Questões de Concurso
Comentadas sobre checagem em jornalismo
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I. A narrativa jornalística, por mais que se pretenda isenta e imparcial, é também fortemente determinada por um fundo ético ou moral. Os jornalistas só destacam certos fatos da realidade como notícia porque esses fatos transgridem algum preceito ético ou moral, alguma lei, algum consenso cultural. A notícia representa sempre uma ruptura ou transgressão em relação a algum significado estável. Cabe ao analista identificar, interpretar e elucidar esse significado simbólico
II. A análise da narrativa jornalística deve observar particularmente o contrato cognitivo implícito entre jornalistas e audiência em seu contexto operacional. Esse contrato segue as máximas da objetividade, da co-construção da verdade dos fatos: o objetivo é co-construir a verdade, a “realidade objetiva”.
III. O discurso narrativo objetivo distingue-se pela presença (implícita ou explícita) do narrador, de um sujeito que narra. A narração como dispositivo argumentativo é evidente. O discurso subjetivo (a ficção) do jornalismo, ao contrário, define-se pelo distanciamento do narrador. Ele narra como se a verdade estivesse lá fora, nos objetos mesmos, independentemente da intervenção do narrador: dissimula sua fala como se ninguém estivesse por trás da narração.
Assinale a opção que melhor explica o fenômeno das agências de checagem.
1. No Brasil, uma das ferramentas disponíveis ao jornalista investigativo é a Lei de Acesso à Informação (LAI).
2. A premissa para ser jornalismo investigativo é ter investigação e aprofundamento. Sem isso, não poderá ter esta classificação.
3. Os casos que envolvem vazamentos de documentos e registros confidenciais, mesmo que não empreguem investigação do jornalista, devem ser considerados jornalismo investigativo.
4. Produz reportagens aprofundadas relacionadas a empresas privadas ou a agentes públicos. Se diferencia do jornalismo convencional na medida que exige mais profundidade na apuração.
5. Um exemplo histórico de jornalismo investigativo é o caso Watergate, no qual dois jornalistas do Washington Post fizeram uma série de investigações a respeito das ações do presidente Nixon e de seu comitê de campanha para reeleição.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Analise as afirmativas abaixo acerca das fontes jornalísticas.
1. A relação com a fonte, pela proximidade e pelo tempo, pode gerar amizade, o que é bem-vindo ao jornalismo, porque melhora a qualidade do material produzido.
2. A relação entre o jornalista e sua fonte deve ser honesta, com definição clara dos papéis a serem cumpridos. E cabe ao jornalista delimitar claramente esses papéis.
3. Se a proximidade entre repórter e fonte for grande, não há nenhuma necessidade de checar as informações.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A noção de objetividade jornalística levou um novo tombo durante a guerra do Vietnã e a tempestade que ela provocou internamente, nos Estados Unidos, na década de 60 e no início dos 70. Os críticos culparam a objetividade por causar o fracasso dos jornalistas na tentativa de quebrar a prática do noticiário administrado, executada cada vez mais pelos generais, presidentes e outros líderes no controle da vida e das instituições americanas. “
GOODWIN, H. Eugene – Procura-se ética no jornalismo, ed. Nórdica, 1993, Rio de Janeiro, p. 24
Analise as afirmativas abaixo sobre o texto e a ética no jornalismo.
1. O texto acima se contrapõe à Teoria do Espelho.
2. A retidão, a correção em jornalismo significam buscar fatos e informações sem distorções, ou seja, sendo verdadeiro e fazendo boa apuração.
3. Deduz-se do texto que a complexidade de uma cobertura como a citada exige contexto, conhecimento do tema tratado. Somente objetividade e neutralidade não cumprem essa função.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A teoria dos gêneros no jornalismo ainda encontra dificuldades para definir jornalismo digital. A confusão conceitual envolve os termos webjornalismo, jornalismo on-line, ciberjornalismo, entre outros. Entretanto, sem entrar no mérito desse problema, um aspecto parece obter a unanimidade dos teóricos: foi o advento da internet que possibilitou o novo gênero, e ele veio para revolucionar as relações profissionais e as próprias rotinas produtivas.
PENA, Felipe – Teoria do Jornalismo – ed. Contexto, 2ª edição, 2008, p. 176
Analise as afirmativas abaixo em relação ao assunto.
1. O Jornalismo Digital é a simples transposição do que antes ocorria no impresso para o digital. Jornalismo exige investigação e reportagem, em qualquer circunstância.
2. As ferramentas do Jornalismo Digital possibilitam a hiperatividade, a imediaticidade e a comunicação horizontal.
3. A imediaticidade leva a possibilidade de maior número de erros na informação, por isso a apuração, a checagem devem ser rigorosas.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A confirmação da morte de Tim Lopes, repórter da Rede Globo, abre uma temporada de luto e de reflexão. Tim estava desaparecido desde o dia 2. Sumiu na Vila Cruzeiro, Penha, onde pretendia realizar uma reportagem sobre um baile funk no qual, suspeita-se, haveria consumo de drogas e espetáculos de sexo explícito com a participação de adolescentes. Tim usava câmeras ocultas em seus trabalhos. Fazia apurações sensacionais, mas estava longe disso que todos aprendemos infelizmente a conhecer como sensacionalismo. (…)
Além do luto, está aberto o desafio da reflexão para os jornalistas. Essa reflexão diz respeito aos métodos aceitáveis na captação de informações e também às relações entre as atribuições do repórter e as atribuições da polícia. Tim Lopes encarnou uma espécie de fronteira entre esses dois territórios, o do jornalista e o do policial, e se valia de expedientes às vezes mais adequados a uma investigação de delegacia que a uma apuração de reportagem clássica. A começar pelo emprego da câmera oculta.
Eugênio Bucci – Jornal do Brasil - 11-06-2002
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa incorreta.
1. A boa apuração deve ser feita com diversidade de fontes.
2. Apenas o levantamento de múltiplas informações garante, por extensão, uma apuração adequada.
3. Há uma relação diretamente proporcional entre o grau de checagem e a qualidade do material jornalístico.
4. Além da checagem exaustiva, a contextualização também é relevante para garantir a qualidade do trabalho jornalístico.
5. Com o trabalho pronto, é importante levar em conta o olhar dos colegas para avaliar se as informações são corretas, se não há contradições ou outras imprecisões no levantamento feito.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
1. Sobre a classificação das fontes, não há distinção entre fontes oficiais e autorizadas.
2. Fontes oficiais também são denominadas formais, caso do porta-voz, do relações públicas ou do assessor de imprensa.
3. Fontes não autorizadas são também conhecidas como oficiosas.
4. Fontes anônimas são indicadas de forma vaga, como cargo ou ambiente, por exemplo, um deputado, alguém próximo do presidente. Ou ainda não recebem nenhuma indicação: fonte bem-informada.
5. O jornalista precisa ter cuidado com a credibilidade da fonte, ter segurança na informação; por isso a fonte deve ser cultivada, ou seja, há uma construção de uma relação entre informante e informado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Eduardo Faustini, o famoso “repórter sem rosto” da TV Globo, que se notabilizou por assumir diversos personagens para realizar denúncias através de câmera oculta – e que, portanto, não “filma” apenas com o olhar –, desenvolve exatamente esse raciocínio na entrevista a Millos Kaiser (2011) para a revista Trip. Considera-se um sacerdote e diz que gosta de “jogar luz em uma zona que está escura”, mas seu propósito está longe de qualquer projeto iluminista. Pelo contrário: embora afirme admirar os profissionais que trabalham mostrando a cara e investigando documentos, ele prefere “resolver a questão numa filmagem”, porque “no dia seguinte, a casa do cara já caiu”.
É sua forma de compensar “a Justiça lenta, ineficiente” – embora ele mesmo não se considere um justiceiro. Mas, ao mesmo tempo, tampouco acha necessário subordinar-se à lei: “A relevância de um fato é sempre mais importante que a infração que estou cometendo. (…) O interesse público é o meu foco. Pra mim, ele é mais importante que qualquer lei ou regra de etiqueta”. Também considera o segredo de justiça um absurdo, porque “não protege a dona Maria ou o seu João, protege apenas o milionário corrupto.”
O “repórter inflitrado” e a câmera oculta: repensando problemas éticos e epistemológicos para a prática do jornalismo - Sylvia Debossan Moretzsohn -
Professora de Jornalismo no Departamento de Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa da UFF. Jornalista, mestre em Comunicação e doutora em Serviço Social. Pesquisadora de temas que relacionam mídia, ética, senso comum, cotidiano e rotinas de produção no jornalismo. Colaboradora do Observatório da Imprensa.
Assinale a alternativa correta com base no texto acima e em seus conhecimentos.
Assinale a alternativa correta em relação ao assunto.
“O termo jornalismo de dados se tornou popular desde a última década com a chegada do Datablog do jornal britânico The Guardian. A prática dos dados é vista como um novo método de investigar e contar histórias de maneira a informar e engajar o público em maior escala. Além disso, os jornalistas de dados têm papel importante para ajudar a diminuir as barreiras à compreensão e à imersão em dados e aumentar a alfabetização em dados de seu público em larga escala. A prática utiliza da digitalização para lidar com grande quantidade de dados, que jamais poderiam ter sido imaginados, dando nova ênfase ao uso de ferramentas tecnológicas para o processo de produção de notícias. Jornalismo de dados serve como um lembrete de quão importante a análise de big data (grandes massas de dados) pode ajudar no processo de trabalho de notícias (HAMMOND, 2017).”
Mapeando a presença do jornalismo de dados no Brasil, Mathias Felipe DE LIMA-SANTOS Universidade de Navarra, Pamplona, Espanha - Trabalho apresentado no GP Gêneros Jornalísticos, XIX Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
Assinale a alternativa correta tendo o texto acima como ilustração em relação ao Jornalismo de Dados, ou Reportagem com Auxílio do Computador (RAC).
Assinale a alternativa correta em relação ao assunto.
“A entrevista é, pelo menos para os leigos, uma atividade jornalística, digamos, ‘espontânea’”. Associada à conversa, à convivência, não teria muitos segredos, podendo ser exercida por qualquer um de nós. Este livro especialíssimo de Carla Muhlhaus nos prova o contrário e nos conduz aos bastidores, muitas vezes tumultuados, da entrevista.
A autora começa mostrando uma evidência pouco sinalizada para os estudantes de Jornalismo: não há jornalismo sem entrevista. E isso porque o bom jornalismo praticamente se confunde com a arte de fazer perguntas”.
Heloísa Buarque de Hollanda – apresentação do livro POR TRÁS DA ENTREVISTA, de Carla Muhlhaus, Ed. Record, 2007, Rio de Janeiro.
Assinale a alternativa correta sobre a entrevista jornalística, tendo como base o texto acima e seus conhecimentos.