Questões de Concurso
Sobre ética jornalística em jornalismo
Foram encontradas 756 questões
Acerca do jornalismo institucional, julgue o item.
O press kit permite que os jornalistas conheçam mais bem determinada organização ou determinado profissional liberal, bem como suas contribuições para seus segmentos de atuação.
Na rotina produtiva diária das redações de todo o mundo, há um excesso de fatos que chegam ao conhecimento dos jornalistas. Mas apenas uma pequena parte deles é publicada ou veiculada. Ou seja, apenas uma pequena parte vira notícia. O que pode levar qualquer leitor ou telespectador a perguntar: afinal, qual o critério utilizado pelos profissionais da imprensa para escolher que fatos devem ou não virar notícia?
PENA, Felipe, Teoria do Jornalismo, ed. Contexto, São Paulo, 2005, p. 71
Analise as afirmativas abaixo em relação ao texto.
1. A escolha de determinado fato em relação a outro para ser veiculado obedece a critérios de noticiabilidade ou valor notícia. 2. Na construção da notícia, dentro da deontologia do jornalismo, o interesse público é fundamental. 3. Os fatos que viram notícia vão depender apenas das escolhas pessoais do repórter.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Em 1967 eu era repórter iniciante do Jornal do Brasil quando fui enviado pelo editor nacional para a cidade de São João Nepomuceno, no interior de Minas Gerais, para fazer uma matéria sobre um fato inusitado: uma urubu-fêmea, de nome “Mãe Preta”, havia chocado e criado pintinhos de galinha no quintal de uma casa e se tornara atração turística da cidade. Escrevi a reportagem e no dia seguinte fui surpreendido pelo enorme destaque que o editor deu à matéria. “Mãe Preta” era manchete de página do jornal e dividia espaço com outras notícias nacionais e internacionais. Naquela época, jornalista ainda ingênuo, comecei a conjeturar: por que um fato simples, sem nenhuma importância política, econômica ou social ganhara tanta atenção num jornal considerado sério e lido pela elite do país?
MOTTA, Luiz Gonzaga Motta – Teoria da Notícia: as relações entre o real e o simbólico – in PORTO, Sérgio Dayrell e MOUILLAUD, Maurice (org.). O Jornal, da forma ao sentido, Brasília, UnB, 2002.
Analise as afirmativas abaixo em relação ao texto e em relação aos seus conhecimentos.
1. A notícia referida no texto tem como valor-notícia o inusitado, notícia de interesse humano ou ainda “faits divers”. 2. Não há regras práticas ou deontológicas para determinar o que é e o que não é notícia, porque apenas o critério subjetivo do jornalista é que vai definir o que será publicado. 3. Para ter critério de noticiabilidade, é preciso que haja constância, estabilidade, logo a notícia referida no texto não deveria ter sido publicada, porque contraria a deontologia do jornalismo. 4. A noticiabilidade se constitui, na deontologia da profissão, em conjunto de requisitos que são exigidos para a existência pública da notícia.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Levando em conta os critérios de apuração e a deontologia da profissão, qual deverá ser a atitude do jornalista?
I. A narrativa jornalística, por mais que se pretenda isenta e imparcial, é também fortemente determinada por um fundo ético ou moral. Os jornalistas só destacam certos fatos da realidade como notícia porque esses fatos transgridem algum preceito ético ou moral, alguma lei, algum consenso cultural. A notícia representa sempre uma ruptura ou transgressão em relação a algum significado estável. Cabe ao analista identificar, interpretar e elucidar esse significado simbólico
II. A análise da narrativa jornalística deve observar particularmente o contrato cognitivo implícito entre jornalistas e audiência em seu contexto operacional. Esse contrato segue as máximas da objetividade, da co-construção da verdade dos fatos: o objetivo é co-construir a verdade, a “realidade objetiva”.
III. O discurso narrativo objetivo distingue-se pela presença (implícita ou explícita) do narrador, de um sujeito que narra. A narração como dispositivo argumentativo é evidente. O discurso subjetivo (a ficção) do jornalismo, ao contrário, define-se pelo distanciamento do narrador. Ele narra como se a verdade estivesse lá fora, nos objetos mesmos, independentemente da intervenção do narrador: dissimula sua fala como se ninguém estivesse por trás da narração.
Analise as afirmativas abaixo acerca das fontes jornalísticas.
1. A relação com a fonte, pela proximidade e pelo tempo, pode gerar amizade, o que é bem-vindo ao jornalismo, porque melhora a qualidade do material produzido.
2. A relação entre o jornalista e sua fonte deve ser honesta, com definição clara dos papéis a serem cumpridos. E cabe ao jornalista delimitar claramente esses papéis.
3. Se a proximidade entre repórter e fonte for grande, não há nenhuma necessidade de checar as informações.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A noção de objetividade jornalística levou um novo tombo durante a guerra do Vietnã e a tempestade que ela provocou internamente, nos Estados Unidos, na década de 60 e no início dos 70. Os críticos culparam a objetividade por causar o fracasso dos jornalistas na tentativa de quebrar a prática do noticiário administrado, executada cada vez mais pelos generais, presidentes e outros líderes no controle da vida e das instituições americanas. “
GOODWIN, H. Eugene – Procura-se ética no jornalismo, ed. Nórdica, 1993, Rio de Janeiro, p. 24
Analise as afirmativas abaixo sobre o texto e a ética no jornalismo.
1. O texto acima se contrapõe à Teoria do Espelho.
2. A retidão, a correção em jornalismo significam buscar fatos e informações sem distorções, ou seja, sendo verdadeiro e fazendo boa apuração.
3. Deduz-se do texto que a complexidade de uma cobertura como a citada exige contexto, conhecimento do tema tratado. Somente objetividade e neutralidade não cumprem essa função.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Analise a reprodução da capa e página interna da edição de 8/11/2020, do jornal Folha de S. Paulo.
Analise as afirmativas abaixo em relação ao assunto.
1. A matéria interna emprega intertítulos.
2. O título da capa do jornal está em ordem direta: sujeito e predicado.
3. O subtítulo da capa cumpre sua função de acrescentar informações ao título.
4. Na matéria interna, foram empregados olhos.
5. Ambos os títulos seguiram as recomendações da concisão e objetividade, por se tratar de hard news.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas
corretas.
1. A origem e a identidade da fonte, pelo código de ética do jornalista, podem ser resguardadas pelo repórter, se assim decidir. Essa é atribuição subjetiva desse profissional.
2. O acesso à informação pública é direito inerente ao cidadão.
3. O direito à privacidade deve ser respeitado, mas relativizado quando houver informação importante.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
1. As fontes anônimas jamais devem ser levadas em consideração, porque não dão credibilidade ao jornalismo.
2. O jornalista deve preservar relação estritamente ética com a fonte e não aceitar, por exemplo, favores dela.
3. O jornalista não deve, em nenhuma circunstância, aceitar intimidações por parte das fontes – e isso deve ser comunicado aos superiores.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A confirmação da morte de Tim Lopes, repórter da Rede Globo, abre uma temporada de luto e de reflexão. Tim estava desaparecido desde o dia 2. Sumiu na Vila Cruzeiro, Penha, onde pretendia realizar uma reportagem sobre um baile funk no qual, suspeita-se, haveria consumo de drogas e espetáculos de sexo explícito com a participação de adolescentes. Tim usava câmeras ocultas em seus trabalhos. Fazia apurações sensacionais, mas estava longe disso que todos aprendemos infelizmente a conhecer como sensacionalismo. (…)
Além do luto, está aberto o desafio da reflexão para os jornalistas. Essa reflexão diz respeito aos métodos aceitáveis na captação de informações e também às relações entre as atribuições do repórter e as atribuições da polícia. Tim Lopes encarnou uma espécie de fronteira entre esses dois territórios, o do jornalista e o do policial, e se valia de expedientes às vezes mais adequados a uma investigação de delegacia que a uma apuração de reportagem clássica. A começar pelo emprego da câmera oculta.
Eugênio Bucci – Jornal do Brasil - 11-06-2002
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa incorreta.
( ) A construção de valores deontológicos, ou seja, da ética na prática da atividade jornalística, exigiu o surgimento cada vez maior do profissional especializado em produzir notícias.
( ) Na história do jornalismo brasileiro, os veículos de informação, muitos deles identificados com partidos políticos, tiveram de se desligar dessas relações para mostrar isenção ao público.
( ) À medida que o Jornalismo se industrializava e a notícia transformava-se em mercadoria, a opinião e a informação se misturaram.
( ) Dentro dos princípios éticos que regem os valores do Jornalismo, à proporção que a notícia passou a ter escala comercial, era importante que a área comercial, encarregada da venda de anúncios, tivesse prevalência sobre a área que produz notícias.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
I. A divulgação da informação, precisa e correta, é dever dos meios de divulgação pública, independente da natureza de sua propriedade. (Art. 2°)
II. A obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação e a aplicação de censura ou autocensura são um delito contra a sociedade. (Art. 5°)
III. A informação divulgada pelos meios de comunicação pública se pautará pela real ocorrência dos fatos e terá por finalidade o interesse social e coletivo. (Art. 3°)
IV. O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social e de finalidade pública, subordinado ao presente Código de Ética. (Art. 6°)
V. O acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade, que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse. (Art. 1°)
Estão CORRETOS apenas os itens:
Eduardo Faustini, o famoso “repórter sem rosto” da TV Globo, que se notabilizou por assumir diversos personagens para realizar denúncias através de câmera oculta – e que, portanto, não “filma” apenas com o olhar –, desenvolve exatamente esse raciocínio na entrevista a Millos Kaiser (2011) para a revista Trip. Considera-se um sacerdote e diz que gosta de “jogar luz em uma zona que está escura”, mas seu propósito está longe de qualquer projeto iluminista. Pelo contrário: embora afirme admirar os profissionais que trabalham mostrando a cara e investigando documentos, ele prefere “resolver a questão numa filmagem”, porque “no dia seguinte, a casa do cara já caiu”.
É sua forma de compensar “a Justiça lenta, ineficiente” – embora ele mesmo não se considere um justiceiro. Mas, ao mesmo tempo, tampouco acha necessário subordinar-se à lei: “A relevância de um fato é sempre mais importante que a infração que estou cometendo. (…) O interesse público é o meu foco. Pra mim, ele é mais importante que qualquer lei ou regra de etiqueta”. Também considera o segredo de justiça um absurdo, porque “não protege a dona Maria ou o seu João, protege apenas o milionário corrupto.”
O “repórter inflitrado” e a câmera oculta: repensando problemas éticos e epistemológicos para a prática do jornalismo - Sylvia Debossan Moretzsohn -
Professora de Jornalismo no Departamento de Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa da UFF. Jornalista, mestre em Comunicação e doutora em Serviço Social. Pesquisadora de temas que relacionam mídia, ética, senso comum, cotidiano e rotinas de produção no jornalismo. Colaboradora do Observatório da Imprensa.
Assinale a alternativa correta com base no texto acima e em seus conhecimentos.