Questões de Concurso Sobre português para ibam

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Q2746628 Português

O EVANGELHO DA CRIAÇÃO


Peço desculpas ao leitor desde já por cometer o pecado (se não capital, ao menos venial) de misturar ciência e religião nesta coluna, mas me parece inevitável fazê-lo depois da última semana. Afinal de contas, por incrível que pareça, um dos resumos mais completos e fáceis para entender o que os cientistas descobriram sobre a atual crise ambiental foi feito por um papa.

Irônico? Só parcialmente. Para começo de conversa, as caricaturas históricas sobre a suposta guerra incessante da Igreja Católica contra a ciência (com os personagens de sempre, como Giordano Bruno e Galileu no elenco) não resistem a um exame mais aprofundado. Não é mera coincidência que tanto o pai da genética moderna quanto um dos artífices da teoria do Big Bang tenham sido sacerdotes. E bons assessores científicos nunca faltaram aos papas. A Pontifícia Academia de Ciências, sediada no Vaticano, tem raízes tão antigas quanto o próprio Galileu e tem gente como o físico Stephen Hawking (ateu, assim como vários outros membros) em seus quadros atuais.

Portanto, não surpreende que Francisco seja capaz de explicar os riscos da mudança climática, da acidificação dos oceanos ou da perda de biodiversidade em sua mais nova encíclica, "Laudato Si". A verdadeira força da carta papal, no entanto, talvez venha de seus trechos menos comentados, justamente aqueles que são capazes de chegar aonde a ciência não alcança.

De fato, existem virtudes especificamente científicas, honestidade intelectual, a disposição desapiedada de seguir os fatos até onde eles nos levarem, a humildade de reconhecer que quase todo conhecimento sobre o mundo é provisório. O que a ciência não consegue fazer, no entanto, é construir uma bússola moral, um "norte" para noções de certo e errado exclusivamente baseado em fatos e na razão. Para isso, é preciso decidir quais são os valores centrais da vida.

Nesse ponto, "Laudato Si" é um esforço magnífico de interpretar a tradição judaico-cristã de um jeito mais generoso e menos predatório. Francisco começa com o Gênesis e seus dois relatos da criação do mundo (sim, são dois relatos diferentes, e o papa reconhece essa diferença).

A argumentação do pontífice argentino demonstra que, mais do que relatos factuais sobre um Adão e uma Eva históricos, essas narrativas que abrem a Bíblia propõem uma visão harmônica do relacionamento entre o homem e o resto das formas de vida e abordam as consequências desastrosas que surgem quando essa harmonia (bem como a harmonia entre o homem e Deus) é destruída.

É óbvio que é questão da fé aceitar que a ordem e a complexidade da vida, produzidas pela evolução, também testemunham o amor divino. Mas quem abraça essa visão dificilmente ficará indiferente ao apelo de Francisco pela dignidade de todos os seres vivos. Como na parábola de Jesus, é de minúsculas sementes de mostarda que às vezes brotam as maiores mudanças.


Compilado de artigo de Reinaldo José Lopes, Jornal Folha de São Paulo, edição de 21/6/15.

O autor avalia que a suposta guerra incessante dá Igreja Católica com a ciência não resiste a um exame mais aprofundado, pois:

Alternativas
Q2746627 Português

O EVANGELHO DA CRIAÇÃO


Peço desculpas ao leitor desde já por cometer o pecado (se não capital, ao menos venial) de misturar ciência e religião nesta coluna, mas me parece inevitável fazê-lo depois da última semana. Afinal de contas, por incrível que pareça, um dos resumos mais completos e fáceis para entender o que os cientistas descobriram sobre a atual crise ambiental foi feito por um papa.

Irônico? Só parcialmente. Para começo de conversa, as caricaturas históricas sobre a suposta guerra incessante da Igreja Católica contra a ciência (com os personagens de sempre, como Giordano Bruno e Galileu no elenco) não resistem a um exame mais aprofundado. Não é mera coincidência que tanto o pai da genética moderna quanto um dos artífices da teoria do Big Bang tenham sido sacerdotes. E bons assessores científicos nunca faltaram aos papas. A Pontifícia Academia de Ciências, sediada no Vaticano, tem raízes tão antigas quanto o próprio Galileu e tem gente como o físico Stephen Hawking (ateu, assim como vários outros membros) em seus quadros atuais.

Portanto, não surpreende que Francisco seja capaz de explicar os riscos da mudança climática, da acidificação dos oceanos ou da perda de biodiversidade em sua mais nova encíclica, "Laudato Si". A verdadeira força da carta papal, no entanto, talvez venha de seus trechos menos comentados, justamente aqueles que são capazes de chegar aonde a ciência não alcança.

De fato, existem virtudes especificamente científicas, honestidade intelectual, a disposição desapiedada de seguir os fatos até onde eles nos levarem, a humildade de reconhecer que quase todo conhecimento sobre o mundo é provisório. O que a ciência não consegue fazer, no entanto, é construir uma bússola moral, um "norte" para noções de certo e errado exclusivamente baseado em fatos e na razão. Para isso, é preciso decidir quais são os valores centrais da vida.

Nesse ponto, "Laudato Si" é um esforço magnífico de interpretar a tradição judaico-cristã de um jeito mais generoso e menos predatório. Francisco começa com o Gênesis e seus dois relatos da criação do mundo (sim, são dois relatos diferentes, e o papa reconhece essa diferença).

A argumentação do pontífice argentino demonstra que, mais do que relatos factuais sobre um Adão e uma Eva históricos, essas narrativas que abrem a Bíblia propõem uma visão harmônica do relacionamento entre o homem e o resto das formas de vida e abordam as consequências desastrosas que surgem quando essa harmonia (bem como a harmonia entre o homem e Deus) é destruída.

É óbvio que é questão da fé aceitar que a ordem e a complexidade da vida, produzidas pela evolução, também testemunham o amor divino. Mas quem abraça essa visão dificilmente ficará indiferente ao apelo de Francisco pela dignidade de todos os seres vivos. Como na parábola de Jesus, é de minúsculas sementes de mostarda que às vezes brotam as maiores mudanças.


Compilado de artigo de Reinaldo José Lopes, Jornal Folha de São Paulo, edição de 21/6/15.

"Peço desculpas ao leitor desde já por cometer o pecado (se não capital, ao menos venial)".


Mantém-se o sentido original do texto se substituirmos o trecho sublinhado por:

Alternativas
Q2273808 Português
A MAIOR CRISE ALIMENTAR DO SÉCULO 1 PODE ESTAR ÀS PORTAS

Uma rápida conferida nos preços internacionais dos alimentos indica que eles estão em falta, parcial ou totalmente, na mesa dos mais pobres, que empregam parcela considerável de suas rendas para comprá-los. O (IPA) da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que estes produtos, em termos reais, fiaram 28% mais caros, entre 2020 e 2021, e 18% mais caros em 2022 (até agosto). Em março deste ano, o IPA atingiu seu pico histórico, desde 1960, em que foi primeiramente divulgado.

Isto atinge mais fortemente os países importadores líquidos de alimentos, como os da África e Ásia. Mas também afeta a população mais pobre dos países exportadores líquidos de alimentos, em decorrência do aumento de seus preços internos. Um triste exemplo é o Brasil, cujas lideranças agrícolas não cansam de diceminar os fatos (reais) de sermos o maior fornecedor mundial de proteínas animais e da elevação contínua de exportações do agronegócio, mas que, ao mesmo tempo, convive com a deterioração, desde antes da Pandemia da Covid 19, de todos os indicadores de insegurança alimentar.

A população mundial em situação de insegurança alimentar aguda passou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões, e atualmente 845 milhões de pessoas no planeta ainda carecem de alimentação adequada. E o quadro pode se tornar ainda mais sério. O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) lançou um alerta vermelho prevendo elevação do desabastecimento e da desnutrição mundial. Em grande parte, associa tal situação a debilidades da oferta, causadas por conflitos bélicos, eventos climáticos extremos, consequências da Covid 19 e elevação de custos agrícolas (em especial dos fertilizantes) e dos transportes, em associação às cotações do petróleo.

Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial. Estes dois países vinham, desde o início do presente século, elevado suas exportações agrícolas, transformando-se em importantes fornecedores de trigo, milho e outros produtos, em especial para os países da Europa Ocidental, além de exportarem fertilizantes.

José Giacomo Baccarin. Compilado. Disponível em [https://jornal.unesp.br/2022/10/05/a-maior-crise-alimentar-do-seculo-21-pode-estar-as-portas/#:~:text=A%20popula%C3%A7%C3%20mundial%20em%20situa%C3%A7%C3%A3o.ainda%20carecem%20de%20alimenta%C3%A7%C3%A3o%20adequada]. Consultado em 17.8.2023.

Sobre o texto, fizeram-se as seguintes asseverações.

I. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura a elevação do preço dos alimentos observada entre os anos de 2020 e 2021 não se repetiu no ano de 2022, momento em que tais produtos tiveram um recuo de 18% em seu valor líquido.

II. A alta de preços dos alimentos a que se fez alusão no primeiro parágrafo atinge não apenas os países importadores líquidos de alimentos, mas também a população mais pobres dos exportadores líquidos de alimentos.

III. O Brasil se destaca entre as lideranças agrícolas mundiais, não apenas pelo fato de sermos o maior fornecedor mundial de proteínas animais, mas também pelo fato de ter conseguido, depois da pandemia da Covid-19, superar todos os problemas relacionados à insegurança alimentar no país.

IV. O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) lançou alerta no qual prevê a elevação do desabastecimento e da desnutrição mundial, associando tais riscos à diminuição da oferta de alimentos causada, entre outros, por eventos climáticos extremos e por conflitos bélicos como, o da Guerra Rússia-Ucrânia.


Pode ser considerada inferência possível da leitura do texto o afirmado em:


Alternativas
Q2273807 Português
A MAIOR CRISE ALIMENTAR DO SÉCULO 1 PODE ESTAR ÀS PORTAS

Uma rápida conferida nos preços internacionais dos alimentos indica que eles estão em falta, parcial ou totalmente, na mesa dos mais pobres, que empregam parcela considerável de suas rendas para comprá-los. O (IPA) da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que estes produtos, em termos reais, fiaram 28% mais caros, entre 2020 e 2021, e 18% mais caros em 2022 (até agosto). Em março deste ano, o IPA atingiu seu pico histórico, desde 1960, em que foi primeiramente divulgado.

Isto atinge mais fortemente os países importadores líquidos de alimentos, como os da África e Ásia. Mas também afeta a população mais pobre dos países exportadores líquidos de alimentos, em decorrência do aumento de seus preços internos. Um triste exemplo é o Brasil, cujas lideranças agrícolas não cansam de diceminar os fatos (reais) de sermos o maior fornecedor mundial de proteínas animais e da elevação contínua de exportações do agronegócio, mas que, ao mesmo tempo, convive com a deterioração, desde antes da Pandemia da Covid 19, de todos os indicadores de insegurança alimentar.

A população mundial em situação de insegurança alimentar aguda passou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões, e atualmente 845 milhões de pessoas no planeta ainda carecem de alimentação adequada. E o quadro pode se tornar ainda mais sério. O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) lançou um alerta vermelho prevendo elevação do desabastecimento e da desnutrição mundial. Em grande parte, associa tal situação a debilidades da oferta, causadas por conflitos bélicos, eventos climáticos extremos, consequências da Covid 19 e elevação de custos agrícolas (em especial dos fertilizantes) e dos transportes, em associação às cotações do petróleo.

Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial. Estes dois países vinham, desde o início do presente século, elevado suas exportações agrícolas, transformando-se em importantes fornecedores de trigo, milho e outros produtos, em especial para os países da Europa Ocidental, além de exportarem fertilizantes.

José Giacomo Baccarin. Compilado. Disponível em [https://jornal.unesp.br/2022/10/05/a-maior-crise-alimentar-do-seculo-21-pode-estar-as-portas/#:~:text=A%20popula%C3%A7%C3%20mundial%20em%20situa%C3%A7%C3%A3o.ainda%20carecem%20de%20alimenta%C3%A7%C3%A3o%20adequada]. Consultado em 17.8.2023.

"Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial".


Assinale a alternativa em que a frase acima foi reescrita de forma a preservar seu sentido original e com observância aos padrões impostos pela norma culta.

Alternativas
Q2273806 Português
A MAIOR CRISE ALIMENTAR DO SÉCULO 1 PODE ESTAR ÀS PORTAS

Uma rápida conferida nos preços internacionais dos alimentos indica que eles estão em falta, parcial ou totalmente, na mesa dos mais pobres, que empregam parcela considerável de suas rendas para comprá-los. O (IPA) da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que estes produtos, em termos reais, fiaram 28% mais caros, entre 2020 e 2021, e 18% mais caros em 2022 (até agosto). Em março deste ano, o IPA atingiu seu pico histórico, desde 1960, em que foi primeiramente divulgado.

Isto atinge mais fortemente os países importadores líquidos de alimentos, como os da África e Ásia. Mas também afeta a população mais pobre dos países exportadores líquidos de alimentos, em decorrência do aumento de seus preços internos. Um triste exemplo é o Brasil, cujas lideranças agrícolas não cansam de diceminar os fatos (reais) de sermos o maior fornecedor mundial de proteínas animais e da elevação contínua de exportações do agronegócio, mas que, ao mesmo tempo, convive com a deterioração, desde antes da Pandemia da Covid 19, de todos os indicadores de insegurança alimentar.

A população mundial em situação de insegurança alimentar aguda passou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões, e atualmente 845 milhões de pessoas no planeta ainda carecem de alimentação adequada. E o quadro pode se tornar ainda mais sério. O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) lançou um alerta vermelho prevendo elevação do desabastecimento e da desnutrição mundial. Em grande parte, associa tal situação a debilidades da oferta, causadas por conflitos bélicos, eventos climáticos extremos, consequências da Covid 19 e elevação de custos agrícolas (em especial dos fertilizantes) e dos transportes, em associação às cotações do petróleo.

Tem-se destacado bastante os efeitos negativos da Guerra Rússia-Ucrânia na oferta agrícola mundial. Estes dois países vinham, desde o início do presente século, elevado suas exportações agrícolas, transformando-se em importantes fornecedores de trigo, milho e outros produtos, em especial para os países da Europa Ocidental, além de exportarem fertilizantes.

José Giacomo Baccarin. Compilado. Disponível em [https://jornal.unesp.br/2022/10/05/a-maior-crise-alimentar-do-seculo-21-pode-estar-as-portas/#:~:text=A%20popula%C3%A7%C3%20mundial%20em%20situa%C3%A7%C3%A3o.ainda%20carecem%20de%20alimenta%C3%A7%C3%A3o%20adequada]. Consultado em 17.8.2023.

O trecho a seguir será utilizado na resolução da questão.

"que empregam parcela considerável de suas rendas para comprá-los" - primeiro parágrafo.


No contexto em que está inserido, o elemento em destaque estabelece na frase relação de:

Alternativas
Respostas
31: C
32: D
33: B
34: C
35: A