Questões de Português - Uso do ponto, do ponto de exclamação e do ponto de interrogação para Concurso
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Leia o texto.
Sempre fora invejosa; com a idade aquele sentimento exagerou-se de um modo áspero, invejava tudo na casa: a sobremesas que os amos comiam, a roupa branca que vestiam. As noites de soirée* , de teatro, exasperavam-na. Quando havia passeios projetados, se chovia de repente, que felicidade! O aspecto das senhoras vestidas e de chapéu, olhando por dentro das vidraças com um tédio infeliz, deliciava-a, fazia-a loquaz:
— Ai, minha senhora! É um temporal desfeito! É a cântaros, está para todo o dia! Olha o ferro!
E muito curiosa; era fácil encontrá-la, de repente, cosida por detrás de uma porta com a vassoura a prumo, o olhar aguçado. Qualquer carta que vinha era revirada, cheirada… Remexia sutilmente em todas as gavetas abertas; vasculhava em todos os papéis atirados. Tinha um modo de andar ligeiro e surpreendedor. Examinava as visitas. Andava à busca de um segredo, de um bom segredo! Se lhe caía um nas mãos!
Era muito gulosa. Nutria o desejo insatisfeito de comer bem, de petiscos, de sobremesas. Nas casas em que servia ao jantar, o seu olho avermelhado seguia avidamente as porções cortadas à mesa; e qualquer bom apetite que repetia exasperava-a, como uma diminuição de sua parte. De comer sempre os restos ganhava o ar agudo – o seu cabelo tomara tons secos, cor de rato. Era lambareira: gostava de vinho; em certos dias comprava uma garrafa de oitenta réis, e bebia-a só, fechada, repimpada, com estalos da língua, a orla do vestido um pouco erguida, revendo-se no pé.
Eça de Queirós. O primo Basílio
*espécie de reunião social
O Líder
O sono do líder é agitado. A mulher sacode-o até acordá-lo do pesadelo. Estremunhado, ele se levanta, bebe um gole de água. Diante do espelho refaz uma expressão de homem de meia-idade, alisa os cabelos das têmporas, volta a se deitar. Adormece e a agitação recomeça. “Não, não!” debate-se ele com a garganta seca.
O líder se assusta enquanto dorme. O povo ameaça o líder? Não, pois se líder é aquele que guia o povo exatamente porque aderiu ao povo. O povo ameaça o líder? Não, pois se o povo escolheu o líder. O povo ameaça o líder? Não, pois o líder cuida do povo. O povo ameaça o líder?
Sim, o povo ameaça o líder do povo. O líder revolve-se na cama. De noite ele tem medo. Mas o pesadelo é um pesadelo sem história. De noite, de olhos fechados, vê caras quietas, uma cara atrás da outra. E nenhuma expressão nas caras. É só este o pesadelo, apenas isso. Mas cada noite, mal adormece, mais caras quietas vão se reunindo às outras, como na fotografia de uma multidão em silêncio. Por quem é este silêncio? Pelo líder. É uma sucessão de caras iguais como na repetição monótona de um rosto só. Nas caras não há senão a inexpressão. A inexpressão ampliada como em fotografia ampliada. Um painel e cada vez com maior número de caras iguais. É só isso. Mas o líder se cobre de suor diante da visão inócua de milhares de olhos vazios que não pestanejam. Durante o dia o discurso do líder é cada vez mais longo, ele adia cada vez mais o instante da chave de ouro. Ultimamente ataca, denuncia, denuncia, denuncia, esbraveja e quando, em apoteose, termina, vai para o banheiro, fecha a porta e, uma vez sozinho, encosta-se à porta fechada, enxuga a testa molhada com o lenço. Mas tem sido inútil. De noite é sempre maior o número silencioso. Cada noite as caras aproximam-se um pouco mais. Cada noite ainda um pouco mais. Até que ele já lhes sente o calor do hálito. As caras inexpressivas respiram – o líder acorda num grito. Tenta explicar à mulher: sonhei que... sonhei que... Mas não tem o que contar. Sonhou que era um líder de pessoas vivas.
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)
Leia o texto para responder à questão:
Juventude, velhice
A cultura brasileira é cruel no quesito idade. Dizer que
uma pessoa é – ou parece – jovem é um elogio, e chamar de
velho é uma maneira de insultar, geralmente usada quando
não encontram outra coisa para falar daqueles de quem não
gostam, com quem não concordam.
A rigor, o assunto idade nem deveria existir – a não ser, é
claro, quando se trata de ajudar os que não podem viver com
independência, precisando de cuidados especiais porque
infelizmente têm sérios problemas de saúde.
Na minha última viagem, percebi que em Paris, por
exemplo, ninguém é apontado como jovem ou velho, disso
não se fala. As pessoas são como são, e ninguém perde tempo carimbando ninguém; simplesmente não tem importância.
Mas aqui no Brasil, ai da mulher que é ou foi bonita,
quando os anos vão chegando. Essas não são perdoadas, e
a idade que têm é assunto de discussão.
Por isso, ainda não cheguei aos 70, mas resolvi aumentar a minha idade, e se me perguntam, digo que acabei de
completar 91 anos; assim, corro o risco de ouvir um “mas que
incrível, não parece”, o que é sempre bom de ouvir.
(Danuza Leão. Folha de S.Paulo, 29.01.2012. Adaptado)
Para responder à questão a seguir, leia a tirinha abaixo:
Disponível em: https://ribeiraopretoculturaljaf.blogspot.
com/2018/12/devaneios-com-sigmund-e-freud-yorhan_22.
html. Acesso em: 11 jul. 2019.
Observe as alterações referentes ao primeiro quadro da tirinha:
- “Como me ousa pedir um livro emprestado?”
- “Como ousa pedir-me um livro emprestado?”
- “Como? Ousa pedir-me um livro emprestado?”
Analise as afirmativas a respeito das alterações realizadas e, em seguida, julgue-as:
I - As duas primeiras alterações preservam a correção no que diz respeito à sintaxe de colocação pronominal, mas trazem alterações de caráter semântico ao contexto;
II - O uso do travessão está correto e indica a fala da personagem, configurando a presença do discurso direto;
III - A terceira alteração preserva a correção no que diz respeito à sintaxe de colocação pronominal, mas traz alterações de caráter semântico ao contexto;
IV - A terceira alteração modifica, por conta da inclusão de um sinal de interrogação, o sentido do enunciado, mas não constitui inadequação gramatical.
Estão corretas as afirmativas:
Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insano de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.
O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confidenciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pirar! É isso!
Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que sobre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a santa), mas para a cidade do Rio de Janeiro.
Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas.
Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que dizer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entranhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequentemente mais justa.
Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE!
Leia a charge.
Disponível em: <https://buracosdenatal.wordpress.com/2011/04/20/fugitivo-do-zoologico-de-natal/> Acesso em: 5 nov. 2019.
Quanto aos sinais de pontuação, presentes na charge, avalie as seguintes afirmações.
I – A vírgula, após a palavra “menino”, anuncia a fala do personagem tatu.
II – O ponto de exclamação, no final da frase, indica uma reação emotiva do tatu.
III – A palavra “menino” está separada por vírgula para explicar ou resumir a fala do tatu.
IV – A vírgula, após a palavra “menino”, serve para chamar a atenção daquele com quem o tatu fala.
Está correto apenas o que se afirma em
I- Passar cinco dias sem eletricidade, não é fácil para ninguém; menos ainda para a sofrida população da Venezuela, em meio a uma crise de abastecimento, muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...]
II- Passar cinco dias sem eletricidade não é fácil para ninguém – menos ainda para a sofrida população da Venezuela. Em meio a uma crise de abastecimento, muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...]
III- Passar cinco dias sem eletricidade, não é fácil para ninguém, menos ainda para a sofrida população da Venezuela. Em meio a uma crise de abastecimento muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...]
Está(ão) CORRETA(s) a(s) versão(ões):
O exemplo das rosas
Manuel Bandeira
Uma mulher queixava-se do silêncio do amante:
Já não gostas de mim, pois não encontras
palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria
no seio:
Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
(BANDEIRA, Manuel, Lira dos cinquent’anos. São Paulo: Global, 2013. p. 27)
"Quais são as diferenças entre endemia, epidemia e pandemia?(1) Se uma doença existe apenas em uma determinada área, diz-se que é endêmica; se a doença é transmitida para outras populações e infesta mais de uma região, diz-se que há uma epidemia; (2) se a doença se alastra de forma descontrolada, (3) espalhando-se pelos continentes ou pelo mundo, tem-se uma pandemia". (4)
Qual justificativa sobre o emprego da pontuação está INCORRETA?
Texto I
Sua carreira em tempos de guerra
(Texto adaptado de BERNHOEFT, R. Revista Você S/A – Edição 58 – abril/03)
Texto II
A doença da pressa
(Texto adaptado de NOVAES, L. In: Com ciência. Revista Eletrônica de Jornalismo
Científico – SBPC http://www.comciencia.br/comciencia)
A respeito do segundo parágrafo do texto II, analise as afirmativas a seguir:
I. O valor semântico da expressão elas próprias (L.22) é retomado pelo prefixo que compõe o vocábulo auto-produzido (L.24).
II. A adequação ao padrão culto escrito se mantém, embora se altere o significado da frase, caso se retire o elemento das na expressão Muitas das pessoas (L.15-16).
III. O sentido do texto seria mais bem explicitado com a substituição do ponto final pela expressão nos quais após a palavra trabalho (L.30), desde que empregue a letra c minúscula em Costumam.
Assinale:
Se lembra da fogueira. se lembra dos balões. se lembra dos luares dos sertões. A roupa no varal, feriado nacional, as estrelas salpicadas nas canções. Se lembra quando toda modinha falava de amor. Pois nunca mais cantei, maninha, depois que ele chegou. [...]
Disponível em:<https://www.letras.com.br/chico-buarque/maninha>. Acesso em: 10 nov. 2017.
Em que aspecto o autor – em nome da liberdade poética – provoca um desvio da norma culta?
A questão desta prova é baseada no texto abaixo.
Salas de aula transformando o sertanejo
1º Ao longo de anos, o sertão do Rio Grande do Norte foi subjugado às intempéries da seca que expulsou milhares de sertanejos de suas origens em busca de água e sobrevivência. Numa revolução inimaginável para a maioria dos moradores das terras mais áridas do estado, cujas precipitações médias anuais são inferiores a 800 milímetros, a educação se tornou o meio de transformação social, cultural e econômica. Hoje, por entre os cactos que povoam a caatinga, surgem institutos federais, faculdades, universidades e a primeira Escola Multicampi de Ciências Médicas do Brasil. Em uma década, o número de instituições de ensino superior no estado cresceu 33,3% e expandiu o número de vagas em 125,38%. O sertão do flagelo da seca se transformou no chão das oportunidades e do resgate de sonhos.
2º “Não existia perspectiva. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN-Campus Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não fez o estudante esmorecer, como se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
3º A UERN, na qual Anderson Fernandes se formou, abriu os cursos de Odontologia e Enfermagem, em Caicó, em 2006. “A UERN tem papel crucial na interiorização do ensino superior. Ela foi pioneira na instalação de cursos da área da Saúde no Seridó”, destaca Álvaro Lima, diretor do Campus da UERN em Caicó. Desde então, os alunos que antes migravam para outras cidades potiguares ou até mesmo para a Paraíba passaram a permanecer em Caicó.
4º Na mesma década, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN, multiplicou por 10,5 o número de unidades instaladas no estado. Em 2006, eram apenas duas – uma em Natal e outra em Mossoró. Hoje, 21 institutos oportunizam a entrada de milhares de alunos no ensino médio, no técnico, na graduação e na pós-graduação.
5º No âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o processo de interiorização do ensino superior remonta à década de 1970, com a abertura dos cursos de Letras, Administração, Estudos Sociais, Pedagogia, História e Engenharia de Minas em Caicó. Naquela época, os cursos eram ministrados num prédio cedido pela Diocese de Caicó. Anos depois, com a inauguração do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), com três blocos de aulas num terreno de 10 hectares, ocorreu a ampliação do número de graduações e de professores e a expansão das atividades para a cidade vizinha, Currais Novos.
6º No Oeste do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciou um processo de expansão com a transformação em universidade federal em 2005. Antes, funcionava como Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM). Desde então, criou novos cursos e abriu três campi avançados em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Na atualidade, a UFERSA oferece 22 cursos de graduação e 24 de pós -graduação. A comunidade estudantil é de 10.345 alunos somente nos cursos presenciais. “A interiorização do ensino superior pode ser considerada o maior programa de inclusão do Governo Federal, na medida em que tem levado pesquisa, ensino e desenvolvimento a locais que antes estavam longe de grandes centros universitários. A UFERSA é um profícuo exemplo disso”, declara o reitor José de Arimatea de Matos.
7º Expandir a interiorização do Ensino Superior, principalmente nos cursos da área da Saúde, deve ser uma meta prioritária da UFRN. Um dos objetivos da Escola Multicampi de Ciências Médicas é ter, em seu quadro, 86 docentes. Para isso, alguns desafios deverão ser vencidos. Um deles é o financeiro. Em comum, a UERN, a UFERSA e a UFRN sofrem com a falta de recursos. O custeio para o Curso de Medicina de Caicó, por exemplo, foi zerado em 2018. Por ano, de acordo com George Dantas de Azevedo, a UFRN repassa R$ 1,3 milhão para pagamento de despesas básicas. O desafio deste ano será financiar o internato dos estudantes da primeira turma, iniciada em 2014, que migrarão para a prática acadêmica no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. Na UERN, o orçamento aprovado para este ano é R$ 71 milhões menor que o previsto para 2017.
Disponível em: <http://blog.tribunadonorte.com.br/umnovosertao/>. Acesso em: 05 jul. 2018. [Excerto adaptado]
Para responder à questão, considere o excerto transcrito abaixo.
“Não existia perspectiva[1]. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra[2] Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN -Campus Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não fez o estudante esmorecer, como[3] se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Sobre o uso da pontuação, afirma-se corretamente:
I- Passar cinco dias sem eletricidade, não é fácil para ninguém; menos ainda para a sofrida população da Venezuela, em meio a uma crise de abastecimento, muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...] II- Passar cinco dias sem eletricidade não é fácil para ninguém – menos ainda para a sofrida população da Venezuela. Em meio a uma crise de abastecimento, muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...] III- Passar cinco dias sem eletricidade, não é fácil para ninguém, menos ainda para a sofrida população da Venezuela. Em meio a uma crise de abastecimento muitos alimentos se estragaram, doentes morreram nos hospitais, paralisou-se o transporte público, lojas foram saqueadas e os computadores e celulares impedidos de conduzir transações eletrônicas [...]
Está(ão) CORRETA(s) a(s) versão(ões):
Câncer infantil é mais agressivo, mas taxa de cura é maior
(Juliana Conte.)
Os cânceres pediátricos têm algumas particularidades em relação aos tipos de cânceres que acometem os adultos. Eles costumam ser bem mais agressivos e avançam de maneira muito mais rápida, mas a boa notícia é que a enfermidade tem alta chance de cura. Na verdade, se não fosse a demora que muitas vezes o paciente enfrenta até chegar à unidade de excelência, em alguns tipos de tumores o índice de cura poderia atingir 90%.
Segundo o oncopediatra Luiz Fernando Lopes, diretor médico do Hospital de Câncer Infantojuvenil de Barretos, no interior de São Paulo, doenças malignas da infância são predominantemente de origem embrionária, constituídas de células indiferenciadas, que ainda não possuem função especializada, o que determina uma resposta muito melhor aos modelos terapêuticos.
Já o câncer no adulto, diferentemente do que ocorre com as crianças, em geral afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos (mama, pulmão, próstata etc.). Além disso, em muitas situações, o surgimento do tumor nos adultos poder estar associado a fatores ambientais como, por exemplo, o fumo.
“Apesar de [o câncer infantil] ser mais agressivo, as crianças respondem muito melhor à quimioterapia. Seus órgãos são mais jovens e trabalham melhor”, explica.
A leucemia corresponde à maioria dos casos, e essa prevalência é mundial. A medicina ainda não possui uma resposta do porquê desse câncer ser o mais comum, no entanto há estudos que tentam associar a ocupação dos pais à doença, principalmente no que diz respeito à produção dos espermatozoides, que transmitiriam alguma alteração genética, mas essa associação ainda não foi comprovada cientificamente. O fato é que de cada 100 crianças com algum tipo de tumor, 30 têm leucemia, seja da forma linfoide aguda ou do tipo mieloide aguda. Já o segundo câncer mais frequente na infância é o tumor cerebral.
Apesar de as chances de cura serem altas, o câncer pediátrico esbarra em alguns problemas, como falta de conhecimento dos pediatras para identificar os sintomas.
“As crianças vêm para Barretos de todo Brasil, mas algumas levam muitos meses para chegar. Às vezes o médico até pode fazer o diagnóstico corretamente, mas a família demora meses para conseguir encaminhamento para um centro especializado. Em muitos casos, nós disponibilizamos vaga aqui em Barretos rapidamente, mas a burocracia da documentação para a transferência acaba atrasando o processo. Essa soma de fatores faz com que as crianças cheguem muito tarde. Um mesmo tumor que poderia apresentar chance de cura de 90, 95%, se chegar em estado avançado, com metástase em osso, fígado ou cérebro, pode vir a ter bem menos chance de cura”, ressalta o especialista.
(Disponível em: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/cancer-infantil-e-mais-agressivo-mas-taxa-de-cura-e-maior/. Acesso em: 07/09/2015. Adaptado.)