Questões de Português - Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos para Concurso

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Q2484539 Português
Texto I


Pedagogia do caracol



    Há muitas pessoas de imaginação sensível que amam as crianças. Encontrei na revista pedagógica Cem Modialitá, que se publica na Itália (Via Piamarta 9 – 25121 – Brescia – Itália), um artigo com um título curioso: “A pedagogia do caracol”. O autor, Gianfranco Zavalloni (www.scuolacreativa.it) conta da mãe de uma menina que o procurou e lhe relatou o seguinte: “Outro dia minha filha me disse: mamãe, os professores dizem sempre: ‘Força, crianças! Não podemos perder tempo porque devemos andar para frente!’. Mas, mamãe, para onde devemos ir? Para frente, onde?’”. Essas perguntas da menina o levaram questionar o ritmo de pressa que as escolas impõem às crianças. No seu lugar, ele propõe a pedagogia do caracol. Os caracóis não sabem o que é pressa. E ele fala de um curso de formação de professores do Gruppo Educhiamoci alla Pace di Bari sobre o tema “Na companhia do ócio, da lentidão e da poesia”. Sugere que no cotidiano dos professores com as crianças deveria haver tempo para simplesmente jogar conversa fora, conversa que não quer ensinar coisa alguma. Simplesmente ouvir as crianças é coisa muito preciosa. Elas aprendem que são importantes e que é importante ouvir as outras. Caminhar, passear, andar a pé, observando as coisas ao redor. Contemplar as nuvens. Escrever cartas e cartões a lápis ou caneta; não usar os e-mails. Plantar uma horta. Plantando uma horta, as crianças aprendem sobre os ritmos da natureza. Quem observa os ritmos da natureza acaba por ganhar equilíbrio pessoal. Plantar uma horta talvez seja uma terapia mais poderosa que a dos consultórios. A velocidade é o ritmo das máquinas. Mas nós não somos máquinas. Somos seres da natureza como os animais e as plantas. E a natureza é sempre vagarosa. É perigoso introduzir a pressa num corpo que tem suas raízes na lentidão da natureza.


Adaptado de: Alves, Rubem. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008, p. 114-5.
De acordo com as regras de acentuação gráfica, a palavra classificada como paroxítona é: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Londrina - PR Provas: FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Gestão Pública - Assistência de Gestão | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico em Agrimensura - Assistência Técnica em Agrimensura | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Fiscal do Município - Serviço Municipal de Fiscalização | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico Agrícola - Assistência Técnica Agrícola | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico Ambiental - Assistência Técnica Ambiental | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Obras - Assistência Técnica de Obras | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Farmácia - Assistência de Farmácia | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico Orientador Social - Assistência Técnica em Orientação Social | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Saúde Pública - Assistência de Enfermagem I | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Saúde Pública - Assistência de Odontologia I | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Saúde Pública - Assistência de patologia I | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico em Segurança do Trabalho - Assistência Técnica em Segurança do Trabalho | FUNDATEC - 2024 - Prefeitura de Londrina - PR - Técnico de Saúde em Urgência e Emergência - Assistência Técnica de Enfermagem em Urgência e Emergência |
Q2483673 Português

                                                              A saúde pública como dever da sociedade

                                                                                              Por Eduardo Luiz da Silva e Rose Meusburguer


   

(Disponível em: www.otempo.com.br/opiniao/artigos/saude-publica-tambem-e-um-dever-da-sociedade e www.elaborandoprojetos.com.br/remuneracao-do-conselheiro-de-cultura-2/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Por não se enquadrar em nenhuma das regras de acentuação gráfica, pode-se afirmar que a palavra “gratuito”, presente no texto, está escrita corretamente. O mesmo NÃO ocorre com qual dos termos abaixo, que deveria estar acentuado no texto?
Alternativas
Q2480093 Português
POR QUE NÃO SEPARAR ARTISTA E OBRA?

        São numerosos os casos recentes onde vemos toda uma obra artística já consagrada sendo colocada sob julgamento público em decorrência de falhas, erros, abusos diversos e até mesmo de crimes atrozes cometidos por seus artistas. São músicos, cineastas, atores, comediantes, artistas plásticos, escritores e por aí vai.
        Sabemos que o sucesso de uma obra artística é dado por uma confluência de méritos, avanços técnicos e estilísticos reconhecidos no passado e transmitidos no presente. Se aí nos bastarmos, objetivamente, será possível apreciar um filme ou admirar uma tela sem que a vida privada de sua autora ou de seu autor esteja no foco de nossos sentimentos de espectador. Seríamos, então, capazes de esquecer, mesmo que por alguns instantes, as suas contradições pessoais, diriam algumas pessoas.
        Mas, por outro lado, a vitalidade da obra no tempo, em partes, não seria também resultado dos modos pelos quais nós ouvimos e aprendemos a contar as trajetórias pessoais e subjetivas de seus artistas? Podemos hoje, por exemplo, reler e ampliar a obra de Machado de Assis olhando para as relações contraditórias que ele teria vivido enquanto um homem afrodescendente vivendo e escrevendo no Brasil do século XIX, fato, até então, silenciado pelo racismo insistente no mundo das artes. Já a cantora estadunidense Miley Cyrus aproveitou a oportunidade de escrever recentemente uma canção para expressar e expor o drama que vivenciou em sua mais recente relação amorosa com o ator Liam Keith Hemsworth. Se assim for, artista e arte se confundiriam?
        O mais recente filme do diretor estadunidense Todd Field reabre e traz novas pistas para a questão. Nele, Cate Blanchett interpreta Lydia Tár, uma regente de orquestra cujo extenso currículo exibe grandes posições e muitos prêmios. Poderíamos estar diante de uma trajetória pessoal narrada como ascendente, coesa, linear e gloriosa: algo comum nas biografias de grandes gênios. No entanto, o que acompanhamos, dentro e fora das salas de concerto, é surpreendente. Passamos a enxergar Lydia vivendo um processo de erosão pública e individual quando tem suas possíveis contradições pessoais expostas por uma série de acontecimentos que também envolvem a sua carreira. Tár está sendo “cancelada”.
        Por falar em música, no início dos anos 1960, o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, ao estudar os mitos Bororo no Brasil, os comparou a uma grande partitura. Assim como nos mitos, a música não seria tocada exclusivamente nas notas da escala, mas, em especial, nos intervalos entre elas. Para ele, admirador dos compositores de Richard Wagner e Claude Debussy, uma obra é feita também de silêncios e pelas sensações contraditórias provocadas por eles.
        Podemos aí incluir os silêncios biográficos? Como uma música e um mito, uma biografia pode muito nos contar sobre os contextos sociais de uma época: padrões, requisitos culturais, disputas, condições desiguais e opressões. Já se foi o tempo em que grandes artistas como Machado de Assis, Cyrus, Wagner e Tár tinham suas biografias construídas exclusivamente a partir de seus grandes feitos muito coerentes entre si e com a obra na totalidade. A biografia se traduziria, assim, como um monumento que confina a pessoa a um herói público congelado no tempo e nas ideias. O que vemos hoje, para além do simples cancelamento nas redes sociais, é uma atenção maior aos silêncios, isto é, às hesitações, ambiguidades e contradições abertas nas vidas dessas personagens públicas. Isso pode tornar viável o acesso aos seus traços pessoais e coletivos que podem enriquecer e dar complexidade à obra; significa conhecê-la melhor por dentro e ao seu redor.
        Assim como a obra, uma trajetória pessoal também poderá ser um instrumento do conhecimento histórico. Como costuma dizer a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, é importante lançar questões do presente para interrogar o passado. Conhecer os silêncios biográficos implica também em indagar os modos pelos quais nós seguimos compreendendo, atualizando e executando a obra de arte. Isso também faz parte do prazer estético, diria LéviStrauss. Penso que Lydia Tár também concordaria, pelo menos, até a primeira parte do filme.
        Finalmente, as trajetórias também se tornam peças públicas, portanto, objeto da construção do conhecimento crítico, diverso e mais inclusivo. Misturar artista e obra poderá, então, fornecer meios maravilhosamente imprevistos — assim como podemos ver em Tár — não para simplesmente cobrir as lacunas nas histórias, mas assumi-las, habitá-las e, com elas, pensar coletivamente sobre os nossos erros e ambiguidades, no passado e no presente, dentro e fora das molduras impostas a uma obra de arte.

(Autor: Paulo Augusto Franco de Alcântara. Disponível em https://gamarevista.uol.com.br/artigo/por-que-naoseparar-artista-e-obra/)
Qual das alternativas abaixo NÃO deveria receber acento gráfico?
Alternativas
Q2480002 Português
Qual a sílaba tônica (mais forte) da palavra “insegurança” (l. 09)?
Alternativas
Respostas
451: B
452: B
453: D
454: D
455: C