Questões de Português - Pronomes possessivos para Concurso

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Q1659326 Português

Leia o texto a seguir e responda à questão.


O piadista do Vaticano

Poggio Bracciolini redescobriu em documentos antigos a arte de contar piadas e virou o comediante da Renascença

Álvaro Oppermann


Um italiano chega a um mosteiro alemão e pergunta: "Vocês têm livro de humor grego?" Parece anedota, mas situações como essa eram comuns para Gian Francesco Poggio Bracciolini (1380-1459). Secretário de 8 papas, o funcionário graduado do Vaticano aproveitava as viagens de trabalho para praticar seu hobby: vasculhar bibliotecas. Entre pilhas de manuscritos em decomposição, Poggio localizou e copiou valiosas obras de gregos e romanos perdidas havia séculos. Mas seu grande achado foi uma coleção de piadas.

No século 15, elas eram mesmo item de colecionador. Abundantes e populares até o fim da Antiguidade - o autor romano Suetônio menciona 150 coletâneas à disposição de seus contemporâneos -, foram sendo banidas e esquecidas, vítimas da moral do cristianismo medieval.

Daí a alegria de Poggio quando encontrou, em um mosteiro no sul da Alemanha, o lendário Philogelos ("Amante do Riso"), uma antologia de humor grego do século 4. Seus contos de escatologia, adultério e burrice, que hoje eliminariam humoristas do Show do Tom, eram flashbacks hilariantes para a sombria Europa medieval. "Com a divulgação do Philogelos, a piada nasceu de novo, e Poggio foi o seu parteiro", escreveu seu biógrafo, William Sheperd, ele mesmo um precursor do humor involuntário. 

Em 1451, aos 70 anos, Poggio finalmente publicou sua própria obra humorística. O Liber Facetiarum ("Livro da Jocosidade"), ou apenas Facetiae, era uma coleção em latim de 273 anedotas, a primeira desde o Império Romano. Piadas hoje meio chochas ("Como eu quero que o barbeiro corte meu cabelo? Em silêncio!" ou "A esposa convidou o marido para jantar ou fazer amor... e não tinha comida em casa!") tornaram seu autor a sensação nas cortes italianas.

[ ...] 

O piadista do Vaticano morreu em Florença e virou estátua de Donatello. A imagem de Poggio ficou na frente do famoso Duomo até 1569, quando foi parar no topo da fachada da catedral, "reciclada" como um dos 12 apóstolos. Poggio, crítico dos pecados da Igreja, certamente acharia graça na canonização.


Revista SuperInteressante. Edição 263. Março de 2009. Disponível em:<http://super.abril.com.br/cultura/piadistavaticano-616655.shtml>. Acesso em: 19 de abril de 2012. (texto adaptado)

Leia as assertivas a seguir:
I. Em: ‘”Com a divulgação do Philogelos, a piada nasceu de novo, e Poggio foi o seu parteiro", escreveu seu biógrafo, William Sheperd [...]’”, o pronome ‘seu’, em negrito, estabelece uma relação de posse. II. Na variedade culta, a regência do verbo chegar, 1° parágrafo, implica o uso da preposição a. No entanto, na variedade coloquial, também ocorre o uso da proposição em. Neste caso, pode ser admitido: ‘Um italiano chega num mosteiro’. III. Em ‘A imagem de Poggio ficou na frente do famoso Duomo até 1569, quando foi parar no topo da fachada da catedral, [...]’, a conjunção ‘quando’ estabelece uma relação de temporalidade.
Assinale a alternativa CORRETA:
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Q1394614 Português

BELEZA


    A beleza está nos olhos da dona Maria Francisca. Há alguns dias, ela não estava tão bela. Deitada na maca, com suplemento de oxigênio em suas narinas, sua fala ainda cansada e intercortada, buscava me deixar feliz dizendo que estava melhorando. Mesmo no seu pior dia, olhava-me com seus marejados e dizia: só um pouco de falta de ar. Em alguns dias, por preceitos que ultrapassam qualquer lógica natural da vida, ela melhorou. Respirava agora por conta própria. Enchia o peito e agora dizia com fôlego: estou ótima, graças ao senhor e a Deus! Mais belas que sua face agora corada estavam naquele momento as lágrimas que desciam de seus olhos. Mais belas estavam sua fé e força de vontade. Minha função foi cumprida, mas meu esforço foi recompensado. Não há beleza maior que a gratidão mais sincera.

Texto adaptado. Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/19626867/ exercicio-de-comu-e-expressao-questoes-objetivas-de-g1

Para a construção de um texto, é necessária a junção de fatores referentes tanto aos aspectos formais como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação pragmática. Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito dos mecanismos sintático-semânticos mencionados ou em destaque nas expressões a seguir retiradas do texto.

Alternativas
Q1380163 Português
Leia os quadrinhos que compõem a tira de André Dahmer para responder à questão.

(Folha de S.Paulo 09.11.2019. Acesso em 11.11.2019)
Assinale a alternativa que apresenta uma palavra que, no desenrolar do diálogo, estabelece o sentido de posse.
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Q1338593 Português

INSTRUÇÃO: Leia os parágrafos iniciais de uma reportagem sobre o que os jovens da atualidade pensam e fazem publicada na revista Época, nº 938, e responda à questão.


Poucas palavras são tão abusadas como “geração”. Geração X, Geração Y, Geração Z, Geração do Milênio são meros rótulos que ajudam palestrantes, consultores e departamentos comerciais a vender. É impossível definir um padrão de comportamento comum a milhões de pessoas simplesmente porque elas compartilham, em seus documentos de identidade, datas de nascimento próximas. Quando se reduz o número de pessoas a observar e a pretensão da análise, fica mais fácil. Quando se fala em Geração Perdida, por exemplo, fala-se num grupo de escritores americanos que viveram em Paris e em outras partes da Europa nos loucos anos 1920. Nem todos os que viveram naquela era vanguardista e vibrante tiveram tanta aventura e liberdade como Hemingway, Fitzgerald e Gertrude Stein, por exemplo. Mas pode-se dizer que o grupo conhecido como Geração Perdida representava o espírito do seu tempo.

O mesmo ocorre com o grupo de brasileiros com menos de 30 anos reunido nas páginas desta revista. Eles não representam a realidade da maioria dos jovens do país. São jovens, no entanto, que se destacam em vários tipos de atividades e, por isso, representam o espírito de nosso tempo. São idealistas, sonhadores ― o que é bom, mas não uma novidade. A diferença é que essa geração não se limita a sonhar. Ela transforma as causas que abraça em projetos. Em objetivos de vida. Em profissões. 

Os pronomes desempenham em um texto funções equivalentes às exercidas pelos substantivos e pelos adjetivos, dependendo se ocupam o lugar de um substantivo ou se o acompanham. Assinale a alternativa em que todos os pronomes exercem a função de substantivo no texto.
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Ano: 2000 Banca: CFC Órgão: CFC Prova: CFC - 2000 - CFC - Técnico de Contabilidade |
Q1295164 Português
Assinale a frase correta:
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Q1276279 Português
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A respeito da linguagem utilizada pelo texto II, analise as afirmativas a seguir, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) O meme utiliza uma linguagem informal, o que se observa no exemplo da substituição do pronome possessivo ‘nossa’ pela construção ‘da gente’. ( ) Na primeira imagem, a palavra ‘paranóia’ está acentuada de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. ( ) A linguagem utilizada por esse meme é um exemplo da variação linguística comum na internet, o internetês.
Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q1256617 Português
Na questão, assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, na ordem em que se apresentam.

Imagem associada para resolução da questão

(Mauricio de Sousa. Chico Bento: histórias de pescador.

Porto Alegre: L&PM,2016. Adaptado)

Alternativas
Q1247447 Português
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.

    A comunicação pode ser entendida como o compartilhamento de um significado entre dois ou mais indivíduos e, na maioria dos casos, não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo. Ela é iniciada por alguém que visa alcançar um determinado resultado.
    No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua cultura quanto a cultura de seu receptor. Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema elementar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm, nos primórdios dos estudos da comunicação. Ao transmissor competia codificar uma ideia e gerar um sinal − ou mensagem − através de um meio, de modo que o receptor pudesse decodificá-lo e absorver o seu significado. Esse processo desenrolava-se sobre um cenário, ou contexto, e dizia-se que cabia ao transmissor dimensionar a mensagem no nível de percepção e entendimento do receptor.
     São comuns, entretanto, as situações em que, em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, vemos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, impossibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores do que ouvem − numa clara relação de dominação. Os exemplos seriam muitos; para lembrar apenas um, no campo da comunicação empresarial, podemos mencionar o grande número de empresas internacionais que utiliza, no Brasil, slogans ou lemas publicitários em inglês − sem tradução − a despeito do fato de que não mais do que dez por cento da população seja fluente nesse idioma.

(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In: SANTOS, Juana Elbein dos
(org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Salvador, Sociedade de Estudo das Culturas e da Cultura
Negra no Brasil, 2010, p. 204-205) 
A análise correta de um trecho do texto está em:
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Q1167005 Português

Consumo diário de refrigerantes e sucos aumenta risco de câncer,

diz estudo

Pesquisa francesa acompanhou mais de 100 mil pessoas ao longo de quase uma década – e constatou que bebidas com muito açúcar, mesmo se forem naturais, podem fazer mal.

Por Guilherme Eler


      Você é daqueles que sempre preferem um suco de fruta a uma latinha de refrigerante? Não adianta fazer a troca se você tiver a mão pesada na hora de adoçar – ou o costume de exagerar na quantidade. Afinal, o consumo diário de bebidas açucaradas, quer sejam elas refrigerantes ou refrescos naturais, pode elevar seu risco de desenvolver vários tipos de câncer.

      Foi o que concluiu um estudo extenso, feito por pesquisadores franceses, que acompanhou 101.257 pessoas (78,7% eram mulheres) entre 2009 e 2018. A pesquisa foi publicada na revista científica BMJ na última quarta-feira (10), e é uma das primeiras a traçar uma relação direta entre consumo de bebidas doces e surgimento de câncer.

      Todos os participantes do estudo eram maiores de idade, e tinham, em média, 42 anos. No começo do levantamento, eles responderam questionários sobre seus hábitos alimentares a fim de mapear as fontes de calorias diárias do grupo. A cada seis meses, eles respondiam novamente as mesmas perguntas.

      A lista de itens considerados no estudo incluía 109 bebidas açucaradas ou adoçadas artificialmente – sucos de fruta diversos, refrigerantes, xaropes, refrescos, bebidas adoçadas quentes, chás, cafés, bebidas à base de leite, isotônicos e energéticos. Foram consideradas “adoçadas” bebidas que continham mais de 5% de açúcar em sua composição, além de sucos 100% naturais – sem nenhum açúcar extra e, portanto, só com o doce natural da fruta. Várias versões de suco de fruta in natura superam essa margem. Um copo de suco de uva, por exemplo, tem 14 g de açúcar. No de maçã são 10 g e no de laranja, 8 g.

      Ao longo dos nove anos de análise, os pesquisadores detectaram o surgimento de 2.193 novos casos de cânceres – sendo 693 de câncer de mama, 291 de câncer de próstata e 166 de câncer colorretal. Na maioria dos casos, os tumores se manifestaram por volta dos 58,5 anos.

      Em média, homens consumiam 90,3 mL de bebidas adoçadas todos os dias, contra 74,6 mL das mulheres. A partir desses valores, estimou-se o quanto o consumo poderia influenciar no surgimento de algum tumor.

      A pesquisa concluiu que, a cada 100 mL de aumento no consumo diário de bebidas açucaradas, a chance de que uma pessoa sofra de câncer aumenta em 18%. Ou seja: quem tomava 190 mL (quase um copo americano) de refri ou suco adoçado todo dia teve 18% mais chances de desenvolver um tumor do que quem estava na média (até 90 mL). Esse risco é ainda maior no caso do câncer de mama e, para os pacientes considerados no estudo, chegou aos 22%.

      Não se sabe ao certo qual o mecanismo fisiológico que explique o fato de as bebidas açucaradas terem relação com o surgimento de cânceres. É fato que uma dieta repleta de açúcar pode contribuir para a obesidade – o que, por tabela, amplia o risco de que alguém desenvolva até 13 tipos de câncer. Mas essa relação, de acordo com a pesquisa, não conta a história inteira.  

      Segundo os autores, a explicação pode estar na formação de depósitos de gordura visceral – localizada junto aos órgãos internos – e que pode facilitar a formação de tumores. Não é preciso, necessariamente, estar drasticamente acima do peso para que alguém apresente índices de gordura visceral maiores que o recomendado.

      Outro fator considerado pelos cientistas é que níveis altos de açúcar no sangue podem provocar reações inflamatórias no organismo, resposta que facilita o desenvolvimento de tumores.

      Ainda que o açúcar seja o fator mais determinante na conta, os cientistas pontuam que outros componentes químicos podem ter sua parcela de culpa. Um exemplo, segundo consta na pesquisa, é o 4-Metilimidazol, um dos produtos da degradação do corante Caramelo IV – usado em refrigerantes a base de cola e energéticos.

      “Estes dados mostram a importância das recomendações nutricionais em relação ao consumo de bebidas açucaradas, incluindo os sucos 100% à base de fruta, assim como outras ações, como impostos e restrições de propaganda para essas bebidas”, escrevem os pesquisadores.

      Antes que você, leitor, risque qualquer líquido com o menor traço de açúcar da dieta, vale lembrar que o surgimento de cânceres pode estar ligado a diversos fatores que não a alimentação. Entram na conta poluição, prática de atividade física, tabagismo e predisposição genética, por exemplo. [...]

Adaptado de https://super.abril.com.br/ciencia/consumo-diario-de-refrigerantes-esucos-aumenta-risco-de-cancer-diz-estudo/

Analise: “os cientistas pontuam que outros componentes químicos podem ter sua parcela de culpa” e assinale a qual classe de palavras os vocábulos em destaque pertencem respectivamente.
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Q1097761 Português
Considerando os mecanismos de coesão no texto, assinale a alternativa em que há correta correspondência entre o termo ou expressão destacados e o respectivo elemento de referência.
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Q1081600 Português
Leia o texto, para responder à questão.

    O eminente poeta Alberto de Oliveira, segundo informações dos jornais, está empenhado em impedir que um proprietário ganancioso derrube um cedro venerável que lhe cresce nos terrenos.
    A árvore é remanescente de antigas florestas que outrora existiram para aquelas bandas e viu crescer Teresópolis já adulta.
    Não conheço essa espécie de árvore, mas deve ser bela porque Alberto de Oliveira se interessa pela sua conservação.
    Homem de cidade, tendo viajado unicamente de cidade para cidade, nunca me foi dado ver essas essências florestais que todos que as contemplam se enchem de admiração e emoção superior diante dessas maravilhas naturais.
    O gesto de Alberto de Oliveira é sem dúvida louvável e não há homem de mediano gosto que não o aplauda do fundo da alma.
    Desejoso de conservar a relíquia florestal, o grande poeta propôs comprar, ao dono, as terras onde ela crescia.
    Tenho para mim que, à vista da quantia exigida por este, ela só poderá ser subscrita por gente rica, em cuja bolsa umas poucas de centenas de mil-réis não façam falta.
    Aí é que me parece que o carro pega. Não é que eu tenha dúvidas sobre a generosidade da nossa gente rica; o meu ceticismo não vem daí.
    A minha dúvida vem do seu mau gosto, do seu desinteresse pela natureza. Excessivamente urbana, a nossa gente abastada não povoa os arredores do Rio de Janeiro de vivendas de campo com pomares, jardins, que os figurem graciosos como a linda paisagem da maioria deles está pedindo.
    Os nossos arrabaldes e subúrbios são uma desolação. As casas de gente abastada têm, quando muito, um jardinzito liliputiano de polegada e meia; e as da gente pobre não têm coisa alguma.
(Lima Barreto, O cedro de Teresópolis. Crônicas Escolhidas. Adaptado) 
Assinale a alternativa em que a noção de posse, presente no pronome “cuja” em – ... gente rica, em cuja bolsa umas poucas de centenas de mil-réis não façam falta. –, está presente também no pronome destacado.
Alternativas
Q1057537 Português
Leia o texto, para responder à questão.

Piscina

    Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela piscina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem.
    Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata d’água na cabeça. De vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres que se detinham e ficavam olhando.
   Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando perceberam que alguém os observava pelo portão entreaberto.
    Era um ser encardido, cujos molambos em forma de saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olharam, separadas pela piscina.
    De súbito pareceu à dona da casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já transpusera o gramado, atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em pouco sumia-se pelo portão.
    Lá no terraço o marido, fascinado, viu toda a cena. Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos de silêncio e de paz que antecedem um combate.
    Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome destacado expressa a noção de posse.
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Q1053841 Português
Para responder à questão, assinale a alternativa que completa, correta e adequadamente, as falas dos personagens dos quadrinhos.
Imagem associada para resolução da questão
(O melhor de Hagar, o horrível. Dik Browne. adaptado)
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Q1041654 Português

                                    Redes antissociais


      Para além do hábito, as redes sociais se transformaram em paixão. Toda paixão nos torna cegos, incapazes de ver o que nos cerca com bom senso, para não dizer lógica e racionalidade. Nesse momento de nossa experiência com as redes sociais, convém prestar atenção no seu caráter antissocial e psicopatológico. Ele é cada vez mais evidente.

      O que estava escondido, aquilo que ficava oculto nas microrrelações, no âmbito das casas e das famílias, digamos que a neurose particular de cada um, tornou-se público. O termo neurose tem um caráter genérico e serve para apontar algum sofrimento psíquico. Há níveis de sofrimento e suportabilidade por parte das pessoas. Buscar apoio psicológico para amenizar neuroses faz parte do histórico de todas as linhagens da medicina ao longo do tempo. Ela encontra nas redes sociais o seu lugar, pois toda neurose é um distúrbio que envolve algum aspecto relacional. As nossas neuroses têm, inevitavelmente, relação com o que somos em relação a outros. Assim como é o outro que nos perturba na neurose, é também ele que pode nos curar. Contudo, há muita neurose não tratada e ela também procura seu lugar.

      A rede social poderia ter se tornado um lugar terapêutico para acolher as neuroses? Nesse sentido, poderia ser um lugar de apoio, um lugar que trouxesse alento e desenvolvimento emocional? Nas redes sociais, trata-se de convívios em grupo. Poderíamos pensar nelas no sentido potencial de terapias de grupo que fizessem bem a quem delas participa; no entanto, as redes sociais parecem mais favorecer uma espécie de “enlouquecimento coletivo”. Nesse sentido, o caráter antissocial das redes precisa ser analisado.

                                                                                                            (Cult, junho de 2019) 

Assinale a alternativa em que o primeiro pronome destacado tem um referente posposto a ele, e o segundo expressa sentido genérico.
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Q1039936 Português
Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”. 
O pronome possessivo em – “meu Pará” – atribui ao termo Pará a ideia de que se trata de um lugar
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Q1001644 Português

                               TEXTO: A palavra foi feita para dizer


Socorro Acioli, Publicado (01:30 | 15/09/2018)


Quando Vidas Secas foi publicado, na primeira metade do século XX, os artistas procuravam encontrar seu lugar depois que os portões da criação tinham sido escancarados pelas vanguardas. A partir de então era não só possível, mas necessário ousar em qualquer direção: nos temas, na forma e na linguagem. No Brasil, o modernismo já fincara suas bases e, quase nos anos quarenta, contava com um time de autores que a historiografia literária considerou pertencente ao que chamou de segunda fase do modernismo.

Quase todos eram regionalistas, essa alcunha tão mal compreendida e que, muitas vezes, desperta a reação equivocada de um rótulo que diminui, mas que fortalece e amplia. Um dos pulsos de qualquer literatura nacional está fundamentado justamente na capacidade de falar do próprio chão e de como homens e mulheres andaram, marcharam e caíram sobre ele.

No ano de 1938, foram publicados, entre outros: Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo; Pedra Bonita, de José Lins do Rego; A estrada do mar, de Jorge Amado; Cazuza, de Viriato Correia; Porão e Sobrado, de Lygia Fagundes Telles e Vidas Secas, de Graciliano Ramos; talvez o aniversariante mais lembrado do grupo e que merece um olhar cuidadoso e atento para os motivos de sua permanência no cânone nacional.

Os homens e mulheres do Nordeste foram protagonistas de mais outras tantas obras dos contemporâneos de Graciliano Ramos. Considero que o maior mérito de Vidas Secas, justamente por ser o mais difícil de alcançar, é o trabalho com a linguagem e a narração. Apesar de ser contado por um narrador onisciente, o uso impecável e invisível do discurso indireto livre provoca o efeito de uma polifonia sofisticada.

Aos oitenta anos, não constato sinais de velhice neste livro. Ainda há muita vida aqui. É possível falar de Vidas Secas pelos olhos da história, da sociologia, da literatura, do seu lugar na trajetória do autor, na linha do tempo do Brasil, mas escolho outra via para dizer porque fechei o livro com a certeza de que essa obra continua forte: há um grande poema escondido em Vidas Secas, adormecido. Há música no chocalho das palavras. Barbicacho, trempe, macambira, suçuarana, baraúna, taramela, aió, pelame, enxó, marrã, mundéu, pucumã, jirau, losna, craveiro, arribação - as aves que cobrem o mundo de penas, expressão que quase batizou o livro.

Para além de um grande romance, Vidas Secas é também poesia e música, um bloco de camadas sobrepostas de sentidos que o tempo tem tratado de realçar. Poucos octogenários chegam tão vivos ao seu aniversário. Os passos desse livro ainda estão vindo pela estrada nos pés de Fabiano, Sinhá Vitória, os meninos sem nome e os olhos vivos da cadela chamada Baleia, que também é Palavra. Graciliano disse que a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.

“... do seu lugar na trajetória do autor,...” O pronome possessivo, dentro da oração, é classificado como:
Alternativas
Q942242 Português

Imagem associada para resolução da questão


No quadrinho acima as palavras grifadas tratam-se de:

Alternativas
Q930039 Português

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto XII, julgue (C ou E) o item seguinte.


Do período “O agregado é a sua caricatura” (l. 23 e 24), é correto inferir que o agregado é uma caricatura de si próprio.
Alternativas
Q930035 Português

Ainda considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto XI, julgue (C ou E) o item que se segue.


Nas expressões “seu preconceito” (l.45) e “seu sarcasmo” (l. 45 e 46), o pronome possessivo remete a referentes distintos.

Alternativas
Q876515 Português
Instrução: A questão abaixo refere-se ao texto abaixo.
Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações


Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um
pouco do celular e melhore suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/
2014/04/07/esqueca-um-pouco-do-celular-e-melhore-
suas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de 2014.

Considere as seguintes afirmações.


I - O pronome possessivo suas do título visa estreitar a ligação do leitor com o texto.

II - O pronome possessivo suas (l. 33) expressa uma relação de posse entre o indivíduo (l. 33) e habilidades sociais (l. 33-34).

III - O pronome isso (l. 42) faz referência ao uso do celular de maneira excessiva.


Quais estão corretas?

Alternativas
Respostas
101: E
102: E
103: C
104: C
105: A
106: C
107: B
108: B
109: C
110: C
111: A
112: E
113: A
114: A
115: C
116: A
117: D
118: E
119: C
120: D