Questões da Prova PR-4 UFRJ - 2018 - UFRJ - Engenheiro Civil
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Utilize a composição de custo nº 4 e assinale o
coeficiente de utilização da peça de madeira serrada,
considerando uma perda de 10%.
“Desde a transição democrática de meados dos anos 80, o povo brasileiro contempla, entre perplexo e cada vez mais desencantado, o espetáculo da mudança sem esperança ou, como dizia um crítico de Adorno, ‘a realização das esperanças do passado’. Assim os senhores da terra concebem o progresso. As eleições diretas sucumbiram diante do Colégio Eleitoral. A nau de Ulysses encalhou nas praias do transformismo e os náufragos do regime militar saltaram alegremente para bordo. Na eleição de 1989, o Caçador de Marajás saiu do quase anonimato para ser promovido como mercadoria nova, produzida nas retortas dos marqueteiros e exposta nas vitrines da mídia de resultados, sob os aplausos e a chuva de grana despejada pelo patriciado nativo.
Em 2017, os senhores da Casa-grande e seus fâmulos1 apostam na reconstrução das esperanças do passado: acenam com candidaturas habilitadas a empurrar, outra vez, o País para a modernidade dos marqueteiros. Nesse barco navegam os cosmopolitas da finança e dos negócios, uma fração majoritária das classes médias – ilustrada, semi-ilustrada e deslustrada –, as velhas oligarquias regionais e a cambada da tripa-forra2 que quer sempre se locupletar3 sem esforço. (...)”
Fragmento do artigo O PAÍS DA CASA GRANDE, por Luiz Gonzaga Beluzzo, Carta Capital, 16 de agosto de 2017.
1 criados, empregado, indivíduo subserviente.
2 comer à vontade, grande quantidade ou abundância, fartamente, até não poder mais.
3 enriquecer, encher(-se), abarrotar(-se).
Sobre a frase “entre perplexo e cada vez mais
desencantado”, usada no início do primeiro parágrafo,
é correto afirmar que:
TEXTO 7
Leia atentamente o texto adiante. Trata-se da letra do samba ANTONICO, de Ismael Silva, gravado em 1950 por Alcides Gerardi. Conforme registra Ricardo Cravo Albim, em seu Dicionário Cravo Albim da Música Popular, o samba de Ismael foi “inspirado em uma carta de Pixinguinha para Mozart de Araújo na qual o maestro pedia ao amigo um emprego para um sambista em dificuldade.”
ANTONICO
Ô Antonico
Vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo bem feliz, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer
Texto 2
Nestes tempos de imposturas, de impositores, imprecações, impolidez, impudência, imprevisão; as semelhanças e diferenças semântico-linguísticas ensinadas por Sérgio Rodrigues em “Viva a Língua Brasileira!” valem nossa reflexão.
“IMPOSTOS E IMPOSTORES
Já parou pra pensar na semelhança entre as palavras imposto (tributo) e impostor (farsante)? Seria gratuita, casual? Não. As duas vieram do verbo latino imponere, isto é, ‘impor, sobrepor, aplicar, encarregar de, obrigar a’, mas também ‘ludibriar, iludir’. Imposto é aquilo que se impõe de forma legítima, um dever. Impostor é aquele que impõe algo aos outros sem ter o direito de fazê-lo, passando-se pelo que não é. Parentes próximos, os dois vocábulos desembarcaram em português na mesma época, no século XVII, trazendo na bagagem o estranhamento semântico cultivado desde o latim: o primeiro tinha ares solenes e respeitáveis, enquanto o segundo sempre arrastou pelos cantos sua sombra escusa como sinônimo de ‘enganador, estelionatário’”.
Em relação à origem das palavras “impostos“ e “impositores,
assinale a alternativa com a afirmação correta: