Questões de Concurso
Sobre redação - reescritura de texto em português
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No quadrinho, ao substituir “é mais fácil” por “é preferível” e adequando a frase à norma gramatical, obtém-se:
Na gravura, alterando-se o sujeito dos verbos do período para “nós” (1ª pessoa do plural), tem-se a seguinte modificação das formas verbais:
Ali, por entre as folhagens, existiam as ondulações felinas de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-se brilhar dois raios vítreos e pálidos, que semelhavam os reflexos de alguma cristalização de rocha ferida pela luz do sol.
ALENCAR, José de. O guarani. São Paulo: Ateliê editorial, 1999. p. 71.
Assinale a alternativa em que a reescrita do texto destacado apresenta desvio à norma culta.
[...] Que pena que só sei escrever quando espontaneamente a “coisa” vem. Fico assim à mercê do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.
LISPECTOR, Clarisse. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Dadas as frases,
I. Lembro-me agora com saudade a dor de escrever livros.
II. Lembro agora com saudade da dor de escrever livros.
III. Lembro agora com saudade a dor de escrever livros.
verifica-se que é(são) reescrita(s) correta(s) da sentença destacada no texto
UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.
- Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para rábula ordinário como Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui.
A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...
João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudarse, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crâneo. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria nada, não se julgava capaz de nada...
Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca...
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou seu cavalinho magro e partiu.
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
- Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
- Mas, como? Agora que você está delegado?
- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.
E sumiu.
(LOBATO, Monteiro. “Conto de Cidades Mortas”. In www.
gotasdeliteraturabrasileira.blogspot.com)
UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.
- Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para rábula ordinário como Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui.
A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...
João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudarse, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crâneo. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria nada, não se julgava capaz de nada...
Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca...
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou seu cavalinho magro e partiu.
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
- Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
- Mas, como? Agora que você está delegado?
- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.
E sumiu.
(LOBATO, Monteiro. “Conto de Cidades Mortas”. In www.
gotasdeliteraturabrasileira.blogspot.com)
"Para que serve um advogado honesto quando o que se precisa é de um advogado desonesto?" (Eric Ambler)
Nessa frase, a expressão sublinhada corresponde a "Qual a utilidade".
Assinale a alternativa em que a substituição do termo sublinhado foi adequadamente realizada.
Texto: A verdade sobre os antibióticos
De um lapso de memória nasceu uma das mais poderosas armas da medicina contra infecções bacterianas. É assim que pode ser descrita, em poucas palavras, a descoberta da penicilina em 1928, pelo bacteriologista inglês Alexander Fleming. O cientista trabalhava no Hospital St. Mary, na Inglaterra, onde observava o comportamento de uma cultura de Staphylococcus aureus, a temível bactéria que causa infecção generalizada. Um dia, Fleming saiu de férias e esqueceu em cima da mesa do laboratório uma de suas placas de cultura, com amostras de estafilococo. Ao voltar, ele notou que o mofo parecia ter produzido uma substância que conseguira atacar a bactéria. Logo, concluiu que essa mesma substância poderia ser utilizada para impedir o desenvolvimento de outras bactérias. Como o fungo chamava-se Penicillium notatum, Fleming batizou a tal substância de penicilina.
O cientista ainda descobriu que, por não ser tóxica para o corpo humano, a penicilina também poderia ser usada como remédio. “Antes da descoberta da penicilina, os cientistas tentaram de tudo: de sais de ouro a bismuto. As bactérias eram combinadas quase que por seleção natural”, observa o toxicologista Sérgio Graff (SP). “Há 70 anos, qualquer pessoa podia morrer de meningite ou pneumonia. Hoje, embora essas doenças continuem matando, conseguimos curar grande parte delas. E isso se deve, principalmente, ao uso dos antibióticos”, afirma o infectologista Marcelo Simão Ferreira, do Hospital de Clínicas de Uberlândia, da Universidade Federal de Uberlândia (MG). “Claro que a cura de uma infecção não depende só do antibiótico certo empregado, depende também do sistema de defesa do hospedeiro. Em pessoas com câncer, por exemplo, os antibióticos atuam muito menos”, ressalva.
O problema das infecções
Alexander Fleming inaugurou uma nova era dentro da medicina: a dos antibióticos. Graças a ele, milhões de soldados feridos durante a Segunda Guerra Mundial foram salvos. O termo antibiótico vem do grego e significa “contra a vida” – nesse caso a dos micro-organismos, vamos deixar claro. Hoje, alguns especialistas já refutam o termo e preferem “antimicrobiano” a “antibiótico”.
“Os antimicrobianos são comumente usados no tratamento de doenças causadas por agentes microbianos, que podem ser tanto uma bactéria (pneumonia, por exemplo) como um fungo (candidíase) ou vírus (AIDS). Essas doenças são todas chamadas de infecções e cada tipo, de acordo com o agente que a provocou, tem um tratamento específico”, detalha a farmacêutica Emília Vitória da Silva, da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (DF).
Em linhas gerais, os antibióticos podem ser divididos em sistêmicos e tópicos. Segundo Emília, os sistêmicos são aqueles que precisam atingir a corrente sanguínea para exercer sua ação terapêutica. Podem ser administradas por via oral (boca), intramuscular (injeção no músculo), intravenosa (injeção na veia) e aerossol, entre outros. “Quando você administra um antimicrobiano por via oral, a substância atinge o estômago e passa, através da mucosa estomacal, para o sangue. Por este é levada até o seu local de ação, que geralmente é um órgão interno, como garganta ou pulmão”, detalha a farmacêutica Emília.
Já o uso tópico de antibióticos acontece quando esses agentes são aplicados diretamente na pele ou mucosas, principalmente em infecções dermatológicas (na pele), oftalmológicas (nos olhos), otológicas (nas orelhas) e ginecológicas (na vagina). “Antimicrobianos tópicos têm ação localizada e pouca, às vezes nenhuma, quantidade do medicamento atinge o sangue”, afirma a farmacêutica.
Perigo à vista
Se Alexander Fleming estivesse vivo, reprovaria o uso indiscriminado de antibióticos. Segundo estimativas de Janaína Sallas, consultora técnica no Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, 40% dos remédios consumidos hoje no Brasil são antibióticos. “A descoberta da penicilina trouxe indiscutíveis benefícios para a medicina, como elevado índice de cura e a redução no número de sequelas. Mas, por outro lado, quando tomados de maneira abusiva e sem prescrição médica, os antibióticos podem causar reações adversas e, principalmente, resistência microbiana”, alerta a especialista em saúde coletiva.
Resistência microbiana
O maior risco oferecido pelo uso indiscriminado de antibióticos, porém, é a chamada “resistência microbiana”, que piora o quadro infeccioso do paciente e reduz a eficácia do tratamento. “Quando você utiliza um antimicrobiano de maneira inadequada, os microorganismos desenvolvem uma mutação e se tornam resistentes ao agente antibiótico”, explica a farmacêutica Emília Vitória.
O toxicologista Sérgio Graff chama a atenção para outro aspecto do uso abusivo do medicamento. Ele explica que o corpo humano é colonizado por “bactérias do bem”, que reforçam o sistema de defesa do organismo em lugares estratégicos como a pele e a boca, por exemplo. Entre outras incumbências, as “bactérias do bem” são encarregadas de impedir a proliferação de “bactérias do mal”. “Quando você toma um antibiótico sem a devida prescrição médica, elimina não só as bactérias ruins do seu organismo como as boas também”, alerta o toxicologista. Entre bactérias mortas e feridas, explica ele, salvam-se as mutantes. “A partir do momento em que dizimei todas as bactérias, as mutantes começam a se multiplicar. E a produzir infecções resistentes a antibióticos”, completa.
Vírus: inimigo invencível
Embora a origem grega do termo signifique “contra a vida”, os antibióticos não conseguem agir sobre todos os micro-organismos. Na grande maioria das vezes, são eficazes contra bactérias e, em alguns casos, fungos e parasitas. “Em doenças virais, por exemplo, eles não têm eficácia alguma”, assegura Marília. Por isso mesmo a receita médica é imprescindível no ato da compra de antibióticos. Só o médico tem condições de avaliar se uma infecção é bacteriana ou viral. “O paciente não tem como distinguir uma da outra apenas pelos sintomas apresentados. Para você ter uma ideia, tanto infecções virais quanto bacterianas provocam febre no paciente”, diz a conselheira do Cremerj.
André Bernardo
Revista VivaSaúde. São Paulo: Escala, edição 189, 2019.
(adaptado)
Sobre uma nova espécie de droga, as smart drugs, a chamada para um texto de jornal diz o seguinte:
“Drogas apelidadas de smart drugs por supostamente aumentarem a inteligência ganham cada vez mais adeptos, apesar de pesquisas desmentirem seus efeitos”.
A substituição de um conectivo que está corretamente realizada é:
Um texto de divulgação de um novo romance diz o seguinte:
“Um homem acorda gravemente ferido no meio de um lixão. Ao que parece, tentaram matá-lo, mas ele não se recorda dos fatos que o levaram até ali. Muito menos de seu passado recente. Seria dado como desaparecido, se houvesse alguém para sentir sua falta. Essa dolorosa ausência imperceptível é a brecha para dar vazão à sua revolta com o mundo contemporâneo e começar uma nova vida. Entre seus planos: executar criminosos intocados pela Justiça e escrever um best-seller. Mas uma paixão verdadeira e arrebatadora coloca tudo em xeque”.
(Época, 14/01/2019, p. 37)
A revista Época de 14/01/2019 fez uma reportagem sobre o presidente americano Donald Trump e redigiu a chamada para a leitura do texto do seguinte modo:
“O presidente americano vai à TV defender a construção do muro entre os EUA e o México e prolonga o que está próximo de ser a mais extensa paralisação do governo na história”.
Sobre a estruturação gramatical desse texto, é correto afirmar que:
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
No trecho “poucos tentam compreender no que exatamente se
inscreveram” (l. 8 e 9), a substituição de “no que” por o que
comprometeria a correção gramatical do texto.
A única variação estrutural correta para a expressão destacada na oração em evidência é
A manchete principal do Jornal do Brasil de 18/09/2018 mostrava o seguinte:
INSS só aliviará contas se incluir juízes e deputados
Uma outra maneira de reescrever essa frase, mantendo o seu sentido original, é:
Texto 4
Na página inicial de uma prova, entre as instruções gerais, estava escrito:
“Será eliminado sumariamente do processo seletivo e as suas provas não serão levadas em consideração, o candidato que:
i) der ou receber auxílio para a execução de qualquer prova;
ii) utilizar-se de qualquer material não autorizado;
iii) desrespeitar qualquer prescrição relativa à execução das provas;
iu) escrever o nome ou introduzir marcas identificadoras noutro lugar que não o indicado para esse fim;
u) cometer um ato grave de indisciplina”.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Sem prejuízo da correção gramatical do texto, os vocábulos
“é” (l.17) e “que” (l.19) poderiam ser suprimidos, desde que
fosse inserida uma vírgula imediatamente após a palavra
“alheio” (l.18).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
A substituição da forma verbal “teria” (l.15) por tem manteria
tanto a correção gramatical quanto a coerência do texto.