Questões de Concurso Comentadas sobre filosofia

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Q820899 Filosofia

O que o filósofo procura na verdade do mito é a verdade da própria filosofia. Na época de sua errância racional, a filosofia sentia-se absolutamente autônoma e independente da não filosofia. No espaço dessa independência, julgava atingir com os recursos da razão uma verdade absoluta, necessária, universal. Em nome dessa verdade, desprezava tudo que não se enquadrasse na bitola da racionalidade. O mito, as lendas, os sonhos, a loucura, a poesia, a religião, para terem lugar no país da verdade, guardado pela filosofia, necessitavam das credenciais da razão. No rigor dessa ditadura, não se destruía, decerto, a liberdade desde que sua essencialização se submetesse aos princípios racionais da lógica. Pois a essência da liberdade era a verdade. Hoje a filosofia sente sua dependência da não-filosofia. É aquém da alternativa de racional e irracional que se instaura o espaço de toda verdade. Na liberdade dessa dimensão originária se articulam a verdade da fantasia, a verdade dos sonhos, a verdade da loucura. O juízo já não é o lugar primogênito da verdade. Há verdades, no plural, correlativas ao sentido das diversas intencionalidades. É a liberdade que é a essência da verdade.

Emanuel Carneiro Leão. Aprendendo a pensar. 2.ª ed. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 195 (com adaptações).


Tendo como referência as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820898 Filosofia

Segundo Aristóteles, a analítica tem por objeto a demonstração, quer dizer, a dedução que parte de premissas verdadeiras; por sua vez, a dialética tem por objeto os raciocínios que se assentam sobre opiniões prováveis. Para esse filósofo, a dialética é uma arte intermediária entre a retórica e a analítica. De acordo com Aristóteles, a analítica coincide com o que foi chamado de lógica formal: o estudo dos conceitos, juízos e raciocínios, considerados nas formas em que são enunciados, abstraindo-se da matéria ou do conteúdo a que se aplicam. O raciocínio é a operação discursiva por meio da qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas) implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de outra proposição (conclusão). Nesse contexto de analítica do discurso demonstrativo, destaca-se o silogismo: todo raciocínio dedutivo rigoroso, que não supõe nenhuma proposição estranha subentendida.

No que concerne às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820897 Filosofia
Considerando a dialética platônica, assinale a opção correta.
Alternativas
Q820896 Filosofia

Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei’”.

Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações).


De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820895 Filosofia

Isonomia não significa que todos sejam iguais perante a lei nem que a lei seja igual para todos, mas sim que todos têm o mesmo direito à atividade política; e essa atividade na polis era de preferência uma atividade de conversa mútua. Por isso, isonomia é, antes de tudo, liberdade de falar e como tal é o mesmo que isegoria; mais tarde, em Polibios, ambas significam apenas isologia. Porém, o falar na forma de ordenar e o ouvir na forma de obedecer não eram avaliados como falar e ouvir originais; não era uma conversa livre porquanto comprometida com um fenômeno determinado não pela conversa, mas sim pelo fazer ou trabalhar. As palavras eram aqui como que o substituto do fazer e, na verdade, de um fazer que pressupunha o forçar e o ser forçado. Quando os gregos diziam que os escravos e bárbaros eram aneu logou, não dominavam a palavra, queriam dizer que eles se encontravam numa situação na qual era impossível a conversa livre. Na mesma situação, encontra-se o déspota, que só conhece o ordenar; para poder conversar, ele precisava de outros de categoria igual à dele. Portanto, para a liberdade, não se precisava de uma democracia igualitária no sentido moderno, mas sim de uma esfera limitada de maneira estreitamente oligárquica ou aristocrática, na qual pelo menos os poucos ou os melhores se relacionassem entre si como iguais entre iguais.

Hanna Arendt. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, p. 49 (com adaptações).


Considerando as informações do texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820894 Filosofia

A justiça é um dos temas fundamentais da investigação política de Aristóteles. No capítulo 12 do livro III da Política (1282 b 14-22), ele afirma: “Uma vez que, em todas as ciências e em todas as artes, o fim é um bem, mas o bem maior e no sentido mais pleno é aquele que serve de fim na arte ou ciência é que é a mais soberana de todas, e essa é a capacidade política, mas o bem político é o justo (to dikaion), essa é, portanto, a vantagem comum que nos interessa”. Para Aristóteles, a justiça é a ordem da comunidade política. Aristóteles, nesse contexto político, vê a justiça como “justiça distributiva”, aquela que vigora na relação do todo (polis) com as partes (cidadãos), tem por princípio permitir e promover a participação dos cidadãos na promoção do bem comum da polis ou de forma absolutamente igual ou de forma proporcionalmente igual. A justiça vigora mais propriamente ali onde os homens são livres e iguais e, entre eles, subsistem relacionamentos regulados pela lei. Faz parte dessa liberdade os cidadãos poderem participar de maneira alternada do governo e das funções públicas, governando não em favor de si mesmos, mas em favor dos governados. A justiça na polis, portanto, culmina em uma convivência pacífica, baseada na philia (amizade em sentido amplo, solidariedade).

Com relação às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820893 Filosofia

      Péricles, num discurso reportado por Tucídides, ao elogiar os combatentes mortos durante o primeiro ano da guerra do Peloponeso (431), fez uma ponderação sobre o sentido da democracia ateniense, com a seguinte declaração: “Nossa Constituição tem por nome democracia, porque não tem como interesse servir a um pequeno número de indivíduos, mas à maioria. No que toca às leis, todos, dentro das diferenças entre particulares, gozam de direitos iguais; no que toca às dignidades, porém, cada um, segundo o mérito que o distingue, é ordinariamente preferido para os empregos públicos, não por causa de seu partido, mas de suas virtudes; e nem mesmo a falta de conhecimento em razão da pobreza é excludente, se a gente é em grau de fazer algum serviço ao Estado”.

Apud S. Wrublevski. A Justiça na Antiguidade Grega. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 34 (com adaptações).


A respeito das informações apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Q820892 Filosofia
Considerando o contexto histórico da democracia ateniense, assinale a opção correta.
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Q820891 Filosofia

Em O que é isto: a filosofia, Heidegger declara: “A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é algo que, pela primeira vez e antes de tudo, vinca a existência do mundo grego (...): A filosofia é, nas origens de sua essência, de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver”. Esse assenhoreamento ocorreu pelo despertar do espanto ou da admiração (thaumadzo) com o ser: “precisamente isto, que o ente permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o ente; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Ente no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso”. O thaumadzo é atestado como princípio (arkhé) da filosofia por Platão e Aristóteles. Primeiramente, Platão (no Teeteto 155d) afirma: “É verdadeiramente de um filósofo esse pathos — o espanto (thaumadzein); pois não há outra origem imperante (arkhé) da filosofia do que este”. E Aristóteles (na Metafísica A 2, 982b 12ss) confirma o dito de Platão: “Pelo espanto, os homens chegaram agora e chegaram antigamente à origem imperante do filosofar”.

Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.

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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807490 Filosofia
Assinale a alternativa que apresenta o princípio que permite tirar inferências da experiência, conforme defende David Hume na sua obra “Ensaio acerca do entendimento humano”.
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807489 Filosofia
Assinale a alternativa que apresenta os três princípios de conexão entre diferentes ideias do espírito humano, conforme defende David Hume na sua obra “Ensaio acerca do entendimento humano
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807488 Filosofia
Leia os trechos abaixo
“Ele examina o que é a verdade: e quanto a mim eu jamais duvidei dela, parecendo-me que é uma noção tão transcendentalmente clara que é impossível ignorá-la. Com efeito, existem meios de examinar uma balança antes de usá-la, mas não existiriam meios de aprender o que é verdade se nós não a conhecêssemos naturalmente. Pois, que razão teríamos para aceitar o que delas nos fosse ensinado, se nós não conhecêssemos já a verdade? Assim, pode-se explicar àqueles que não compreendem a língua e lhes dizer que a palavra verdade, na sua significação própria, denota a conformidade do pensamento com o objeto, mas que quando ela é atribuída às coisas que existem fora do pensamento isto significa somente que estas coisas podem servir de objetos a pensamentos verdadeiros, seja aos nossos, seja aos de Deus, mas não se pode dar qualquer definição lógica que ajude a conhecer a sua natureza”. (DESCARTES, René. Correspondências. Carta CLXXIV. Descartes comenta o Livro do Barão de Cherbury e escreve ao amigo Mersenne).
“Tenho certeza de que sou uma coisa pensante; mas não saberei também, portanto, o que é requerido para ter certeza de uma coisa? Nesse primeiro conhecimento encontra-se apenas uma clara e distinta percepção daquilo que conheço [..,] acredito que já posso determinar como regra geral que todas as coisas que concebo mui clara e distintamente são verdadeiras”. (DESCARTES, René. Meditações. Terceira meditação, § 2)
Leia as afirmações sobre a verdade em Descartes. I) A definição de verdade é expressa pelo princípio de correspondência, a saber, a conformidade do pensamento com o objeto. II) Clareza e distinção são os critérios para determinar como verdadeiro o que se concebe. III) O conceito de verdade não é ignorado, porque sua construção pode ser confirmada com uma fácil demonstração. IV) A definição de verdade é resultado de uma convenção, que qualquer pessoa ao apreender uma língua passa, assim, ter a definição como padrão. Assinale a alternativa que apresenta os itens CORRETOS a respeito da posição de Descartes sobre a verdade.
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807487 Filosofia
Nas “Meditações”, Descartes adverte que apesar de só nos juízos é que se pode encontrar “falsidade formal e verdadeira”, pode encontrar-se nas ideias uma falsidade material. Assinale a alternativa que apresenta exemplos de ideias materialmente falsas segundo Descartes.
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807486 Filosofia
“Não é contrariando a natureza que as virtudes [morais] se geram em nós. Diga-se, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. [..., e] pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco) Considerando a passagem citada, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807485 Filosofia
Em sua obra “Ética a Nicômaco”, Aristóteles mostra que é a amizade que produz o desejo de viver junto, na forma da convivência política. Assinale a alternativa que NÃO corresponde à concepção de amizade em Aristóteles.
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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807484 Filosofia
Em “Verdade e Método”, Gadamer destaca o significado da distância temporal entre o intérprete e o autor do texto. Assinale a alternativa que apresenta a posição de Gadamer sobre o tempo no processo de interpretação.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807483 Filosofia
Em “Verdade e Método”, Gadamer afirma: “[...] é essencial a toda pergunta que tenha um sentido. Sentido quer dizer, todavia, sentido de orientação. O sentido da pergunta é pois a única direção que a resposta pode adotar se quiser ter sentido e ser pertinente”. Assinale a alternativa que NÃO corresponde à posição de Gadamer.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807482 Filosofia
Em “Verdade e Método”, Gadamer desenvolve uma teoria hermenêutica em que os preconceitos e a alteridade do texto estão imbricados num jogo interpretativo, que pode ser visto como um círculo hermenêutico. Assinale a alternativa que apresenta a visão de Gadamer sobre a Aufklärung em geral.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807478 Filosofia
Assinale a alternativa que apresenta o ente racional para o qual o conceito de vontade boa contém o de dever, manifestando-se na forma do mandamento, do imperativo, conforme defende Kant em sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Filosofia |
Q807477 Filosofia
Kant resume a lição básica da estética e da analítica transcendental ao afirmar que “as condições da possibilidade da experiência em geral são, ao mesmo tempo, as condições da possibilidade dos objetos da experiência” (Crítica da Razão Pura, A 158/B 197). Assinale a alternativa que apresenta a consequência desta lição.
Alternativas
Respostas
2081: E
2082: B
2083: C
2084: D
2085: C
2086: C
2087: E
2088: C
2089: B
2090: D
2091: C
2092: B
2093: C
2094: B
2095: E
2096: D
2097: D
2098: B
2099: C
2100: D