ‘último homem’. A racionalização científica produzira um irreversível ‘desencanto’. Tendo comido do fruto da árvore do conhecimento, a humanidade tornava-se incapaz de fundar racionalmente valores últimos e escolhas de vida: “É o destino de nossa época com a sua característica racionalização e intelectualização e, sobretudo, com o seu desencanto do mundo, pois justamente os valores últimos e mais sublimes são retirados da esfera pública para refugiar-se no reino extramundano da vida mística ou da fraternidade de relações imediatas entre os indivíduos”.


Com referência a essa crítica de Max Weber, assinale a opção correta.

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Q820911 Filosofia

Para Heidegger, a ciência e a técnica constituem não somente se funda sobre uma compreensão do ser do ente, mas constitui mesmo uma experiência de verdade, ou seja, de desencobrimento do ente no seu ser. “O desencobrimento que domina a técnica moderna possui como característica o pôr, no sentido de explorar” (...). “Essa exploração acontece em um múltiplo movimento: a energia escondida na natureza é extraída; o extraído é transformado; o transformado, estocado; o estocado, distribuído; o distribuído, reprocessado. Extrair, transformar, estocar, distribuir, reprocessar são todos modos de desencobrimento”. “Todavia, esse desencobrimento não se dá simplesmente. Tampouco, perde-se no indeterminado. Pelo controle, o desencobrimento abre para si mesmo suas próprias pistas, entrelaçadas numa trança múltipla e diversa. Por toda parte, assegura-se o controle, pois controle e segurança constituem até as marcas fundamentais do desencobrimento explorador”. Entretanto, o perigo ou a ameaça da técnica não vem propriamente do uso que o homem faz dos artefatos técnicos, mas do totalitarismo dessa experiência de verdade: “A ameaça que pesa sobre o homem não vem, em primeiro lugar, das máquinas e dos equipamentos técnicos, cuja ação pode ser eventualmente mortífera. A ameaça, propriamente dita, já atingiu a essência do homem. O predomínio da com-posição arrasta consigo a possibilidade ameaçadora de se poder vetar ao homem a possibilidade de voltar-se para um descobrimento mais originário e fazer assim a experiência de uma verdade mais inaugural”.


Tendo em vista a compreensão da técnica como forma de verdade dominante na experiência histórica do homem contemporâneo, assinale a opção correta.

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Q820910 Filosofia
Tendo em vista a compreensão da técnica como forma de verdade dominante na experiência histórica do homem contemporâneo, segundo Heidegger, assinale a opção correta.
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Q820909 Filosofia
Assinale a opção correta acerca do racionalismo.
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Q820908 Filosofia
Considerando o significado histórico (civilizatório-cultural) da ciência moderna, assinale a opção correta.
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Q820907 Filosofia
Com relação à ética kantiana, assinale a opção correta.
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Q820906 Filosofia
O pensamento ético-cristão, nomeadamente em Agostinho e Tomás, retoma a ética platônico-aristotélica, mas a redimensiona no horizonte da compreensão bíblica. Considerando esse assunto, assinale a opção correta acerca da referida ética cristã.
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Q820905 Filosofia
A respeito da ética aristotélica, assinale a opção correta.
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Q820904 Filosofia
Considerando a ética teleológico-eudemonológica da tradição platônico-aristotélica e a da tradição cristã, assinale a opção correta.
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Q820903 Filosofia
Considerando os conceitos de ética e moral, assinale a opção correta.
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Q820902 Filosofia

No ensaio Confissão criadora, Paul Klee, de forma lapidar, anuncia sua concepção relativa ao sentido de ser da arte: “A arte não reproduz o visível, mas torna visível”; “... Porque as obras de arte não só reproduzem com vivacidade o que é visto, mas também tornam visível o que é vislumbrado em segredo”. De modo semelhante, Heidegger, em A origem da obra de arte, apresenta a arte como uma forma de pôr-em-obra a verdade, no sentido do desvelamento, do tornar visível o desvelamento do mundo e da natureza em jogo na obra de arte. Assim, tomando como exemplo um templo grego, Heidegger diz que ele “não imita nada” e que ele torna visível o mundo em que ele se apresenta: “É a obra templo que primeiramente ajusta e, ao mesmo tempo, congrega em torno de si a unidade das vias e relações, nas quais nascimento e morte, infelicidade e prosperidade, vitória e derrota, resistência e ruína ganham para o ser humano a forma de seu destino. A amplitude dominante dessas relações abertas é o mundo desse povo histórico. A partir dele e nele é que ele é devolvido a si próprio, para o cumprimento a que se destina”. Além disso, a obra-templo faz aparecer também em seu esplendor a “terra”, isto é, a “natureza” (physis), fazendo vir à luz a pedra, o rochedo das montanhas, a imensidade do céu, a claridade do dia e a treva da noite, o mar, os animais etc. A este vir à luz, a este levantar-se ele próprio e na sua totalidade chamavam os gregos, desde muito cedo, a physis. Ela abre ao mesmo tempo a clareira daquilo sobre o qual e no qual o homem funda o seu habitar. Chamamos isso a Terra”.

       Martin Heidegger. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2007.


Acerca das ideias suscitadas no texto acima, assinale a opção correta.

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Q820901 Filosofia

Kant, no campo da razão prática, estimou positivamente os préstimos do senso comum. Ele, de fato, declarou na Crítica da razão pura: “A mais alta filosofia, em relação aos fins essenciais da natureza humana, não pode levar mais longe do que a direção apontada pelo senso comum”. E, na Fundamentação da metafísica dos costumes, seção I, ele afirmou: “E aqui não nos podemos furtar a certa admiração ao ver como, no senso comum, a capacidade prática de julgar se avantaja tanto sobre a teórica (...). No campo prático (discernimento do dever), a capacidade de julgar do senso comum mostra suas vantagens quando exclui das leis práticas os impulsos sensíveis. Ele se torna, então, sutil; (...) e — o que é sumamente importante — pode, nesse caso, esperar ser bem-sucedido na tarefa de determinar o valor das ações, tão bem quanto qualquer filósofo; mais ainda, pode proceder com maior segurança do que este, porque o filósofo, não dispondo de outros princípios diferentes do senso comum, pode ser facilmente perturbado e desviado do reto caminho por uma multiplicidade de considerações estranhas ao caso”.

I. Kant. apud Arcângelo R. Buzzi. Introdução ao pensar. Petrópolis: Vozes, 13.ª ed., 1984, p. 102-3.


No tocante às ideias expostas no texto acima, assinale a opção correta.

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Q820900 Filosofia

      De acordo com o pensador G. Vico, o senso comum é um julgamento sem qualquer reflexão, comumente sentido por toda uma classe, todo um povo, toda uma nação, ou por todo o gênero humano. Segundo Heidegger, nós nos movimentamos no nível de compreensão do senso comum à medida que nós cremos em segurança no seio das diversas “verdades” da experiência da vida, da ação, da pesquisa, da criação e da fé.

M. Heidegger. Sobre a essência da verdade. São Paulo 1970, p. 18 (com adaptações).


A propósito dessas informações acerca do significado do senso comum, problematizado pela filosofia, assinale a opção correta.

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Q820899 Filosofia

O que o filósofo procura na verdade do mito é a verdade da própria filosofia. Na época de sua errância racional, a filosofia sentia-se absolutamente autônoma e independente da não filosofia. No espaço dessa independência, julgava atingir com os recursos da razão uma verdade absoluta, necessária, universal. Em nome dessa verdade, desprezava tudo que não se enquadrasse na bitola da racionalidade. O mito, as lendas, os sonhos, a loucura, a poesia, a religião, para terem lugar no país da verdade, guardado pela filosofia, necessitavam das credenciais da razão. No rigor dessa ditadura, não se destruía, decerto, a liberdade desde que sua essencialização se submetesse aos princípios racionais da lógica. Pois a essência da liberdade era a verdade. Hoje a filosofia sente sua dependência da não-filosofia. É aquém da alternativa de racional e irracional que se instaura o espaço de toda verdade. Na liberdade dessa dimensão originária se articulam a verdade da fantasia, a verdade dos sonhos, a verdade da loucura. O juízo já não é o lugar primogênito da verdade. Há verdades, no plural, correlativas ao sentido das diversas intencionalidades. É a liberdade que é a essência da verdade.

Emanuel Carneiro Leão. Aprendendo a pensar. 2.ª ed. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 195 (com adaptações).


Tendo como referência as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

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Q820898 Filosofia

Segundo Aristóteles, a analítica tem por objeto a demonstração, quer dizer, a dedução que parte de premissas verdadeiras; por sua vez, a dialética tem por objeto os raciocínios que se assentam sobre opiniões prováveis. Para esse filósofo, a dialética é uma arte intermediária entre a retórica e a analítica. De acordo com Aristóteles, a analítica coincide com o que foi chamado de lógica formal: o estudo dos conceitos, juízos e raciocínios, considerados nas formas em que são enunciados, abstraindo-se da matéria ou do conteúdo a que se aplicam. O raciocínio é a operação discursiva por meio da qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas) implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de outra proposição (conclusão). Nesse contexto de analítica do discurso demonstrativo, destaca-se o silogismo: todo raciocínio dedutivo rigoroso, que não supõe nenhuma proposição estranha subentendida.

No que concerne às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

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Q820897 Filosofia
Considerando a dialética platônica, assinale a opção correta.
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Q820896 Filosofia

Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei’”.

Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações).


De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

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Q820895 Filosofia

Isonomia não significa que todos sejam iguais perante a lei nem que a lei seja igual para todos, mas sim que todos têm o mesmo direito à atividade política; e essa atividade na polis era de preferência uma atividade de conversa mútua. Por isso, isonomia é, antes de tudo, liberdade de falar e como tal é o mesmo que isegoria; mais tarde, em Polibios, ambas significam apenas isologia. Porém, o falar na forma de ordenar e o ouvir na forma de obedecer não eram avaliados como falar e ouvir originais; não era uma conversa livre porquanto comprometida com um fenômeno determinado não pela conversa, mas sim pelo fazer ou trabalhar. As palavras eram aqui como que o substituto do fazer e, na verdade, de um fazer que pressupunha o forçar e o ser forçado. Quando os gregos diziam que os escravos e bárbaros eram aneu logou, não dominavam a palavra, queriam dizer que eles se encontravam numa situação na qual era impossível a conversa livre. Na mesma situação, encontra-se o déspota, que só conhece o ordenar; para poder conversar, ele precisava de outros de categoria igual à dele. Portanto, para a liberdade, não se precisava de uma democracia igualitária no sentido moderno, mas sim de uma esfera limitada de maneira estreitamente oligárquica ou aristocrática, na qual pelo menos os poucos ou os melhores se relacionassem entre si como iguais entre iguais.

Hanna Arendt. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, p. 49 (com adaptações).


Considerando as informações do texto acima, assinale a opção correta.

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Q820894 Filosofia

A justiça é um dos temas fundamentais da investigação política de Aristóteles. No capítulo 12 do livro III da Política (1282 b 14-22), ele afirma: “Uma vez que, em todas as ciências e em todas as artes, o fim é um bem, mas o bem maior e no sentido mais pleno é aquele que serve de fim na arte ou ciência é que é a mais soberana de todas, e essa é a capacidade política, mas o bem político é o justo (to dikaion), essa é, portanto, a vantagem comum que nos interessa”. Para Aristóteles, a justiça é a ordem da comunidade política. Aristóteles, nesse contexto político, vê a justiça como “justiça distributiva”, aquela que vigora na relação do todo (polis) com as partes (cidadãos), tem por princípio permitir e promover a participação dos cidadãos na promoção do bem comum da polis ou de forma absolutamente igual ou de forma proporcionalmente igual. A justiça vigora mais propriamente ali onde os homens são livres e iguais e, entre eles, subsistem relacionamentos regulados pela lei. Faz parte dessa liberdade os cidadãos poderem participar de maneira alternada do governo e das funções públicas, governando não em favor de si mesmos, mas em favor dos governados. A justiça na polis, portanto, culmina em uma convivência pacífica, baseada na philia (amizade em sentido amplo, solidariedade).

Com relação às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820893 Filosofia

      Péricles, num discurso reportado por Tucídides, ao elogiar os combatentes mortos durante o primeiro ano da guerra do Peloponeso (431), fez uma ponderação sobre o sentido da democracia ateniense, com a seguinte declaração: “Nossa Constituição tem por nome democracia, porque não tem como interesse servir a um pequeno número de indivíduos, mas à maioria. No que toca às leis, todos, dentro das diferenças entre particulares, gozam de direitos iguais; no que toca às dignidades, porém, cada um, segundo o mérito que o distingue, é ordinariamente preferido para os empregos públicos, não por causa de seu partido, mas de suas virtudes; e nem mesmo a falta de conhecimento em razão da pobreza é excludente, se a gente é em grau de fazer algum serviço ao Estado”.

Apud S. Wrublevski. A Justiça na Antiguidade Grega. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 34 (com adaptações).


A respeito das informações apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Respostas
2001: D
2002: C
2003: A
2004: E
2005: A
2006: C
2007: B
2008: B
2009: D
2010: E
2011: A
2012: C
2013: E
2014: E
2015: B
2016: C
2017: D
2018: C
2019: C
2020: E