Questões de Concurso
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O feminicídio pode ser definido como uma qualificadora do crime de homicídio motivada pelo ódio contra as mulheres, caracterizado por circunstâncias específicas em que o pertencimento da mulher ao sexo feminino é central na prática do delito. Entre essas circunstâncias estão incluídos: os assassinatos em contexto de violência doméstica/familiar, bem como o menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Compreendem as agressões físicas e da psique, tais como o espancamento, suplício, estupro, escravidão, perseguição sexual, mutilação genital, intervenções ginecológicas imotivadas, impedimento do aborto e da contracepção, esterilização forçada, e demais atos dolosos que geram a morte da mulher.
(Estudo completo do feminicídio. Disponível em: impetus.com.br.)
Texto II
Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou que, em 2019, 30,4% dos homicídios contra mulheres ocorreram dentro de casa; a proporção para os homens foi de 11,2%. A pesquisa analisou o ano de 2019, pré- -pandemia. Em 2020, o cenário foi ainda mais assustador. Dentre as medidas para atender as mulheres vítimas da violência, a Lei Maria da Penha determinou a criação de serviços de atendimento às vítimas. Em 2019, porém, o IBGE identificou que apenas 7,5% dos municípios brasileiros possuem delegacias especializadas para mulheres, “patamar que não aumentou desde 2012”, indicou o relatório do Instituto.
(Maioria dos feminicídios acontece dentro de casa, aponta IBGE. Disponível em: correiobraziliense.com.br.)
O feminicídio, infelizmente, é uma realidade não só em nosso país, mas em outras realidades pelo mundo. Falar do assunto, pesquisar e estudar, faz parte de uma ação que visa senão coibir, pelo menos minimizar um pouco os impactos sociais desse crime. A pesquisa sociológica, assim como a pesquisa nas demais ciências, representa um importante papel nesse processo. Segundo Max Weber, a pesquisa sociológica:
(NOVAES, Washington. BRASIL: DILEMAS E DESAFIOS -Os desafios do século XXI. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-401420000 00300011.)
A sociologia busca compreender a estrutura social mais ampla, mas também as relações entre as classes sociais, próprias da sociedade capitalista. No escopo das teorias sociológicas clássicas, emergem as explicações de Karl Marx e Max Weber sobre a organização da sociedade, no que diz respeito, dentre outros fatores, à sua estratificação. Tendo em vista tais teorias, assinale a afirmativa correta.
Os trabalhadores, em geral, formam um grupo de homens inofensivos, modestos e bem informados, embora eu desconheça a maneira como eles se informam. São dóceis e afáveis, se não os molestarem muito, mas isso não surpreende, quando consideramos que eles são treinados para trabalhar desde os seis anos de idade, das cinco da manhã até as oito ou nove da noite. Permanecem fechados em salas onde o calor é maior do que nos dias quentes do último verão, até de noite (se atrasarem alguns minutos, um quarto da jornada é descontado), sem intervalos, exceto os quarenta e cinco minutos para o jantar. Se comem alguma outra coisa durante o dia, têm de fazê-lo sem parar de trabalhar. Não há tempo de gozar da companhia da família: todos eles estarão também fatigados e exaustos. Esse não é um quadro exagerado: ele é literalmente verdadeiro.
(Revolução Industrial e as mudanças no sistema fabril. Disponível em: 2designindust.wixsite.com. Adaptado.)
O processo conhecido por Revolução Industrial teve início na Europa durante os séculos XVIII e XIX. Ao contrário do que muitos acreditam, aconteceu em momentos diferentes nos países europeus. Em termos sociais e/ou econômicos, é correto afirmar que na Revolução Industrial:
(BOURDIEU, Pierre. O espírito de familia. In: Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996. p. 126. Adaptado.)
Ao longo do tempo e da história, o conceito de família sofreu algumas transformações significativas, mas ainda mantém algumas características comuns. O conceito de família assume sua complexidade por relacionar a natureza humana, com a cultura, através da organização de grupos sociais. Para Durkheim, a família:
(QUINTANEIRO, 2002.)
Segundo Marx, os economistas de seu tempo não reconhecem a historicidade dos fenômenos que se manifestam na sociedade capitalista; por isso, suas teorias são comparáveis às dos teólogos. Ele questiona uma série de teorias e cria, por sua vez, teorias que até hoje geram longas discussões. O materialismo histórico e dialético, por exemplo, é um importante viés da teoria marxista; que ele afirma que:
(BERGER, P. L; LUCKAMANN, 2006.)
Para a sociedade moderna entender o processo de socialização é importante para construir sociedades em vários contextos sociais. De acordo com as ideias do sociólogo francês Émily Durkheim:
(TISKI, Sérgio. 2007. A questão da moral em Augusto Comte. Londrina: UEL.)
Em quaisquer dessas hipóteses, a origem do “positivismo” é atribuída ao francês Augusto Comte (1798-1857), autor de várias publicações consideradas de muito valor. Dentre as suas ideias, encontra-se a afirmação de que:
(ARON, Raymond. Apud CASTRO, Anna M. de; DIAS, Edmundo (Org.). Introdução ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974. p. 24.)
A reflexão sobre as origens e a natureza da vida social é quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas a sociologia, como um campo delimitado do saber científico, só chega em meados do século XIX na Europa. A emergência da sociologia como ciência está relacionada, dentre outros fatores:
(WEBER, 2004, p. 30.)
Max Weber realizou estudos pioneiros e elaborou importantes teorias da sociologia econômica e da sociologia das religiões. Em seus estudos concluiu que:
(Uma Noite de Crime. Filme 2013. AdoroCinema.)
Embora o relato do filme seja a descrição de uma situação claramente fictícia, na vida real existem momentos, em que, segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade cria momentos de interrupção das regras que regem os indivíduos. Sobre esse e outros conceitos relacionados à vida em sociedade, Durkheim afirma que:
(A Sociologia de Max Weber. Catherine Colliot-Thélène. Google Livros.)
Dentre os conceitos fundamentais da sociologia Weberiana estão os termos “ação” e “ação social”. Para tal sociólogo:
(In.: Quintaneiro, Tânia. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber / Tânia Quintaneiro, Maria Ligia de oliveira Barbosa, Márcia Gardênia de Oliveira. – 2. Ed. rev. amp. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.)
No escopo da Teoria Sociológica Clássica, ao analisar o Estado, sua formação e suas concepções, Marx, Weber e Durkheim estabelecem teorias, que mais tarde são, ora refutadas, ora respaldadas por outros autores. Especificamente em Weber, o Estado:
(BOMENY, 2016.)
Ainda como consequência dessa mudança de perspectiva, e que influencia grandemente os acontecimentos que marcam a Idade Moderna e Contemporânea, podemos apontar:
(Adaptado de: MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 44)
O trecho acima elenca algumas modificações observadas nas origens do capitalismo, referindo-se
(Adaptado de: DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 15 e 28)
Corresponde às demais regras relativas à observação dos fatos sociais:
(Adaptado de: ABÍLIO, Ludmila Costhek. “Uberização: a era do trabalhador just-in-time?”. Estudos Avançados, v. 34, n. 98, 2020, p. 111-126)
Considere as seguintes proposições a respeito dessas mudanças mais recentes no mundo do trabalho conhecidas como “uberização do trabalho”:
I. Trata-se de um processo de informalização do trabalho, que reconfigura o próprio trabalho informal, podendo ser compreendido como uma nova etapa da flexibilização do trabalho. II. É uma nova forma de organização dos processos de trabalho, na qual a sindicalização torna-se o meio principal de fortalecimento das lutas coletivas. III. Refere-se aos processos de desregulamentação típicos do neoliberalismo e ao papel ativo do Estado na destituição de direitos, mediações e fiscalização das relações trabalhistas. IV. Diz respeito aos modelos contemporâneos de gestão do trabalho que transferem custos e riscos aos trabalhadores, resultando em novos modos de subjetivação. V. Mostra-se como um novo meio de monopolização das atividades econômicas e de centralização do controle sobre o trabalho.
Está correto o que se afirma APENAS em: