Questões de Português - Crase para Concurso

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Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Oficial de Justiça |
Q2307853 Português
O significado de conviver com o semiárido

      O sentido da expressão “convivência com o semiárido”, em uma primeira visão ou leitura, pode levar a uma compreensão equivocada: viver no semiárido, sofrendo com a problemática das mudanças climáticas que tanto aflige, principalmente, os agricultores e agricultoras de base familiar.
    Mas o sentido real da expressão “convivência com o semiárido” traz em seu arcabouço o real significado sociotransformador: viver buscando transformar os obstáculos provocados pelas mudanças climáticas e pelas injustiças sociais em oportunidades para mudar as condições de vida a partir de transformações no comportamento. Isso inclui premissas como o cuidado com o meio ambiente para uma vida digna, evitando que a região venha a se constituir um deserto.
      É grande a riqueza de possibilidades, de caminhos, de alternativas que já foram geradas. São frutos das lutas populares, dos trabalhos pastorais, comunidades eclesiais de base etc., a partir das quais muitas organizações sociais nasceram e permanecem até hoje. Elas mobilizam os agricultores e agricultoras, promovendo trocas de experiência e qualificando-os a partir da estratégia de construção coletiva do conhecimento.
      Essas organizações sociais geram reais possibilidades de se conviver com o semiárido e ter vida digna, sobretudo a partir da produção agroecológica, da transição energética, da captação e manejo de água de chuva, que gera vida não só para os seres humanos, mas para todos que habitam o semiárido no bioma caatinga.

(José Dias, “O significado de conviver com o semiárido”. Folha de S.Paulo, 10.08.2023. Adaptado)
O uso do acento indicativo da crase atende à norma-padrão em: 
Alternativas
Q2307688 Português
A igualação e a desigualdade

    A ditadura da sociedade de consumo exerce um totalitarismo simétrico ao de sua irmã gêmea, a ditadura da organização desigual do mundo.
     A maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano, que se reconhece em suas diferenças e através delas se vincula. O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as diferentes músicas da vida, suas dores e cores: as mil e uma maneiras de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar, dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.
      A igualação, que nos uniformiza e nos apalerma, não pode ser medida. Não há computador capaz de registrar os crimes cotidianos que a indústria da cultura de massas comete contra o arco-íris humano e o humano direito à identidade. Mas seus demolidores progressos saltam aos olhos. O tempo vai se esvaziando de história e o espaço já não reconhece a assombrosa diversidade de suas partes. Através dos meios massivos de comunicação, os donos do mundo nos comunicam a obrigação que temos todos de nos contemplar num único espelho, que reflete os valores da cultura de consumo.
      Quem não tem não é: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.


(Eduardo Galeano, De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso)
Assinale a alternativa em que o trecho destacado pode ser substituído pelo que está entre colchetes, segundo a norma-padrão de emprego do sinal indicativo de crase. 
Alternativas
Q2307080 Português
Assinale a alternativa que apresenta uso obrigatório do sinal de crase.
Alternativas
Q2307079 Português
Analise as afirmativas abaixo sobre o uso correto do sinal de crase.
I. Devo minha vida àquele médico.
II. Eu fiquei mais confiante à medida que falava.
III. Aqueles professores não aderiram a greve.
IV. A aula à qual assisti foi maravilhosa.
Estão corretas as afirmativas:
Alternativas
Q2303721 Português

    O homem, desde que se reconheceu como ser social, criou maneiras de se comunicar com seus semelhantes e viver confortavelmente. Das primeiras tecnologias até os modernos processos na construção de uma televisão, de um computador, do funcionamento da internet, foi percorrido um longo caminho. A eletricidade contribuiu e contribui de modo decisivo para essas e outras invenções que são grandes conquistas. Podemos dizer que o uso da eletricidade, de certa forma, aproxima os indivíduos, pois o mundo está interligado por redes que dependem da eletricidade para seu funcionamento. Exemplo, redes de computadores.  

       As distâncias parecem ter encurtado devido _____ facilidade de comunicação entre lugares longínquos. Por exemplo, a televisão, por meio de seus programas, nos mostra o que acontece no mundo, muitas vezes em tempo real, ocorrendo o mesmo com a internet. É possível curtir _____ emoções ao vivo, sem sair de casa.

       Hoje, o desenvolvimento científico e tecnológico depende da produção de energia elétrica, e isso afeta o nosso modo de vida, visto que somos seres dependentes dos avanços possibilitados por tal energia.

     Obtemos a energia elétrica através de um gerador, que transforma outras modalidades de energia em energia elétrica, como: usinas hidroelétricas, termoelétricas, até pilhas e baterias.

     São questões que merecem atenção de nossa parte, pois as construções de usinas hidroelétricas e termoelétricas, por um lado, nos trazem conforto; mas, por outro, podem nos trazer consequências por conta das alterações no meio ambiente.

      Em resumo, a eletricidade tem sido o motor de nossa busca por comunicação e conforto ao longo da história. Ela encurtou distâncias, nos permitiu assistir ao vivo o que acontece no mundo e ________________ o desenvolvimento científico e tecnológico. No entanto, devemos ponderar cuidadosamente os impactos ambientais de nossa dependência energética, especialmente no contexto da construção de usinas, buscando um equilíbrio entre avanços e sustentabilidade.


(Fonte: Secretaria de Estado da Educação — adaptado.)

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto CORRETAMENTE:
Alternativas
Q2303292 Português

Em relação ao uso ou não da crase, analise as afirmativas abaixo.


I. Ele se declarou a uma cliente.

II. Sairemos a meia noite.

III. Ele se mostrou favorável a medida.

IV. Acabou o pão. Vou à padaria.



Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2303178 Português

Em relação ao uso ou não da crase, analise as afirmativas abaixo.


I. O pagamento foi feito à prazo.

II. A partida terá início às 20h.

III. Vou a Espanha.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2301287 Português
         A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda, pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
       Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
          As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
        Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos. Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é totalmente revelado.

(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/ index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Dentre as alterações sugeridas a seguir, a norma-padrão pode ser observada apenas em: 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Sinimbu - RS Provas: OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Procurador Jurídico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Física | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Educação Infantil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ensino Religioso | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Geografia | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – História | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Letras Português | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Matemática | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Analista de Recursos Humanos | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Assistente Social | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Auditor Tributário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Cirurgião Dentista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Contador | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Controlador Interno | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Enfermeiro | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Engenheiro Civil | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Farmacêutico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Clínico Geral | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Médico Veterinário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Nutricionista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicopedagogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Psicólogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Arte | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Atendimento Educacional Especializado - AEE | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Sinimbu - RS - Professor – Ciências |
Q2300731 Português

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto abaixo CORRETAMENTE:


Uma das principais dicas apontadas pelos astrônomos para isso é a cor do ponto de interrogação. A tonalidade mais avermelhada indica que o objeto _____ bastante afastado e lembra outras galáxias do espaço profundo detectadas no último ano pelas câmeras do ______________. A cor do objeto é semelhante ____ cor de outras galáxias de fundo que aparecem na imagem. Isso indica que estão mais ou menos na mesma distância e se formaram na mesma época.

(Fonte: G1 — adaptado.)
Alternativas
Q2298483 Português




(Disponível em: uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/06/26/os-desafios-de-descobrir-uma-doencacronica.htm – texto adaptado especialmente para esta prova). 

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 08, 10 e 26. 
Alternativas
Q2296932 Português
Texto 1


A inteligência artificial pode superar a humana? Entenda o que é singularidade tecnológica

Por Amanda Lemos

    O conceito da Singularidade Tecnológica, que descreve um momento futuro de aceleração tecnológica exponencial, é explorado neste texto. Nesse cenário, máquinas e sistemas com inteligência artificial (IA) podem superar a compreensão e o controle humanos, resultando em mudanças profundas na sociedade.
     A Enciclopédia Britannica define a Singularidade Tecnológica como conceito que descreve um momento hipotético no futuro em que o progresso tecnológico atinge um ponto de rápida e exponencial aceleração.
      O termo foi popularizado pelo matemático e cientista da computação e escritor de ficção científica Vernor Vinge. Ele introduziu o conceito pela primeira vez em seu ensaio “A Singularidade Tecnológica”, publicado em 1993 na revista Whole Earth Review, no qual ele discutiu a ideia de um ponto iminente no futuro em que o rápido avanço da tecnologia poderia levar a mudanças drásticas na sociedade. Vinge ainda afirma que as futuras redes de informação e interfaces entre humanos e máquinas trarão consigo novas qualidades e uma realidade drasticamente alterada
     No entanto, ele enfatiza que a chegada iminente da singularidade tecnológica é envolta em incerteza. Mesmo que possamos prever a sua aproximação, Vinge alega que é impossível antecipar de maneira específica como essa transformação se desenrolará. Ele utiliza a analogia de um “muro opaco através do futuro” para ilustrar isso.
       Vinge descreve a singularidade como transcendental, indo além da compreensão humana. Ele argumenta que o resultado dessa transformação será tão radicalmente diferente que os parâmetros convencionais do bem e do mal não se aplicarão adequadamente.
         O também americano Ray Kurzweil contribui para a discussão. Ele compartilha a visão de Vinge, mas acredita que o otimismo deste último sobre o avanço tecnológico foi exagerado. Kurzweil prevê uma inteligência artificial super-humana que liderará a jornada para a Singularidade.
          Ele destaca a importância da biologia, criônica e medicina, prevendo que a convergência dessas áreas permitirá a superação de doenças e até a busca da imortalidade tecnológica. Além disso, Kurzweil explora a “ciberimortalidade”, em que os registros digitais dos pensamentos humanos persistem após a morte. Ele explora a possibilidade de que os seres humanos possam continuar a existir de forma espiritual mesmo após a morte física, por meio do upload de registros digitais contendo seus pensamentos e emoções para sistemas de armazenamento de longa duração.
           Segundo Vinge, dentro de 30 anos da publicação de seu texto, ou seja, 2023, teríamos os meios tecnológicos para criar uma inteligência super-humana. “Pouco depois, a era humana chegará ao fim”, conclui. 
           Kurzweil prevê que até o ano de 2045 testemunharemos a mais significativa virada tecnológica na história da humanidade: uma que, em questão de poucos anos, poderá remodelar as bases institucionais e fundamentos da sociedade, redefinindo completamente nossa autoimagem como seres humanos.

Publicado em 20/08/2023. Adaptado de https://exame.com/inteligencia-artificial/ainteligencia-artificial-pode-superar-a-humana-entenda-o-que-e-singularidadetecnologica/. Acesso em: 22/08/23.
As normas sobre o uso do acento indicativo de crase estão corretamente empregadas na frase: 
Alternativas
Q2296169 Português


(Disponível em: biblioo.info/as-bibliotecas-e-suas-diversas-funcoes/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 01, 10 e 29.
Alternativas
Q2295272 Português
Texto 1

Vidas Secas
Graciliano Ramos

Capítulo III – Cadeia (fragmento)

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.
Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu-as na algibeira, dirigiu-se à bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás.
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: - Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
(...)
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua.
Debaixo do jatobá do quadro taramelou com Sinhá Rita louceira, sem se atrever a voltar para casa. Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitória? Forjava uma explicação difícil. Perdera o embrulho da fazenda, pagara na botica uma garrafada para Sinhá Rita louceira. Atrapalhava-se tinha imaginação fraca e não sabia mentir. Nas invenções com que pretendia justificar-se a figura de Sinhá Rita aparecia sempre, e isto o desgostava. Arruinaria uma história sem ela, diria que haviam furtado o cobre da chita. Pois não era? Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. Contaria simplesmente que o lenço das notas ficara no bolso do gibão e levara sumiço. Falaria assim: - "Comprei os mantimentos. Botei o gibão e os alforjes na bodega de seu Inácio. Encontrei um soldado amarelo" Não, não encontrara ninguém. Atrapalhava-se de novo. Sentia desejo de referir-se ao soldado, um conhecido velho, amigo de infância. A mulher se incharia com a notícia. Talvez não se inchasse. Era atilada, notaria a pabulagem. Pois estava acabado. O dinheiro fugira do bolso do gibão, na venda de seu Inácio. Natural.
(...)
Afinal para que serviam os soldados amarelos? Deu um pontapé na parede, gritou enfurecido. Para que serviam os soldados amarelos? Os outros presos remexeram-se, o carcereiro chegou à grade, e Fabiano acalmou-se: - Bem, bem. Não há nada não.
(...)
Fabiano gritou, assustando o bêbedo, os tipos que abanavam o fogo, o carcereiro e a mulher que se queixava das pulgas. Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastálos? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
- Arreda!

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 
Assinale a única alternativa em que ocorre erro no uso do acento indicativo de crase.
Alternativas
Q2295099 Português

Só quem pode me cancelar sou eu


Por Martha Medeiros






(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/martha-medeiros/ – texto adaptado

especialmente para esta prova).


Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 15, 30 e 35.
Alternativas
Q2294922 Português
A opção em que o acento indicativo da crase não procede é:
Alternativas
Q2294841 Português
Assinale a única alternativa correta em relação ao uso do acento indicativo de crase. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Esperança do Sul - RS Provas: OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Procurador | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Odontólogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Nutricionista | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Médico Veterinário | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Fisioterapeuta | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Assistente Social | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Contador | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Psicólogo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Português | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Artes | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Engenheiro Agrônomo | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Ciências | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Educação Especial | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Educação Física | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Educação Infantil e Anos Iniciais | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Geografia | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – História | OBJETIVA - 2023 - Prefeitura de Esperança do Sul - RS - Professor – Inglês |
Q2293150 Português

Dadas as frases abaixo, assinalar a alternativa CORRETA:


I. Ela cheira à flor.

II. Ela cheira a flor.

Alternativas
Q2292000 Português
Dom Casmurro

        Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
        – Continue, disse eu acordando.
        – Já acabei, murmurou ele.
        – São muito bonitos.
        Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamamme assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” – “Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”
        Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.

(Fonte: Machado de Assis — adaptado.)
A respeito do uso de crase, assinalar a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2291497 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
No fragmento “Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento [...]” (2º§), ocorre o emprego do sinal indicativo de crase. Sobre o acento grave indicador de crase, assinale a afirmativa INCORRETA. 
Alternativas
Q2291435 Português

Leia a tirinha a seguir para responder à questão.





(Disponível em: https://1.bp.blogspot.com/-y6nDD4pknSI/YT43hzDR2tI/AAAAAAAAOD4/tA0R7L-zZyAJNh4YF8-TXImj6JAD_jI5ACLcBGAsYHQ/ s320/DOLCE.jpg.)
O uso da crase na expressão “à toa” presente na tirinha está:
Alternativas
Respostas
121: D
122: C
123: D
124: B
125: B
126: D
127: C
128: B
129: A
130: D
131: C
132: A
133: C
134: E
135: B
136: B
137: C
138: D
139: B
140: C