Questões de Concurso
Comentadas sobre adjetivos em português
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Texto I
Esqueça o medo: a tecnologia transformou a odontologia
“Ter essa tecnologia em mãos é fundamental para que o profissional possa se concentrar no paciente e na realização dos procedimentos com perfeição”, explica o dentista Sergio Correia, especialista em Dentística Restauradora e Periodontia
Quase 15% dos brasileiros não visitaram um dentista por ter medo, seja dos barulhos feitos pelas turbinas ou mesmo da agulha usada para anestesias. Trata-se da segunda razão mais citada para não procurar um profissional da Odontologia, conforme uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), com dados de 2014. O medo supera até mesmo a falta de tempo e de recursos financeiros, perdendo apenas para a resposta “não tenho necessidade”.
Embora o medo esteja entre as principais razões para evitar as consultas, a evolução da tecnologia tornou mais seguros, simples e indolores os procedimentos realizados na Odontologia, até mesmo os mais complexos. Já existem equipamentos modernos e de alta tecnologia, que permitem oferecer mais precisão nos tratamentos e conforto ao paciente, tanto durante a consulta quanto no pós-operatório.
“Cada vez mais, os tratamentos e procedimentos usados visam aumentar a eficiência para se tornarem minimamente invasivos. Em outras palavras, oferece-se um tratamento mais seguro, com uma recuperação mais rápida e com mais conforto durante o procedimento”, explica o dentista Sergio Correia, especialista em Dentística Restauradora e Periodontia, que atende em sua clínica, em Curitiba.
Entre os equipamentos usados para oferecer mais conforto, encontram-se o The Wand, uma anestesia eletrônica, responsável por controlar o fluxo do anestésico aplicado, reduzindo o incômodo e os efeitos colaterais; o CVDentus, um sistema que usa o movimento ultrassônico para remover materiais dentários de forma minimamente invasiva – técnica muito aplicada nos preparos das facetas de porcelana por serem menos traumáticos.
A evolução está até mesmo na cadeira de atendimento, totalmente controlada por Ipad e conta com diversos itens para a segurança e conforto, como câmera intraoral, esteira de massagem, seringa com água aquecida e kit multimídia. “Ter essa tecnologia em mãos é fundamental para que o profissional possa se concentrar no paciente e na realização dos procedimentos com perfeição”, explica Correia, que também atua como professor da Associação Brasileira de Odontologia Seção Paraná.
[...]
DINO. Esqueça o medo: a tecnologia transformou a
Odontologia. Exame.com. Disponível em:<http://migre.me/vobP6>
( ) O amplo uso de adjetivos – como latejante, desmedida, monstruosas (2º parágrafo) – sinaliza para o posicionamento avaliativo do autor.
( ) O texto articula a obra de Drummond com a geografia e as atividades exploratórias testemunhadas por Wisnik no tempo presente.
( ) O texto apresenta uma visão crítica sobre os efeitos negativos produzidos pela atividade mineradora em Minas Gerais, especialmente em Itabira.
( ) Na opinião de Wisnik, Itabira não pertenceria mais a Minas Gerais, pois teria perdido as serras que compunham o horizonte visível.
( ) O uso de aspas em três construções do segundo parágrafo tem a mesma finalidade discursiva de inserir no texto a voz de Drummond.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Texto para responder à questão.
Memórias de um aprendiz de escritor
Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi - e acho mesmo que não aprendi, a gente nunca para de aprender não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantaram, o SaciPererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Tarzan, os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, essas criaturas reais ou imaginárias, com quem convivi desde a infância.
“Na verdade”, eu escrevi ali em cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.
Certa vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso. Pálido:
— Vocês nem podem imaginar!
Uma pausa dramática, e logo em seguida:
— Sabem esse avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível!
E começou a descrever o avião incendiando,o piloto gritava por socorro ... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:
— Não pode ser! - repetia incrédulo, irritado. — Eu vi o avião cair!
Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, eram um lápis e um papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.
SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984.
Texto para responder à questão.
A grama do vizinho
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco.
Há no ar certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-oquê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.
De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: “Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento".
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente.
Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores.“Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”.
Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.
Martha Medeiros.www.asomadetodosafetos.com. Acesso em
22/12/2017
Texto 2
PRF LANÇA CAMPANHA EDUCATIVA NA SEMANA
NACIONAL DE TRÂNSITO
Visando conscientizar condutores e passageiros sobre as escolhas corretas para prevenir acidentes, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou nesta segunda-feira (18) uma campanha de conscientização que aborda o uso do cinto de segurança, excesso de velocidade, embriaguez ao volante e ultrapassagens em locais proibidos.
Intitulada de "Minha escolha faz a diferença no trânsito", a campanha coincide com o início da Semana Nacional de Trânsito que segue até o próximo dia 25 de setembro e faz referência também ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) com vídeos e gifs animados.
Dentro da programação, a PRF realiza várias ações que buscam conscientizar não só os condutores, mas também crianças, jovens e adultos sobre a responsabilidade de cada um na construção de um trânsito seguro. Segundo a PRF, somente em 2017, mais de 20 mil motoristas e passageiros foram sensibilizados com ações deste tipo.
Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/jc-transito/noticia/ 2017/09/18/prf-lanca-campanha-educativa-na-semananacional-de-transito-307372.php Acesso em: 05 out. 2017. Adaptado.
Leia o trecho do texto a seguir e responda à questão.
O futebol é o circo do mundo. Não há nenhum outro esporte que provoque tanta paixão, tanta alegria, tanta tristeza. O futebol dá sentido à vida de milhões de pessoas que, de outra forma, estariam condenadas ao tédio. É remédio para a depressão. É o assunto para as conversas em bares, escritórios, fábricas, táxis, construções, possivelmente confessionários, pelos pecados que a paixão faz cometer...
O futebol é a bola que se joga no jogo das conversas. O futebol faz esquecer lealdades políticas, ideológicas, religiosas, econômicas, raciais. Acabam as diferenças. Todos são iguais: são torcedores de futebol. São torcedores de futebol. No mundo inteiro.
(Trecho extraído de “O bobo da corte”, de Rubem Alves)
A respeito das palavras “políticas, ideológicas, religiosas, econômicas, raciais”, presentes no texto, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. São adjetivos.
II. Estão no feminino e no plural.
III. Funcionam como adjuntos adnominais.
IV. São adjuntos adnominais que se referem, no texto, a “lealdades”.
INSTRUÇÃO: O trecho a seguir traz os dois primeiros parágrafos do artigo de J. R. Guzzo, colunista da revista Veja, intitulado Artigo de imitação. Leia o trecho e responda à questão.
A democracia no Brasil lembra uma dessas fotografias antigas de reis africanos que de vez em quando ilustram livros de história. Muitos deles, ouvindo oficiais do Império Britânico ou outros figurões europeus da época colonial que lhes davam lições de civilização, progresso e bons modos, parecem encantados. Acreditavam, como lhes era dito, que a Europa e as coisas europeias representavam o máximo a ser sonhado por um ser humano – e em geral chegavam à conclusão de que teriam muito a ganhar transformando a si próprios em soberanos civilizados o mais depressa possível. O meio prático de fazer isso, em sua maneira de ver as coisas, era imitar os trajes, jeitos e enfeites dos peixes graúdos que lhes falavam das maravilhas da rainha Vitória ou do imperador Napoleão III. Que atalho melhor para atingir esse estágio superior na evolução das sociedades humanas? O resultado aparece nas fotografias. As mais clássicas mostram uns negros magros, ou gordíssimos, com uma cartola de segunda mão na cabeça, ou um desses capacetes de caçador inglês, calças rasgadas aqui e ali, pés descalços – ou calçados com uma bota só, velha e sem graxa. Uns aparecem com casacas usadas, uma fileira de medalhas no peito e três ou quatro relógios saindo dos bolsos. Outros fazem questão de exibir-se para a câmera segurando um guarda-chuva aberto. É triste. Imaginavam-se nobres, modernos e iguais aos seus pares europeus. Eram apenas uns pobres coitados.
O problema é que nada tinha mudado na vida real. Junto com as novas roupas e os acessórios, as fotos mostram que os retratados conservavam, como sempre, seus colares com ossos, pulseiras de metal e argolas nas orelhas ou no nariz – e a história iria provar com fatos, em seguida, quanto foi inútil todo esse esforço de imitação. Das nações mais evoluídas, suas majestades copiavam os trajes. Não aprenderam as virtudes. Continuaram desgraçando a si e a seu país enquanto eram roubados até o último papagaio pelos que vieram ensiná-los a ter valores cristãos, avançados e democráticos.
(Revista Veja, ed. 2542.)
Sobre recursos expressivos usados, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A expressão Muitos deles, formada por pronome indefinido + pronome pessoal preposicionado, retoma o sentido de reis africanos, na primeira linha do texto. ( ) O pronome oblíquo lhes, nas duas ocorrências, funciona como elemento coesivo referencial anafórico. ( ) Em si próprios, o adjetivo funciona como reforço à ação reflexiva expressa pelo pronome. ( ) Em chegavam à conclusão de que teriam muito a ganhar, o uso da preposição de deve-se à regência do verbo chegar. ( ) A forma verbal parecem no presente e a forma verbal acreditavam no pretérito imperfeito, ambas referindo-se a reis africanos, marcam falta de coerência textual por não estarem no mesmo tempo verbal.
Assinale a sequência correta.
FELIZ / MIM / UNS / CHOVER / QUIÇÁ
Leia o texto a seguir e responda às questões.
Trabalho voluntário: quatro histórias emocionantes
Eles não se importam de abdicar algumas horas de descanso e lazer nos dias mais desejados da semana - sábado e domingo - para estar ao lado de pessoas que nem mesmo conhecem.
Por Keila Bis
Atualizado em 21 dez 2016
Histórias curam. Não importa se é feriado, se está chovendo ou fazendo sol ou se tem de trabalhar. Há 14 anos, todos os sábados, das 10 às 11 horas, o publicitário Rogério Sautner, de 41 anos, está presente na ala de doenças infectocontagiosas para crianças e adolescentes do instituto de infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. “Conto histórias e também os entretenho com desenhos, mágicas e jogos”, explica ele, um dos integrantes da associação Viva e Deixe Viver, que treina e capacita voluntários a se tornarem contadores de histórias em hospitais. “No começo, meu maior desafio foi trabalhar nesse ambiente. Até mesmo o cheiro me incomodava.” Hoje, isso passa longe de ser um problema e, quando indagado sobre o envolvimento emocional com essas crianças, já que muitas delas são portadoras de HIV e morrem, ele explica: “A associação tem psicólogos que nos atendem frequentemente e passamos por workshops para aprender a lidar com essa situação”. Para ele, o que mais o estimula a continuar é verificar a transformação que provoca. “Quando chego, eles estão tristes e desanimados. Quando saio, estão animados e alegres, como num passe de mágica.” A importância dessa ação foi constatada pela psicóloga Cláudia Mussa em uma pesquisa com 24 crianças hospitalizadas antes e depois do trabalho dos contadores de histórias: “Descobri que as queixas de dor diminuíram em 75% dos casos.” Mas não foram somente as queixas das crianças que diminuíram. “Eu também me vi transformado por elas. Parei de reclamar da vida. Sou muito mais feliz do que era há 14 anos”, conclui Rogério.
Trecho adaptado. Disponível em: https://casa.abril.com.br/ bem-estar/trabalho-voluntario-quatro-historias-emocionantes/ Publicado/: em 5 jul 2012, 18h23