Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Ano: 2024 Banca: IBADE Órgão: CRMV-ES Prova: IBADE - 2024 - CRMV-ES - Agente Fiscal |
Q2448240 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.

Os guaranis e a fundação de São Paulo

Tenho ouvido muitas memórias guaranis, especialmente sobre a cidade de São Paulo
Txai Suruí | 15.mar.2024

Que a história foi contada pelo outro lado e que nós sofremos um apagamento histórico vocês já sabem, por isso falo tanto da importância das nossas narrativas e de recontar essa história. E a memória é essencial para todos nós, sociedade indígena e não indígena.
[Ela] é condutora para entendermos o presente e construirmos o futuro que queremos. Por isso sempre atento às histórias que são recontadas pelos mais velhos e por outros povos de Abya Yala. Ultimamente, por causa do meu amado, ando ouvindo muitas memórias guaranis, especialmente de São Paulo.
O Pátio do Colégio é um local emblemático e de grande importância histórica para a cidade de São Paulo e para o Brasil como um todo. Ele marca o local onde os jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega fundaram o colégio que viria a ser o ponto inicial da cidade, em 25 de janeiro de 1554.
Originalmente criado como um núcleo de educação religiosa e de CONVERÇÃO/CONVERSÃO dos indígenas ao catolicismo, o Pátio do Colégio desempenhou papel central no processo da colonização portuguesa no Brasil e nas dinâmicas de interações com os povos indígenas, particularmente os guaranis.
Os jesuítas buscavam CATEQUIZAR/CATEQUISAR os guaranis, ensinando-[lhes] a língua portuguesa e a religião católica, e com eles aprendiam habilidades em agricultura e artesanato. Mas essa interação não foi isenta de violência e exploração. Na verdade, houve um complexo panorama de relações, que inclui resistência, ADAPTAÇÃO/ADAPITAÇÃO e, infelizmente, muito abuso.
Os jesuítas [os] organizavam em aldeias, conhecidas como "reduções", onde os guaranis deveriam seguir as regras e os modos de vida europeus. Essa abordagem missionária resultou na perda de aspectos significativos das culturas indígenas, incluindo crenças, línguas e maneiras tradicionais de vida.
Além disso, os europeus trouxeram doenças contra as quais os guaranis não tinham imunidade, provocando drástica redução populacional. Enquanto isso, no âmbito da colonização mais ampla, os guaranis enfrentavam outras formas severas de exploração. Muitos foram mortos e muitos foram capturados nas expedições chamadas "bandeiras", organizadas por colonos de origem portuguesa para escravizá-los. 
É essencial reconhecer que a fundação de São Paulo, representada simbolicamente pelo Pátio do Colégio, marca não apenas o início de uma cidade, mas também uma era de encontros culturais complexos que têm implicações até hoje.
O legado dos guaranis e a violência que eles sofreram e sofrem é uma parte integral da história de São Paulo e do Brasil que precisa estar na memória, para a história, a reparação e a justiça.

Txai Suruí - Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia


SURUÍ, Txai. Os guaranis e a fundação de São Paulo. Folha de São Paulo, 15 de março de 2024. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txaisurui/2024/03/a-historia-e-seus-narradores.shtml. Acesso em: 16 mar. 2024. Adaptado.
Segundo as informações explicitadas nesse artigo, pode-se considerar que o encontro cultural entre os europeus e os povos originários do Brasil NÃO teve um viés.
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Q2448189 Português
Leia o texto a seguir.
Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: <https://www.gironews.com/farma-cosmeticos/onde-tem-amortem-beleza-53049/>. Acesso em: 04 fev. 2024.

Nesse anúncio publicitário, o texto verbal não segue as prescrições da gramática normativa, pois se emprega o verbo “ter” para substituir o verbo “haver”. Essa reprodução da linguagem oral na escrita, considerando o gênero anúncio, objetiva
Alternativas
Q2448182 Português
Leia o Texto 2 para responder à questão.

Texto 2

Evocação do Recife


A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nó
s O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada…

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Nesse poema, o eu poético apresenta uma reflexão acerca das variações linguísticas próprias do português brasileiro em relação ao português europeu. Segundo a perspectiva do eu poético,
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Q2448094 Português
A epidemia da exaustão


A sensação prolongada de cansaço que acomete tanta gente prejudica a vida pessoal, dificulta
relacionamentos, minando a criatividade e o desenvolvimento de projetos pessoais.


         Como acontece com qualquer situação endêmica, a exaustão e o estresse não influenciam apenas os indivíduos - também têm consequências culturais, sociais e econômicas. De forma geral, acredita-se que o prejuízo anual decorrente de faltas ao trabalho, baixa produtividade, acidentes e doenças causadas pelo problema ultrapasse US$ 300 bilhões nos Estados Unidos e US$ 265 bilhões na Europa.
        “No Brasil estimamos que poderia haver uma economia de até 34% dos gastos com saúde se fossem diminuídos os índices de estresse ocupacional”, acredita a psicóloga Ana Maria Rossi, especialista no estudo do estresse e presidente da Isma-Brasil.
       O investimento nessa área por parte dos serviços de saúde, entretanto, é pouco expressivo. De acordo com Rossi, entre as razões para isso destaca-se a ausência de um diagnóstico correto que levante prioridades e necessidades dos funcionários.
         Nos primeiros estudos sobre estresse no trabalho, realizados na década de 50, o indivíduo era considerado de forma passiva, como se estivesse apenas exposto ao desgaste. Hoje em dia, entretanto, algumas organizações tendem a ir para o extremo oposto, acreditando que o estresse ocupacional deve ser preocupação exclusiva do trabalhador.
       Novos modelos propostos na década de 80 partem da ideia de que o ser humano lida ativamente com as situações estressantes, o que implica a necessidade de avaliação da própria rotina, mas também requer o comprometimento das empresas, como oferecer grupos de conversa e apoio, orientados por psicólogos, em que as pessoas tenham a oportunidade de falar sobre seus receios e angústias.
       Um recurso bastante eficiente é a participação em cursos e workshops de meditação, que favorece a capacidade de lidar com o estresse, fortalecer o sistema imunológico e a capacidade de concentração.
          Da parte do profissional, cabe cuidar de si mesmo. “Tirar férias apenas a cada 11 meses, por exemplo, costuma ser prejudicial; nesse intervalo o nível de estresse acumulado atinge patamares muito altos”, afirma Rossi. Segundo a especialista, períodos menores de descanso, divididos ao longo do ano, podem ser mais benéficos à saúde.
          Não é só o trabalho que faz mal à saúde da mente. A ausência de uma fonte de renda também é extremamente prejudicial. A maioria das pessoas que perderam seus postos de trabalho sofre com sintomas de angústia, baixa autoestima, ansiedade e medo.
        Segundo uma pesquisa desenvolvida em 2018 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas capitais brasileiras, a ansiedade afeta 70%; o estresse, 64% e o desânimo, 60% dos entrevistados. Vale lembrar que no Brasil existem hoje mais de 12 milhões de desempregados, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
        A pesquisa revela que a falta de emprego afeta diretamente a saúde física: 47% das pessoas relatam alteração de apetite e 35%, desequilíbrio da pressão arterial. É fundamental que esse momento da vida seja encarado como transitório e, apesar das dificuldades, a pessoa aproveite o tempo livre de forma construtiva, por exemplo para fazer atividade física, reavivar sua rede de contatos, ler e estudar.
      Centrar-se no aqui e no agora usando técnicas simples e eficazes de meditação atenção plena ajuda a afastar o estresse. Simples e sem contraindicações, a prática pode ser feita por alguns minutos, várias vezes ao dia.


(Gláucia Leal. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/. Acesso em: 05/02/2024.)
Um recurso bastante eficiente é a participação em cursos e workshops de meditação, [...]” (6º§) No trecho, a palavra bastante é invariável por ter valor semântico de advérbio. Assinale a alternativa em que a palavra destacada tem o mesmo valor semântico.
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Q2448093 Português
A epidemia da exaustão


A sensação prolongada de cansaço que acomete tanta gente prejudica a vida pessoal, dificulta
relacionamentos, minando a criatividade e o desenvolvimento de projetos pessoais.


         Como acontece com qualquer situação endêmica, a exaustão e o estresse não influenciam apenas os indivíduos - também têm consequências culturais, sociais e econômicas. De forma geral, acredita-se que o prejuízo anual decorrente de faltas ao trabalho, baixa produtividade, acidentes e doenças causadas pelo problema ultrapasse US$ 300 bilhões nos Estados Unidos e US$ 265 bilhões na Europa.
        “No Brasil estimamos que poderia haver uma economia de até 34% dos gastos com saúde se fossem diminuídos os índices de estresse ocupacional”, acredita a psicóloga Ana Maria Rossi, especialista no estudo do estresse e presidente da Isma-Brasil.
       O investimento nessa área por parte dos serviços de saúde, entretanto, é pouco expressivo. De acordo com Rossi, entre as razões para isso destaca-se a ausência de um diagnóstico correto que levante prioridades e necessidades dos funcionários.
         Nos primeiros estudos sobre estresse no trabalho, realizados na década de 50, o indivíduo era considerado de forma passiva, como se estivesse apenas exposto ao desgaste. Hoje em dia, entretanto, algumas organizações tendem a ir para o extremo oposto, acreditando que o estresse ocupacional deve ser preocupação exclusiva do trabalhador.
       Novos modelos propostos na década de 80 partem da ideia de que o ser humano lida ativamente com as situações estressantes, o que implica a necessidade de avaliação da própria rotina, mas também requer o comprometimento das empresas, como oferecer grupos de conversa e apoio, orientados por psicólogos, em que as pessoas tenham a oportunidade de falar sobre seus receios e angústias.
       Um recurso bastante eficiente é a participação em cursos e workshops de meditação, que favorece a capacidade de lidar com o estresse, fortalecer o sistema imunológico e a capacidade de concentração.
          Da parte do profissional, cabe cuidar de si mesmo. “Tirar férias apenas a cada 11 meses, por exemplo, costuma ser prejudicial; nesse intervalo o nível de estresse acumulado atinge patamares muito altos”, afirma Rossi. Segundo a especialista, períodos menores de descanso, divididos ao longo do ano, podem ser mais benéficos à saúde.
          Não é só o trabalho que faz mal à saúde da mente. A ausência de uma fonte de renda também é extremamente prejudicial. A maioria das pessoas que perderam seus postos de trabalho sofre com sintomas de angústia, baixa autoestima, ansiedade e medo.
        Segundo uma pesquisa desenvolvida em 2018 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas capitais brasileiras, a ansiedade afeta 70%; o estresse, 64% e o desânimo, 60% dos entrevistados. Vale lembrar que no Brasil existem hoje mais de 12 milhões de desempregados, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
        A pesquisa revela que a falta de emprego afeta diretamente a saúde física: 47% das pessoas relatam alteração de apetite e 35%, desequilíbrio da pressão arterial. É fundamental que esse momento da vida seja encarado como transitório e, apesar das dificuldades, a pessoa aproveite o tempo livre de forma construtiva, por exemplo para fazer atividade física, reavivar sua rede de contatos, ler e estudar.
      Centrar-se no aqui e no agora usando técnicas simples e eficazes de meditação atenção plena ajuda a afastar o estresse. Simples e sem contraindicações, a prática pode ser feita por alguns minutos, várias vezes ao dia.


(Gláucia Leal. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/. Acesso em: 05/02/2024.)
Em relação à porcentagem, observe a concordância em “[...] 47% das pessoas relatam alteração de apetite [...]” (10º§). Assinale a alternativa em que a concordância quanto à porcentagem está INCORRETA.
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Q2448087 Português
Mitigar o perigoso desfecho dos jovens nem-nem?


        O fenômeno dos jovens nem-nem, aqueles que nem trabalham nem estudam, é uma preocupação crescente, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Estudos recentes, incluindo dados do IBGE de 2022, mostram que cerca de 20% dos jovens entre 15 e 29 anos se enquadram nesta categoria, ressaltando a necessidade urgente de abordagens inovadoras e eficazes.
        Eles representam uma parcela significativa da população jovem, configurando um desafio para o país que aspira prosperar. Diante deste cenário, diversas estratégias têm sido propostas e implementadas, tanto globalmente quanto no contexto brasileiro - apesar de em nosso país ser mais ‘estrutural’ o menor empenho das políticas educacionais voltadas para o adolescente.
      Lembro-me de algumas palestras que ministrei em Brasília a convite de Anna Penido, que estava empenhada no fundamental 2, quando poucas eram as ações relevantes para esta fase. Neste Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental, de 2017, promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Banco Mundial, Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Instituto Inspirare, o evento reuniu adolescentes, especialistas e gestores educacionais de todo o país para debater os desafios e as possibilidades para os anos finais do ensino fundamental.
       Pena que pouco caminhamos desde então, pois potencializado pela pandemia, está menos provável a chegada do adolescente ao ensino médio, quiçá sua conclusão.
      No entanto, o ensino técnico tem se mostrado uma solução promissora em vários países. Na Alemanha, o sistema de ensino técnico dual tem sido extremamente eficaz na preparação dos jovens para o mercado de trabalho. No Brasil, a valorização e promoção do ensino técnico como uma alternativa viável poderia oferecer caminhos claros para emprego e realização profissional. Programas de qualificação profissional, especialmente para jovens de baixa renda, são essenciais para aumentar a empregabilidade.
      Exemplos como os Centros de Formação Profissional na Coreia do Sul mostram como esses programas podem ser efetivos. No Brasil, a adaptação desses modelos poderia envolver parcerias entre governos, instituições educacionais e setor privado. Além disso, intervenções focadas na juventude, que incluem orientação profissional, desenvolvimento e treinamento de habilidades cognitivas e socioemocionais e apoio no desenvolvimento de projetos de vida, são fundamentais.
       Políticas públicas integradas que combinem educação, saúde, assistência social e desenvolvimento econômico podem atender às necessidades específicas dos jovens nem-nem. Essa abordagem integrativa é essencial para criar um ambiente propício ao desenvolvimento juvenil.
       No Brasil, a implementação de políticas inspiradas em modelos bem-sucedidos de outros países, adaptadas ao contexto local, pode oferecer novas oportunidades para os jovens. Isso inclui a expansão do acesso ao ensino técnico e profissionalizante, bem como a criação de programas de mentorias e estágios que facilitem a transição para o mercado de trabalho.
       Além disso, fortalecer o suporte à saúde mental dos jovens, oferecendo serviços acessíveis e eficazes, pode ajudar a mitigar os fatores que contribuem para a marginalização dessa população. Investir em programas de qualificação profissional e na reformulação do sistema educacional é crucial. Estes programas devem focar em habilidades práticas e técnicas, bem como as soft skills: planejamento, organização e resolução de problemas. O objetivo é equipar os jovens com as ferramentas necessárias para navegar no mercado de trabalho contemporâneo.
     A solução para o desafio dos jovens nem-nem não é simples… e ‘nem’ impossível. Reforço: com abordagens inovadoras e colaborativas, baseadas em modelos bem-sucedidos de outros países e adaptadas à realidade brasileira, é possível criar um caminho para que esses jovens não apenas encontrem seu lugar na sociedade, mas também contribuam ativamente para o crescimento e o desenvolvimento do país.
       Ao investir em educação, suporte psicossocial e oportunidades econômicas, podemos ficar mais perto em garantir que todos os jovens tenham o fundamental: a chance de um futuro mais promissor e equitativo.


(Adriana Fóz. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br. Acesso em: 05/02/2024.)
Sobre o trecho “[...] é possível criar um caminho para que esses jovens não apenas encontrem seu lugar na sociedade, mas também contribuam ativamente para o crescimento e o desenvolvimento do país.” (10º§), assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2448085 Português
Mitigar o perigoso desfecho dos jovens nem-nem?


        O fenômeno dos jovens nem-nem, aqueles que nem trabalham nem estudam, é uma preocupação crescente, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Estudos recentes, incluindo dados do IBGE de 2022, mostram que cerca de 20% dos jovens entre 15 e 29 anos se enquadram nesta categoria, ressaltando a necessidade urgente de abordagens inovadoras e eficazes.
        Eles representam uma parcela significativa da população jovem, configurando um desafio para o país que aspira prosperar. Diante deste cenário, diversas estratégias têm sido propostas e implementadas, tanto globalmente quanto no contexto brasileiro - apesar de em nosso país ser mais ‘estrutural’ o menor empenho das políticas educacionais voltadas para o adolescente.
      Lembro-me de algumas palestras que ministrei em Brasília a convite de Anna Penido, que estava empenhada no fundamental 2, quando poucas eram as ações relevantes para esta fase. Neste Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental, de 2017, promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Banco Mundial, Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Instituto Inspirare, o evento reuniu adolescentes, especialistas e gestores educacionais de todo o país para debater os desafios e as possibilidades para os anos finais do ensino fundamental.
       Pena que pouco caminhamos desde então, pois potencializado pela pandemia, está menos provável a chegada do adolescente ao ensino médio, quiçá sua conclusão.
      No entanto, o ensino técnico tem se mostrado uma solução promissora em vários países. Na Alemanha, o sistema de ensino técnico dual tem sido extremamente eficaz na preparação dos jovens para o mercado de trabalho. No Brasil, a valorização e promoção do ensino técnico como uma alternativa viável poderia oferecer caminhos claros para emprego e realização profissional. Programas de qualificação profissional, especialmente para jovens de baixa renda, são essenciais para aumentar a empregabilidade.
      Exemplos como os Centros de Formação Profissional na Coreia do Sul mostram como esses programas podem ser efetivos. No Brasil, a adaptação desses modelos poderia envolver parcerias entre governos, instituições educacionais e setor privado. Além disso, intervenções focadas na juventude, que incluem orientação profissional, desenvolvimento e treinamento de habilidades cognitivas e socioemocionais e apoio no desenvolvimento de projetos de vida, são fundamentais.
       Políticas públicas integradas que combinem educação, saúde, assistência social e desenvolvimento econômico podem atender às necessidades específicas dos jovens nem-nem. Essa abordagem integrativa é essencial para criar um ambiente propício ao desenvolvimento juvenil.
       No Brasil, a implementação de políticas inspiradas em modelos bem-sucedidos de outros países, adaptadas ao contexto local, pode oferecer novas oportunidades para os jovens. Isso inclui a expansão do acesso ao ensino técnico e profissionalizante, bem como a criação de programas de mentorias e estágios que facilitem a transição para o mercado de trabalho.
       Além disso, fortalecer o suporte à saúde mental dos jovens, oferecendo serviços acessíveis e eficazes, pode ajudar a mitigar os fatores que contribuem para a marginalização dessa população. Investir em programas de qualificação profissional e na reformulação do sistema educacional é crucial. Estes programas devem focar em habilidades práticas e técnicas, bem como as soft skills: planejamento, organização e resolução de problemas. O objetivo é equipar os jovens com as ferramentas necessárias para navegar no mercado de trabalho contemporâneo.
     A solução para o desafio dos jovens nem-nem não é simples… e ‘nem’ impossível. Reforço: com abordagens inovadoras e colaborativas, baseadas em modelos bem-sucedidos de outros países e adaptadas à realidade brasileira, é possível criar um caminho para que esses jovens não apenas encontrem seu lugar na sociedade, mas também contribuam ativamente para o crescimento e o desenvolvimento do país.
       Ao investir em educação, suporte psicossocial e oportunidades econômicas, podemos ficar mais perto em garantir que todos os jovens tenham o fundamental: a chance de um futuro mais promissor e equitativo.


(Adriana Fóz. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br. Acesso em: 05/02/2024.)
De acordo com o contexto, assinale a alternativa que apresenta o significado adequado de “mitigar” emMitigar o perigoso desfecho dos jovens nem-nem?” 
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Q2447997 Português
É tempo de pós-amor


       Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu própria – dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em tudo se assemelha à indigestão.
        Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro.
            Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor.
          Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão querendo me impor um produto.
         A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão.
       Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor –, elas não se somam, pelo contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela-suporte.
        Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras.
             Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor.


(COLASANTI, Marina. 1937- Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.)
Considere o excerto: “Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente?” (1º§) Depreende-se que:
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Q2447996 Português
É tempo de pós-amor


       Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu própria – dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em tudo se assemelha à indigestão.
        Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro.
            Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor.
          Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão querendo me impor um produto.
         A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão.
       Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor –, elas não se somam, pelo contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela-suporte.
        Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras.
             Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor.


(COLASANTI, Marina. 1937- Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.)
“Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media.” (3º§) A oração desse período – “que logo se consome na voracidade da mass media” – traz uma ideia de:
Alternativas
Q2447995 Português
É tempo de pós-amor


       Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu própria – dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em tudo se assemelha à indigestão.
        Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro.
            Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor.
          Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão querendo me impor um produto.
         A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão.
       Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor –, elas não se somam, pelo contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela-suporte.
        Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras.
             Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor.


(COLASANTI, Marina. 1937- Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.)
O item em que o vocábulo grifado tem seu antecedente corretamente indicado é, EXCETO:
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Q2447990 Português
É tempo de pós-amor


       Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu própria – dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em tudo se assemelha à indigestão.
        Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro.
            Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor.
          Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão querendo me impor um produto.
         A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão.
       Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor –, elas não se somam, pelo contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela-suporte.
        Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras.
             Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor.


(COLASANTI, Marina. 1937- Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.)
Segundo Maria da Costa Val, “antes de mais nada, um texto é uma unidade de linguagem em uso, cumprindo uma função identificável num dado jogo de atuação sociocomunicativa”. Sobre as ideias evidenciadas ao longo do texto, é possível concluir que: 
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Q2447955 Português
Leia o texto para responder a questão de Língua portuguesa

“UMA VELA PARA DARIO” 

Dalton Trevisan

    Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque. Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram em chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Um enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las. Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade e sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade. Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão. A última boca repetiu: 
    - Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair. 

    Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág. 20. Este texto faz parte dos 100 melhores contos brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva.

Com base no texto, analise as afirmações a seguir: 



I. O texto narra o ocorrido de um homem chamado Dario, que repentinamente senta-se na calçada após ter uma crise.


II. Passantes se aproximam para ajudar, mas logo demonstram indiferença à sua situação.


III. Dario acaba morrendo lentamente, enquanto a multidão ao redor parece mais interessada em observar do que em prestar socorro.


IV. A polícia chega tarde, e Dario é pisoteado várias vezes. No final, sua morte é tratada com descaso, com as pessoas voltando às suas atividades normais.


V.  Um menino, porém, acende uma vela ao lado do corpo de Dario, evidenciando um gesto de compaixão em meio à indiferença geral.



É correto o contido em:


Alternativas
Q2447757 Português
Histórias do carnaval


        Ninguém sabe ao certo a origem do Carnaval, mas historiadores acreditam que a festa tenha tido origem em celebrações ligadas à agricultura e à chegada da primavera na Europa, comemorada com festejos na Grécia e em Roma, na Antiguidade. No ano 590 d.C., a Igreja Católica incorporou ao seu calendário o Carnaval. A quarta-feira de Cinzas, último dia do Carnaval, marca o início da Quaresma que vai até a Páscoa. No Brasil, o Carnaval chegou, no século 18, e era chamado de entrudo, vindo das ilhas de colonização portuguesa da Madeira, Açores e Cabo Verde.

      Na década de 1840, nasceram os primeiros bailes de Carnaval do Brasil, e as pessoas começaram a se fantasiar e a usar máscaras que vinham da Europa. No Rio de Janeiro, os foliões se reuniam no Zé Pereira, uma espécie de bloco que saía nas ruas da cidade. O Carnaval começou a se organizar com as grandes sociedades, organizações que contavam com o apoio de políticos e escritores. No início do século 20, a festa brasileira ganhou a contribuição definitiva dos ritmos e costumes dos negros, e os ranchos passavam pelas ruas da cidade animando o Carnaval com marchinhas. Os ranchos criaram o casal de mestre-sala e porta-bandeira e deram os primeiros elementos que viriam a formar as escolas de samba. A primeira delas se chamava Deixa Falar e foi fundada no bairro do Estácio, no Rio, em 1928. O primeiro desfile de escolas de samba ocorreu em 1932. E, no Nordeste, o primeiro trio elétrico desfilou em Salvador em 1950.

         Às vezes, parece que as marchinhas de Carnaval sempre estiveram por aí. Elas são antigas mesmo, animam carnavais desde o começo do século 20. A primeira composição especialmente feita para o Carnaval foi "Ô Abre Alas", de Chiquinha Gonzaga, em 1899, antes mesmo do surgimento do samba - que só apareceu oficialmente em 1917. As festas de Carnaval tinham um papel muito importante na divulgação de músicas como "O Teu Cabelo Não Nega", de Lamartine Babo, feita em 1932, e "Me Dá um Dinheiro Aí", de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira, composta em 1959.

        Existe Carnaval em outros países. As comemorações são um pouco diferentes das que vemos no Brasil. A cidade de Veneza, na Itália, tem um dos carnavais mais famosos e antigos do mundo, conhecido pelas belas máscaras usadas pelos foliões. Nos Estados Unidos, é famoso o carnaval da cidade de Nova Orleans, levado pela colonização francesa e embalado pelo jazz dos negros.



https://www1.folha.uol.com.br
“Nos Estados Unidos, é famoso o carnaval da cidade de Nova Orleans [...].” 4º§

A afirmação contida nessa frase configurase como uma: 
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Q2447665 Português
Nós



      Segredos escondidos. Planos de dominação mundial. Cumplicidade de edredom. Voz no silêncio. Suspiros. Raiva. Você pensa em mim no futuro?

           “Aonde você for eu vou ao lado.”

            Nós.

         Plural, duplinha, mãos dadas. O outro lado do fone de ouvido. Playlist secreta. Piadas internas. Apelidos que não fazem sentido algum para o resto do mundo.

          Nós contra o resto do mundo. Nosso pequeno universo, nossa caixa, nosso quarto, nosso bunker.

        Nós e a minha dúvida do quanto o amor dura. Essa minha ideia de que amor é algo comestível, suculento, a melhor refeição da sua vida, mas com o tempo embolora.

            Como faz pra continuar junto por muitos anos, ainda se amando, ainda cultuando essa seita secreta que eu chamo de “nós”?

           Não te contei, mas ando com uma obsessão de querer saber isso dos casais que também são “eles” há muito tempo. Quero aprender pra te ensinar.

         Nós e essa minha teimosia em insistir no amor mesmo com tantas cicatrizes de guerra espalhadas pelo meu corpo.

             Você nem questiona quem as fez. O que te importa é esse meu pequeno pedaço de carne que ainda não tem nenhuma marca. É pequeno. Mas é fértil.
 
              Você sussurra no meu ouvido que “dessa vez vai ser diferente” e eu seguro nas suas mãos com essa fé cega que na verdade é pura teimosia.

               Dessa vez vai ser diferente.



(GICOVATE, Paula. Este é um livro sobre amor, 2014.)
Ao fazer a leitura do texto, é possível afirmar que:
Alternativas
Q2447473 Português
Beijinho, beijinho


Na festa dos 34 anos da Clarinha, o seu marido, Amaro, fez um discurso muito aplaudido. Declarou que não trocava a sua Clarinha por duas de 17, sabiam por quê? Porque a Clarinha era duas de 17. Tinha a vivacidade, o frescor e, deduzia-se, o fervor sexual somado de duas adolescentes. No carro, depois da festa, o Marinho comentou:

‒ Bonito, o discurso do Amaro.

‒ Não dou dois meses para eles se separarem ‒ disse a Nair.

‒ O quê?

‒ Marido, quando começa a elogiar muito a mulher…

Nair deixou no ar todas as implicações da duplicidade masculina.

‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados ‒ protestou Marinho.

‒ Exatamente. Apaixonados demais. Lembra o que eu disse quando a Janice e o Pedrão começaram a andar de mãos dadas?

‒ É mesmo…

‒ Vinte anos de casados e de repente começam a andar de mãos dadas? Como namorados? Ali tinha coisa.

‒ É mesmo…

‒ E não deu outra. Divórcio e litigioso.

‒ Você tem razão.

‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora para outra? Beijinho, beijinho, “mulher formidável” e descobriram que ele estava de caso com a gerente da loja dela.

‒ Você acha, então, que o Amaro tem outra?

‒ Ou outras.

Nem duas de 17 estavam fora de cogitação.

‒ Acho que você tem razão, Nair. Nenhum homem faz uma declaração daquelas assim, sem outros motivos.

‒ Eu sei que tenho razão.

‒ Você tem sempre razão, Nair.

‒ Sempre, não sei.

‒ Sempre. Você é inteligente, sensata, perspicaz e invariavelmente acerta na mosca. Você é uma mulher formidável, Nair. Durante algum tempo, só se ouviu, dentro do carro, o chiado dos pneus no asfalto. Aí Nair perguntou:

‒ Quem é ela, Marinho?


(Luís Fernando Veríssimo. Em: Cultura Genial.)
Considerando o texto de Veríssimo, é possível afirmar que os fatos ocorrem, respectivamente:
Alternativas
Q2447468 Português
Beijinho, beijinho


Na festa dos 34 anos da Clarinha, o seu marido, Amaro, fez um discurso muito aplaudido. Declarou que não trocava a sua Clarinha por duas de 17, sabiam por quê? Porque a Clarinha era duas de 17. Tinha a vivacidade, o frescor e, deduzia-se, o fervor sexual somado de duas adolescentes. No carro, depois da festa, o Marinho comentou:

‒ Bonito, o discurso do Amaro.

‒ Não dou dois meses para eles se separarem ‒ disse a Nair.

‒ O quê?

‒ Marido, quando começa a elogiar muito a mulher…

Nair deixou no ar todas as implicações da duplicidade masculina.

‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados ‒ protestou Marinho.

‒ Exatamente. Apaixonados demais. Lembra o que eu disse quando a Janice e o Pedrão começaram a andar de mãos dadas?

‒ É mesmo…

‒ Vinte anos de casados e de repente começam a andar de mãos dadas? Como namorados? Ali tinha coisa.

‒ É mesmo…

‒ E não deu outra. Divórcio e litigioso.

‒ Você tem razão.

‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora para outra? Beijinho, beijinho, “mulher formidável” e descobriram que ele estava de caso com a gerente da loja dela.

‒ Você acha, então, que o Amaro tem outra?

‒ Ou outras.

Nem duas de 17 estavam fora de cogitação.

‒ Acho que você tem razão, Nair. Nenhum homem faz uma declaração daquelas assim, sem outros motivos.

‒ Eu sei que tenho razão.

‒ Você tem sempre razão, Nair.

‒ Sempre, não sei.

‒ Sempre. Você é inteligente, sensata, perspicaz e invariavelmente acerta na mosca. Você é uma mulher formidável, Nair. Durante algum tempo, só se ouviu, dentro do carro, o chiado dos pneus no asfalto. Aí Nair perguntou:

‒ Quem é ela, Marinho?


(Luís Fernando Veríssimo. Em: Cultura Genial.)
Após a leitura da crônica, é possível afirmar que:
Alternativas
Q2447465 Português
Beijinho, beijinho


Na festa dos 34 anos da Clarinha, o seu marido, Amaro, fez um discurso muito aplaudido. Declarou que não trocava a sua Clarinha por duas de 17, sabiam por quê? Porque a Clarinha era duas de 17. Tinha a vivacidade, o frescor e, deduzia-se, o fervor sexual somado de duas adolescentes. No carro, depois da festa, o Marinho comentou:

‒ Bonito, o discurso do Amaro.

‒ Não dou dois meses para eles se separarem ‒ disse a Nair.

‒ O quê?

‒ Marido, quando começa a elogiar muito a mulher…

Nair deixou no ar todas as implicações da duplicidade masculina.

‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados ‒ protestou Marinho.

‒ Exatamente. Apaixonados demais. Lembra o que eu disse quando a Janice e o Pedrão começaram a andar de mãos dadas?

‒ É mesmo…

‒ Vinte anos de casados e de repente começam a andar de mãos dadas? Como namorados? Ali tinha coisa.

‒ É mesmo…

‒ E não deu outra. Divórcio e litigioso.

‒ Você tem razão.

‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora para outra? Beijinho, beijinho, “mulher formidável” e descobriram que ele estava de caso com a gerente da loja dela.

‒ Você acha, então, que o Amaro tem outra?

‒ Ou outras.

Nem duas de 17 estavam fora de cogitação.

‒ Acho que você tem razão, Nair. Nenhum homem faz uma declaração daquelas assim, sem outros motivos.

‒ Eu sei que tenho razão.

‒ Você tem sempre razão, Nair.

‒ Sempre, não sei.

‒ Sempre. Você é inteligente, sensata, perspicaz e invariavelmente acerta na mosca. Você é uma mulher formidável, Nair. Durante algum tempo, só se ouviu, dentro do carro, o chiado dos pneus no asfalto. Aí Nair perguntou:

‒ Quem é ela, Marinho?


(Luís Fernando Veríssimo. Em: Cultura Genial.)
Considerando a temática do texto, é possível afirmar que há uma visão 
Alternativas
Q2447277 Português
Texto 1


Caçador é a segunda cidade mais rica do Oeste de SC


As cidades mais ricas do Oeste de Santa Catarina são Chapecó, Caçador, Concórdia e Videira. Além disso, o Oeste de Santa Catarina foi novamente a terceira região catarinense mais rica, com maior participação no Produto Interno Bruno (PIB) dos municípios. Os dados são referentes a 2021 e foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com as outras cinco regiões do Estado, o Oeste teve o quarto maior crescimento entre o PIB de 2020 e de 2021, com 16,7% de aumento. A variação ficou abaixo da média estadual, que foi de 22,7% de acréscimo.

A soma das riquezas produzidas pelas 118 cidades da região foi de R$ 71,6 bilhões, o que corresponde a 16,7% do total do PIB catarinense. A participação do Oeste no PIB produzido em todas as regiões oscilou pouco menos de um ponto percentual para baixo.

Principal cidade da região, Chapecó teve o maior volume de PIB por municípios na região, com R$ 13,6 bilhões de riquezas produzidas na cidade naquele ano. Em seguida, entre as cidades mais ricas do Oeste aparecem Caçador (R$ 4,7 bilhões), Concórdia (R$ 4,5 bilhões), Videira (R$ 3,4 bilhões), Xanxerê (R$ 2,6 bilhões) e Joaçaba (2,3 bilhões).

Na comparação das cidades do top 10 do ranking com o desempenho do PIB de 2020, Xaxim, com aumento de 27%, e Xanxerê, com alta de 23,8%, são as que mais se destacaram.

Entre as regiões, o Vale do Itajaí foi novamente a mais rica de Santa Catarina, aumentando a vantagem sobre o Norte catarinense, área com o segundo melhor desempenho do Estado.


Disponível em: https://www.cacador.net/noticias/economia/2023/ 12/17/pib-cacador-e-a-segunda-cidade-mais-rica-do-oeste-de-sc59874. Acesso em: 22 de fev 2024. Publicado em: 17 de dez. 2023.

Assinale a pergunta que tem resposta com base no texto 1.


Alternativas
Q2447276 Português
Texto 1


Caçador é a segunda cidade mais rica do Oeste de SC


As cidades mais ricas do Oeste de Santa Catarina são Chapecó, Caçador, Concórdia e Videira. Além disso, o Oeste de Santa Catarina foi novamente a terceira região catarinense mais rica, com maior participação no Produto Interno Bruno (PIB) dos municípios. Os dados são referentes a 2021 e foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com as outras cinco regiões do Estado, o Oeste teve o quarto maior crescimento entre o PIB de 2020 e de 2021, com 16,7% de aumento. A variação ficou abaixo da média estadual, que foi de 22,7% de acréscimo.

A soma das riquezas produzidas pelas 118 cidades da região foi de R$ 71,6 bilhões, o que corresponde a 16,7% do total do PIB catarinense. A participação do Oeste no PIB produzido em todas as regiões oscilou pouco menos de um ponto percentual para baixo.

Principal cidade da região, Chapecó teve o maior volume de PIB por municípios na região, com R$ 13,6 bilhões de riquezas produzidas na cidade naquele ano. Em seguida, entre as cidades mais ricas do Oeste aparecem Caçador (R$ 4,7 bilhões), Concórdia (R$ 4,5 bilhões), Videira (R$ 3,4 bilhões), Xanxerê (R$ 2,6 bilhões) e Joaçaba (2,3 bilhões).

Na comparação das cidades do top 10 do ranking com o desempenho do PIB de 2020, Xaxim, com aumento de 27%, e Xanxerê, com alta de 23,8%, são as que mais se destacaram.

Entre as regiões, o Vale do Itajaí foi novamente a mais rica de Santa Catarina, aumentando a vantagem sobre o Norte catarinense, área com o segundo melhor desempenho do Estado.


Disponível em: https://www.cacador.net/noticias/economia/2023/ 12/17/pib-cacador-e-a-segunda-cidade-mais-rica-do-oeste-de-sc59874. Acesso em: 22 de fev 2024. Publicado em: 17 de dez. 2023.

Sobre o texto 1, é correto o que se afirma em:


Alternativas
Q2447184 Português
Chuva


     Houve um prefeito, paisano e sem imaginação, que resolveu acabar com as inundações do Rio. Foi o engenheiro João Carlos Vital, cujo breve reinado se perde, na série imensa dos prefeitos, entre um calvo general atrabiliário que construiu o Maracanã e um bravo coronel do P.T.B. que ali recebeu a mais estrondosa das manifestações.

     Vital foi um Frontin às avessas, e conseguiu livrar o Rio do excesso de água com esta providência original: mandou desentupir os bueiros. Nunca ninguém se lembrara disso antes; e depois, como se viu no dia de ontem, nunca ninguém voltou a se lembrar. Tivemos ruas, praças e amplas avenidas transformadas em córregos, lagoas e rios. Foi a bela resposta do coronel à populaça que no estádio lhe gritava: água, água! “Pois tomem água”! – Disse ele.

          Eu tive pena foi de sair de casa calçado e, além disso, com 30 anos de idade mais do que o conveniente. Descalço e menino, faria o que os meninos descalços eu vi fazendo: entraria na enchente, patinaria na lama, soltaria na esquina meus barcos de papel, e me divertiria imenso com a aflição da gente grande a empilhar trastes e móveis no andar térreo e a buzinar nervosamente atrás de um carro de capota levantada e distribuidor enlameado.

       A infância pobre do Rio, sempre esquecida, teve ontem um lindo dia de folga e festa: desculpa para não ir à escola e divertimentos animados na grande alegria das enxurradas.

       Quando a infância ri, Deus está contente. O telhado de minha mansarda amanheceu limpinho, e as árvores da rua engordaram de verde, pingando alegria, muito gratas ao senhor prefeito. Os chauffeurs de táxi tungaram alegremente seus passageiros; não é à toa que esses marotos gostam de ter, no quadro do carro, a imagem de São Cristóvão carregando o menino Jesus no ombro durante uma enchente.

          Salve, portanto, a chuva, amiga das crianças, da lavoura e dos motoristas. Cheguei em casa de pés molhados, mas um gole de pisco, lembrança do Peru, me esquentou os pés e a alma. Para dizer a verdade, foi um gole para os pés e outro para a alma; e para dizer toda a verdade, houve mais um de lambuja. Haja pisco; motivos para beber não hão de faltar neste país sempre desgovernado e às vezes, graças a Deus, chuvoso.


(BRAGA, Rubem. Dois pinheiros e o mar: e outras crônicas sobre meio ambiente. Brasil, Global Editora, 2017.)
Considere o trecho “Eu tive pena foi de sair de casa calçado e, além disso, com 30 anos de idade mais do que o conveniente.” (3º§). Dele, é correto depreender que o autor: 
Alternativas
Respostas
5101: D
5102: D
5103: D
5104: C
5105: D
5106: C
5107: A
5108: B
5109: C
5110: D
5111: C
5112: D
5113: C
5114: D
5115: D
5116: D
5117: A
5118: C
5119: E
5120: C