Questões de Concurso Para psicologia

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Q2750383 Psicologia

Sobre a entrevista clínica, assinale a alternativa correta

Alternativas
Q2750382 Psicologia

Sobre os princípios da Terapia Cognitivo Comportamental, de acordo com Cordioli, marque a alternativa que apresenta corretamente um dos princípios da TCC:

Alternativas
Q2750381 Psicologia

São técnicas da Terapia Cognitivo Comportamental, exceto:

Alternativas
Q2750380 Psicologia

É a terapia que, segundo Cordioli, "aplica princípios da teoria da aprendizagem para a melhoria de comportamentos específicos e, simultaneamente, de avaliação de quaisquer modificações observadas." O trecho acima descreve que tipo de terapia?

Alternativas
Q2750376 Psicologia

São conceitos exclusivos da obra de Melanie Klein:

Alternativas
Q2750374 Psicologia

Piajet desenvolveu sua teoria do Desenvolvimento atentando para estágios em que aparecem novos ganhos/aquisições em cada um desses estágios. A aquisição da linguagem dá início à interiorização dos esquemas. O estágio que corresponde ao surgimento da linguagem é o:

Alternativas
Q2750373 Psicologia

Assinale a alternativa que NÃO possui conceitos advindos da teoria de Vygotsky

Alternativas
Q2750372 Psicologia

De acordo com Vygotsky:


"O desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacionados desde o nascimento da criança".
Indique a alternativa que julga a questão de modo adequado

Alternativas
Q2750371 Psicologia

Acerca da teoria de Vygotsky marque V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas falsas:


( ) Este autor atribui importância ao papel da interação social no desenvolvimento do ser humano

( ) As características individuais do ser humano como, por exemplo, modo de agir, pensar, sentir etc, independem da interação do ser humano com o meio físico e social, uma vez que tal autor leva em consideração os aspectos inatos para o desenvolvimento.

( ) O aprendizado é o responsável por criar a zona de desenvolvimento proximal.


Assinale a alternativa que apresenta a sequencia correta de respostas

Alternativas
Q2750370 Psicologia

Segundo Vygotsky existe uma função que é capaz de imprimir três mudanças essenciais no psiquismo como, por exemplo: permitir ao sujeito lidar com os objetos do mundo exterior mesmo quando eles estão ausentes; permitir abstrair e generalizar e a terceira,a função de comunicação. Assinale a alternativa que aponta a alternativa que se refere quanto a função descrita acima:

Alternativas
Q2750369 Psicologia

Uma das contribuições de Erick Erickson, que diferentemente dos demais teóricos desenvolvimentistas que estudaram até o desenvolvimento infantil, Erickson desenvolve seus estudos alcançando até a fase adulta. Quantos são os estágios que compreende a teoria proposta por este psicólogo?

Alternativas
Q2750368 Psicologia

Um dos primeiros conceitos da Psicanálise que é também um dos principais mecanismos de defesa do ego, fala-se dele quando uma escolha objetal perigosa é expulsa da consciência por um contra-investimento. Assinale a alternativa que indica corretamente sobre o conceito descrito acima:

Alternativas
Q2750367 Psicologia

De acordo com a Teoria Psicanalítica Freudiana há três tipos de ansiedade, dentre elas encontra-se aquela que "é o medo que os instintos fugirão do controle, levando a pessoa a fazer algo em virtude do que será punida". Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de ansiedade descrita acima:

Alternativas
Q2750366 Psicologia

De acordo com Hall & Lindzey, "o Instinto é uma representação Psicológica inata de uma fonte somática de excitação". Nesse sentido o instinto tem quatro aspectos característicos. Assinale a alternativa em que todas são características do Instinto.

Alternativas
Q2750364 Português

Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2750362 Português

Todas as sentenças abaixo se referem à dualidade expressa pela oralidade e pela escrita, todavia apenas uma dessas sentenças está CERTA. Identifique essa sentença:

Alternativas
Q2750360 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:


Do Magnum .357 para Harvard


Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos.

Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí.

B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação.

Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.

A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.

O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.

Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola.

Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.

Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!

Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo.


Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09 de março de 2016.

Os chamados traços socioemocionais são valorizados pela pesquisa referenciada no texto. Aponte um elemento que integra esses traços:

Alternativas
Q2750358 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:


Do Magnum .357 para Harvard


Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos.

Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí.

B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação.

Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.

A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.

O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.

Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola.

Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.

Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!

Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo.


Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09 de março de 2016.

Qual é a frase que melhor assinala a diferença entre as mães ricas e as pobres, de acordo com a pesquisa evidenciada no texto?

Alternativas
Q2750356 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:


Do Magnum .357 para Harvard


Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos.

Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí.

B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação.

Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.

A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.

O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.

Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola.

Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.

Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!

Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo.


Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09 de março de 2016.

Encontre a sentença ou expressão que melhor traduz o sentido do título do texto:

Alternativas
Q2750354 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:


Do Magnum .357 para Harvard


Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos.

Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí.

B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação.

Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.

A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.

O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.

Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola.

Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.

Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!

Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo.


Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09 de março de 2016.

Sobre o personagem Roland Fryer, tratado no texto, é INCORRETO afirmar o seguinte:

Alternativas
Respostas
2501: B
2502: B
2503: C
2504: D
2505: E
2506: A
2507: D
2508: C
2509: C
2510: B
2511: C
2512: D
2513: D
2514: A
2515: C
2516: A
2517: D
2518: E
2519: A
2520: B