Questões de Português - Concordância verbal, Concordância nominal para Concurso
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Texto II
Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa da esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero da salada — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
TREVISAN, Dalton.Apelo.In:BOSI,Alfredo.org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo, Cultrix,1975.p.190.
Em todas as alternativas abaixo, há uma relação de concordância verbal entre os termos destacados, EXCETO em
Podemos encontrar um erro de concordância em:
A oração em que existe erro é:
(Globo Rural / Setembro 2007 pág. 12)
NÃO há erro de concordância de acordo com a norma culta:
A concordância está totalmente de acordo com a norma padrão da língua em:
TEXTO II:
Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos; uns com outros acho que nem se misturam (...) Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo coisas de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez, então, a melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que lhe dá sentido, princípio, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um contendo o sentido inteiro. Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem...
(Guimarães Rosa. Apud Rubem Alves. Na morada das palavras. Campinas: Papirus, 2003. p. 139)
Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque concorda com a expressão indicada entre parênteses:
Levando em consideração a concordância nominal, assinale a alternativa que está INCORRETA:
Assinale a opção em que, segundo a norma culta da língua, houve ERRO em relação à concordância verbal.
Assinale a opção incorreta no que se refere à relação de coesão no desenvolvimento do texto.
Assinale a alternativa que apresenta ERRO quanto à concordância verbal.
Texto
Idade da informação
Ferreira Gullar
O que move as pessoas a atuar politicamente é a opinião, que, por sua vez, nasce da informação, do conhecimento. É óbvio que, se não sei o que se passa em meu país, não posso ter opinião formada sobre o que deve ser feito para melhorar a sociedade.
Não estou dizendo nada de novo. No passado, em diferentes momentos da história, quem governava era apenas quem tinha poder econômico e, por isso mesmo, mais conhecimento da situação em que viviam. E, na medida em que a educação se ampliou e maior número de pessoas passou a ter conhecimento da realidade social, ampliou-se também a influência da população sobre a vida política. Dessa evolução nasceria a democracia.
[…]
Como explicar as manifestações que ocuparam as ruas nos últimos meses e que, em menor grau, prosseguem por todo o país?
Acredito que esse fenômeno, que a todos surpreendeu, decorre basicamente da quantidade de informações a que têm acesso hoje milhões de pessoas no país, graças à internet. Não é por acaso que manifestações semelhantes têm ocorrido em muitos países, possibilitando a mobilização de verdadeiras multidões.
Veja bem, as causas do descontentamento variam de país a país, os objetivos visados pelos manifestantes também, mas não resta dúvida de que em nenhum outro momento da história tanta gente teve acesso a tanta informação.
Pode ser que estejamos vivendo o início de uma nova etapa da história humana, já que nunca tantas pessoas souberam tanto acerca da sociedade em que vivem. Há que considerar, no entanto, que nem sempre essas informações são verdadeiras e, mesmo quando verdadeiras, podem levar a conclusões nem sempre corretas.
Em suma, esse fenômeno novo, que mobiliza a opinião pública, ainda que signifique um avanço, pode arrastar as pessoas a uma atuação de consequências imprevisíveis. E por quê? Por várias razões, mas uma delas será, certamente, o risco do inconformismo pelo inconformismo, sem objetivos definidos e sem lideranças responsáveis.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ ferreiragullar/2013/08/1327777-idade-da-informacao.shtml, Acesso em 18/08/2013. [Adaptado]
Considere os trechos a seguir.
1. “E, na medida em que a educação se ampliou e maior número de pessoas passou a ter conhecimento da realidade social, ampliou-se também a influência da população sobre a vida política.” (2º parágrafo)
2. “Em suma, esse fenômeno novo, que mobiliza a opinião pública, ainda que signifique um avanço, pode arrastar as pessoas a uma atuação de consequências imprevisíveis.” (7o parágrafo)
Assinale a alternativa correta, considerando a norma padrão da língua portuguesa.
O trecho a seguir é parte de texto publicado no Portal da Saúde do SUS. Leia-o atentamente e responda a questão proposta:
“DIREITOS DOS USUÁRIOS DA SAÚDE”
Elaborada pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde e Comissão Intergestora Tripartite, a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde se baseia nos seis princípios básicos de cidadania. (…)
De acordo com o primeiro princípio da carta, todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado ao sistema de saúde. Assim, fica garantido aos usuários a facilidade de acesso aos postos de saúde, especialmente aos portadores de deiciência, gestantes e idosos.
O segundo e terceiro princípios do documento esclarecem ao cidadão sobre o direito a um tratamento adequado para seu problema de saúde. Também faz referência à necessidade de um atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação (preconceito de raça, cor, idade ou orientação sexual, estado de saúde ou nível social). (…)”.
Sobre os trechos sublinhados é correto afirmar que:Com relação à concordância nominal, assinale a alternativa incorreta.
Assinale a alternativa que apresenta correta concordância verbal.
Considere as orações abaixo.
I. Devem-se calcular os custos com precisão.
II. Tratam-se de cálculos complicados.
III. Devem haver problemas na obra.
A concordância está correta somente em
Leia o texto: O que nunca aconteceu antes, de Luis Fernando Verissimo, para responder às questões de 07 a 10:
Deve haver poucas coisas mais aterrorizantes do que uma tsunami, a onda gigante causada por um maremoto. A visão de uma parede de água vindo na direção da praia é um pesadelo comum da Humanidade, mesmo de quem nunca esteve perto do mar. Li que ter que fugir de ondas gigantescas e estar nu no meio de uma multidão são as angústias mais recorrentes nos maus sonhos de todo mundo, interpretações à vontade. O terror da grande onda talvez tenha a ver com a nossa origem oceânica: ficou nas nossas células o medo secreto de que, cedo ou tarde, o mar arrependido virá nos pegar de volta.
Um dado que eu não sabia, e que aumenta o terror: a velocidade da tsunami é quase igual à de um jato. Foi, em parte, por isso que as ondas atingiram as costas de surpresa, sem aviso, e que houve tantas mortes. (...)
Observe a concordância da locução verbal logo no início do parágrafo do texto de Verissimo. Com relação às regras de concordância verbal estabelecidas pela norma padrão, está CORRETO dizer que:
O futuro segundo os brasileiros
Em 2050, o homem já vai ter chegado a Marte, e
comprar pacotes turísticos para o espaço será corri-
queiro. Em casa e no trabalho, vamos interagir regu-
larmente com máquinas e robôs, que também deve-
5 rão tomar o lugar das pessoas em algumas funções
de atendimento ao público, e, nas ruas, os carros te-
rão um sistema de direção automatizada. Apesar dis-
so, os implantes corporais de dispositivos eletrônicos
não serão comuns, assim como o uso de membros e
10 outros órgãos cibernéticos. Na opinião dos brasilei
ros, este é o futuro que nos aguarda, revela pesquisa
da empresa de consultoria OThink, que ouviu cerca
de mil pessoas em todo o país entre setembro e ou-
tubro do ano passado. [...]
15 De acordo com o levantamento, para quase me
tade das pessoas ouvidas (47%) um homem terá
pisado em Marte até 2050. Ainda nesse ano, 49%
acham que será normal comprar pacotes turísticos
para o espaço. Em ambos os casos, os homens es-
20 tão um pouco mais confiantes do que as mulheres,
tendência que se repete quando levadas em conta a
escolaridade e a classe social.
As respostas demonstram que a maioria da
população tem acompanhado com interesse esses
25 temas – avalia Wagner Pereira, gerente de inteli
gência Estratégica da OThink. – E isso também é
um sinal de que aumentou o acesso a esse tipo de
informação pelos brasileiros. [...]
– Nossa vida está cada vez mais automatizada
30 e isso ajuda o brasileiro a vislumbrar que as coisas
vão manter esse ritmo de inovação nos próximos
anos – comenta Pereira. – Hoje, o Brasil tem
quase 80 milhões de internautas e a revolução que a
internet produziu no nosso modo de viver, como esse
35 acesso maior à informação, contribui muito para esta
visão otimista do futuro.
Já a resistência do brasileiro quando o tema é
modificar o corpo humano é natural, analisa o exe-
cutivo. De acordo com o levantamento, apenas 28%
40 dos ouvidos creem que a evolução da tecnologia vai
levar ao desenvolvimento e uso de partes do corpo
artificiais que funcionarão melhor do que as naturais,
enquanto 40% acham que usaremos implantes ele-
trônicos para fins de identificação, informações sobre
45 histórico médico e realização de pagamentos, por
exemplo.
– Esse preconceito não é exclusividade dos
brasileiros – considera Pereira. – Muitos grupos
não gostam desse tipo de inovação. Romper a barrei-
50 ra entre o artificial e o natural, a tecnologia e o corpo,
ainda é um tabu para muitas pessoas. [...]
BAIMA, Cesar. O futuro segundo os brasileiros. O Globo,
14 fev. 2012. 1o Caderno, Seção Ciência, p. 30. Adaptado.
A concordância está de acordo com a norma-padrão em:
Leia o texto a seguir e responda às questões de nº 01 a 10.
Língua PORTUGUESA: MODO DE USAR
Há muito tempo me fascina a língua portuguesa falada e es-
crita nos hospitais, por médicos, enfermeiros, pacientes, ajudan-
tes diversos, visitas. Em 2006, publiquei um artigo sobre as bulas,
onde dizia: "As bulas de remédios são inúteis para os consumido-
5 res. Além de trazerem informações desnecessárias e assustado-
ras; vêm carregadas de advertências· confusas, que podem aba-
lar a confiança que os clientes têm nos médicos. O objetivo é for-
necer argumentos aos advogados dos laboratórios' em eventuais
ações judiciais. Os consumidores que se danem". E acrescenta-
10 va, então, que "a bula deveria prestar informações indispensáveis
aos consumidores. Mas não o faz com eficiência. A primeira difi-
culdade é o tamanho das letras. Quem lê as bulas? Quase sem-
pre pessoas mais velhas. Ou porque tomam aqueles remédios ou
porque vão administrá-los a quem, mesmo sabendo ler, não en-
15 tenderia o que ali vai escrito. Os laboratórios não pensaram nisso
ao escolher letras tão pequeninas; Ou pensaram e quiseram eco-
nomizar papel. Seus consltores diriam "otimizar recursos".
Pois agora a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) definiu um
novo modelo para as bulas. A resolução prescreve que deverão
20 ser impressas em letras Times New Roman, corpo 10, isto é, qua
se o dobro do atualmente usado. E terão um tipo de informações
para os pacientes e outra para os profissionais. Foram incluídas
também nove perguntas respondidas·, que explicam quais as indi-
cações do remédio e quais os males que ele pode causar.
25___Um remédio que tomo com frequência vem com o seguinte avi-
so: "Atenção fenilcetonúricos: contém fenilalanina".A maioria dos di-
donários comete o mesmo erro das bulas: tudo é explicado, nada é
entendido. "É uma doença devida a um defeito congênito do metabo-
lismo da fenilalanina, ou seja, digestão inadequada de um dos ele-
30 mentos da proteína do leite. Também se chama idiotia fenilpirúvica".
Assim diz a melhor explicação dos dicionáriós que consultei. Quanto
à Anvisa, está de parabéns, o que, aliás, negou a este professor e
escritor, um dos primeiros a se insurgir, na mídia, contra o descaso
que os laboratórios têm com os cidadãos que tomam remédios. Ali-
35 ás, os marqueteiros diriam clientes para os primeiros e produtos para
os segundos. Os eufemismos imperam em todo o meio. Em vez de
"este remédio pode matar" lemos "o produto pode causar óbito".
(Deonísio da Silva, Jornal do Brasil, 18 de setembro de 2009, adaptado)
"Há muito tempo me fascina a língua portuguesa falada e escrita nos hospitais..." (l.1/2) − quanto à concordância e em relação ao emprego do verbo fazer, está incorreta a frase: