Questões de Concurso Comentadas sobre antropologia social: família, sistemas de parentesco, matrimônio e incesto. organizações políticas em sociedades tradicionais em antropologia

Foram encontradas 86 questões

Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217755 Antropologia
No fragmento a seguir, Marcel Mauss discorre sobre a vida econômica em determinadas sociedades não ocidentais, propondo um contraste em relação às concepções modernas.

[T]oda essa economia muito rica está cheia de elementos religiosos: a moeda tem ainda seu poder mágico e ainda está ligada ao clã ou ao indivíduo; as diversas atividades econômicas, por exemplo o mercado, ainda estão impregnadas de ritos e de mitos; conservam um caráter cerimonial, obrigatório, eficaz; estão repletas de ritos e de direitos. É algo muito diferente do útil que circula nessas sociedades, a maioria delas já bastante esclarecidas.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

De acordo com o fragmento, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217751 Antropologia
No trecho a seguir, Pierre Clastres apresenta uma leitura sobre a organização política das sociedades sem Estado.

[O] que os selvagens [sic] nos mostram é o esforço permanente para impedir os chefes de serem chefes, é a recusa da unificação, é o trabalho de conjuração do Um, do Estado. A história dos povos que têm uma história é, diz-se, a história da luta de classes. A história dos povos sem história é, dir-se-á com ao menos tanta verdade, a história da sua luta contra o Estado.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

Assinale a opção que melhor representa a concepção do autor.
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217750 Antropologia
Leia o trecho a seguir.

Não foram apenas os intelectuais racistas formuladores das propostas de branqueamento racial ou os propagadores da mestiçagem hierarquizada e cordial que viram os povos bantos como dotados de um conjunto de práticas desprovidas de maior profundidade. Até mesmo intelectuais comprometidos com a valorização das culturas africanas para a formação da identidade brasileira consideraram os saberes e espiritualidades dos bantos menos sofisticados, complexos e elaborados do que os dos iorubás, trouxeram ao Brasil o culto dos orixás.

SIMAS, Luiz Antonio. Umbandas: uma história do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2022.

Com base no trecho, que aborda as tensões em torno das culturas africanas no Brasil, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217743 Antropologia
Leia o trecho a seguir.

O século XVI deve ser visto por nós como um período ao mesmo tempo inaugural e experimental. Ninguém sabia ao certo no que tudo aquilo poderia dar. Mas o fato é que, da obra do Governo Geral à expansão da agroindústria açucareira, implantou-se o projeto lusitano para os nossos trópicos. Não exatamente dentro das balizas ou dos trilhos planejados pelos portugueses, é claro. Eles pensaram em termos de transplantação cultural, de reprodução imediata do modelo metropolitano, sonhando uma Nova Lisboa em nossas terras. Mas a mestiçagem genética e o sincretismo cultural, que já vinham da aldeia eurotupinambá de Diogo Caramuru, se encarregaram de tecer uma outra realidade, original, na Bahia de Todos os Santos e seu Recôncavo. Assim teve início o processo histórico-cultural que fez, de nós, o que somos.

RISÉRIO, Antônio. Uma história da cidade da Bahia. Rio de Janeiro: Versal, 2004.

Considerando o trecho, que discorre sobre aspectos humanos da ocupação do território correspondente à Bahia, no século XVI, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217742 Antropologia
Leia o trecho a seguir.

O antropólogo Darcy Ribeiro, em seu grande (mas hoje controverso) livro Os Índios e a Civilização, [concluiu que], em termos estatísticos, não haveria mais indígenas no país na virada do século XX para o XXI. (...) [N]a virada do século, Eduardo Viveiros de Castro apontou que não se havia considerado à época que a integração era na verdade um vetor de duas direções: significava não apenas o que parecia inevitável, o deixar de serem índios, mas também o que se veria, o voltar a ser índios, quando isso se tornou possível com novos aliados, nova mobilização e novos direitos.

COHN, Clarice; COHN, Sergio. Indígenas em movimento. Breve história do Movimento Indígena no Brasil. Rio de Janeiro: Oca, Translado, 2025.

O trecho acima discorre sobre os destinos das populações indígenas brasileiras ao longo do último século.

O trecho aponta para o fato de que 
Alternativas
Q3028995 Antropologia
Ao examinar a natureza da sociedade, Ralph Linton, em O Homem: uma introdução à antropologia (2000), defende que seu funcionamento depende da existência de padrões de comportamento recíproco entre os indivíduos ou grupos de indivíduos. Defende a existência de posições polares nestes padrões de comportamento recíproco e, além disso, defende ainda que todos os seres humanos podem ser adestrados para o desempenho de deveres.
Essa abordagem leva a dois termos-chave que ajudam na compreensão do funcionamento social.
Assinale a opção que contiver esses dois termos criados por Linton para reduzir a termos individuais os padrões ideais da vida social:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: IV - UFG - 2024 - UFG - Antropólogo |
Q3017664 Antropologia
O desenvolvimento histórico do que chamamos de Antropologia Brasileira deu-se de forma multifacetada, revelando condições e temporalidades regionais, tanto do ponto de vista institucional, quando de entrelaçamento de trajetórias intelectuais e temas de pesquisa vinculados a questões locais mais amplas. No caso da Universidade Federal de Goiás com a criação do Museu Antropológico em 1960, ela expandiu articulações entre campos disciplinares a partir
Alternativas
Ano: 2024 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: IV - UFG - 2024 - UFG - Antropólogo |
Q3017659 Antropologia
A organização das práticas de colecionamento etnográfico atravessou várias fases, do colecionamento naturalista do século XIX ao “trabalho de campo” da segunda metade do século XX. No caso dos trabalhos etnológicos das primeiras décadas do século XX no Brasil, algumas figuras se destacaram, dentre elas Curt Nimuendajú, cujo período de colecionamento e produção foram, respectivamente,
Alternativas
Q2563714 Antropologia
Em relação aos conceitos de bases socioantropológicas que se relacionam com a esfera jurídica, julgue o item a seguir. 

Conforme a concepção da teoria crítica, o direito deve servir como instrumento de emancipação social, mediante uma reação teórica e política questionadora dos padrões até então consolidados na ordem jurídica.
Alternativas
Q2494478 Antropologia
Em seu livro “A caminho da cidade”, publicado em 1978, a antropóloga Eunice Durhan escreveu:

“A industrialização e a urbanização significam a quebra de isolamento das comunidades tradicionais, a crise do sistema produtivo rural e da estrutura tradicional de autoridade, a negação dos velhos valores, a adoção de novos padrões de comportamento.”

O processo social que promove essa transformação da ordem social é(são):
Alternativas
Q2494476 Antropologia
Em seu texto “A vingança de Capitu: DNA, escolha e destino na família brasileira contemporânea”, publicado em 2014, a antropóloga Claudia Fonseca afirma:

“No final dos anos 1980, os testes de DNA para a verificação de laços de paternidade passaram do mundo da fantasia ao dos fatos, trazendo consigo o potencial de uma nova ‘mudança profunda’ em nossa conceituação de família, relações de gênero e parentesco. Embora essa forma de tecnologia ainda não tenha recebido muita atenção acadêmica, estou convencida – baseada em experiência etnográfica em favelas brasileiras – que suas consequências são mais instantâneas e abrangentes do que as rupturas e transições anteriores marcadas pela ciência. Em apenas quinze anos desde a sua primeira descoberta no outro lado do mundo, tanto membros da elite como homens e mulheres da classe trabalhadora incorporaram testes de DNA em seu modo de ver laços e responsabilidades familiares.”


Segundo a autora, a popularização da tecnologia de DNA para rastrear vínculos sanguíneos produziu efeitos nas relações:
Alternativas
Q2494472 Antropologia
A antropóloga brasileira Fabiola Rohden, em um artigo publicado em 2002 e dedicado às contribuições de Marilyn Strathern sobre o tema do parentesco, escreveu:

“Os sistemas de parentesco e as formas de família são pensados como arranjos sociais que têm como base a reprodução biológica. Esses arranjos são vistos como passíveis de assumirem formas diversificadas em culturas e sociedades diferentes, embora sempre assentados sobre uma mesma e única referência, que são os ‘fatos naturais’ da vida.”

Ao apresentar a discussão sobre parentesco, Rohden faz referência ao seguinte dualismo caro aos debates da antropologia contemporânea:
Alternativas
Q2494471 Antropologia
Pierre Bourdieu foi um dos principais sociólogos do século XX. Em sua vasta produção intelectual, Bourdieu foi um dos responsáveis pela atualização de um conceito aristotélico, também utilizado por Marcel Mauss, e que ocupa um lugar central nos debates sobre corpo, indivíduo e sociedade. No vocabulário de Bourdieu, tal conceito é definido do seguinte modo:

“[…] é uma noção mediadora que ajuda a romper com a dualidade de senso comum entre indivíduo e sociedade ao captar a interiorização da exterioridade e a exteriorização da interioridade, ou seja, o modo como a sociedade se torna depositada nas pessoas sob a forma de disposições duráveis, ou capacidades treinadas e propensões estruturadas para pensar, sentir e agir de modos determinados, que então as guiam nas suas respostas criativas aos constrangimentos e solicitações do seu meio social existente.”

O conceito renovado por Bourdieu nessa definição é o de:
Alternativas
Q2383958 Antropologia
A família formada por pai, mãe e filhos é uma marca progressiva para estudos antropológicos em nossa atual sociedade. Sabemos que a ciência antropológica contribui especialmente para
Alternativas
Q2366462 Antropologia
No que diz respeito às narrativas religiosas, o mito grego é definido como a
Alternativas
Q2430172 Antropologia

Entre as tradições epistemológicas, a que compreende a reciprocidade sujeito/objeto como uma interação social que vai se formando ao longo do tempo histórico, e que tem como um dos pressupostos que a inteligibilidade das partes presume sua articulação com o todo, é denominada

Alternativas
Q2311174 Antropologia
A transfobia tem sido um termo de uso recorrente na imprensa e nas mídias sociais, que expõe uma série de atitudes, sentimentos ou ações negativas, discriminatórias ou preconceituosas contra pessoas transgênero. As formas de transfobia têm sido variadas, entre repulsa emocional até o medo e a violência em relação a esse grupo social, questão analisada pela antropologia, a partir de sobreposição de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação, com base na
Alternativas
Q2245648 Antropologia
“Se a antropologia nos instrumentaliza a captar e conferir sentido aos fatos nos diferentes contextos culturais – de outras sociedades e de nossa própria – é de se apostar que os “intelectuais indígenas” estarão, assim, procedendo de igual maneira, tendo algo a nos dizer com base em seus princípios epistemológicos, não apenas sobre si, mas sobre nós, num efeito de “antropologia cruzada”. (Santos, G. M. dos, & Dias Jr., C. M. (2009). Ciência da floresta: Por uma antropologia no plural, simétrica e cruzada . Revista De Antropologia, 52(1), 137-160.)
Assinale a opção que indica o princípio que orienta este modo de fazer antropologia.
Alternativas
Q2245647 Antropologia
No livro “Arte Indígena no Brasil: agência, alteridade e relação”, a antropóloga Els Lagrou afirma:
“(…) a grande diferença [entre arte indígena e arte ocidental] reside na inexistência entre os povos indígenas de uma distinção entre artefato e arte, ou seja, entre objetos produzidos para serem usados e outros para serem somente contemplados, distinção esta que nem a arte conceitual chegou a questionar entre nós, por ser tão crucial à definição do próprio campo.”  (LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: C/Arte, 2009: p.14)
Assinale a opção que corresponde a princípios característicos da arte indígena descrita pela autora.
Alternativas
Q2245646 Antropologia
“Os Achuar dizem que as mulheres são mães das plantas que cultivam em suas roças; identificam-se, assim, com Nankui, criadora e “dona” destas plantas. Em suma, conceitualizam suas relações com estes seres em termos de consanguinidade. Já os homens concebem-se como cunhados dos animais de caça, traçando com eles relações de afinidade. Conclui-se, daí, que os seres que habitam o “mundo natural”, ao interagirem com os humanos, são tidos como parceiros sociais plenos.”  (SZTUTMAN, Renato. Natureza & Cultura, versão americanista. Um sobrevoo, Ponto Urbe, v. 4, 2009.)
De acordo com o trecho descrito, na estrutura de organização parental dos Achuar
Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: A
4: A
5: E
6: B
7: D
8: B
9: C
10: D
11: A
12: B
13: C
14: C
15: A
16: D
17: D
18: A
19: B
20: A