Questões de Concurso
Para professor - língua portuguesa
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Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODDS) compõe uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. Desses 17 Objetivos, qual é o objetivo número 1?
Como era chamado o antigo povoado, que se tornou o município de Santa Helena - PB
Como ficou conhecido a saída do Reino Unido do bloco econômico da União Europeia?
A equação x3 + x2 – 5x + 3 = 0 possui:
Todas as flores são vermelhas. Nenhum rosa é vermelha. Portanto,
Bob não é bondoso ou Carlos é calvo. Bob é bondoso ou Carlos é calvo ou Alice é amada. Alice é amada ou Carlos não é calvo. Alice não é amada ou Bob é bondoso. Logo,
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A identificação do sujeito do verbo “haver”, presente na passagem “– Não há remédio, minha senhora.”, encontra-se corretamente apontada em:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
O sintagma adverbial “de carro”, que consta no excerto “A filha esperava-a embaixo, de carro.” (22º parágrafo), assume o valor semântico de:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A estrutura verbal em destaque no fragmento “Fora linda na juventude.” (2º parágrafo) está flexionada em determinado modo e tempo. Essa mesma flexão se repete no verbo destacado na alternativa:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
No excerto “É a vida, senhora Raposo, é a vida.” (23º parágrafo), as vírgulas foram empregadas, já que separam um(a):
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Levando-se em consideração os conhecimentos referentes ao emprego do acento grave indicativo de crase, assinale a alternativa abaixo em que, se houvesse o acréscimo de tal acento no termo destacado, manter-se-ia a correção gramatical:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Analisando-se a estruturação dos períodos que compõem o texto, mais especificamente o período “Essa senhora tinha a vertigem de viver.” (2º parágrafo), a oração destacada apresenta uma natureza:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Tendo em vista a unidade de sentido da narrativa, a sequência textual “Depois chorou. Tinha vergonha.” (23º parágrafo), assim apresentada, contribui para a progressão das ideias, uma vez que estabelece determinada relação semântica, mesmo sem conectivo explícito. Essa relação semântica poderia ser estabelecida com a ajuda de todos os conectivos apontados abaixo, fazendo-se as adaptações necessárias para unir os dois períodos em um só, com EXCEÇÃO da alternativa:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
O texto clariceano se constrói por meio de uma preocupação com a forma, que se reflete no emprego de uma linguagem artística; assim, a imagem simbólica construída na passagem “Mudos fogos de artifícios.” (23º parágrafo) estrutura-se com o uso de um recurso estilístico:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A idade da personagem Cândida Raposa é enfatizada no texto, pois:
Ruído de passos
Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se dona Cândida Raposo.
Essa senhora tinha a vertigem de viver. A vertigem se acentuava quando ia passar dias numa fazenda: a altitude, o verde das árvores, a chuva, tudo isso a piorava. Quando ouvia Liszt se arrepiava toda. Fora linda na juventude. E tinha vertigem quando cheirava profundamente uma rosa.
Pois foi com dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
– Quando é que passa?
– Passa o quê, minha senhora?
– A coisa. – Que coisa?
– A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
– Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca. Olhou-o espantada.
– Mas eu tenho oitenta e um anos de idade!
– Não importa, minha senhora. É até morrer.
– Mas isso é o inferno!
– É a vida, senhora Raposo. A vida era isso, então? essa falta de vergonha?
– E o que é que eu faço? ninguém me quer mais… O médico olhou-a com piedade.
– Não há remédio, minha senhora.
– E se eu pagasse?
– Não ia adiantar de nada. A senhora tem que se lembrar que tem oitenta e um anos de idade.
– E… e se eu me arranjasse sozinha? o senhor entende o que eu quero dizer?
– É, disse o médico. Pode ser um remédio.
Então saiu do consultório. A filha esperava-a embaixo, de carro. Um filho Cândida Raposo perdera na guerra, era um pracinha. Tinha essa intolerável dor no coração: a de sobreviver a um ser adorado.
Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se. Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha. Daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste. É a vida, senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte.
Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido Antenor Raposo.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
O texto de Clarice Lispector, quanto à sua organização interna, estrutura-se como uma sequência classificada como narrativa. Essa afirmativa se justifica conceitualmente com base no que se observa na alternativa:
Em um processo educativo que tem como foco o estudante, a avaliação deve ter um caráter de acompanhamento desse processo, e seu objetivo primordial deve ser o de:
Atualmente, que habilidade passou a ser cada vez mais exigida para os educadores?
São características de uma avaliação por rubrica, EXCETO:
São características identificadas no modelo à la carte de ensino híbrido:
I. É um modelo sustentado de ensino híbrido.
II. O estudante é responsável pela organização de seus estudos de acordo com os objetivos gerais a serem atingidos, organizados em parceria com o educador.
III. A aprendizagem é personalizada e pode ocorrer no momento e local mais adequados.
Quais estão corretas?