Questões de Concurso Sobre ortografia em português

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Q2295462 Português


Fonte: https://tirasarmandinho.tumbir.com/

Assim como ENCHENTES, estão corretamente grafadas com CH as palavras
Alternativas
Q2295460 Português

DOM DE ILUDIR

Caetano Veloso



Fonte: https://www.letras.mus.br/caetano- 

Assim como DOR, é exemplo de palavra monossílaba
Alternativas
Q2295453 Português

DOM DE ILUDIR

Caetano Veloso



Fonte: https://www.letras.mus.br/caetano- 

Assim como EXPLICAR, está correta a grafia do vocábulo
Alternativas
Q2295276 Português
Texto 1

Vidas Secas
Graciliano Ramos

Capítulo III – Cadeia (fragmento)

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.
Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu-as na algibeira, dirigiu-se à bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás.
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: - Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
(...)
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua.
Debaixo do jatobá do quadro taramelou com Sinhá Rita louceira, sem se atrever a voltar para casa. Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitória? Forjava uma explicação difícil. Perdera o embrulho da fazenda, pagara na botica uma garrafada para Sinhá Rita louceira. Atrapalhava-se tinha imaginação fraca e não sabia mentir. Nas invenções com que pretendia justificar-se a figura de Sinhá Rita aparecia sempre, e isto o desgostava. Arruinaria uma história sem ela, diria que haviam furtado o cobre da chita. Pois não era? Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. Contaria simplesmente que o lenço das notas ficara no bolso do gibão e levara sumiço. Falaria assim: - "Comprei os mantimentos. Botei o gibão e os alforjes na bodega de seu Inácio. Encontrei um soldado amarelo" Não, não encontrara ninguém. Atrapalhava-se de novo. Sentia desejo de referir-se ao soldado, um conhecido velho, amigo de infância. A mulher se incharia com a notícia. Talvez não se inchasse. Era atilada, notaria a pabulagem. Pois estava acabado. O dinheiro fugira do bolso do gibão, na venda de seu Inácio. Natural.
(...)
Afinal para que serviam os soldados amarelos? Deu um pontapé na parede, gritou enfurecido. Para que serviam os soldados amarelos? Os outros presos remexeram-se, o carcereiro chegou à grade, e Fabiano acalmou-se: - Bem, bem. Não há nada não.
(...)
Fabiano gritou, assustando o bêbedo, os tipos que abanavam o fogo, o carcereiro e a mulher que se queixava das pulgas. Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastálos? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
- Arreda!

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 
Assinale a única alternativa em que todas as palavras foram grafadas de acordo com as normas gramaticais da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q2295269 Português
Texto 1

Vidas Secas
Graciliano Ramos

Capítulo III – Cadeia (fragmento)

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.
Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu-as na algibeira, dirigiu-se à bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás.
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: - Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
(...)
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua.
Debaixo do jatobá do quadro taramelou com Sinhá Rita louceira, sem se atrever a voltar para casa. Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitória? Forjava uma explicação difícil. Perdera o embrulho da fazenda, pagara na botica uma garrafada para Sinhá Rita louceira. Atrapalhava-se tinha imaginação fraca e não sabia mentir. Nas invenções com que pretendia justificar-se a figura de Sinhá Rita aparecia sempre, e isto o desgostava. Arruinaria uma história sem ela, diria que haviam furtado o cobre da chita. Pois não era? Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. Contaria simplesmente que o lenço das notas ficara no bolso do gibão e levara sumiço. Falaria assim: - "Comprei os mantimentos. Botei o gibão e os alforjes na bodega de seu Inácio. Encontrei um soldado amarelo" Não, não encontrara ninguém. Atrapalhava-se de novo. Sentia desejo de referir-se ao soldado, um conhecido velho, amigo de infância. A mulher se incharia com a notícia. Talvez não se inchasse. Era atilada, notaria a pabulagem. Pois estava acabado. O dinheiro fugira do bolso do gibão, na venda de seu Inácio. Natural.
(...)
Afinal para que serviam os soldados amarelos? Deu um pontapé na parede, gritou enfurecido. Para que serviam os soldados amarelos? Os outros presos remexeram-se, o carcereiro chegou à grade, e Fabiano acalmou-se: - Bem, bem. Não há nada não.
(...)
Fabiano gritou, assustando o bêbedo, os tipos que abanavam o fogo, o carcereiro e a mulher que se queixava das pulgas. Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastálos? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
- Arreda!

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 
Sobre a acentuação das palavras presentes no texto de Graciliano Ramos, assinale a única alternativa correta.
Alternativas
Q2295206 Português
PROVOCAÇÕES

Luís Fernando Veríssimo
“Parece que a ideia era lhe dar uma terrinha.” Da mesma forma que no vocábulo ideia, o acento gráfico caiu em desuso na palavra. 
Alternativas
Q2295200 Português
PROVOCAÇÕES

Luís Fernando Veríssimo
“Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos.” Tendo por base o vocábulo subnutrido, a ausência de hifenização está correta na palavra destacada na alternativa
Alternativas
Q2295106 Português

Só quem pode me cancelar sou eu


Por Martha Medeiros






(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/martha-medeiros/ – texto adaptado

especialmente para esta prova).


Na linha 22, a palavra “autoboicote” foi corretamente grafada sem hífen, conforme o Acordo Ortográfico vigente. Qual das palavras abaixo está corretamente grafada sem hífen? 
Alternativas
Q2295100 Português

Só quem pode me cancelar sou eu


Por Martha Medeiros






(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/martha-medeiros/ – texto adaptado

especialmente para esta prova).


Considerando a correta ortografia das palavras em Língua Portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas pontilhadas das linhas 19, 20 e 34.
Alternativas
Q2295057 Português

Texto 1



O processo sucessório e o futuro do sucedido



    Observando os processos de sucessão em empresas familiares, é fácil identificar que um dos maiores entrave para o sucesso da passagem do bastão é a resistência da geração que está no comando em deixar as suas posições à frente da gestão do negócio. No geral, eles até almejam a aposentadoria ou a diminuição do ritmo de trabalho, mas quando é chegada a hora da sucessão, aparece a resistência e impossibilidades.

   

    Então, entende-se que uma das formas de facilitar o processo sucessório seria ir fazendo o repasse das atividades e responsabilidades aos poucos, até que se complete e consolide a transferência do comando. Mas tão importante quanto administrar a transição da gestão, é planejar o futuro desse sucedido, possibilitando que ele tenha uma missão ou projeto ao qual se dedicar e que o faça se sentir produtivo e realizado após a sucessão.

     

    Esse projeto de futuro pode ser ou não ligado aos negócios familiares, mas precisa ser atraente e mobilizador. Algo que possa até exigir menos tempo e seja diferente daquilo que ele fazia anteriormente, mas não menos desafiador. Só mais alinhado ao seu momento de vida. Neste caminho, só inserir o sucedido no conselho consultivo nem sempre é suficiente. Caberia, por exemplo, colocá-lo à frente da estruturação de um museu da empresa, de um projeto social ou instituto ligado ao negócio. É possível, ainda, organizar sua participação em alguma associação de classe ou, até mesmo, incentivar que ministre palestras para compartilhar suas experiências com outras pessoas. São muitas as opções de atividades que podem ser realmente relevantes e com significativo valor agregado ao negócio, mesmo não estando necessariamente ligada à atividade fim da empresa, e que darão um novo propósito e estímulo para que o sucedido de fato deixe o comando do seu legado nas mãos das novas gerações.



Georgina Santos



Disponível: https://www.folhape.com.br/colunistas/carreira-emercado/o-processo-sucessorio-e-o-

futuro-do-sucedido/38665/


Acesso em 25/08/2023.

Os termos ‘transição’ e ‘sucessório’ são ortograficamente escritos com “ç” e com “ss”, respectivamente, da mesma forma que ocorre com:
Alternativas
Q2295024 Português
Julho é o mês mais quente registrado nos
últimos 120 mil anos do planeta Terra, diz
relatório


    Enquanto vastas áreas de três continentes assam sob temperaturas escaldantes e os oceanos esquentam a níveis sem precedentes, cientistas de duas autoridades climáticas globais estão relatando antes mesmo do final de julho que este mês será o mais quente já registrado no planeta.

    O calor em julho já foi tão extremo que é “praticamente certo” que este mês baterá recordes “por uma margem significativa”, disseram o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (UE) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em um relatório publicado nesta quinta-feira (27). Acabamos de passar pelo período de três semanas mais quente já registrado – e quase certamente em mais de cem mil anos. Normalmente, esses recordes, que rastreiam a temperatura média do ar em todo o mundo, são quebrados por centésimos de grau. Mas a temperatura média nos primeiros 23 dias de julho foi de 16,95 °C, bem acima do recorde anterior de 16,63 °C estabelecido em julho de 2019, segundo o relatório.

    Os dados usados para rastrear esses registros remontam a 1940, mas muitos cientistas – incluindo os da Copernicus – dizem que é quase certo que essas temperaturas são as mais quentes que o planeta já viu em 120.000 anos, dado o que sabemos de milênios de dados climáticos extraídos de anéis de árvores, recifes de coral e núcleos de sedimentos do fundo do mar. “Estas são as temperaturas mais altas da história da humanidade”, disse Samantha Burgess, vice-diretora da Copernicus. Tudo isso resulta em um verão intenso no Hemisfério Norte – potencialmente sem precedentes. “As probabilidades estão certamente a favor de um verão recorde”, disse Carlo Buontempo, diretor da Copernicus, embora tenha alertado que é muito cedo para afirmar isso com confiança.

    O custo humano do calor é gritante. Como as temperaturas subiram acima de 50 °C em partes dos EUA, as mortes relacionadas ao calor aumentaram e as pessoas estão sofrendo queimaduras com risco de vida por cair em solo escaldante. No Mediterrâneo, mais de 40 pessoas morreram devido aos incêndios florestais que se espalham pela região, alimentados por altas temperaturas. Na Ásia, ondas de calor intensas e prolongadas estão ceifando vidas e ameaçando a segurança alimentar.

    A mudança climática causada pelo homem é o principal fator desse calor extraordinário, disse Burgess. “A temperatura global do ar é diretamente proporcional à concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.” Um estudo recente descobriu que a mudança climática desempenhou um papel “absolutamente esmagador” nas ondas de calor nos EUA, China e sul da Europa neste verão.

    A chegada do El Niño, uma flutuação natural do clima com impacto no aquecimento, não teve grande impacto nas temperaturas, pois ainda está em fase de desenvolvimento, disse Burgess, mas terá um papel muito mais importante no próximo ano, acrescentou, e provavelmente elevará as temperaturas ainda mais.

    A notícia de que julho será o mês mais quente chega em meio a uma série de recordes alarmantes que já foram quebrados – e depois quebrados novamente – neste verão. O mês passado foi o junho mais quente já registrado por uma “margem substancial”, de acordo com a Copérnico. Então, em julho, o mundo experimentou seu dia mais quente já registrado. Em 6 de julho, a temperatura média global subiu para 17,08 °C, de acordo com dados do Copernicus, superando o recorde anterior de temperatura de 16,8 °C, estabelecido em agosto de 2016. Todos os dias desde 3 de julho foram mais quentes do que o recorde de 2016.


Fonte: Julho é o mês mais quente registrado nos últimos 120 mil anos do planeta Terra, diz relatório (cnnbrasil.com.br)
Assinale a alternativa cuja palavra NÃO seja paroxítona: 
Alternativas
Q2294923 Português
Profissionais de saúde TÊM índices negativos de saúde e bem-estar mental na pandemia.

Assinale a opção em que o termo destacado está acentuado pela mesma regra gramatical da palavra destacada no texto.
Alternativas
Q2294917 Português
Marque a opção em que todas as palavras estão corretamente grafadas.
Alternativas
Q2294833 Português

Texto 1


Vidas Secas

Graciliano Ramos Capítulo


I – Mudança (fragmento)


Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se.

O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.

A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas.

O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.

- Anda, excomungado.

(...) 

Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na catinga. Sinhá Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo. Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.

(...)

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 

Sobre os aspectos morfossintáticos presentes no texto, assinale a única alternativa em que podemos afirmar que: 
Alternativas
Q2294661 Português
Considere as assertivas dadas a seguir.

I. As palavras “propósito”, “emergência” e “vigilância” recebem acento gráfico pela mesma razão.
II. A palavra “saúde” é um exemplo de hiato acentuado.
III. As palavras “público”, “anestésico” e “único” recebem acento gráfico por serem proparoxítonas.
IV. As palavras “país” e “permanência”, segundo as regras gramaticais da língua portuguesa, não recebem acento gráfico.

É correto o que se afirma em
Alternativas
Q2294660 Português
Ela iniciou o tratamento ____ pouco tempo, pois estava _____ procura de uma clínica mais próxima de ______ mora.

Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, os espaços do texto devem ser preenchidos, respectivamente, por
Alternativas
Q2294658 Português
Em qual das opções indicadas a seguir, a palavra foi grafada incorretamente com ss? 
Alternativas
Q2294582 Português
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas do texto a seguir.
_____ tempos, os jovens estão adoecendo. Isso ocorre porque, muitas vezes, suas ideias não correspondem ______ expectativas familiares ou da sociedade como um todo. _____ muito ainda ____ fazer, para que as novas gerações sejam acolhidas e encorajadas, visando ____ equilíbrio emocional.
Alternativas
Q2294579 Português
Ao elaborar uma prova de Português, uma professora produziu o seguinte gabarito acerca da questão 7, que abordava acentuação e separação silábica.
A palavra ambulância é corretamente separada da seguinte forma: AM - BU - LÂN - CIA.

Com relação à análise feita pela professora, é correto afirmar que
Alternativas
Q2294558 Português
O texto 1 serve de base para a questão desta prova.


Os riscos das telas para os Nativos Digitais!
Os riscos das telas para os Nativos Digitais! Os alunos fazem parte do que está sendo chamado de geração dos “nativos digitais”
Nativos Digitais seriam crianças e jovens nascidos já imersos no universo tecnológico. Por isso, teriam capacidades cognitivas mais adaptadas a essas tecnologias. Para esse grupo, portanto, a alta exposição a telas e tecnologia traria apenas benefícios no desenvolvimento cognitivo.

Mas será que isso é verdade?
Os riscos das telas para os nativos digitais – De acordo com o neurocientista Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, o conceito de “nativos digitais” não tem qualquer embasamento científico.
Em seu livro “A Fábrica dos Cretinos Digitais: os perigos das telas para nossas crianças”, recém-lançado no Brasil, o neurocientista é categórico em afirmar: quanto maior o investimento dos sistemas educacionais em tecnologia digital, pior é o desempenho acadêmico dos alunos em Matemática, Linguagem e Ciências.
Em seu livro, Desmurget cita dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) para sustentar essa afirmação.

Por que o rendimento acadêmico cai?
O livro escrito pelo neurocientista francês traz dados alarmantes sobre o tempo que crianças e jovens passam diante das telas. Segundo esses dados, jovens entre 13 e 18 anos de idade usam aparelhos digitais por aproximadamente 8h30 por dia. Ou seja, eles passam mais de um terço de um dia diante das telas. Desse total, porém, o tempo utilizado para estudos e dever de casa é de em média uma hora por dia. O restante é usado em jogos, filmes e redes sociais. Desmurget sustenta que o uso prolongado das telas acarreta problemas como déficit de atenção, distúrbios de concentração e impulsividade. A combinação desses problemas leva a queda no desempenho escolar.
O livro traz também os tempos gastos por crianças de outras idades em frente às telas: os pré-adolescentes (8 a 12 anos) passam em média 5h20 por dia em aparelhos, dos quais apenas 20 minutos dedicados a trabalhos acadêmicos; as crianças de 5 a 8 anos gastam em média 3h05 em frente às telas, das quais apenas 5 minutos são dedicados aos estudos.

Culpa da pandemia?
Michel Desmurget não concorda que a pandemia de Covid-19 seja responsável por esse quadro. Segundo o neurocientista, o uso exacerbado de telas para recreação já acontecia antes da crise sanitária. Depois do fechamento das escolas, sustenta ele, houve até uma melhora no tempo de uso das tecnologias para trabalhos escolares. O problema, para o autor, reside no fato de que as tecnologias se mostraram ineficientes para substituir os professores em aulas presenciais. Segundo Desmurget, o governo francês insistiu em reabrir as escolas poucas semanas depois da suspensão das aulas porque percebeu rapidamente que Ensino digital era um fracasso pedagógico.

Os recursos tecnológicos devem ser banidos?
Embora traga todos os riscos das telas para os nativos digitais, a obra de Michel Desmurget não defende a total retirada dos recursos tecnológicos da educação. Segundo o neurocientista, as crianças devem aprender as habilidades básicas para utilizar recursos tecnológicos em seu dia a dia.
O problema maior, para Desmurget, está no uso exagerado para recreação. Ele cita em seu livro um estudo que relacionou o uso de videogames e televisão com a diminuição da capacidade de memorização.
Nesse estudo, jovens de 13 anos receberam uma lista de palavras para memorizar. Em seguida, foram divididos em três grupos. Um deles, o de controle, fez qualquer atividade que não incluísse tela pela hora seguinte. No outro grupo, os jovens assistiram a uma hora de televisão e no terceiro grupo, eles passaram esse tempo jogando videogame.
No dia seguinte, os pesquisadores contaram a quantidade de palavras esquecidas pelos jovens de cada grupo. Os integrantes do grupo de controle esqueceram 13% das palavras da lista. Entre os que assistiram à televisão, o percentual foi de 39%. Os que jogaram videogame esqueceram 47% das palavras da lista.

Como reduzir os riscos das telas para os nativos digitais?
Em seu livro, Desmurget defende que é preciso reduzir o tempo dedicado a aparelhos digitais e traz 7 regras básicas para atingir esse objetivo:
1. Suspender totalmente as telas para crianças com menos de 6 anos.
2. Estabelecer tempo médio de uso entre 30 e 60 minutos por dia para crianças maiores de 6 anos. 
3. Permitir o uso de apenas um aparelho por vez.
4. Acesso a conteúdo inapropriado para a idade.
5. so de dispositivos pela criança ou jovem no quarto, principalmente quando estiver sozinho, proibido.
6. Proibir o uso imediatamente antes de dormir.
7. Proibir o uso antes de ir para a escola.

Desmurget alerta que, para que as regras tenham sucesso, é importante envolver as crianças na construção dessas restrições, porque quando entendem que o objetivo não é puni-las nem frustrá-las, as crianças tendem a seguir as regras com maior tranquilidade.

https://educador360.com/pedagogico/os-riscos-das-telas-para-os-nativos-digitais/Acesso em:26 ago. 2023.
Assinale a alternativa em que as palavras retiradas do texto sejam acentuadas, respectivamente, por serem: oxítona, paroxítona e proparoxítona.
Alternativas
Respostas
2841: C
2842: B
2843: C
2844: D
2845: B
2846: C
2847: D
2848: C
2849: A
2850: C
2851: B
2852: A
2853: C
2854: D
2855: B
2856: A
2857: D
2858: B
2859: B
2860: C