Questões de Concurso Sobre artigos em português

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Q2797546 Português

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.


OS NAMORADOS DA FILHA


Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.

Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:

─ Mas aqui em casa.

Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.

O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.

Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.

Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.

Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:

─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.

E foi deitar.

Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.

─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.

─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.

Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.


(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)

“Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude”. As palavras sublinhadas são, respectivamente:

Alternativas
Q2794734 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Analise as afirmativas a seguir, a respeito do segundo parágrafo.

I. Nas quatro ocorrências, a classe gramatical do UMé artigo indefinido.

II. Na segunda ocorrência, o QUE é um pronome relativo.

III. O verbo HAVER, na oração, é impessoal e está no pretérito perfeito do indicativo.

Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):

Alternativas
Q2790363 Português

UM PADRÃO IDEAL DA LÍNGUA


(1º§) Existem, na língua, padrões reais e padrões ideais de linguagem.

(2º§) Padrão ideal é o que se espera que o falante diga numa situação de formalidade.

(3º§) Padrão real é o que o falante diz em situações informais ou em situações em que o falante recusa ou ignora a formalidade. O que se ensina na escola, nas aulas de português, são padrões ideais [...].

(4º§) Quando alguém, com exagero, afirma que determinado orador “assassina” o português, o que ele está dizendo é que esse orador não aprendeu ou não respeita os padrões ideais de um registro adequado à situação de formalidade em que o discurso se realiza.

(5º§) Embora uma pessoa entre na escola respirando, ouvindo ou enxergando, não é exagero dizer que ela ainda não sabe respirar, ouvir ou enxergar adequadamente em certas situações. O mesmo ocorre com a língua.

(6º§) Entra-se na escola falando-se o português. Mas é aprendendo a falar a própria língua que um falante consegue mudar os registros linguísticos de acordo com a situação da fala.

(7º§) A língua não tem apenas uma função social. [...]


(Por: Dr. José Augusto Carvalho. Doutor em Letras. Língua Portuguesa, ano 8, dez. 2012.)

Sobre o trecho: “Mas é aprendendo a1 falar a2 própria língua que3 um falante consegue mudar os registros linguísticos de acordo com a situação da fala”. - Marque a alternativa com afirmação incorreta.

Alternativas
Q2765468 Português

Leia as afirmativas a seguir:


I. Artigo é a palavra variável em gênero e número que precede um substantivo, determinando-o de modo preciso (artigo definido) ou vago (artigo indefinido). Os artigos classificam-se em artigos definidos, como o, a, os e as, e artigos indefinidos, como um, uma, uns e umas. Este é um conceito tradicionalmente conhecido para aquela classe de palavras.


II. São exemplos de advérbios de modo: assim, bem, mal, afora, aí e além.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2759273 Português

Para responder às questões de 6 a 10, leia a tirinha abaixo. Nela, interagem Cebolinha e seu amigo Cascão.





(www.mauroalthoff com/pagínas/cartoon/maurícío.htm)

Em ''temos que tomar uma providência'', temos:

Alternativas
Respostas
41: B
42: B
43: C
44: B
45: D