Questões de Vestibular Sobre português

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Q1338370 Português
Em um hipotético diálogo, um matuto diz a seguinte frase: Nóis apricêia muito os concêio que tu qué dá pra nóis.
Para grafarmos este trecho em conformidade com a norma-padrão da linguagem, teríamos: 
Alternativas
Q1338369 Português
As palavras pitoresca, alastrou, matriz e aquela, como classe de palavras, são, respectivamente:
Alternativas
Q1338368 Português
A respeito da conotação e da denotação, observe o quadrinho a seguir e assinale a alternativa correta.
Imagem associada para resolução da questão
Alternativas
Q1338367 Português

Leia a charge a seguir para responder à próxima questão.


Imagem associada para resolução da questão


A frustração do primeiro interlocutor, quando diz, no último quadrinho, Esquece o que eu perguntei, se dá em razão de o segundo interlocutor:

Alternativas
Q1338366 Português

Leia a tirinha de Laerte, a seguir:


Imagem associada para resolução da questão


O funcionário do zoológico queria que o colega distraísse a onça por algum tempo. Qual é a palavra, em sua fala, que expressa a noção de tempo e a qual classe gramatical ela pertence?

Alternativas
Q1338365 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Revogue-se


Relacionamentos se constroem ao longo dos anos de sua duração: os dois parceiros vão tramar consciente ou inconscientemente a teia que os vai envolver ou separar, o casulo onde vão abrigar ou sufocar seus filhos. 
Amor não deveria ser prisão ou dever, mas crescimento e libertação. Porém, se gostamos de alguma coisa ou de alguém, queremos que esteja sempre conosco. Perda e separação significam sofrimento, mas não o fim da vida nem o fim de todos os afetos. 
Certa vez me entregaram um bilhete que dizia: “Se você ama alguém, deixe-o livre.” Poucas afirmações são tão difíceis de cumprir, poucas contêm tamanha sabedoria em relação aos amores [...]. Amor é risco, viver é risco. Pois permitir, até querer que o outro cresça ao nosso lado, pode significar que crescerá afastando-se de nós.
Mas – essa é a força e a beleza do desafio de uma vida a dois – o outro, crescendo, pode se abrir mais para nós, que participaremos dessa expansão. Instaura-se uma instigante parceria amorosa, na qual o tempo não servirá para desgaste, mas para construção. É um processo de refinamento da cumplicidade que brilha em algumas relações mesmo depois de muitos anos, muitas perdas, e muitos difíceis recomeços – desde que haja sobre o que reconstruir. [...]


LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 145. (Fragmento).

Analise o excerto abaixo, extraído do texto.
Certa vez me entregaram um bilhete que dizia: “Se você ama alguém, deixe-o livre.”
As aspas foram empregadas para:
Alternativas
Q1338364 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Revogue-se


Relacionamentos se constroem ao longo dos anos de sua duração: os dois parceiros vão tramar consciente ou inconscientemente a teia que os vai envolver ou separar, o casulo onde vão abrigar ou sufocar seus filhos. 
Amor não deveria ser prisão ou dever, mas crescimento e libertação. Porém, se gostamos de alguma coisa ou de alguém, queremos que esteja sempre conosco. Perda e separação significam sofrimento, mas não o fim da vida nem o fim de todos os afetos. 
Certa vez me entregaram um bilhete que dizia: “Se você ama alguém, deixe-o livre.” Poucas afirmações são tão difíceis de cumprir, poucas contêm tamanha sabedoria em relação aos amores [...]. Amor é risco, viver é risco. Pois permitir, até querer que o outro cresça ao nosso lado, pode significar que crescerá afastando-se de nós.
Mas – essa é a força e a beleza do desafio de uma vida a dois – o outro, crescendo, pode se abrir mais para nós, que participaremos dessa expansão. Instaura-se uma instigante parceria amorosa, na qual o tempo não servirá para desgaste, mas para construção. É um processo de refinamento da cumplicidade que brilha em algumas relações mesmo depois de muitos anos, muitas perdas, e muitos difíceis recomeços – desde que haja sobre o que reconstruir. [...]


LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 145. (Fragmento).

Após a leitura do primeiro parágrafo do texto, podemos dizer que o tema a ser desenvolvido pela cronista é:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338333 Português
Na parte inferior esquerda do anúncio, há duas frases em letras menores: “Seleção tá no coração” e “Copa do Mundo tá na Globo”. Sobre o uso da palavra “tá” nessas frases, está correta a alternativa:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338332 Português
Na construção do anúncio, o autor utilizou alguns verbos nas formas nominais Particípio e Gerúndio. Os particípios “usada, rasgada, suada, amassada, amada” e os gerúndios “ganhando, perdendo” têm valor, respectivamente, de:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338331 Português

Leia o poema abaixo, de Valéria Paz de Almeida, para responder à questão.



Metaformose



A palavra atravessa

a máscara pálida da emoção

e instiga o reflexo ofuscante da criação.


Através da forma formosa

da disforme forma

da alomorfia da metáfora

crio e recrio

o empírico

o impuro

o imperene.


Até o nada

me alucina

me fertiliza.

Niilismo lírico

da existência metamórfica

que me desgasta

e se engasta na palavra.


Essa palavra que atravessa

o corpo silente

e explode e se expande

como o cosmo

metaformoso.



ALMEIDA, Valéria Paz de. In: CEREJA, W. R.;
(MAGALHÃES, T. C. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. 4. ed. São Paulo: Atual, 2013. p. 93).


O texto é um claro exemplo de metalinguagem, isto é, o poema trata do próprio processo de criação literária e das possibilidades artísticas da palavra. Ao criar o poema, a autora utiliza palavras resultantes de diferentes processos de formação; procede como se estivesse compondo um quebra-cabeça de elementos mórficos, isto é, de prefixos, sufixos e radicais. Das afirmativas abaixo, aquelas que melhor traduzem a relação desse quebra-cabeça de elementos mórficos com a significação geral do poema são:


I – Esse procedimento tem por intenção demonstrar a riqueza gramatical da língua portuguesa.

II – O jogo de elementos mórficos que se contrapõem e se completam, gerando novas palavras e novos significados, assemelha-se à gênese da criação literária.

III – O jogo de elementos mórficos demonstra que a principal preocupação do texto é criar efeitos semânticos curiosos.

IV – O poema sugere que, assim como a união dos elementos mórficos gera a expansão e a revitalização da língua, o processo de criação literária é uma busca constante de palavras e de sentidos em transformação, a fim de chegar à “metaformose”.


Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338330 Português

Leia o poema abaixo, de Valéria Paz de Almeida, para responder à questão.



Metaformose



A palavra atravessa

a máscara pálida da emoção

e instiga o reflexo ofuscante da criação.


Através da forma formosa

da disforme forma

da alomorfia da metáfora

crio e recrio

o empírico

o impuro

o imperene.


Até o nada

me alucina

me fertiliza.

Niilismo lírico

da existência metamórfica

que me desgasta

e se engasta na palavra.


Essa palavra que atravessa

o corpo silente

e explode e se expande

como o cosmo

metaformoso.



ALMEIDA, Valéria Paz de. In: CEREJA, W. R.;
(MAGALHÃES, T. C. Gramática reflexiva: texto, semântica e
interação. 4. ed. São Paulo: Atual, 2013. p. 93).


Metaformose é uma palavra criada pela autora, provavelmente a partir de outra forma parônima: metamorfose. Observe como se deu o processo de formação de metamorfose:

meta (prefixo grego, “mudança) + morfo (radical grego, “forma”) + ose (sufixo grego, “ação, processo”)

A partir das informações acima e do significado da palavra formoso, o sentido provável do neologismo metaformose é:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338329 Português
Assinale a alternativa em que a forma verbal substitui corretamente o “gerundismo” cometido pelo personagem do segundo quadrinho na tirinha a seguir:
Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: tocadocuty.wordpress.com. Acesso em: 31 out. 2016.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338328 Português

Analise as afirmativas a seguir sobre a tirinha abaixo.

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 31 out. 2016.


I) O efeito humorístico da tira é causado pela interpretação denotativa da expressão polissêmica “pedacinho de terra”.

II) Além do efeito humorístico, está implícita na tirinha uma crítica à realidade social das classes menos favorecidas.

III) O efeito humorístico da tira é causado pela interpretação conotativa da expressão polissêmica “pedacinho de terra”.

IV) O autor critica, implicitamente, as pessoas ambiciosas, que só pensam em acumular bens materiais.



Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338327 Português
Texto 1


Os cinco maiores problemas ambientais do
mundo e suas soluções


Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.

(…)

Desmatamento

O problema: florestas ricas em espécies estão sendo destruídas, especialmente nos trópicos, para muitas vezes abrir espaço para criação de gado, plantações de soja ou de óleo de palma, ou para outras monoculturas agrícolas. Cerca de 30% da área terrestre do planeta é coberta por florestas – isso é cerca de metade do que existia antes de o início da agricultura, 11 mil anos atrás. Cerca de 7,3 milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos trópicos.
Florestas tropicais costumavam cobrir cerca de 15% da área terrestre do planeta. Atualmente elas cobrem de 6% a 7%. Grande parte do que sobrou foi degradado pela derrubada de árvores ou pelas queimadas. As florestas naturais não atuam apenas como reservas da biodiversidade, elas também são reservatórios, que mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos.
Soluções: conservar o que resta das florestas naturais e recuperar as áreas degradadas com o replantio de espécies arbóreas nativas. Isso exige um governo forte – só que muitos países tropicais ainda estão em desenvolvimento, têm populações crescentes, carecem de um Estado de Direito e sofrem com nepotismo generalizado e corrupção quando se trata do uso da terra.

(...)

Disponível em: noticias.uol.com.br/ciencia-e-saude. Acesso em: 26 out. 2016.
Na frase O povo está nas ruas, o vocábulo povo, de acordo com as classes gramaticais da nossa língua, é classificado como um substantivo:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338326 Português
Texto 1


Os cinco maiores problemas ambientais do
mundo e suas soluções


Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.

(…)

Desmatamento

O problema: florestas ricas em espécies estão sendo destruídas, especialmente nos trópicos, para muitas vezes abrir espaço para criação de gado, plantações de soja ou de óleo de palma, ou para outras monoculturas agrícolas. Cerca de 30% da área terrestre do planeta é coberta por florestas – isso é cerca de metade do que existia antes de o início da agricultura, 11 mil anos atrás. Cerca de 7,3 milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos trópicos.
Florestas tropicais costumavam cobrir cerca de 15% da área terrestre do planeta. Atualmente elas cobrem de 6% a 7%. Grande parte do que sobrou foi degradado pela derrubada de árvores ou pelas queimadas. As florestas naturais não atuam apenas como reservas da biodiversidade, elas também são reservatórios, que mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos.
Soluções: conservar o que resta das florestas naturais e recuperar as áreas degradadas com o replantio de espécies arbóreas nativas. Isso exige um governo forte – só que muitos países tropicais ainda estão em desenvolvimento, têm populações crescentes, carecem de um Estado de Direito e sofrem com nepotismo generalizado e corrupção quando se trata do uso da terra.

(...)

Disponível em: noticias.uol.com.br/ciencia-e-saude. Acesso em: 26 out. 2016.
O trecho Grande parte do que sobrou foi degradado pela derrubada de árvores ou queimadas poderia ser substituído, sem perda de sentido, pela seguinte alternativa:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338325 Português
Texto 1


Os cinco maiores problemas ambientais do
mundo e suas soluções


Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.

(…)

Desmatamento

O problema: florestas ricas em espécies estão sendo destruídas, especialmente nos trópicos, para muitas vezes abrir espaço para criação de gado, plantações de soja ou de óleo de palma, ou para outras monoculturas agrícolas. Cerca de 30% da área terrestre do planeta é coberta por florestas – isso é cerca de metade do que existia antes de o início da agricultura, 11 mil anos atrás. Cerca de 7,3 milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos trópicos.
Florestas tropicais costumavam cobrir cerca de 15% da área terrestre do planeta. Atualmente elas cobrem de 6% a 7%. Grande parte do que sobrou foi degradado pela derrubada de árvores ou pelas queimadas. As florestas naturais não atuam apenas como reservas da biodiversidade, elas também são reservatórios, que mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos.
Soluções: conservar o que resta das florestas naturais e recuperar as áreas degradadas com o replantio de espécies arbóreas nativas. Isso exige um governo forte – só que muitos países tropicais ainda estão em desenvolvimento, têm populações crescentes, carecem de um Estado de Direito e sofrem com nepotismo generalizado e corrupção quando se trata do uso da terra.

(...)

Disponível em: noticias.uol.com.br/ciencia-e-saude. Acesso em: 26 out. 2016.
A respeito dos vocábulos especialmente, principalmente e atualmente, retirados do texto 1, é correto afirmar que:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO - Curso Técnicos Integrados ao Ensino Médio |
Q1338324 Português
Texto 1


Os cinco maiores problemas ambientais do
mundo e suas soluções


Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e superpopulação representam grandes ameaças que devem ser resolvidas para que o planeta continue sendo um lar para todas as espécies.

(…)

Desmatamento

O problema: florestas ricas em espécies estão sendo destruídas, especialmente nos trópicos, para muitas vezes abrir espaço para criação de gado, plantações de soja ou de óleo de palma, ou para outras monoculturas agrícolas. Cerca de 30% da área terrestre do planeta é coberta por florestas – isso é cerca de metade do que existia antes de o início da agricultura, 11 mil anos atrás. Cerca de 7,3 milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos trópicos.
Florestas tropicais costumavam cobrir cerca de 15% da área terrestre do planeta. Atualmente elas cobrem de 6% a 7%. Grande parte do que sobrou foi degradado pela derrubada de árvores ou pelas queimadas. As florestas naturais não atuam apenas como reservas da biodiversidade, elas também são reservatórios, que mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos.
Soluções: conservar o que resta das florestas naturais e recuperar as áreas degradadas com o replantio de espécies arbóreas nativas. Isso exige um governo forte – só que muitos países tropicais ainda estão em desenvolvimento, têm populações crescentes, carecem de um Estado de Direito e sofrem com nepotismo generalizado e corrupção quando se trata do uso da terra.

(...)

Disponível em: noticias.uol.com.br/ciencia-e-saude. Acesso em: 26 out. 2016.
Assinale a única alternativa correta, no que diz respeito ao processo de formação das seguintes palavras retiradas do texto.
Desmatamento - monocultura - replantio - terrestre
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IFF - Processo Seletivo e Vestibular - TO |
Q1338283 Português
Com relação ao emprego do verbo “imobilizar”, no anúncio abaixo, é correto afirmar que:
Imagem associada para resolução da questão
*Ingressos esgotados no 1º dia oficial de vendas.
*Recorde histórico de público no Brasil: 45.207 pessoas no Estádio Atlético Paranaense.
*Recorde global de público na pesagem: 15.000 pessoas.
*42 milhões de pessoas impactadas nas redes sociais em 1 semana.
*Transmissão para 141 países.
Disponível em: Revista Veja. ed. 2479, ano 49, n. 21, jan. 2016.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IFF - Processo Seletivo e Vestibular - TO |
Q1338282 Português

Texto para as questão


Nós, os brasileiros


(Lya Luft) 


1. Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. 
2 Como sempre, eles falam da floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. 
3 Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. 
4 Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. 
5 A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. - Mas a senhora é loira! 
6 Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: 
7 Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! 
8 Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo: 
9 Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
10 A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 
11 Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 
12 Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praias e ... matos. 
13 E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. 
14 Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. 
15 E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.


Disponível em: LUFT Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record. 2009. In: ANTUNES, Irandé. Análise de Textos: fundamentos e práticas, São Paulo: Parábola, 2010.

Do 11º ao 14º parágrafos, a autora se concentra na sua avaliação dos episódios relatados (“pensei mais uma vez que ...”) e começa a admitir que a imagem de um Brasil irreal não é devida simplesmente a visões de estrangeiros (“mas também é culpa nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.”). Sobre o uso da primeira pessoa do plural nesse segmento, expresso nos elementos linguísticos sublinhados, analise as afirmativas a seguir:
I – O uso desses elementos linguísticos recupera a referência a “Brasil”, e explicita a nacionalidade da autora. II – A autora usou a primeira pessoa do plural de forma inadequada, uma vez que sua crônica, por assumir a estrutura de um relato pessoal, só admite a utilização da primeira pessoa do singular.
III – Por meio do uso desses elementos linguísticos, a autora revela que todos os brasileiros, inclusive ela, têm sua parcela de contribuição para a visão equivocada que os estrangeiros têm do Brasil.
IV – Essas expressões linguísticas, além de explicitarem a nacionalidade da autora, referem-se aos substantivos “plantas”, “índios” e “bichos” (última linha do parágrafo anterior).
Estão corretas as afirmativas:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: IFF Órgão: IFF Prova: IF-TO - 2016 - IFF - Processo Seletivo e Vestibular - TO |
Q1338281 Português

Texto para as questão


Nós, os brasileiros


(Lya Luft) 


1. Uma editora europeia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. 
2 Como sempre, eles falam da floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos. 
3 Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta – e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. 
4 Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários – portanto, gente razoavelmente culta – eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. 
5 A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa. - Mas a senhora é loira! 
6 Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: 
7 Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas! 
8 Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo: 
9 Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
10 A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. 
11 Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. 
12 Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praias e ... matos. 
13 E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. 
14 Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. 
15 E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.


Disponível em: LUFT Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record. 2009. In: ANTUNES, Irandé. Análise de Textos: fundamentos e práticas, São Paulo: Parábola, 2010.

O texto trata de uma crônica, sob a forma de um relato pessoal, que, na verdade, apresenta um teor argumentativo, uma vez que a estratégia de relatar e comentar os episódios preenche a função de, assim como argumentos, comprovar o ponto de vista defendido pela autora. Assim, logo após a leitura dos três primeiros parágrafos, percebe-se que o ponto de vista defendido por Lya Luft é o seguinte:
Alternativas
Respostas
4781: D
4782: A
4783: E
4784: B
4785: D
4786: C
4787: A
4788: A
4789: C
4790: D
4791: B
4792: E
4793: A
4794: D
4795: E
4796: C
4797: B
4798: A
4799: B
4800: B