Questões de Português - Sintaxe para Concurso

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Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 - UFC - Pedagogo |
Q2937789 Português
Em “Para evitar que as consequências do aquecimento global “saiam de controle”...”, o termo destacado expressa
Alternativas
Q2936935 Português

Leia o texto abaixo e respondas às questões propostas.


Internet e a importância da imprensa


Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.

É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.

E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.

O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.

Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...

A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.

Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.

A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.

Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.

O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.

(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)

“Trata de um dos aspectos mais festejados da internet...” (§ 1)


De acordo com a sintaxe do texto, o termo em função de sujeito em relação ao verbo da oração transcrita acima é:

Alternativas
Q2936905 Português

Leia o texto abaixo e respondas às questões propostas.


Internet e a importância da imprensa


Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.

É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.

E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.

O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.

Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...

A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.

Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.

A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.

Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.

O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.

(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)

Leia com atenção as orações abaixo, extraídas do segundo parágrafo do texto:


I. “Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas...”

II. “Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.”


De acordo com o contexto em que as duas orações ocorrem, pode-se afirmar que a oração do item II exprime, em relação à oração do item I, o sentido de:

Alternativas
Q2936747 Português

Indique a opção em que se adotará na frase, obrigatoriamente, de acordo com a norma culta, a indicação dos parênteses para o verbo em negrito.

Alternativas
Ano: 2011 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: FEPESE - 2011 - CELESC - Engenheiro Civil |
Q2935951 Português
Assinale a alternativa correta, em relação ao texto.
Alternativas
Q2935429 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Por mais de dois mil anos, segundo o filósofo inglês Roger Scruton, a Arte serviu como remédio para os problemas da sociedade, uma maneira tanto de relatar como de escapar da infelicidade da vida cotidiana; atualmente, em vez disso, a beleza foi posta de lado e a Arte não serve de refúgio, mas dá suporte ao egoísmo dos nossos dias. Roger Scruton aponta o culto à feiúra e o pragmatismo como as principais causas do problema.

......................................................................................................


No primeiro caso, argumenta ele, a Arte, ao abandonar a beleza, perdeu seu principal objetivo, o de fazer com que atribuamos sentido à vida, nos consolando das tristezas, como para Platão, ou ainda, como defendiam os filósofos iluministas, ajudando a galgar alguns degraus da escadaria que nos conduz para longe das banalidades do cotidiano.

A partir de um momento decisivo da história da Arte, a beleza teve sua importância diminuída. O propósito da Arte deixa de ser atribuir sentido à vida e é substituído pelo desejo de causar impacto a todo custo. O caminho mais curto para isso, de acordo com Scruton, foi romper com a moral tradicional e estabelecer o escárnio moral. A quebra de tabus passou a ser a bandeira da Arte dita moderna: profanar e dessacralizar o sacro, cultuar o feio – levando todos, dos especialistas ao apreciador comum, à total confusão. Isso se deve a uma concepção de Arte equivocada, presente no discurso de parte da crítica: “O repúdio à Beleza ganha forma com base em uma visão particular da Arte moderna e de sua história. De acordo com muitos críticos atuais, um trabalho [de Arte] se justifica a si próprio ao anunciar-se como um visitante do futuro. O valor da Arte está em chocar: a Arte existe para nos despertar de nossa situação histórica e nos lembrar da interminável mudança, que é a única coisa permanente na natureza humana”.

Já o culto ao valor prático das coisas levou ao estado atual, que, por sua vez, faz com que o valor das coisas resida na sua utilidade prática – o chamado pragmatismo. Scruton menciona em seu documentário que Oscar Wilde já afirmava que “toda Arte é inútil”, mesma posição de Hannah Arendt. A beleza (e a Arte) não têm utilidade, mas é justamente por isso, enfatiza Scruton, que podemos ressaltar sua importância como valor universal; valor que, no entender do filósofo inglês, está enraizado na própria natureza humana. Com isso ele remete sua apologia da beleza a Shaftesbury e a Kant.

A fruição estética é uma atividade desinteressada e, portanto, inútil. Mas isso desmerece em algum sentido a contemplação? Não, no mesmo sentido em que a amizade, o amor, o ato de ouvir uma música ou ainda o sorriso de um bebê, embora não tenham “utilidade prática”, não perdem seu valor nem passam a ser coisas que dispensamos sem sofrer algum tipo de consequência. Mesmo sem ter uma utilidade prática definida, você já se imaginou sem amor, sem amizade, sem apreciar boa música, bom cinema? Ou, lembrando [...] a Arquitetura – inútil, na perspectiva pragmatista –, não nos sentimos melhor em um prédio belo? A busca das pessoas, na Grã-Bretanha, de prédios construídos no período vitoriano não corroboraria essa hipótese?

(BARRETO, André Asso. Rev. : agosto de 2012, p. 27-29.)

A alternativa de regência proposta para os nomes em destaque é INACEITÁVEL, segundo as normas da língua padrão, em:

Alternativas
Q2935427 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Por mais de dois mil anos, segundo o filósofo inglês Roger Scruton, a Arte serviu como remédio para os problemas da sociedade, uma maneira tanto de relatar como de escapar da infelicidade da vida cotidiana; atualmente, em vez disso, a beleza foi posta de lado e a Arte não serve de refúgio, mas dá suporte ao egoísmo dos nossos dias. Roger Scruton aponta o culto à feiúra e o pragmatismo como as principais causas do problema.

......................................................................................................


No primeiro caso, argumenta ele, a Arte, ao abandonar a beleza, perdeu seu principal objetivo, o de fazer com que atribuamos sentido à vida, nos consolando das tristezas, como para Platão, ou ainda, como defendiam os filósofos iluministas, ajudando a galgar alguns degraus da escadaria que nos conduz para longe das banalidades do cotidiano.

A partir de um momento decisivo da história da Arte, a beleza teve sua importância diminuída. O propósito da Arte deixa de ser atribuir sentido à vida e é substituído pelo desejo de causar impacto a todo custo. O caminho mais curto para isso, de acordo com Scruton, foi romper com a moral tradicional e estabelecer o escárnio moral. A quebra de tabus passou a ser a bandeira da Arte dita moderna: profanar e dessacralizar o sacro, cultuar o feio – levando todos, dos especialistas ao apreciador comum, à total confusão. Isso se deve a uma concepção de Arte equivocada, presente no discurso de parte da crítica: “O repúdio à Beleza ganha forma com base em uma visão particular da Arte moderna e de sua história. De acordo com muitos críticos atuais, um trabalho [de Arte] se justifica a si próprio ao anunciar-se como um visitante do futuro. O valor da Arte está em chocar: a Arte existe para nos despertar de nossa situação histórica e nos lembrar da interminável mudança, que é a única coisa permanente na natureza humana”.

Já o culto ao valor prático das coisas levou ao estado atual, que, por sua vez, faz com que o valor das coisas resida na sua utilidade prática – o chamado pragmatismo. Scruton menciona em seu documentário que Oscar Wilde já afirmava que “toda Arte é inútil”, mesma posição de Hannah Arendt. A beleza (e a Arte) não têm utilidade, mas é justamente por isso, enfatiza Scruton, que podemos ressaltar sua importância como valor universal; valor que, no entender do filósofo inglês, está enraizado na própria natureza humana. Com isso ele remete sua apologia da beleza a Shaftesbury e a Kant.

A fruição estética é uma atividade desinteressada e, portanto, inútil. Mas isso desmerece em algum sentido a contemplação? Não, no mesmo sentido em que a amizade, o amor, o ato de ouvir uma música ou ainda o sorriso de um bebê, embora não tenham “utilidade prática”, não perdem seu valor nem passam a ser coisas que dispensamos sem sofrer algum tipo de consequência. Mesmo sem ter uma utilidade prática definida, você já se imaginou sem amor, sem amizade, sem apreciar boa música, bom cinema? Ou, lembrando [...] a Arquitetura – inútil, na perspectiva pragmatista –, não nos sentimos melhor em um prédio belo? A busca das pessoas, na Grã-Bretanha, de prédios construídos no período vitoriano não corroboraria essa hipótese?

(BARRETO, André Asso. Rev. : agosto de 2012, p. 27-29.)

O sinal de dois-pontos empregado depois de “passou a ser a bandeira da Arte dita moderna” (§ 3) e de “está em chocar” (§ 3) anuncia, respectivamente:

Alternativas
Q2935059 Português

COM BASE NOS TEXTOS ABAIXO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 01 A 09.



TEXTO 1

Especialistas alertam para os crescentes ciberataques a smartphones


TEXTO 2

Brasil é o país da América Latina que mais sofre com ataques pela internet

Quanto às noções de sintaxe, é correto afirmar que, em

Alternativas
Q2933678 Português
Voyager 1 envia resposta surpreendente do espaço após “cutucada” da Terra.

    Engenheiros deram uma “cutucada” na sonda Voyager 1 e receberam uma resposta potencialmente encorajadora, enquanto esperam resolver um problema de comunicação com a sonda espacial envelhecida que persiste há cinco meses.
    Lançadas em 1977, a Voyager 1 e sua gêmea, a Voyager 2, estão se aventurando por território cósmico inexplorado ao longo das bordas externas do Sistema Solar.
   Enquanto a Voyager 1 continuou transmitindo um sinal de rádio constante para sua equipe de controle de missão na Terra, esse sinal não carrega dados utilizáveis desde novembro, o que aponta para um problema com um dos três computadores a bordo da espaçonave. 
    Um novo sinal recentemente recebido da espaçonave sugere que a equipe da missão da Nasa pode estar progredindo em sua busca para entender o que a Voyager 1 está experimentando. A Voyager 1 é atualmente a sonda mais distante da Terra, a cerca de 24 bilhões de quilômetros de distância.
    Enquanto isso, a Voyager 2 viajou mais de 20,3 bilhões de quilômetros de nosso planeta. Ambas estão no espaço interestelar e são as únicas espaçonaves a operar além da heliosfera, a bolha de campos magnéticos e partículas do sol que se estende bem além da órbita de Plutão.
    Inicialmente projetadas para durar cinco anos, as sondas Voyager são as duas espaçonaves com o funcionamento mais longo da história. Suas longas vidas extraordinárias significam que ambas as espaçonaves forneceram insights adicionais sobre nosso Sistema Solar e além, após alcançarem seus objetivos preliminares de passar por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno décadas atrás. 
    Mas ambas as sondas enfrentaram desafios ao longo do caminho à medida que envelheciam. A equipe da missão primeiro notou o problema de comunicação com a Voyager 1 em 14 de novembro de 2023, quando a unidade de modulação de telemetria do sistema de dados de voo começou a enviar um padrão repetitivo de código.
    O sistema de dados de voo da Voyager 1 coleta informações dos instrumentos científicos da espaçonave e as agrupa com dados de engenharia que refletem o status de saúde atual da Voyager 1. O controle da missão na Terra recebe esses dados em código binário, ou uma série de uns e zeros.
    Mas desde novembro, o sistema de dados de voo da Voyager 1 tem estado preso em um loop. 

Fonte: Voyager 1 envia resposta surpreendente do espaço após “cutucada“ da Terra | CNN Brasil
Assinale a alternativa que apresente a função sintática exercida pela oração subordinada em destaque no período: Um novo sinal recentemente recebido da espaçonave sugere que a equipe da missão da Nasa pode estar progredindo em sua busca para entender o que a Voyager 1 está experimentando.
Alternativas
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: MPE-SE Prova: FCC - 2010 - MPE-SE - Analista - Biblioteconomia |
Q2933586 Português
Um velho amor

Quando meus pais morreram, eu morava longe, e meu irmão se ocupou de esvaziar o apartamento de nossa infância. Acedi a seu desejo de guardar consigo nossos antigos brinquedos. Nestes dias (depois de tantos e tantos anos), passando duas semanas em sua casa, na Itália, explorei, pela primeira vez, um armário de três portas, onde encontrei nossos velhos jogos, um quebra-cabeças, um porta-aviões sem aviões, um “Pequeno químico”, caminhões etc. Atrás desse amontoado esbarrei num helicóptero, bem guardado em sua caixa original.
Eu o ganhei no Natal dos meus sete ou oito anos. Ameio à primeira vista: levantara-me secretamente na madrugada e fora vasculhar os presentes, dando com ele. Não era teleguiado (era o começo dos anos 50), mas voava; era ligado por um cabo a um comando (não elétrico): ao girar (freneticamente) uma manivela, o movimento era multiplicado e transmitido até às pás do rotor, de forma que, efetivamente, o helicóptero se levantava até o braço da gente cansar.
Amei o helicóptero. Amei a sensação de que ele voava não por alguma mágica, mas pelo meu esforço. Brinquei com ele mais ou menos uma hora, até que, inexplicavelmente, ele se quebrou: eu acionava a manivela, ouvia um ruído de engrenagens infelizes, e as pás permaneciam paradas. Eu não aguentava a ideia de que meus pais tivessem notícia da morte precoce de seu presente, que tinham escolhido com carinho. Em suma, eu precisava proteger meus pais.
Não disse nada: coloquei o helicóptero de volta na caixa e o levei para a cama comigo. De manhã, consegui convencer a todos de que aquele era meu presente preferido, por isso não queria que ninguém mais o tocasse. Mantive essa ficção durante os dias seguintes. De fato, ninguém nunca mais brincou com ele.
E agora o helicóptero está aqui, na sua caixa de origem – símbolo da minha vontade sofrida e um pouco louca de fazer e proteger a felicidade de meus pais. Tem cara de novo, mas é um pouco tarde para invocar a garantia.
(Adaptado de Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 01/07/2010) 

O verbo entre parênteses deverá flexionar-se em uma forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:

Alternativas
Q2933417 Português
Indique a opção em que o verbo responder está usado INCORRETAMENTE, no que tange à regência.
Alternativas
Q2930046 Português

Atenção: As questões de números 11 a 15 baseiam-se no texto abaixo.


O reflorestamento tem o papel de conservar a biodiversidade da Mata Atlântica e retomar as funções ecológicas que a tornam tão importante. Mas é possível fazer com que uma floresta secundária avance para a condição de floresta nativa?

Segundo a diretora de restauração florestal da SOS Mata Atlântica, as florestas secundárias geralmente não conseguem atingir as mesmas condições ecológicas que as primárias, mas têm o seu valor. "Uma floresta estabelecida, ainda que secundária, absorve água e forma um reservatório natural, impede o assoreamento dos rios e gera emprego e renda para quem atua na restauração."

A manutenção de funções ecológicas na floresta secundária depende de seu desenvolvimento. "Se ela atingir determinado tamanho, diversidade e microclima adequado, poderá ter funções semelhantes às da mata nativa", diz ela. Também a capacidade de absorver carbono é uma das diferenças entre as duas florestas. A mata secundária sequestra muito mais carbono, mas isso não a torna melhor do que a primária, ela explica.

O grau de biodiversidade é um dos principais fatores que diferenciam florestas primárias e secundárias. Esse grau depende de vários aspectos, especialmente a idade e a existência de mata nativa nas proximidades. As florestas secundárias são definitivamente mais vulneráveis do que a primária, principalmente em relação ao fogo. Na Amazônia, a idade média de uma floresta secundária é de seis ou sete anos, já que muitas delas são queimadas mais de uma vez.

A diretora avalia ainda que a perda de espécies na mata secundária está relacionada ao ambiente mais aberto. Intervenções como corte de cipó e plantio de espécies que funcionem como uma barreira podem contribuir para a restauração e a conservação das florestas.


(Ana Bizzotto. O Estado de S. Paulo, Especial Sustentabilidade, H6, 30 de janeiro de 2009, com adaptações)

Os verbos grifados estão corretamente flexionados na frase:

Alternativas
Q2930026 Português

Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto abaixo.


"Nenhum homem é uma ilha", escreveu o inglês John Donne em 1624, frase que atravessaria os séculos como um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos. Todo lugar- comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos – e esse não é exceção. Durante toda a história da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se espraia, abraça e se interliga.

A vida moderna, porém, alterou-o de maneira drástica. Em certos aspectos partiu o continente humano em um arquipélago tão fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. Vencer tal distância e se reunir aos outros, entretanto, é um dos nossos instintos básicos. E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a passos largos: o da autoajuda e, em particular, de uma autoajuda que se pode descrever como espiritual. Não porque tenha necessariamente tonalidades religiosas (embora elas, às vezes, sejam nítidas), mas porque se dirige àquelas questões de alma que sempre atormentam os homens. Como a perda de uma pessoa querida, a rejeição ou o abandono, a dificuldade de conviver com os próprios defeitos e os alheios, o medo da velhice e da morte, conflitos com os pais e os filhos, a frustração com as aspirações que não se realizaram, a perplexidade diante do fim e a dúvida sobre o propósito da existência. Questões que, como séculos de filosofia já explicitaram, nem sempre têm solução clara – mas que são suportáveis quando se tem com quem dividir seu peso, e esmagadoras quando se está só.

As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem sutis: na sua segunda metade, em particular, o século XX foi pródigo em abalos de natureza social que reconfiguraram o modo como vivemos. O campo, com suas relações próximas, foi trocado em massa pelas cidades, onde vigora o anonimato. As mulheres saíram de casa para o trabalho, e a instituição da "comadre" virtualmente desapareceu. Desmanchou-se também a ligação quase compulsória que se tinha com a religião, as famílias encolheram drasticamente não só em número de filhos mas também em sua extensão. A vida profissional se tornou terrivelmente competitiva, o que acrescenta ansiedade e reduz as chances de fazer amizades verdadeiras no local de trabalho. Também o celular e o computador fazem sua parte, aumentando o número de contatos de que se desfruta, mas reduzindo sua profundidade e qualidade.

Perdeu-se aquela vasta rede de segurança que, é certo, originava fofoca e intromissão, mas também implicava conselhos e experiência, valores sólidos e afeição desprendida, que não aumenta nem diminui em função do sucesso ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem se propondo a preencher: esse sentido de desconexão que faz com que em certas ocasiões cada um se sinta como uma ilha desgarrada do continente e sem meios de se reunir novamente a ele.


(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de dezembro de 2009, pp. 141–143, com adaptações)

Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos ... (1o parágrafo)


A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

Alternativas
Q2928886 Português

Considerando os três últimos parágrafos do texto e as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta sobre o texto.

Alternativas
Q2928548 Português

Assinale a frase que apresenta correta concordância nominal ou verbal.

Alternativas
Q2927623 Português

Texto 1

O cativeiro

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de sol, Alemão conseguiu abrir o cadeado e escapou. Ele tinha o largo horizonte do mundo à sua espera. Tinha as árvores do bosque ao alcance de seus dedos. Tinha o vento sussurrando promessas em seus ouvidos. Alemão tinha tudo isso. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, virou as costas. Em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão. Os humanos fugiram apavorados.

Por que fugiram?

O macaco havia virado homem.

O perturbador desta história real não é a semelhança entre o homem e o macaco. Tudo isso é tão velho quanto Darwin. O aterrador é que, como homem, o macaco virou as costas para a liberdade. E foi ao bar beber uma.

(...) BRUM, Eliane. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006. p. 54. (fragmento)

Sobre o emprego do verbo virar em “o macaco havia virado homem” (enunciado 1) e em “o macaco virou as costas para a liberdade” (enunciado 2), analise as afirmativas seguintes.

1. No enunciado 1, o verbo virar quer dizer “tornar-se”.

2. O verbo está empregado em sentidos distintos em cada enunciado e, em 1, ele atribui um novo status ao termo “macaco”.

3. No enunciado 2, o verbo virar está empregado no sentido de “transformar-se”.

4. No enunciado 2, o verbo virar transfere sua ação para o termo “as costas” que, assim, serve-lhe de complemento.

5. A mudança de sentido não alterou as relações de disposição sintática entre os termos ligados ao verbo virar.

Estão corretas, apenas:

Alternativas
Q2927500 Português

Texto I

Assentamento

ChicoBuarque

Quando eu morrer, que me enterrem na

beira do chapadão

-- contente com minha terra

cansado de tanta guerra

crescido de coração

Zanza daqui

Zanza pra acolá

Fim de feira, periferia afora

A cidade não mora mais em mim

Francisco, Serafim Vamos embora

Ver o capim

Ver o baobá

Vamos ver a campina quando flora

A piracema, rios contravim Binho,

Bel, Bia, Quim

Vamos embora

Quando eu morrer

Cansado de guerra

Morro de bem

Com a minha terra:

Cana, caqui

Inhame, abóbora

Onde só vento se semeava outrora

Amplidão, nação, sertão sem fim

Ó Manuel, Miguilim

Vamos embora

As questões 1, 2, 3 e 4 se referem ao Texto I

O segundo parágrafo estabelece com o terceiro parágrafo uma relação de:

Alternativas
Q2927201 Português

TEXTO 2:

“As crianças têm de brincar mais”

Mais velho de três irmãos, o americano Howard Chudacoff começou a trabalhar aos 12 anos, na empresa de um tio. Ainda que temporária, a privação de brincadeiras deixou lembranças úteis para seu trabalho como professor de História. Chudacoff estudou o hábito de brincar nos últimos 500 anos.

Época – O conceito de “brincadeira infantil” é recente?
Chudacoff
– A urbanização e a redução do papel das crianças na economia doméstica ajudaram a criar a infância como um período separado da vida. Quando as crianças eram necessárias para a economia, trabalhando nos campos ou nas fábricas, era difícil vê-las como diferentes dos adultos. Depois da industrialização surgiu o conceito de infância, um período especial da vida, isolado, protegido dos perigos e das responsabilidades da idade adulta, um tempo para educação e diversão (...).

Época – O que mudou nas brincadeiras das crianças do século XVI para cá?
Chudacoff
– A primeira grande alteração foi no espaço onde acontecem as brincadeiras. Com a industrialização as crianças passaram a usar menos os espaços abertos e a natureza para brincar. Em vez de ir para o campo ou para o mato, ficam nas ruas ou dentro de casa. (...)

Época – Qual é o papel dos pais nas brincadeiras dos filhos?
Chudacoff
– Providenciar esse tipo de ambiente seguro e independente de brincadeira sem serem muito protetores. As crianças aprendem a cuidar de si mesmas e não se machucam com tanta freqüência quanto pensam os pais. (...) Os pais se sentem muito culpados quando não brincam com seus filhos, mas se esquecem de perguntar se os filhos querem brincar com eles. Às vezes, os filhos querem criar o próprio jogo e construir sua autonomia.

Época – Qual é o melhor brinquedo para uma criança?
Chudacoff
– O melhor brinquedo é um pedaço de pau. Pode ser chocante, mas, se você pensar, um bastão, uma bola ou uma caixa vazia são o tipo de brinquedo com que todo mundo brinca. Você pode fazer várias coisas com eles, usar sua imaginação e criar. Na maioria das vezes, as crianças enjoam dos brinquedos industrializados muito rapidamente.

Época – O senhor afirma que as crianças brincam cada vez mais tempo sozinhas. Isso é necessariamente ruim?
Chudacoff
– Com um jogo, um computador, um videogame ou mesmo assistindo à televisão, as crianças não brincam com os vizinhos, não correm pelas redondezas. Certamente uma criança que brinca sozinha várias horas por dia vai ter um tipo diferente de personalidade que o de alguém que interage com outras crianças. Tendemos a olhar mais para o lado negativo desses novos hábitos, que é mais evidente, mas as crianças de hoje têm de usar sua imaginação da mesma forma que seus antepassados. Elas não estão se tornando zumbis ou robôs.

Época – As crianças brincam o suficiente?
Chudacoff
– Tempo é liberdade quando se fala em brincar. E os pais estão tão preocupados em dar experiências enriquecedoras a seus filhos que acabam tomando conta do tempo de brincar. Eles as inscrevem em ligas de futebol, em aulas de ginástica. Além de tentar educá-las, eles tentam evitar que as crianças saiam de casa e façam algo perigoso. O tempo livre para brincadeiras, infelizmente, tem sido reduzido.

(CHUDACOFF, Howard. As crianças têm de brincar mais. In: Revista Época, 10 de março de 2008, edição 512, p.104-106.)

O verbo assistir pode assumir mais de uma significação dependendo do contexto e da regência que o acompanha. Logo, no período “com um jogo, um computador, um vídeo game ou mesmo assistindo à televisão” (5.ª fala), a alternativa em que esse verbo apresenta regência e sentido idênticos ao do fragmento é:

Alternativas
Q2927194 Português

TEXTO 2:

“As crianças têm de brincar mais”

Mais velho de três irmãos, o americano Howard Chudacoff começou a trabalhar aos 12 anos, na empresa de um tio. Ainda que temporária, a privação de brincadeiras deixou lembranças úteis para seu trabalho como professor de História. Chudacoff estudou o hábito de brincar nos últimos 500 anos.

Época – O conceito de “brincadeira infantil” é recente?
Chudacoff
– A urbanização e a redução do papel das crianças na economia doméstica ajudaram a criar a infância como um período separado da vida. Quando as crianças eram necessárias para a economia, trabalhando nos campos ou nas fábricas, era difícil vê-las como diferentes dos adultos. Depois da industrialização surgiu o conceito de infância, um período especial da vida, isolado, protegido dos perigos e das responsabilidades da idade adulta, um tempo para educação e diversão (...).

Época – O que mudou nas brincadeiras das crianças do século XVI para cá?
Chudacoff
– A primeira grande alteração foi no espaço onde acontecem as brincadeiras. Com a industrialização as crianças passaram a usar menos os espaços abertos e a natureza para brincar. Em vez de ir para o campo ou para o mato, ficam nas ruas ou dentro de casa. (...)

Época – Qual é o papel dos pais nas brincadeiras dos filhos?
Chudacoff
– Providenciar esse tipo de ambiente seguro e independente de brincadeira sem serem muito protetores. As crianças aprendem a cuidar de si mesmas e não se machucam com tanta freqüência quanto pensam os pais. (...) Os pais se sentem muito culpados quando não brincam com seus filhos, mas se esquecem de perguntar se os filhos querem brincar com eles. Às vezes, os filhos querem criar o próprio jogo e construir sua autonomia.

Época – Qual é o melhor brinquedo para uma criança?
Chudacoff
– O melhor brinquedo é um pedaço de pau. Pode ser chocante, mas, se você pensar, um bastão, uma bola ou uma caixa vazia são o tipo de brinquedo com que todo mundo brinca. Você pode fazer várias coisas com eles, usar sua imaginação e criar. Na maioria das vezes, as crianças enjoam dos brinquedos industrializados muito rapidamente.

Época – O senhor afirma que as crianças brincam cada vez mais tempo sozinhas. Isso é necessariamente ruim?
Chudacoff
– Com um jogo, um computador, um videogame ou mesmo assistindo à televisão, as crianças não brincam com os vizinhos, não correm pelas redondezas. Certamente uma criança que brinca sozinha várias horas por dia vai ter um tipo diferente de personalidade que o de alguém que interage com outras crianças. Tendemos a olhar mais para o lado negativo desses novos hábitos, que é mais evidente, mas as crianças de hoje têm de usar sua imaginação da mesma forma que seus antepassados. Elas não estão se tornando zumbis ou robôs.

Época – As crianças brincam o suficiente?
Chudacoff
– Tempo é liberdade quando se fala em brincar. E os pais estão tão preocupados em dar experiências enriquecedoras a seus filhos que acabam tomando conta do tempo de brincar. Eles as inscrevem em ligas de futebol, em aulas de ginástica. Além de tentar educá-las, eles tentam evitar que as crianças saiam de casa e façam algo perigoso. O tempo livre para brincadeiras, infelizmente, tem sido reduzido.

(CHUDACOFF, Howard. As crianças têm de brincar mais. In: Revista Época, 10 de março de 2008, edição 512, p.104-106.)

“Os pais se sentem muito culpados”, “O melhor brinquedo é um pedaço de pau”, “as crianças não brincam com os vizinhos”.

Pela ordem, os predicados das orações acima se classificam como

Alternativas
Q2927029 Português

Assinale a opção correta de acordo com as regras de concordância verbal e nominal.

Alternativas
Respostas
741: A
742: B
743: A
744: B
745: E
746: C
747: A
748: B
749: C
750: B
751: D
752: A
753: E
754: D
755: E
756: B
757: C
758: C
759: B
760: D