Questões de Concurso
Comentadas sobre análise sintática em português
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A respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 2A1-II, julgue o item que se segue.
Tanto na linha 7 quanto na linha 9, o vocábulo “assim” confere
sentido de conclusão às ideias do período em que é empregado
As frases acima estão articuladas com correção em um só período em:
O elemento sublinhado acima possui, no contexto, a mesma função sintática do que está também sublinhado em:
No contexto, o segmento acima assinala noção de
I. No segmento ... e os milhares de perigos que os espreitavam em qualquer parte (final do texto), o elemento sublinhado refere-se a “perigos”. I I . Em ... aquela dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma forma vivida... (3º parágrafo), as vírgulas isolam um segmento de valor concessivo. I I I . Em Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais... (2º parágrafo), as vírgulas isolam o predicativo do sujeito.
Está correto o que consta de
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Em relação aos argumentos que a antecedem, a frase acima exprime noção de
Considere os seguintes enunciados:
I. Não lhe restaram se não uns poucos reais no bolso.
II. Não lhe restaram senão uns poucos reais no bolso.
Considerando a escrita padrão, moldada nos preceitos da gramática normativa prescritiva, analise os termos sublinhados nas sentenças acima e assinale a alternativa adequada:
Texto 1
Escutatória
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. As árvores e as flores entram. Mas – coitadinhas delas – entram e caem num mar de ideias. São misturadas nas palavras da filosofia que moram em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Certo estava Lichtenberg – citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.” Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. É música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós – como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
ALVES, R. Escutatória <<http://www.institutorubemalves.org.br/rubem-alves/carpe-diem/cronicas/escutatoria-3/>>, Acesso em 26/08/2017. [Adaptado]
Analise as afirmativas abaixo, considerando-as em relação ao texto 1.
1. O autor alterna as formas “nós” e “a gente” para se referir à primeira pessoa do plural, evidenciando não só um uso variável de formas pronominais mas também traços de informalidade no texto.
2. No terceiro parágrafo, o sinal de dois-pontos depois de Alberto Caeiro e de Murilo Mendes introduz a fala direta dessas duas pessoas, respectivamente.
3. Em “Daí a dificuldade […]” (3° parágrafo), a palavra sublinhada funciona como conector que introduz uma informação decorrente do que foi dito anteriormente, podendo ser substituída por “Donde”, sem prejuízo de significado.
4. Em “sem misturar o que ele diz […]. Como se aquilo que ele diz” (3°parágrafo), o referente do pronome sublinhado nas duas ocorrências é definido, sendo o indivíduo identificado no contexto precedente.
5. Em “As árvores e as flores entram. Mas – coitadinhas delas – entram e caem num mar de ideias.” (2° parágrafo) e “No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada.” (4° parágrafo), os segmentos entre travessões são comentários do autor que, se retirados, não alteram as relações sintáticas entre os demais constituintes das frases.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Leia o Texto I
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.
Tradicionalmente, ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.
Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a ética? Tratando de normas de comportamentos, deveria chamar-se uma ciência normativa. Tratando de costumes, pareceria uma ciência descritiva. Ou seria uma ciência de tipo mais especulativo, que tratasse, por exemplo, da questão fundamental da liberdade?
Que outra ciência estuda a liberdade humana, enquanto tal, e em suas realizações práticas? Onde se situa o estudo que pergunta se existe a liberdade? E como ela deveria ser definida teoricamente, e como deveria ser vivida, praticamente? Ora, ligado ao problema da liberdade, aparece sempre o problema do bem e do mal, e o problema da consciência moral e da lei, e vários outros problemas deste tipo.
Didaticamente, costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois campos: num, os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros); e, no segundo, os problemas específicos, de aplicação concreta, como os problemas da ética profissional, da ética política, de ética sexual, de ética matrimonial, de bioética etc. É um procedimento didático ou acadêmico, pois na vida real eles não vêm assim separados.
VALLS, Á. L. M. O que é ética. São Paulo:
Brasiliense, 2005, p. 7-8 (com adaptações).
TEXTO 3
A Rua dos Cataventos
VII
(Para Dyonélio Machado)
Recordo ainda… e nada mais me importa…
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui… Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino… acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!
Analise as proposições em relação ao Texto 3, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) Infere-se da leitura do poema que o sinal de pontuação - reticências - indica os momentos de divagação do poeta quando sente saudades da infância.
( ) No verso 5 a palavra “Desesperança” está grafada com letra maiúscula para enfatizar a transição da infância para a adolescência do poeta.
( ) Da leitura do poema, depreende-se, principalmente dos versos “Mas veio um vento de Desesperança” e “Soprando cinzas pela noite morta”, um sentimento de tristeza/morte, uma vez que representam, simbolicamente, o estado emocional em que se encontra o eu-poético.
( ) Da leitura do poema, depreende-se uma mensagem nostálgica, uma vez que o poeta relata saudades da infância dele.
( ) No verso “Que envelheceu, um dia, de repente” a expressão destacada, sintaticamente, é classificada como adjunto adverbial, logo pode ser deslocada para o final da oração sem que haja alteração de sintaxe ou de sentido no texto, respeitando-se a pontuação.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Avalie as afirmações sobre os aspectos morfossintáticos dos períodos citados.
I. Em "Um texto prolixo é aquele que apresenta palavras em excesso para expressar poucas ideias", ao pronunciarmos a palavra destacada, de sete letras, produzimos oito sons.
II. Na sentença "Especialistas têm refletido sobre haver prioridade no combate às fake news, pois há razões bastante para o público leitor se preocupar com os estragos que elas causam", identifica-se um erro de concordância".
III. A sentença "Por meio de um comunicado oficial e após decisão unânime, A FIFA aprovou o uso do VAR, sistema de árbitro de vídeo, em todos os jogos da Copa do Mundo de 2018" constitui um período simples.
IV. No período "Há ainda algumas dúvidas de que a ozonioterapia seja eficaz no tratamento de muitas doenças", a oração destacada exerce a função de um objeto indireto.
V. Em "A anamnese, entrevista feita pelo profissional quando da realização da consulta, é muito importante como uma etapa do exame clínico para o diagnóstico da febre amarela", caso se separe em sílabas a palavra em destaque, temos: ANAM-NE-SE.
Está correto apenas o que se afirma em
TEXTO I
Vida de Acompanhante
Ana teve que fazer uma pequena intervenção cirúrgica e me convidou para ser seu acompanhante na casa de saúde. Bem, normalmente evito passar até na porta de um hospital (atravesso sempre para o outro lado da rua, receoso de apagar diante de um bafo mais forte de éter). Aquela situação, porém, não me permitia simplesmente bater em retirada. Mesmo assim, o medo falou mais alto e bem que tentei cair fora.
- Escuta, Ana, quero lhe dizer que me sinto profundamente honrado com o convite que você me faz para ser seu partner no hospital mas... Será que vai pegar bem? Será que o pessoal do hospital não vai reparar de você ter o próprio marido como acompanhante? Você sabe como é esse pessoal de hospital, fala demais. Vão dizer que você é uma mulher absorvente, ciumenta, que não larga o marido nem para ser operada.
- Se você não quiser ir - disse ela muito segura - eu chamo outra pessoa.
- Não, Ana. Que é isso? Eu vou, claro. Tamos aí, firme e forte. O problema é que não tenho muita experiência. Talvez pudéssemos chamar outra pessoa para ir com a gente. Na minha vida, só entrei como acompanhante em baile de formatura. O convite do hospital dá direito a levar quantos acompanhantes?
- Um. Um só. E vai ser você. Ou será que você está com medo?
- Quem, eu? - dei aquela do machão. - Você não me conhece... Sou uma fera braba dentro de um hospital.
- Tenho a impressão de que você está com medo.
Não adianta fingir, pensei. Resolvi me entregar:
- Morrendo, Ana. Tô morrendo de medo. Não sei se vou agüentar. Tenho pavor de entrar em hospital, aquele clima, aquele cheiro... Veja, já estou suando só de pensar.
- Fique tranqüilo - disse ela me afagando - não precisa se preocupar. Não vou deixá-lo sozinho.
- Você jura? Mas e quando você estiver na sala de cirurgia, quem vai tomar conta de mim?
- Fique calmo, bobinho. Deixo minha irmã tomando conta de você. Eu volto logo. Qualquer coisa, estarei ao seu lado.
A conversa foi muito reconfortante. Ana procurou me dar força e, depois de ouvila durante três horas, senti que já estava psicologicamente preparado para enfrentar a situação de acompanhante. [...]
NOVAES, Carlos Eduardo. Vida de acompanhante. In: A cadeira do dentista. Coleção Para gostar de ler. 8.ed.. São Paulo: Ática, 2005, p. 26-27.
Texto I
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950-1980). São Paulo: Círculo do Livro, 1983, p.227-228.
Leia o fragmento do conto pré-modernista “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato (1924) para a resolução da questão.