Questões de Concurso Comentadas sobre literatura
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"Se o problema principal para os brasileiros depois da independência é se pensarem como brasileiros e não mais como portugueses, portugueses-americanos ou mesmo pernambucanos, paulistas, rio-grandenses, etc., o índio ou, ao menos, a ideia que se decide fazer dele, lhes oferece para isso múltiplas possibilidades."
RICUPERO, Bernardo. O Romantismo e a ideia de Nação no Brasil (1830-1870). São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 153.
Qual das obras brasileiras listadas abaixo é representativa da ideia tratada nesse trecho?
CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira. 5ª ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2007. p. 76-77.
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta sobre o excerto acima.
Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta um afirmação correta:
I) A métrica refere-se à contagem das sílabas poéticas, sendo o decassílabo um dos tipos mais comuns na poesia em língua portuguesa, caracterizado pela predominância de 12 sílabas poéticas em cada verso.
II) A rima pode ser classificada de acordo com sua posição e sua combinação dentro de uma estrofe, podendo ocorrer de forma alternada, emparelhada ou interpolada, e contribui para a sonoridade do poema.
III) O ritmo em um poema é determinado pelo arranjo de acentos e pausas que produzem uma cadência ao longo dos versos, independente da métrica e da rima, sendo mais evidente na leitura oral do poema.
IV) Na poesia clássica, a rima era um recurso indispensável para garantir a musicalidade e harmonia dos versos, enquanto na poesia moderna, o ritmo é priorizado, dispensando frequentemente a rima e até mesmo a métrica fixa.
Assinale a alternativa correta:
"Abre os olhos à Vida e fica mudo! Oh! Basta crer indefinidamente Para ficar iluminado tudo De uma luz imortal e transcendente.
Crer é sentir, como secreto escudo, A alma risonha, lúcida, vidente... E abandonar o sujo deus cornudo, O sátiro da Carne impenitente.
Abandonar os lânguidos rugidos, O infinito gemido dos gemidos Que vai no lodo a carne chafurdando.
Erguer os olhos, levantar os braços Para o eterno Silêncio dos Espaços e no Silêncio emudecer olhando..."
Esse poema intitula-se “Imortal atitude”. Foi produzido por Cruz e Sousa. Pelas suas características, trata-se de uma produção literária integrada à estética do:
Estamos nos referindo ao:
“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”
ALENCAR, José de. Iracema. 24. ed. São Paulo: Ática, 1991.
A obra Iracema, escrita por José de Alencar, é um dos marcos do romantismo brasileiro e se insere no contexto do Nacionalismo que predominava na época. A relação da obra com o contexto histórico-social do Brasil no século XIX é clara ao retratar a luta pela construção de uma identidade nacional, utilizando-se do indígena como símbolo de pureza e origem da nação. Considerando o contexto histórico e as características do Romantismo, assinale a alternativa CORRETA.
Leia o trecho abaixo, do poema de Carlos Drummond de Andrade.
“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.”
ANDRADE, C. D. de. Antologia Poética. 48ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2001
Este poema é um exemplo claro de características do:
Quem é o autor desse livro, publicado pela primeira vez em 1970?
( ) Com a publicação do livro “Contos da mamãe gansa”, Charles Perrault estabeleceu bases para a criação do gênero “contos de fadas”.
( ) A produção literária de Charles Perrault, Hans Christian Andersen, e dos irmãos Grimm teve como base histórias narradas oralmente ao longo dos anos.
( ) Os irmãos Grimm ficaram famosos pela compilação das fábulas de Esopo, que foram publicadas em doze livros.
( ) Em sua origem, muitos dos contos de fadas, como a Branca de Neve e A Pequena Sereia, terminavam de forma trágica.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
O burro e a cobra
Como recompensa por um serviço prestado, os homens pediram a Júpiter a eterna juventude, o que ele concedeu. Pegou na juventude, colocou-a em cima de um Burro e mandou que a levasse aos homens.
Indo o Burro no seu caminho, chega a um ribeiro com sede, onde estava uma Cobra que disse que no o deixaria beber daquela água se no lhe desse o que levava s costas. O Burro, que no sabia o valor do que transportava, deu-lhe a juventude a troco da água. E assim os homens continuaram a envelhecer, e as Cobras renovando-se a cada ano.
Moral: ignorar o valor do que possuímos nos expõe a sermos enganados facilmente.
Qual o gênero do texto acima?
(…)
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e não guardo o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!
(…)
Esses versos fazem parte do poema “Ou isto, ou aquilo”, um clássico da literatura infantil escrito por:
Texto 5
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 22ª edição, Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 146.
Texto 6
Refrão da letra da canção Flor da idade
(Chico Buarque)
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Texto 3
Passagem da obra Dom Casmurro (Machado de Assis)
Tinham-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que…
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
Fonte: ASSIS, Machado de. Dom Casmurro.
2ª edição [e-book], Brasília: Edições Câmara, 2019, p. 57-58.
Texto 4
Passagem da obra O cortiço (Aluísio Azevedo)
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas.
Fonte: AZEVEDO, Aluísio. O cortiço.
30ª ed., São Paulo: Ática, 1997, p. 21.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) considerando os textos 3 e 4 e as características das escolas da Literatura Brasileira.
( ) Dom Casmurro é obra do romantismo, estilo marcado pela análise psicológica e a temática do adultério feminino.
( ) O cortiço apresenta estética naturalista, escola marcada pela objetividade, crítica social e oposição ao romantismo.
( ) Os textos 3 e 4 são passagens tipológicas narrativas desenvolvidas para descrever personagens das duas obras.
( ) Da expressão “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” infere-se o preconceito existente no século XIX em relação aos ciganos, tratados como falsos e de má índole.
( ) Em “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava”, o autor produz uma personificação, figura de linguagem bastante utilizada em textos literários.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
“A linguagem _____________, o paradoxo, o hipérbato, ________________ e o registro das impressões sensoriais, são características presentes na poesia _____________.”
Coluna I.
A- Memórias Póstumas de Brás Cubas.
B- Quincas Borba.
C- Esaú e Jacó.
D- Memorial de Aires.
E- Dom Casmurro.
Coluna II.
1- Rubião, herdeiro de Quincas Borba, é envolvido por Sofia e seu marido Cristiano Palha, é levado à miséria e à loucura.
2- Narrado por Bento Santiago que na velhice procura atar as duas pontas da vida.
3- É o romance da ambiguidade, narrado em terceira pessoa pelo Conselheiro Aires. Pedro e Paulo seriam os dois lados da verdade.
4- Narrado por um defunto-autor, em posição transtemporal, que do outro lado do mistério, revê a sua existência de homem que tudo tentou e nada conseguiu.
5- Narrado sobre a forma de um diário, tematiza a solidão e desencanto da velhice.