Questões de Concurso Comentadas sobre colocação pronominal em português

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Q1638970 Português
Tendo em vista a colocação pronominal, marcar C para as sentenças Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: (---) Eu quero falar-lhe só mais uma coisa. (---) Em tratando-se de frutos do mar, meu pai é um ótimo cozinheiro. (---) Talvez encontrou-me dormindo.
Alternativas
Q1622364 Português

Leia o texto para responder à questão:

Juventude, velhice


    A cultura brasileira é cruel no quesito idade. Dizer que uma pessoa é – ou parece – jovem é um elogio, e chamar de velho é uma maneira de insultar, geralmente usada quando não encontram outra coisa para falar daqueles de quem não gostam, com quem não concordam.
    A rigor, o assunto idade nem deveria existir – a não ser, é claro, quando se trata de ajudar os que não podem viver com independência, precisando de cuidados especiais porque infelizmente têm sérios problemas de saúde.
    Na minha última viagem, percebi que em Paris, por exemplo, ninguém é apontado como jovem ou velho, disso não se fala. As pessoas são como são, e ninguém perde tempo carimbando ninguém; simplesmente não tem importância.
    Mas aqui no Brasil, ai da mulher que é ou foi bonita, quando os anos vão chegando. Essas não são perdoadas, e a idade que têm é assunto de discussão.
    Por isso, ainda não cheguei aos 70, mas resolvi aumentar a minha idade, e se me perguntam, digo que acabei de completar 91 anos; assim, corro o risco de ouvir um “mas que incrível, não parece”, o que é sempre bom de ouvir.

                                (Danuza Leão. Folha de S.Paulo, 29.01.2012. Adaptado)

De acordo com o emprego dos pronomes, a substituição da expressão destacada está indicada corretamente entre parênteses em:
Alternativas
Q1622359 Português
Leia o texto para responder à questão.

O que é ser jovem até o fim

    O que significa envelhecer? Ouso me perguntar o significado deste verbo que a modernidade ocidental baniria da língua se pudesse. No primeiro sentido do dicionário, envelhecer é se tornar velho. A frase me remete a um amigo de infância, Francisco, precocemente envelhecido. Continuo, no entanto, sem resposta.
    Volto ao dicionário. No segundo sentido, envelhecer é tomar aspecto de velho. Olho a foto de Jacques Lacan, psicanalista francês com o qual trabalhei, e vejo seus cabelos brancos. Só que ele não é velho pelas suas cãs*. A intensidade do olhar evidencia a juventude do homem, que era jovem aos setenta e quatro anos, quando o conheci.
    Nos outros sentidos que o dicionário dá, eu também não encontro resposta. No caso dos humanos, não se pode dizer que envelhecer é perder o viço. O homem não é um fruto. Tampouco se pode dizer que é estar em desuso. O homem não é um objeto.
    A busca de um esclarecimento, através da língua, se mostra infrutífera. Olho de novo para a foto e me digo que o envelhecimento físico não é suficiente para caracterizar o velho. Me pergunto então por que Lacan não o era com mais de setenta anos, enquanto Francisco envelheceu aos sessenta.
    Comparando-se a Picasso, Lacan dizia que não procurava as suas ideias, simplesmente achava. Um belo dia, declarou no seminário: “Eu agora procuro e não acho”. Com esta frase, anunciou que a sua vida começava a acabar.
    A juventude de Lacan, como a de Picasso, estava ligada à capacidade de se renovar através do trabalho. Duas vezes por mês, se apresentava em público, diante de mil pessoas, com ideias novas, e, para isso, muito se esforçava.
    Lacan foi um exemplo de vida por nunca ter parado de começar. Embora fosse um intelectual, Francisco, ao contrário, considerou, a partir dos sessenta, que já não podia começar nada de novo e não parou de se repetir. Não quis abrir mão de nenhum hábito da juventude. Lamentava o tempo que passa, porém não aceitava este fato e não se detinha nas mudanças do corpo para encontrar soluções de vida.
    Só sabia dizer: “Na minha idade é assim”. Foi vítima de uma fantasia arcaica sobre a idade e viveu à contramão do tempo, fazendo de conta que o tempo não passa. Morreu precocemente por não ter sido capaz de entender que, depois de ser natural, a juventude é uma conquista.
(Betty Milan. Veja, 15.06.2011. Adaptado)


*cãs: cabelos brancos
Considere as frases elaboradas a partir do texto.
•  Lacan afirmava ter muitas ideias e dizia que não procurava as ideias, simplesmente achava as ideias. •  Francisco não aceitou o fato de que o tempo passa e, não aceitando esse fato, viveu na contramão do tempo.
De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, as expressões destacadas podem ser substituídas por
Alternativas
Q1621920 Português

Para responder à questão a seguir, leia a tirinha abaixo:


Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: https://ribeiraopretoculturaljaf.blogspot. com/2018/12/devaneios-com-sigmund-e-freud-yorhan_22. html. Acesso em: 11 jul. 2019.


Observe as alterações referentes ao primeiro quadro da tirinha:


- “Como me ousa pedir um livro emprestado?”

- “Como ousa pedir-me um livro emprestado?”

- “Como? Ousa pedir-me um livro emprestado?”


Analise as afirmativas a respeito das alterações realizadas e, em seguida, julgue-as:


I - As duas primeiras alterações preservam a correção no que diz respeito à sintaxe de colocação pronominal, mas trazem alterações de caráter semântico ao contexto;

II - O uso do travessão está correto e indica a fala da personagem, configurando a presença do discurso direto;

III - A terceira alteração preserva a correção no que diz respeito à sintaxe de colocação pronominal, mas traz alterações de caráter semântico ao contexto;

IV - A terceira alteração modifica, por conta da inclusão de um sinal de interrogação, o sentido do enunciado, mas não constitui inadequação gramatical.


Estão corretas as afirmativas:




Alternativas
Q1616570 Português
       Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e em outro espaço), não era incomum ouvir a pergunta “Quão longe é daqui até lá?” respondida por um “Mais ou menos uma hora, ou um pouco menos se você caminhar rápido”. Num tempo ainda anterior à minha infância, suponho que a resposta mais comum teria sido “Se você sair agora, estará lá por volta do meio-dia” ou “Melhor sair agora, se você quiser chegar antes que escureça”. Hoje em dia, pode-se ouvir ocasionalmente essas respostas. Mas serão normalmente precedidas por uma solicitação para ser mais específico: “Você vai de carro ou a pé?”.



      “Longe” e “tarde”, assim como “perto” e “cedo”, significavam quase a mesma coisa: exatamente quanto esforço seria necessário para que um ser humano percorresse uma certa distância — fosse caminhando, semeando ou arando. Se as pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por “espaço” e “tempo”, poderiam ter dito que “espaço” é o que se pode percorrer em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrê-lo. Se não fossem muito pressionados, porém, não entrariam no jogo da definição. E por que deveriam? A maioria das coisas que fazem parte da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las; e, a menos que solicitados, não precisaríamos defini-las. O modo como compreendíamos essas coisas que hoje tendemos a chamar de “espaço” e “tempo” era não apenas satisfatório, mas tão preciso quanto necessário, pois era o wetware — os humanos, os bois e os cavalos — que fazia o esforço e punha os limites. Um par de pernas humanas pode ser diferente de outros, mas a substituição de um par por outro não faria uma diferença suficientemente grande para requerer outras medidas além da capacidade dos músculos humanos.



Zygmunt Bauman. A modernidade como história do tempo. In: Modernidade líquida. Plínio Dentzien (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2001 (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item seguinte.


A próclise observada em “se pode percorrer” e “se precisa”, no segundo período do segundo parágrafo do texto, é opcional, de modo que o emprego da ênclise nesses dois casos também seria correto: pode-se percorrer e precisa-se, respectivamente.

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Q1610886 Português
Posfácio do livro Rio em Shamas (2016), de Anderson França, Dinho
Rafael Dragaud 

    NÃO PIRA! Foi com esse conselho, há cerca de seis anos, que começou minha história com o Dinho. Colaborávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado. Por algum motivo da ordem do encosto, no sentido macumbeirístico mesmo, ou cumplicidade de gordos, vimos um no outro um elo possível de troca.
    Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insano de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.
    O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confidenciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pirar! É isso!
    Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que sobre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a santa), mas para a cidade do Rio de Janeiro.
    Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas.
    Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que dizer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entranhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequentemente mais justa.
    Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE!

FRANÇA, Anderson. Rio em Shamas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.
A respeito do excerto “Colaborávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado.”, assinale a alternativa correta.
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Q1609966 Português
    Os livros para ser ouvidos, sobejamente conhecidos pelo nome em inglês – audiobooks –, nasceram em 1932, nos Estados Unidos, como ferramenta de inclusão social, começaram a ser feitos no estúdio de gravação de uma fundação para cegos, registrados em discos de vinil, com capacidade de no máximo quinze minutos para cada lado do LP. No ano seguinte, deputados e senadores aprovaram uma emenda que autorizava a Biblioteca do Congresso a entrar no negócio, que não parou de crescer. Inicialmente eram as peças de Shakespeare, a Constituição etc., e o céu virou o limite. A partir dos nichos dedicados à deficiência visual, os volumes de viva voz extrapolaram as fronteiras, de mãos dadas com os avanços da tecnologia. Hoje, por meio de um smartphone com acesso a lojas de aplicativos, é possível baixar qualquer um dos 44000 títulos lançados anualmente nos Estados Unidos – é um naco que responde, por enquanto, por 6,5% do mercado livreiro, mas que se expande rapidamente. Os lançamentos surgem em ritmo mais veloz que o de volumes em capa dura. É uma febre que começa a desembarcar com força no Brasil.

(Giulia Vidale, Prazer para os ouvidos. Veja, 30.10.2019)
Assinale a alternativa que reescreve passagem do texto em consonância com a norma-padrão de emprego e colocação de pronome.
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Q1507298 Português

Cultura clonada e mestiçagem

    Levantar hoje a questão da cultura é colocar-se em uma encruzilhada para a qual convergem, embora também se oponham, o avanço da globalização e a persistência das identidades nacionais. Mas a cultura não pode mais, presentemente, construir-se sem uma tensão constitutiva, existencial e vital entre o universal, o regional, o nacional e o comunitário.

     Apesar de as culturas se manterem arraigadas em seus contextos nacionais, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os conceitos tradicionais de identidade, povo ou nação sejam "intocáveis". De fato, jamais nossas sociedades conheceram ruptura tão generalizada com tradições centenárias. Devemos, porém, indagar se as evoluções contemporâneas, em geral apresentadas como possíveis ameaças a essas tradições, inclusive a do Estado-nação, não constituiriam terrenos férteis para a cultura, ou seja, favoráveis à coexistência das diversidades. Um duplo obstáculo seria então evitado: a coesão domesticada e a uniformização artificial.

      O primeiro obstáculo advém da fundamentação do modelo hegemônico de identificação em uma cultura única, total, dominante, integrativa. Esta era percebida como algo estático e definitivo. Era brandida como uma arma, cujos efeitos só hoje avaliamos: neste século, vimos as culturas mais sofisticadas curvarem-se à barbárie; levamos muito tempo até perceber que o racismo prospera quando faz da cultura algo absoluto. Conceber a cultura como um modo de exclusão conduz inevitavelmente à exclusão da cultura. Por isso, o tema da identidade cultural, que nos acompanha desde as primeiras globalizações, é coisa do passado.

        Mas a cultura não deve emancipar-se da identidade nacional deixando-se dominar pela globalização e pela privatização. As identidades pós-nacionais que estão surgindo ainda não demonstraram sua capacidade de resistir à desigualdade, à injustiça, à exclusão e à violência. Subordinar a cultura a critérios elaborados nos laboratórios da ideologia dominante, que fazem a apologia das especulações na bolsa, dos avatares da oferta e da demanda, das armadilhas da funcionalidade e da urgência, equivale a privá-la de seu indispensável oxigênio social, a substituir a tensão criativa pelo estresse do mercado. Neste sentido, dois grandes perigos nos ameaçam. O primeiro é a tendência atual a considerar a cultura um produto supérfluo, quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais. Frequentemente se esquece que reparar a fratura social exige que se pague a fatura cultural: o investimento cultural é também um investimento social.

     O segundo perigo é o "integrismo eletrônico". Das fábricas e dos supermercados culturais emana uma cultura na qual o tecnológico tem tanta primazia que se pode considerá-la desumanizada.

     Mas como "tecnologizar" a cultura reduzindo-a a um conjunto de clones culturais e pretender que ela continue a ser cultura? A cultura clonada é um produto abortado, porque, ao deixar de estabelecer vínculos, deixa de ser cultura. O vínculo é seu signo característico, sua senha de identidade. E esse vínculo é mestiçagem - portanto o oposto da clonagem. A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens. Em todas as partes onde se produziu, a mestiçagem manteve as filiações e forjou uma nova solidariedade que pode servir de antídoto à exclusão.

         Parafraseando Malraux, eu diria que o terceiro milênio será mestiço, ou não será.


PORTELLA, Eduardo. Texto apresentado na série Conferências do Século XXI, realizada em 1999, e publicado em O

Correio da Unesco, jun., 2000

Sobre aspectos gramaticais presentes no texto, assinale a alternativa que apresenta análise INADEQUADA:
Alternativas
Q1388590 Português

    As pessoas, de um modo geral, sempre reagem quando ____ mudanças. Ninguém gosta de mudar seus hábitos, nem ver alteradas suas rotinas. E muito menos quando as mudanças não são suficientemente entendidas. ____ vezes a reação________ mudanças se torna até mesmo irracional, assumindo formas violentas, ou curiosas.

    Em janeiro de 1874, o Brasil aderiu ao sistema métrico decimal, que começava _____ se impor como um novo padrão universal de pesos e medidas, e decretou ao povo o uso do novo padrão, sem esclarecer o povo sobre as novas exigências internacionais. Surgiu assim uma grande revolta contra essa mudança.

(Eloy Terra, Crônicas pitorescas da história do Brasil 500 anos. Adaptado)

Para responder à questão, considere a seguinte passagem do texto: ... decretou ao povo o uso do novo padrão sem esclarecer o povo sobre as novas exigências internacionais. Surgiu assim uma grande revolta contra essa mudança.


A alternativa que reescreve com correção o trecho destacado é:

Alternativas
Q1388581 Português

    Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém. Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém que não consegue perceber que oportunidades são criadas.

    Às vezes ouço pessoas comentando: “fulano tem muita sorte! As coisas acontecem para ele com facilidade!” Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho, energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.

    Aquilo que os outros entendem por “sorte” é o resultado, na maioria das vezes, de muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados com competência.

    As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o único animal capaz de enganar a si próprio.

     Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.

    Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais: a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.

    Enfim, viver é diferente de “ir durando”, como dizia uma colega.

    Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem suas escolhas, e aquelas que deixam a vida decidir por elas.

(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase entre parênteses, redigida a partir do texto, está de acordo com a norma-padrão.
Alternativas
Q1388205 Português
Minha mãe agradeceu-lhe a amizade que me tinha, e ele respondeu com muita polidez, ainda que um tanto atado, como se carecesse de palavra pronta. Já viste não era assim, a palavra obedecia-lhe, mas o homem não é sempre o mesmo em todos os instantes. O que ele disse foi que me estimava pelas minhas qualidades e aprimorada educação; no seminário todos me queriam bem, nem podia deixar de ser assim.
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 173.
Quanto aos aspectos da estrutura gramatical do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1388200 Português
Maninha Chico Buarque
Se lembra da fogueira. se lembra dos balões. se lembra dos luares dos sertões. A roupa no varal, feriado nacional, as estrelas salpicadas nas canções. Se lembra quando toda modinha falava de amor. Pois nunca mais cantei, maninha, depois que ele chegou. [...]
Disponível em:<https://www.letras.com.br/chico-buarque/maninha>. Acesso em: 10 nov. 2017.
Em que aspecto o autor – em nome da liberdade poética – provoca um desvio da norma culta?
Alternativas
Q1381840 Português
Analise as frases abaixo e considere a afirmação feita sobre elas.
1. Precisando de um empréstimo procurou, Carlão, seu amigo de todas as horas. (uso correto da vírgula para isolar vocativo) 2. Empresa promissora precisa de profissionais com prática comprovada. (presença de vício de linguagem) 3. Custa a ele entender de certos mecanismos legais, uma pena! (regência verbal adequada) 4. A sessão daquela seção do Departamento de Obras foi finalizada às 18h. (uso adequado dos homônimos: sessão e seção) 5. Nunca afaste-se da verdade, ela e somente ela poderá trazer justiça. (colocação pronominal adequada: ênclise)
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
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Q1381522 Português
Rotulo, logo existo

    Nosso cérebro é uma complexa estrutura forjada por milhões de anos de evolução. Por outro lado, é também primitivo e foi lapidado para seres trogloditas que viveram há milhares de anos. É curioso pensar que o mais refinado, erudito e urbano dos moradores deste planeta tenha o mesmo hardware que um caçador coletor que passou a vida errando em uma pequena área de algum lugar em busca de comer, aquecer-se e garantir a reprodução.
    Desenvolvida para uma chave amigo-inimigo, nossa mente tende a rotular tudo o que vê, julgando a novidade de acordo com seu conhecimento prévio. Isso garantiu nossa vida por muitas gerações: se eu comer algo que me faz mal, toda vez que olhar para algo semelhante, sentirei repulsa. Nosso cérebro rotula de acordo com a percepção de nossos sentidos. Isso pode ser bom para evitar perigos, porém cria problemas para nossa atualidade.
    Encerrar em caixas herméticas dá segurança. Começamos com a minha tribo e a do outro. Se é da minha, diminuem as chances de ataque. Classificar é a primeira forma de dominar e de se defender. O vício entrou em nós. Da tribo, passamos a gostos musicais e sexuais ou escolas artísticas. Classificar não é ruim ou errado. Supor que algo esteja controlado mentalmente por estar etiquetado é, no fundo, estupidez.
    Tudo pede que você classifique continuamente. Resistir à tentação é um desafio. Pensar em aprofundar, dar uma segunda olhada, fugir do rótulo: parecem ser atitudes que exigem o desafio da vontade férrea. Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção sem julgar e engavetar de imediato é um ato de resistência. Abrir espaço para complexidades é boa meta. O resto? O rema-rema de frases superficiais, senso comum e a celebração da boçalidade. Talvez, um dia, descubram que se trata de uma bactéria específica transmitida pela digitação. O remédio continua sendo ler com atenção, duvidar como método, analisar possibilidades fora do que está posto e nunca ser o representante da verdade na Terra. Ah, e ajuda abandonar redes sociais por pelo menos uma hora por dia. É preciso ter esperança.

(Leandro Karnal. Disponível em: . Acesso em 09.11.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a expressão entre colchetes substitui a destacada, de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação de pronome.
Alternativas
Q1380153 Português
Leia o texto para responder à questão.

Doenças crônicas mentem

Percepções inadequadas de enfermidades
silenciosas podem trazer danos

Julio Abramczyk

    A percepção inadequada pelos pacientes de uma doença crônica que atinge de 2% a 4% dos adultos nos Estados Unidos e no Reino Unido é o tema de editorial da revista The Lancet Rheumatology deste mês.
    O editorial aborda o desafio da doença denominada gota, inflamação nas articulações causada por depósitos de cristais de urato produzidos pelo organismo do paciente.
    As taxas de prescrição de remédios para manter níveis normais do ácido úrico no sangue são baixas, assim como a adesão dos pacientes ao remédio.
    A adesão à terapia, principalmente quando a doença parece inativa, diz o editorial, é influenciada pelo grau de confiança do doente em seu médico, que deve insistir na manutenção do tratamento mesmo na ausência de dor.
    A crise de gota, desencadeada por dor no local da inflamação, interfere na ação da articulação e diminui a qualidade de vida do paciente.
    No Brasil, V. Feijó Azevedo e colaboradores da Universidade Federal do Paraná abordam, na Revista Brasileira de Reumatologia, a importância da campanha “Sua gota mente”.
    Eles afirmam que, apesar do tratamento nas crises dolorosas com anti-inflamatórios acabar momentaneamente com a dor, os cristais de urato responsáveis pela dor continuam presentes. E, a longo prazo, podem provocar tofos e graves danos nas articulações.
    Também assinalam a importância de os médicos contribuírem para o conhecimento do paciente sobre a doença para bons resultados a longo prazo.
(Julio Abramczyk, Doenças crônicas mentem, Folha de S.Paulo, 25.10.2019. Acesso em 04.11.2019)
Assinale a alternativa que apresenta livre reescrita de um trecho do texto de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa quanto ao emprego e à colocação do pronome.
Alternativas
Q1375244 Português
Assinale a alternativa em que a colocação dos pronomes átonos está de acordo com a norma-padrão
Alternativas
Q1375234 Português

Leia o texto, para responder à questão. 


Cor-de-rosa

      O vizinho mandou pintar de cor-de-rosa sua casa, e de azul-claro o beiral e os marcos e folhas das janelas. Esta providência dá margem a algumas divagações, que aqui são transmitidas ao leitor, nosso companheiro.

       O ato do vizinho é muito mais importante do que lhe parece a ele. Afirma um sentimento de confiança na civilização mediterrânea, e o propósito de contribuir para que todos nós, residentes ou transeuntes, recuperemos um pouco da beatitude perdida. 

      Quem pinta hoje sua casa, em vez de negociar-lhe a demolição, cumpre uma cláusula do contrato social, observa a boa lição urbanística e, dentro do rito milenar, satisfaz essa velha tendência do homem a aformosear o quadro de sua existência.

    De uns anos para cá as ruas passaram a ser percorridas por elementos suspeitos, que, avaliando em metros quadrados aéreos os terrenos onde se erguem as habitações humanas, logo procuram seus proprietários e lhes propõem botar aquilo no chão.

   A aquiescência imediata dos interpelados revela estranha propensão ao suicídio, praticado através da destruição de algo fundamental, como é a casa em que vivemos.

    Tendo destruído essa parte do ser, as pessoas transportam os remanescentes para os ossuários erguidos apressadamente no mesmo local, e que se arrumam pelo princípio da superposição de urnas. Aí aguardarão, talvez, até a consumação dos séculos, o dia da ressurreição das casas.

    Mas o vizinho reagiu contra essa psicose grupal, e dali sorriem pintadas de rosa as paredes de sua casa.

(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira. Adaptado)


Assinale a alternativa redigida de acordo com a norma-padrão de regência e colocação de pronomes.
Alternativas
Q1366562 Português

Texto para responder à questão.

Um chá maluco

    Em frente à casa havia uma mesa posta sob uma árvore, e a Lebre de Março e o Chapeleiro estavam tomando chá; entre eles estava sentado um Caxinguelê, que dormia a sono solto [...] 

    Era uma mesa grande, mas os três estavam espremidos numa ponta. “Não há lugar! Não há lugar!”, gritaram ao ver Alice se aproximando. “Há lugar de sobra!”, disse Alice indignada, e sentou-se numa grande poltrona à cabeceira.

     [...]

    “Não foi muito polido de sua parte sentar-se sem ser convidada”, retrucou a Lebre de Março. “Não sabia que mesa era sua”, declarou Alice, “está posta para muito mais do que três pessoas.”

    “Seu cabelo está precisando de um corte”, disse o Chapeleiro. Fazia algum tempo que olhava para Alice com muita curiosidade e essas foram suas primeiras palavras.

   “Devia aprender a não fazer comentários pessoais”, disse Alice com alguma severidade; “é muito indelicado.”

   O Chapeleiro arregalou os olhos ao ouvir isso, mas disse apenas: “Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”

   “Oba, vou me divertir um pouco agora!”, pensou Alice. “Que bom que tenham começado a propor adivinhações”. E acrescentou em voz alta: “acho que posso matar esta”.    

    “Está sugerindo que pode achara resposta?”, perguntou a Lebre de Março.

   “Exatamente isso”, declarou Alice.
  
   “Então deveria dizer o que pensa”, a Lebre de Março continuou.
    
    “Eu digo”, Alice respondeu apressadamente; “pelo menos... pelo menos eu penso o que digo... é a mesma coisa, não?”

      “Nem de longe a mesma coisa!”, disse o Chapeleiro. “Seria como dizer que ‘vejo o que como’ é a mesma coisa que ‘como o que vejo’!” “Ou o mesmo que dizer”, acrescentou a Lebre de Março, “que ‘aprecio o que tenho’ é a mesma coisa que ‘tenho o que aprecio’! 
    
    “Ou o mesmo que dizer”, acrescentou o Caxinguelê, que parecia estar falando dormindo, “que ‘respiro quando durmo’ é a mesma coisa que ‘durmo quando respiro’!”

    “É a mesma coisa no seu caso”, disse o Chapeleiro, e nesse ponto a conversa arrefeceu e o grupo ficou sentado em silêncio por um minuto, enquanto Alice refletia sobre tudo de que conseguia se lembrar sobre corvos e escrivaninhas, o que não era muito.

    O Chapeleiro foi o primeiro a quebrar o silêncio. “Que dia do mês é hoje?”, disse, voltando-se para Alice. [...]
    
    Alice pensou um pouco e disse: “Dia quatro.” “Dois dias de atraso!”, suspirou o Chapeleiro. “Eu lhe disse que manteiga não ia fazer bem para o maquinismo”, acrescentou, olhando furioso para a Lebre de Março.

     “Era manteiga da melhor qualidade” , respondeu humildemente a Lebre de Março.

    “Sim, mas deve ter entrado um pouco de farelo”, o Chapeleiro rosnou. “Você não devia ter usado a faca de pão.”

    A Lebre de Março pegou o relógio e contemplou-o melancolicamente . Depois mergulhou-o na sua xícara de chá, e fitou-o de novo. Mas não conseguiu encontrar nada melhor para dizer que seu primeiro comentário: “Era manteiga da melhor qualidade.” [...]

CARROL, Lewis. Alice no país das maravilhas. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 67-9. 

“Ou o mesmo que dizer”, acrescentou o Caxinguelê, que parecia estar falando dormindo, “que ‘respiro quando durmo’ é a mesma coisa que ‘durmo quando respiro’!” A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.
I. Quanto à regência, os verbos usados são significativos, transitivos, por isso fundamentais à ideia do predicado. II. OU é uma conjunção coordenativa. III. COISA é um pronome indefinido.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
Alternativas
Q1366561 Português

Texto para responder à questão.

Um chá maluco

    Em frente à casa havia uma mesa posta sob uma árvore, e a Lebre de Março e o Chapeleiro estavam tomando chá; entre eles estava sentado um Caxinguelê, que dormia a sono solto [...] 

    Era uma mesa grande, mas os três estavam espremidos numa ponta. “Não há lugar! Não há lugar!”, gritaram ao ver Alice se aproximando. “Há lugar de sobra!”, disse Alice indignada, e sentou-se numa grande poltrona à cabeceira.

     [...]

    “Não foi muito polido de sua parte sentar-se sem ser convidada”, retrucou a Lebre de Março. “Não sabia que mesa era sua”, declarou Alice, “está posta para muito mais do que três pessoas.”

    “Seu cabelo está precisando de um corte”, disse o Chapeleiro. Fazia algum tempo que olhava para Alice com muita curiosidade e essas foram suas primeiras palavras.

   “Devia aprender a não fazer comentários pessoais”, disse Alice com alguma severidade; “é muito indelicado.”

   O Chapeleiro arregalou os olhos ao ouvir isso, mas disse apenas: “Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”

   “Oba, vou me divertir um pouco agora!”, pensou Alice. “Que bom que tenham começado a propor adivinhações”. E acrescentou em voz alta: “acho que posso matar esta”.    

    “Está sugerindo que pode achara resposta?”, perguntou a Lebre de Março.

   “Exatamente isso”, declarou Alice.
  
   “Então deveria dizer o que pensa”, a Lebre de Março continuou.
    
    “Eu digo”, Alice respondeu apressadamente; “pelo menos... pelo menos eu penso o que digo... é a mesma coisa, não?”

      “Nem de longe a mesma coisa!”, disse o Chapeleiro. “Seria como dizer que ‘vejo o que como’ é a mesma coisa que ‘como o que vejo’!” “Ou o mesmo que dizer”, acrescentou a Lebre de Março, “que ‘aprecio o que tenho’ é a mesma coisa que ‘tenho o que aprecio’! 
    
    “Ou o mesmo que dizer”, acrescentou o Caxinguelê, que parecia estar falando dormindo, “que ‘respiro quando durmo’ é a mesma coisa que ‘durmo quando respiro’!”

    “É a mesma coisa no seu caso”, disse o Chapeleiro, e nesse ponto a conversa arrefeceu e o grupo ficou sentado em silêncio por um minuto, enquanto Alice refletia sobre tudo de que conseguia se lembrar sobre corvos e escrivaninhas, o que não era muito.

    O Chapeleiro foi o primeiro a quebrar o silêncio. “Que dia do mês é hoje?”, disse, voltando-se para Alice. [...]
    
    Alice pensou um pouco e disse: “Dia quatro.” “Dois dias de atraso!”, suspirou o Chapeleiro. “Eu lhe disse que manteiga não ia fazer bem para o maquinismo”, acrescentou, olhando furioso para a Lebre de Março.

     “Era manteiga da melhor qualidade” , respondeu humildemente a Lebre de Março.

    “Sim, mas deve ter entrado um pouco de farelo”, o Chapeleiro rosnou. “Você não devia ter usado a faca de pão.”

    A Lebre de Março pegou o relógio e contemplou-o melancolicamente . Depois mergulhou-o na sua xícara de chá, e fitou-o de novo. Mas não conseguiu encontrar nada melhor para dizer que seu primeiro comentário: “Era manteiga da melhor qualidade.” [...]

CARROL, Lewis. Alice no país das maravilhas. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 67-9. 

Se o pronome oblíquo fosse deslocado para a posição enclítica, a colocação ficaria plenamente inadequada na frase:
Alternativas
Q1363640 Português


Yuval Noah Harari. Sapiens – uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. 22.ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2017, p. 286-287 (com adaptações). 

Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto caso se substituísse
Alternativas
Respostas
401: C
402: D
403: D
404: C
405: E
406: E
407: D
408: E
409: C
410: E
411: A
412: C
413: E
414: B
415: D
416: E
417: C
418: D
419: C
420: A