Questões de Português - Concordância verbal, Concordância nominal para Concurso
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TEXTO 3
Em relação à concordância verbo-nominal, não é correto afirmar:
Julgue os itens a seguir, referentes às estruturas lingüísticas do texto.
I Sem se alterar o sentido do texto, seria gramaticalmente correto reescrever o trecho "pagava os seus erros" (L.4) como a seguir: pagava pelos seus erros.
II A substituição da forma verbal em "Há 500 anos" (L.5) pela forma verbal Fazem manteria a correção gramatical e o sentido do texto.
III Na linha 14, o uso da contração da preposição a com o artigo definido o no plural, em "aos", deve-se à exigência da forma verbal "prestamos".
IV A forma verbal "nadamos" (L.16) está no tempo passado do modo indicativo.
V O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso os termos "os primeiros" (L.16) e "os últimos" (L.17) fossem substituídos, respectivamente, por aqueles e estes.
A quantidade de itens certos é igual a
Entre as opções a seguir, que seqüencialmente formam um texto, assinale a que está gramaticalmente correta.
Considere o período e as afirmações abaixo.
A adoção de projetos bem elaborados fazem-se necessários para o bem da comunidade. I. Há um erro de concordância nominal. II. Há um erro de concordância verbal. Está correto o que se afirma emInstrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
No inverno, saúde dos animais exige maior atenção
01 ______ Se você ________ camadas e mais camadas de roupas, tira o edredon do armário para se cobrir
02 ....... noite e treme só de pensar em entrar no banho durante o inverno, saiba que não está só. Seu bicho de
03 estimação sofre e, em alguns casos, muito nos dias frios. E, ao contrário do bicho-homem, ele conta
04 somente com a ajuda dos tutores para se cuidar e manter uma boa saúde.
05 ______ A cantilena se repete ano a ano, mas não custa relembrar. Na época em que o frio bate à porta,
06 vírus e bactérias tornam-se mais resistentes e atacam os pontos mais expostos dos organismos. “Assim
07 como no ser humano, as doenças mais comuns nos animais estão relacionadas ao sistema respiratório e
08 ....... articulações, devido à baixa resistência típica da época”, explica Rodrigo Gonzáles, professor de
09 medicina veterinária na Universidade Anhembi Morumbi.
10______ Assim começam ....... principais doenças em cães e gatos: a traqueobronquite canina e o complexo
11 respiratório felino, ou rinotraqueíte. Elas são _________ por diferentes tipos de vírus e se espalham
12 rapidamente em locais fechados e de alta aglomeração de animais.
13 ______ Atenção aos filhotes
14 ______ As doenças de inverno não são nenhum bicho de sete cabeças, mas incomodam os animais e,
15 claro, assustam seus tutores. A atenção deve ser maior com os filhotes e com os mais idosos, devido à
16 baixa resistência. Infecções mal tratadas podem evoluir para pneumonias e broncopneumonias.
17______ A traqueobronquite causa tosse, espirros, febre, falta de apetite e coriza. A fácil disseminação a
18 apelidou de “doença dos canis”. Boa parte dos cachorros melhora por conta própria após o período de 3 a 4
19 dias. As vacinas regulares protegem os cães, mas não há prevenção específica.
20 ______ No inverno, é importante estimular os gatos a beberem água para evitar cistite inflamatória.
21 ______ Um conjunto de diferentes famílias de vírus ataca os felinos, causando inflamações nas vias
22 respiratórias (principalmente nas narinas) e garganta, caracterizando a rinotraqueíte. Há também casos
23 associados de conjuntivite. Para evitar o transtorno, sempre ________ se o gato está vacinado contra a
24 doença.
25 ______ Além dos problemas respiratórios, ....... dores nas articulações pioram a qualidade de vida dos cães,
26 principalmente os de maior porte como labrador, golden retrivier e pastor alemão. A constituição física dos
27 felinos faz deles menos propensos a essas inflamações. Em contrapartida, relembra o professor Gonzáles,
28 costumam apresentar cistite inflamatória no período. Uma forma de evitar é estimular o consumo de água
29 de forma lúdica, com garrafas conta-gotas ou vasilhas de vidro transparentes. “O movimento e o reflexo
30 atrai os gatos, estimulando-os a beber”, explica.
31 ______ Em casa, evite o frio
32 ______ Para o doutor Wilson Grassi, diretor da Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais
33 de São Paulo, os principais cuidados são na hora de proteger os animais das baixas temperaturas no dia a
34 dia. Isso deve ser feito com roupas, agasalhos, tapetes, cobertores, mas com consciência. “Não se pode
35 simplesmente deixar um animal vestido com uma mesma roupa por dias”, comenta o veterinário. .......
36 vestimentas devem ser postas apenas nos períodos mais frios e retiradas quando _________, para facilitar
37 a respiração da pelagem, escovação e limpeza da roupa.
38______ A secagem após o banho deve ser minuciosa para evitar a friagem.
39 ______ Mesmo menos expostos, cachorros de casa ou apartamento precisam de um tapete reforçado,
40 papelão ou colchonete grosso embaixo da cama para reduzir a passagem do frio. Para os que ficam no
41 quintal, o ideal é ter a casinha de madeira com elevação de cinco centímetros do chão e forrada por dentro.
42 A morada deve ficar embaixo de alguma cobertura para mantê-la aquecida.
43 ______ A alimentação reforçada também faz parte das medidas adotadas, exceto em animais muito acima
44 do peso. “Vale o esforço de oferecer uma ração mais concentrada no período” destaca Grassi. Mantenha os
45 passeios e demais hábitos de lazer, mas reduza os banhos. A secagem precisa ser minuciosa para não
46 deixar pelos úmidos. Para os animais de pelagem longa, o ideal é utilizar os serviços de um pet shop.
47 Tomados todos os cuidados, é curtir os dias frios ao lado do saudável e amado companheiro.
(Texto adaptado de www.anda.jor.br/2010/09/04)
Instrução: Para responder às questões 07 e 08, considere o seguinte fragmento textual:
Mesmo menos expostos, cachorros de casa ou apartamento precisam de um tapete reforçado, papelão ou colchonete grosso embaixo da cama para reduzir a passagem do frio. Para os que ficam no quintal, o ideal é ter a casinha de madeira com elevação de cinco centímetros do chão e forrada por dentro. A morada deve ficar embaixo de alguma cobertura para mantê-la aquecida.
Se a palavra sublinhada no fragmento acima passasse para sua forma singular, quantas outras palavras necessariamente sofreriam alteração para manutenção da concordância nominal e verbal?
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
No inverno, saúde dos animais exige maior atenção
01 ______ Se você ________ camadas e mais camadas de roupas, tira o edredon do armário para se cobrir
02 ....... noite e treme só de pensar em entrar no banho durante o inverno, saiba que não está só. Seu bicho de
03 estimação sofre e, em alguns casos, muito nos dias frios. E, ao contrário do bicho-homem, ele conta
04 somente com a ajuda dos tutores para se cuidar e manter uma boa saúde.
05 ______ A cantilena se repete ano a ano, mas não custa relembrar. Na época em que o frio bate à porta,
06 vírus e bactérias tornam-se mais resistentes e atacam os pontos mais expostos dos organismos. “Assim
07 como no ser humano, as doenças mais comuns nos animais estão relacionadas ao sistema respiratório e
08 ....... articulações, devido à baixa resistência típica da época”, explica Rodrigo Gonzáles, professor de
09 medicina veterinária na Universidade Anhembi Morumbi.
10______ Assim começam ....... principais doenças em cães e gatos: a traqueobronquite canina e o complexo
11 respiratório felino, ou rinotraqueíte. Elas são _________ por diferentes tipos de vírus e se espalham
12 rapidamente em locais fechados e de alta aglomeração de animais.
13 ______ Atenção aos filhotes
14 ______ As doenças de inverno não são nenhum bicho de sete cabeças, mas incomodam os animais e,
15 claro, assustam seus tutores. A atenção deve ser maior com os filhotes e com os mais idosos, devido à
16 baixa resistência. Infecções mal tratadas podem evoluir para pneumonias e broncopneumonias.
17______ A traqueobronquite causa tosse, espirros, febre, falta de apetite e coriza. A fácil disseminação a
18 apelidou de “doença dos canis”. Boa parte dos cachorros melhora por conta própria após o período de 3 a 4
19 dias. As vacinas regulares protegem os cães, mas não há prevenção específica.
20 ______ No inverno, é importante estimular os gatos a beberem água para evitar cistite inflamatória.
21 ______ Um conjunto de diferentes famílias de vírus ataca os felinos, causando inflamações nas vias
22 respiratórias (principalmente nas narinas) e garganta, caracterizando a rinotraqueíte. Há também casos
23 associados de conjuntivite. Para evitar o transtorno, sempre ________ se o gato está vacinado contra a
24 doença.
25 ______ Além dos problemas respiratórios, ....... dores nas articulações pioram a qualidade de vida dos cães,
26 principalmente os de maior porte como labrador, golden retrivier e pastor alemão. A constituição física dos
27 felinos faz deles menos propensos a essas inflamações. Em contrapartida, relembra o professor Gonzáles,
28 costumam apresentar cistite inflamatória no período. Uma forma de evitar é estimular o consumo de água
29 de forma lúdica, com garrafas conta-gotas ou vasilhas de vidro transparentes. “O movimento e o reflexo
30 atrai os gatos, estimulando-os a beber”, explica.
31 ______ Em casa, evite o frio
32 ______ Para o doutor Wilson Grassi, diretor da Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais
33 de São Paulo, os principais cuidados são na hora de proteger os animais das baixas temperaturas no dia a
34 dia. Isso deve ser feito com roupas, agasalhos, tapetes, cobertores, mas com consciência. “Não se pode
35 simplesmente deixar um animal vestido com uma mesma roupa por dias”, comenta o veterinário. .......
36 vestimentas devem ser postas apenas nos períodos mais frios e retiradas quando _________, para facilitar
37 a respiração da pelagem, escovação e limpeza da roupa.
38______ A secagem após o banho deve ser minuciosa para evitar a friagem.
39 ______ Mesmo menos expostos, cachorros de casa ou apartamento precisam de um tapete reforçado,
40 papelão ou colchonete grosso embaixo da cama para reduzir a passagem do frio. Para os que ficam no
41 quintal, o ideal é ter a casinha de madeira com elevação de cinco centímetros do chão e forrada por dentro.
42 A morada deve ficar embaixo de alguma cobertura para mantê-la aquecida.
43 ______ A alimentação reforçada também faz parte das medidas adotadas, exceto em animais muito acima
44 do peso. “Vale o esforço de oferecer uma ração mais concentrada no período” destaca Grassi. Mantenha os
45 passeios e demais hábitos de lazer, mas reduza os banhos. A secagem precisa ser minuciosa para não
46 deixar pelos úmidos. Para os animais de pelagem longa, o ideal é utilizar os serviços de um pet shop.
47 Tomados todos os cuidados, é curtir os dias frios ao lado do saudável e amado companheiro.
(Texto adaptado de www.anda.jor.br/2010/09/04)
Em qual das alternativas abaixo há um problema de concordância verbal?
Trecho para as questões 09 e 10.
“Pesquisas recentes mostram como situações estressantes leves ou moderadas melhoram a cognição e a memória, enquanto as fortes ou prolongadas as prejudicam.” (l. 12-13).
Assinale a opção cuja afirmação relativa à concordância verbal está INCORRETA.
TEXTO: asdasdasdasdasdasdasdasdasdasdasdasdasdsasdasdasdasdadsasd
a Convivas de boa memória
sdaHá dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
sdaNão, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.
sdaE antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.
sdaÉ que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas.
(Assis, de Machado. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65)
Na construção de uma das opções abaixo foi empregada uma forma verbal que segue o mesmo tipo de uso do verbo “haver” em “Há dessas reminiscências que não descansam...” (1º§). Assinale-a:
Leia o texto a seguir.
A criatividade de uma nação está ligada à capacidade de pensar e teorizar – o que requer uma boa educação – e, daí, partir para inventar e, depois, ir até as últimas conseqüências no fazer. E isso tudo operando em vários registros intelectuais e disciplinares, fazendo as pontes entre uns e outros.
(Castro, C. M. Origens da Riqueza Americana. Veja, 25/10/2000, com adaptações)
Se for empregada no plural a palavra “capacidades” (linha 02), para manter correta a concordância, é obrigatória a seguinte mudança:
Texto I
Por que cometemos atos falhos?
Por que você trocou o nome da namorada na hora H? Freud explica, mas é bom já saber que a neurociência discorda dele. Segundo a psicanalista Vera Warchavchik, a primeira explicação veio no livro Psicopatologia da vida cotidiana, de 1901, em que Freud descreveu o ato falho como uma confusão com um sentido maior por trás. Ou seja, para Freud, você fala “sem querer querendo”. Isso aí: todos temos nossos momentos Chaves.
Já a neurociência considera esse deslize um esquecimento corriqueiro sem nenhum significado especial. Ele acontece porque, ao contrário de uma filmadora, o cérebro não grava todos os mínimos detalhes dos acontecimentos, mas apenas as informações principais. Quando ativamos nosso banco de dados para buscar a situação completa, ele monta esses dados como se editasse um filme. E, para ligar uma coisa a outra, preenche as lacunas com algumas invenções. Pronto! É exatamente nesse momento que surgem as confusões, que, se pegarem mal, serão consideradas atos falhos. A contragosto dos psicanalistas, seriam simples e pequenos tilts na memória sem nenhuma razão oculta. Por isso, na próxima vez que der uma mancada na cama, diga que a culpa é do seu cérebro.
(Natália Kuschnaroff)
“...todos temos nossos momentos Chaves.” – o corretor de um editor de textos sublinhou a expressão “todos temos” como equivocada. Isso se justifica porque a concordância, nesse caso:
Leia o texto e responda às questões 4 a 10.
Eles sabem tudo. Será?
Nunca os adolescentes foram tão bem informados sobre sexo. Mas nem sempre eles levam a teoria à prática.
Há uma notícia ótima no campo do comportamento: pesquisas mostram que, quando os jovens de hoje vão fazer a iniciação sexual, já conhecem bem a teoria. A geração atual --- principalmente os adolescentes das classes A e B --- é provavelmente a mais bem informada sobre sexo em todos os tempos. Ela lê a respeito do assunto em revistas, suplementos de jornais e livros educacionais. Assiste a programação de TV que tiram dúvidas sobre sexo. Têm à disposição vários sites da internet que respondem a perguntas relativas ao tema. Por fim, a educação sexual já é obrigatória na maioria das escolas particulares e começa a se espalhar também pelo ensino público. Infelizmente, há uma notícia ruim, que é dada pelo psiquiatra paulista Jairo Bouer, referência da juventude quando o assunto é sexo. “Eles não conseguem processar toda essa massa de informações e, na hora H, fazem quase tantas burradas quanto à geração anterior”. Ele quer dizer que tanta teoria não se traduz necessariamente numa prática mais cuidadosa. O índice de gravidez na adolescência ainda cresce no país. E o uso de camisinha é abaixo do esperado, apesar de todas as campanhas de instituições públicas e privadas.
Quais as razões dessa distância entre a teoria e a prática? A primeira delas é óbvia: sexo não é só uma questão de informação, mas também de maturidade. É fundamental o adolescente conversar de maneira franca com quem está próximo a ele e pode passar a própria experiência sobre o assunto --- ou seja, os pais.
Outra questão é como falar a linguagem do jovem. O grosso das campanhas e dos programas de ensino, segundo especialistas, fracassa justamente nesse ponto. “A maior parte das escolas recorre a palestras, e elas são chatas”, avalia a médica Albertina Duarte Takiuti, do Hospital das Clínicas de São Paulo. {...}
Angélica Oliveira. Veja Especial Jovens, Seção Comportamento, São Paulo, 2001, págs. 24 e 25.
Na oração “Há uma notícia ótima no campo do comportamento”, o verbo “haver” não altera o sentido da concordância em:
A vida dos outros
Almoço fora todos os dias. Isso não é problema,
porque meu escritório fica em local muito movimenta-
do e com grande variedade de restaurantes. Em ge-
ral, prefiro aqueles que oferecem comida a quilo, essa
5 maravilhosa invenção moderna (há quem garanta ser
invenção brasileira) que permite comer na medida cer-
ta, sem desperdícios, e observar os pratos antes de
fazer a escolha.
Mas gosto dos restaurantes a quilo também por
10 outra razão: são feitos sob medida para os solitários.
Neles, reinam os introvertidos, os retraídos, os tími-
dos. Você entra, escolhe, pesa, se senta, come, paga
e vai embora. Se não quiser, não precisa conversar
com ninguém, emitir um som, pronunciar uma só pa-
15 lavra.
Talvez por isso, os restaurantes a quilo vivam api-
nhados de pessoas sozinhas. Neles, elas não têm
qualquer pudor de se sentar à mesa sem ter compa-
nhia, nem nos fins de semana, que é tempo de famí-
20 lia, amigos, congregação. Os restaurantes a quilo são
também muito frequentados por turistas, pois é um
conforto para eles entrar e comer num lugar em que
não precisam tentar se entender com pessoas que só
falam essa língua secreta chamada português.
25___O restaurante a quilo é o lugar onde a palavra é
supérflua e onde deveria reinar o silêncio. Pois é –
deveria. Mas o que ocorre é justamente o contrário. E
por quê? Por culpa do telefone celular.
Por alguma razão, as pessoas precisam falar ao
30 celular quando se sentam para comer. Resolvem as-
suntos pendentes, pedem informações, fazem enco-
mendas, fecham negócios ou mesmo batem papo com
o amigo ou amiga que não vêem há tempos – e tudo
isso enquanto mastigam e engolem o almoço. Pobres
35 estômagos.
E pobre de mim. Não consigo ficar indiferente ao
que está sendo dito nos celulares à minha volta. As-
sim que a conversa se estabelece, começo a prestar
atenção ao que está sendo dito e, daqui a pouco, qua-
40 se sem perceber, me vejo vivendo a vida dos outros.
Sofro, brigo, peço ou dou informação, falo de traba-
lho, marco reuniões, fico estressada com a mercado-
ria que não chegou – e tudo sem ter nada a ver com
isso.
45___Outro dia, durante um almoço, participei de duas
conversas inquietantes. A primeira foi quando uma jo-
vem na mesa à minha esquerda atendeu um telefone-
ma a respeito de uma encomenda. Do outro lado do
fio, alguém tinha dúvidas e queria que ela confirmas-
50 se certas coisas. Não consegui entender a que produ-
to se referiam, mas sei que a moça parou de comer e,
segurando o celular entre a orelha e o ombro, catou
na bolsa um caderninho e repetiu, aos gritos (a liga-
ção parecia estar ruim), números de série do artigo
55 encomendado. Enquanto isso, a comida em seu prato
esfriava. E a minha também. Como eu poderia comer
sem ver aquele assunto resolvido?
Mal ela desligou e já tocava o celular de outra
senhora, duas ou três mesas à minha frente. Estava
60 encoberta e não pude ver-lhe o rosto. Mas acompa-
nhei, acabrunhada, sua conversa sobre a amiga inter-
nada, que acabara de ser operada. Perdi a fome de
vez.
Com o advento do celular, minha vida ficou as-
65 sim. Já não tenho noção dos limites (onde acaba a
minha vida e começa a do outro?). Ou talvez tenham
sido as pessoas que perderam esses limites. Porque
a tecnologia transformou o mundo, mas não surgiram
novas regras para acompanhar as transformações.
70 Será que algum dia uma nova etiqueta vai entrar em
vigor, estabelecendo que é falta de educação falar
enquanto se almoça num restaurante (estando ou não
de boca cheia)? Espero que sim. Mas enquanto isso
não acontece, vou vivendo a vida dos outros.
SEIXAS, Heloisa. Disponível em: www.selecoes.com.br.
Acesso em: set. 2008. (Adaptado).
Assinale a sentença em que há ERRO na concordância nominal.
TEXTO: O TERCEIRO SETOR E AS FUNDAÇÕES
O Terceiro Setor envolve inúmeras organizações não governamentais que foram criadas para exercerem finalidade de interesse público, e por isso contam com o apoio do próprio Estado e da sociedade civil para custearem suas atividades.
Na presente pesquisa, elaboramos um estudo sobre a remuneração de “dirigentes” em fundações privadas e fundações públicas com personalidade jurídica de direito privado que recebem menos de 50% (cinquenta por cento) do Orçamento Público, enfocando aspectos legais, morais e o reflexo desta despesa no patrimônio das entidades, já que apresentam normalmente em seus quadros pessoas que são remuneradas para exercerem o comando da entidade.
Estudando essas fundações percebemos que as da área de educação, especificamente, têm se configurado mais como um tipo de empreendimento onde existe um hiato significativo entre a teoria e a prática. O seu surgimento foi caracterizado pela satisfação de uma necessidade coletiva, e sua regulação foi elaborada no sentido de dar respaldo e credibilidade à sua manutenção. No entanto, a má interpretação de alguns de seus dispositivos normativos, principalmente em função de interesses particulares, acabou por desvirtuar determinados procedimentos.
A insuficiência do Estado em sanar as necessidades da coletividade se estendeu também à fiscalização dessas instituições que, por serem consideradas instituições de grande utilidade e credibilidade, em função de sua finalidade pública, deixam de ser fiscalizadas com maior rigor, possibilitando abusos e disponibilização de recursos a quem não está realmente interessado em complementar as atividades estatais.
Como resultado da pesquisa, foi apresentado o reflexo da remuneração de dirigentes no patrimônio das fundações. O que se pode perceber, em primeiro lugar, foi a existência de pessoas remuneradas pertencentes aos órgãos de gestão, mesmo havendo vedação legal. A segunda constatação, não menos importante, é que os recursos despendidos na remuneração de dirigentes influenciam diretamente no resultado patrimonial das entidades, principalmente se for considerado que os benefícios fiscais podem ser cancelados.
É necessária uma revisão nos instrumentos normativos que regulam as fundações, bem como dos requisitos para obtenção de benefícios fiscais. Procedimentos de fiscalização e acompanhamento devem ser otimizados com o objetivo de dar maior credibilidade à atuação dessas instituições que, a cada dia, ganham mais importância em função de sua atuação, e da complexidade trazida pela desigualdade social.
SANTOS, Jair Alcides. In: http://www.scribd.com/doc/6486899/Revista-N11- Ministerio-Publico-SC-2007. Acesso em: 03/06/2006. Fragmento adaptado.
Quanto á concordância verbal e nominal, todas as frases estão corretas, exceto a:
SINGRANDO OS ARES
01 Esta vida airada de saltimbanco das letras ainda me mata.
02 Quando comecei a perpetrar meus livros, os escritores apenas escreviam. Hoje - é o que penso resignadamente, enquanto
03 afivelo o cinto e observo os letreiros de "não fumar" -, há períodos em que o escritor trabalha como funcionário do
04 departamento de vendas da editora e, nesse esforçado mister, às vezes viaja tanto que volta e meia, ao despertar num aposento
05 estranho, leva um certo tempo para descobrir em que cidade está. E eis-me de volta a um avião.
06 Nada como este avião, para lembrar como sou antigo. Tenho a impressão de que, se contasse o que eram as viagens de avião
07 dos velhos tempos, ia ser tido na conta de mentiroso. Escolha de menus na classe econômica, talheres de metal, pratos de
08 louça, refeições quentinhas, precedidas por aperitivos e acompanhadas por vinhos [...].
09 Ninguém pensava em problemas de segurança, não havia a revista e a inspeção a que hoje os passageiros têm de submeter-se.
10 Lembro com um arrepio o dia em que, por eu me encaixar à perfeição num tal perfil do terrorista que algum órgão de
11 segurança americano criou, quiseram me levar em cana em Chicago e quase levam mesmo, tendo os orixás me salvado pelo
12 gongo. E, desse tempo para cá, as coisas só fizeram piorar. Inevitável avaliar as pessoas que embarcaram comigo.
13 O de bigodinho que acaba de se sentar parece um pouco nervoso. Terá inserido em si um supositório explosivo, como agora
14 dizem que é a nova onda, em matéria de terrorismo? Quem vê cara não vê supositório. Só saberei, ou não, depois de chegarmos
15 ao destino.
16 Encaixei-me no que cinicamente chamam de poltrona e pressagiei o dia em que os comissários de bordo empregarão pés-de-
17 cabra para socar nos assentos os passageiros mais graudinhos. Isso com certeza será trombeteado como mais um serviço para
18 maior conforto do passageiro. Não há por que duvidar dessa possibilidade, pois é o mesmo tipo de argumento que vi faz pouco,
19 num comercial de tevê ou num anúncio de revista. Uma empresa agora não dá mais nada aos passageiros, com a possível
20 exceção de um copo de água de torneira. O resto é vendido, mas ela se gaba disso, enquanto anuncia um cardápio baratinho,
21 para os que tiverem uma queda de curva glicêmica durante o voo e precisarem comer alguma coisa. O que antes era incluído
22 no preço agora é cobrado à parte e isso é qualificado como vantagem para o passageiro.
23 Mas talvez a situação no Brasil não seja tão ruim. Já li sobre diversas novidades em matéria de viagem aérea que espero que
24 não sejam adotadas aqui. Uma delas é a cobrança pelo uso do banheiro do avião. Fico imaginando um passageiro sem um
25 vintém no bolso e sem cartão de crédito. Se o problema for xixi, menos mal, talvez. Pode dar para pedir aos demais que olhem
26 para o outro lado, enquanto a questão é resolvida da melhor forma viável, a necessidade é a mãe da invenção. Em casos mais
27 graves, quero crer que, movidos não tanto pela solidariedade quanto pelo instinto de sobrevivência, os passageiros nas
28 proximidades da vítima da infausta premência farão uma vaquinha para pagar o banheiro dela. Nada que, com boa vontade,
29 não possa ser resolvido e, como sempre, o mercado encontrará soluções.
30 Em outro exemplo, a companhia aérea cobra dobrado, se o traseiro do passageiro ultrapassa determinadas proporções. Isso
31 provavelmente é divulgado como um serviço espontâneo em prol da saúde pública, por incentivar a manutenção de um corpo
32 esbelto, sem enxúndias que façam mal ao organismo e ao bolso. No início, acredito que os gordinhos terão os fundilhos
33 medidos por funcionários especializados ou por nadegômetros eletrônicos, mas logo essa tarefa, por acarretar custos quiçá
34 onerosos, será repassada ao consumidor, que, ao comprar a passagem, terá de informar suas medidas posteriores, aceitando ter
35 de tomá-las novamente no check-in, nos casos em que houver a suspeita de que as declaradas não correspondam à realidade.
36 Não existe razão para crer que as mudanças vão parar aí. Não haverá de ser tão impossível assim que, ao menos em viagens
37 curtas como as entre o Rio e São Paulo, passem a ser aceitos passageiros em pé, como nos ônibus e trens urbanos. A preços
38 baixos, essas viagens talvez tivessem uma freguesia apreciável.
39 Quem sabe se, para quem more em Congonhas e se veja surpreendido em Guarulhos pela Mãe de Todos os Engarrafamentos,
40 não seria uma opção prática para voltar para casa antes da meia-noite. Mas chega de mau humor e caturrice, o avião já
41 aterrissou. Ligeiro sobressalto, depois que um comissário fez um pequeno discurso sobre a limpeza da aeronave para os
42 próximos passageiros. Seremos solicitados a realizar essa tarefa? Não, ainda não chegamos lá. Mas, dentro em breve, acho que
43 podemos esperar que nos cobrem uma porcentagem do valor do bilhete como taxa de faxina - mais um serviço de nossa
44 companhia aérea favorita.
RIBEIRO, João Ubaldo. Singrando os ares. O Globo, Domingo, 25 out. 2009.
Observe a concordância nominal no trecho: "O de bigodinho que acaba de se sentar parece um pouco nervoso" (e. 13) e assinale a alternativa em que a concordância NÃO é aconselhável, do ponto de vista da norma culta.
SINGRANDO OS ARES
01 Esta vida airada de saltimbanco das letras ainda me mata.
02 Quando comecei a perpetrar meus livros, os escritores apenas escreviam. Hoje - é o que penso resignadamente, enquanto
03 afivelo o cinto e observo os letreiros de "não fumar" -, há períodos em que o escritor trabalha como funcionário do
04 departamento de vendas da editora e, nesse esforçado mister, às vezes viaja tanto que volta e meia, ao despertar num aposento
05 estranho, leva um certo tempo para descobrir em que cidade está. E eis-me de volta a um avião.
06 Nada como este avião, para lembrar como sou antigo. Tenho a impressão de que, se contasse o que eram as viagens de avião
07 dos velhos tempos, ia ser tido na conta de mentiroso. Escolha de menus na classe econômica, talheres de metal, pratos de
08 louça, refeições quentinhas, precedidas por aperitivos e acompanhadas por vinhos [...].
09 Ninguém pensava em problemas de segurança, não havia a revista e a inspeção a que hoje os passageiros têm de submeter-se.
10 Lembro com um arrepio o dia em que, por eu me encaixar à perfeição num tal perfil do terrorista que algum órgão de
11 segurança americano criou, quiseram me levar em cana em Chicago e quase levam mesmo, tendo os orixás me salvado pelo
12 gongo. E, desse tempo para cá, as coisas só fizeram piorar. Inevitável avaliar as pessoas que embarcaram comigo.
13 O de bigodinho que acaba de se sentar parece um pouco nervoso. Terá inserido em si um supositório explosivo, como agora
14 dizem que é a nova onda, em matéria de terrorismo? Quem vê cara não vê supositório. Só saberei, ou não, depois de chegarmos
15 ao destino.
16 Encaixei-me no que cinicamente chamam de poltrona e pressagiei o dia em que os comissários de bordo empregarão pés-de-
17 cabra para socar nos assentos os passageiros mais graudinhos. Isso com certeza será trombeteado como mais um serviço para
18 maior conforto do passageiro. Não há por que duvidar dessa possibilidade, pois é o mesmo tipo de argumento que vi faz pouco,
19 num comercial de tevê ou num anúncio de revista. Uma empresa agora não dá mais nada aos passageiros, com a possível
20 exceção de um copo de água de torneira. O resto é vendido, mas ela se gaba disso, enquanto anuncia um cardápio baratinho,
21 para os que tiverem uma queda de curva glicêmica durante o voo e precisarem comer alguma coisa. O que antes era incluído
22 no preço agora é cobrado à parte e isso é qualificado como vantagem para o passageiro.
23 Mas talvez a situação no Brasil não seja tão ruim. Já li sobre diversas novidades em matéria de viagem aérea que espero que
24 não sejam adotadas aqui. Uma delas é a cobrança pelo uso do banheiro do avião. Fico imaginando um passageiro sem um
25 vintém no bolso e sem cartão de crédito. Se o problema for xixi, menos mal, talvez. Pode dar para pedir aos demais que olhem
26 para o outro lado, enquanto a questão é resolvida da melhor forma viável, a necessidade é a mãe da invenção. Em casos mais
27 graves, quero crer que, movidos não tanto pela solidariedade quanto pelo instinto de sobrevivência, os passageiros nas
28 proximidades da vítima da infausta premência farão uma vaquinha para pagar o banheiro dela. Nada que, com boa vontade,
29 não possa ser resolvido e, como sempre, o mercado encontrará soluções.
30 Em outro exemplo, a companhia aérea cobra dobrado, se o traseiro do passageiro ultrapassa determinadas proporções. Isso
31 provavelmente é divulgado como um serviço espontâneo em prol da saúde pública, por incentivar a manutenção de um corpo
32 esbelto, sem enxúndias que façam mal ao organismo e ao bolso. No início, acredito que os gordinhos terão os fundilhos
33 medidos por funcionários especializados ou por nadegômetros eletrônicos, mas logo essa tarefa, por acarretar custos quiçá
34 onerosos, será repassada ao consumidor, que, ao comprar a passagem, terá de informar suas medidas posteriores, aceitando ter
35 de tomá-las novamente no check-in, nos casos em que houver a suspeita de que as declaradas não correspondam à realidade.
36 Não existe razão para crer que as mudanças vão parar aí. Não haverá de ser tão impossível assim que, ao menos em viagens
37 curtas como as entre o Rio e São Paulo, passem a ser aceitos passageiros em pé, como nos ônibus e trens urbanos. A preços
38 baixos, essas viagens talvez tivessem uma freguesia apreciável.
39 Quem sabe se, para quem more em Congonhas e se veja surpreendido em Guarulhos pela Mãe de Todos os Engarrafamentos,
40 não seria uma opção prática para voltar para casa antes da meia-noite. Mas chega de mau humor e caturrice, o avião já
41 aterrissou. Ligeiro sobressalto, depois que um comissário fez um pequeno discurso sobre a limpeza da aeronave para os
42 próximos passageiros. Seremos solicitados a realizar essa tarefa? Não, ainda não chegamos lá. Mas, dentro em breve, acho que
43 podemos esperar que nos cobrem uma porcentagem do valor do bilhete como taxa de faxina - mais um serviço de nossa
44 companhia aérea favorita.
RIBEIRO, João Ubaldo. Singrando os ares. O Globo, Domingo, 25 out. 2009.
Considerando a concordância verbal no trecho: "...não havia a revista e a inspeção a que hoje os passageiros têm de submeter-se" (e. 9), assinale a alternativa que justifica o emprego do infinitivo pessoal flexionado.
Itália aposta no STF para extraditar Battisti
O governo da Itália decidiu considerar esgotadas todas as negociações com o Executivo brasileiro e apostar todas as suas fichas no Supremo Tribunal Federal para obter a extradição do terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana pelo assassinato de quatro pessoas.
Conforme a Folha apurou, a convocação do embaixador da Itália em Brasília, Michele Valensise, ocorreu com duas intenções. A primeira, para manifestar a “amargura” e a “decepção” pela decisão do governo brasileiro de conceder refúgio a Battisti. A outra foi operacional, para definir as formas de atuação junto ao STF.
Valensise chegou ontem a Roma e já se encontrou com o chanceler Franco Frattini para fazer um relato de seus contatos no Brasil e repassar as brechas que ainda existem para que Battisti seja extraditado.
O embaixador deverá ter novos encontros com autoridades do Executivo e do Judiciário italianos, mas a orientação do chanceler é que ele possa voltar a Brasília nos próximos dias.
Chamar o embaixador para consultas é, sob o ponto de vista diplomático, uma manifestação explícita de desagrado e de mal-estar. Apesar disso, a intenção da Presidência e da chancelaria italianas é concentrar suas críticas no ministro da Justiça, Tarso Genro, que decidiu pelo refúgio a Battisti, e assim mesmo reconhecer que, pela legislação brasileira, ele tinha de fato essa prerrogativa.
Na avaliação italiana, Tarso Genro não teria errado ao avocar para si a decisão, mas o mérito de sua medida tem de ser discutido. Pelos relatos levados pelo embaixador ao chanceler, não cabe ao STF julgar o mérito dos crimes cometidos por Battisti quando ele militava no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), mas cabem, sim, duas etapas de julgamento.
A primeira é se a concessão do refúgio com uma canetada do ministro elimina a análise do pedido de extradição feito pela Itália. Em caso afirmativo, o caso está encerrado e Battisti tem o direito de permanecer no Brasil. Em caso negativo, o STF deverá julgar a segunda fase, sobre a extradição em si.
O chanceler e o embaixador italianos repassaram o pedido e informaram ao seu governo que está “bem fundamentado, tem legitimidade” e, assim, boas chances de ser acatado pelo tribunal brasileiro.
Apesar da tensão, há duas manifestações distintas no governo e na chancelaria da Itália: uma para a opinião pública, dura e irritada contra o Brasil; a outra para Brasília, mais amena e política, justificando que a “dureza” é necessária para satisfazer a pressão interna. Tanto na avaliação do Planalto e do Itamaraty quanto na Embaixada da Itália em Brasília, um dos fatores para a atual crise tem sido o papel da imprensa, que, segundo os dois lados, tem atuado para “botar fogo” num clima já quente.
Uma das missões do embaixador é tentar apaziguar os ânimos. A ordem do presidente Lula aos ministros e assessores é silenciar sobre o assunto.
Ontem, Frattini afirmou a uma rádio italiana que “o Brasil é um país amigo da Itália e continuará sendo, mas a sua atitude neste caso não é aceitável. Iremos até o fim”. “Esperamos que o Brasil entenda as nossas razões”, disse o chanceler.
A Câmara dos Deputados da Itália aprovou ontem uma moção dos partidos governistas e de oposição exigindo que o Brasil revogue o refúgio.
Texto adaptado do jornal Folha de São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009. Brasil A7
Analise a concordância nas assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).
I. “...autoridades do Executivo e do Judiciário italianos...” também pode ser escrito “...autoridades do Executivo e do Judiciário italianas...”.
II. “...a intenção da Presidência e da chancelaria italianas...” também pode ser escrito “...a intenção da Presidência e da chancelaria italiana...”.
III. “O chanceler e o embaixador italianos...” também pode ser escrito “O chanceler e o embaixador italiano...”.
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
O mundo para todos
1_____ Durante debate recente, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu a pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como ponto de partida para uma resposta minha.
2_____ De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.
3_____ Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro.
4_____ Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.
5_____ Da mesma forma, o capital financeiro de países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
6_____ Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
7_____ Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniram o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos Estados Unidos. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria ser do mundo inteiro.
8_____ Se os Estados Unidos querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos Estados Unidos. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
9_____ Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos Estados Unidos têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança no mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que O mundo para todos merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.
10____ Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
11____ Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
Cristovam Buarque. O Globo, 23 de outubro de 2000.
Apenas uma alternativa apresenta corretamente o plural das palavras grifadas. Assinale-a.
“O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro.”
“Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano.”
Atenção: As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto abaixo:
Cuidado: o uso desse aparelho pode produzir violência
A revista Science publicou, em 2002, o relatório de uma pesquisa coordenada por Jeffrey Johnson, da Universidade de Colúmbia, em Nova York. O estudo mostra uma relação significativa entre o comportamento violento e o número de horas que um sujeito (adolescente ou jovem adulto) passa assistindo à TV.
Pela pesquisa de Johnson, os televisores deveriam ser comercializados com um aviso, como os maços de cigarros: cuidado, a exposição prolongada à tela desse aparelho pode produzir violência.
Estranho? Nem tanto. É bem provável que a fonte de muita violência moderna seja nossa insubordinação básica: ninguém quer ser ou continuar sendo quem é. Podemos proclamar nossa nostalgia de tempos mais resignados, mas duvido que queiramos ou possamos renunciar à divisão constante entre o que somos e o que gostaríamos de ser.
Para alimentar nossa insatisfação, inventamos a literatura e, mais tarde, o cinema. Mas a invenção mais astuciosa talvez tenha sido a televisão. Graças a ela, instalamos em nossas salas uma janela sobre o devaneio, que pode ser aberta a qualquer instante e sem esforço.
Pouco importa que fiquemos no zapping (*) ou que paremos para sonhar em ser policiais, gângsteres ou apenas nós mesmos (um pouco piores) no Big brother. A TV confirma uma idéia que está sempre conosco: existe outra dimensão, e nossas quatro paredes são uma jaula. A pesquisa de Johnson constata que, à força de olhar, podemos ficar a fim de sacudir as barras além do permitido. Faz sentido.
(*) zapping = uso contínuo do controle remoto.
(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)
Preserva-se plenamente a concordância verbal na frase:
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância nominal.
( ) É necessário a devida cautela com certas previsões.
( ) As informações vêm acompanhadas do endosso e confirmação exigidos.
( ) Conseguimos na internet bastante dados sobre o autor.
Assinale a sequência correta.