Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2296365 Português
Luzes estranhas antes de terremoto no
Marrocos intrigam moradores


    Relatos de “luzes de terremoto”, como os vistos em vídeos capturados antes do terremoto de magnitude 6,8 de sexta-feira (8) no Marrocos, remontam a séculos, desde a Grécia antiga. Estas explosões de luz brilhante e dançante em cores diferentes intrigam há muito os cientistas. Ainda não há consenso sobre a sua causa, mas elas são “definitivamente reais”, disse John Derr, um geofísico reformado que trabalhava no Serviço Geológico dos EUA. Ele é coautor de vários artigos científicos sobre luzes de terremotos, ou EQL.

    Ver o EQL depende da escuridão e de outros fatores de favorabilidade”, explicou ele por e-mail. Ele disse que o vídeo recente do Marrocos compartilhado nas redes sociais parecia com as luzes captadas por câmeras de segurança durante um terremoto em Pisco, no Peru, em 2007.Juan Antonio Lira Cacho, professor de física da Universidade Nacional Mayor de San Marcos, no Peru, e da Pontifícia Universidade Católica do Peru, que estudou o fenômeno, disse que o vídeo do celular e o uso generalizado de câmeras de segurança facilitaram o estudo das luzes do terremoto. “Quarenta anos atrás, era impossível”, disse ele. “Se você as visse, ninguém acreditaria no que você viu.”

    As luzes do terremoto podem assumir várias formas diferentes, de acordo com um capítulo sobre o fenômeno de coautoria de Derr e publicado na edição de 2019 da Enciclopédia de Geofísica da Terra Sólida. Às vezes, as luzes podem parecer semelhantes a relâmpagos comuns ou podem ser como uma faixa luminosa na atmosfera semelhante à aurora polar. Outras vezes, eles se assemelham a esferas brilhantes flutuando no ar. Eles também podem parecer pequenas chamas cintilando no céu, rastejando ao longo ou perto do solo ou chamas maiores emergindo do solo. Um vídeo feito na China pouco antes do terremoto de Sichuan em 2008 mostra nuvens luminosas flutuando no céu. 


Fonte: Luzes estranhas antes de terremoto no Marrocos intrigam moradores; veja o que cientistas acham que significa (cnnbrasil.com.br)
Assinale a alternativa que apresente a classe morfológica do termo em destaque no período: “Ele é coautor de vários artigos científicos sobre luzes de terremotos, ou EQL”.
Alternativas
Q2296309 Português
Considere o texto que segue para responder à questão.


A incapacidade de ser verdadeiro

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
    A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos feito de queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
    Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
      – Não há nada a fazer, Dona Colo. Este menino é mesmo um caso de poesia.


(Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. A incapacidade de ser verdadeiro. Em: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988).
Leia a frase: “Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico”. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as classes gramaticais das palavras destacadas.
Alternativas
Q2295688 Português
Qual das seguintes palavras é um adjetivo?
Alternativas
Q2295568 Português

Trabalhadores morrem dentro de tubulação de esgoto no interior de SP 


       Dois homens, de 49 e 52 anos, morreram enquanto faziam um trabalho dentro de uma tubulação da rede de água e esgoto da cidade de Mogi Guaçu (SP), na tarde da última sexta-feira (4).

       Ambos estavam no local para trabalhar no desentupimento de uma tubulação de efluentes, de acordo com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Mogi Guaçu (Samae). Uma das vítimas passou mal e, ao tentar ajudá-la, o outro homem caiu de uma altura de seis metros.

       Segundo informações do Corpo de Bombeiros de São Paulo, a solicitação de emergência foi feita às 16h17, e quatro viaturas e um helicóptero atuaram na ocorrência. Os óbitos foram constatados ainda no local e a equipe dos Bombeiros realizou a retirada dos corpos.

       Em nota à CNN, a prefeitura de Mogi Guaçu confirmou, por meio do Samae, o falecimento de dois servidores na tarde de sexta, na região do bairro de Jardim Vitória. Há registro do caso como morte suspeita na Delegacia Seccional de Mogi Guaçu, que solicitou perícia ao local.

       “As circunstâncias e causas do incidente serão apuradas pelas autoridades competentes”, disse o Samae. “O Samae se solidariza com familiares, com quem está em contato, e ressalta que oferecerá a eles todo suporte necessário neste momento tão difícil”, finalizou. 


Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/trabalhadores-morremdentro-de-tubulacao-de-esgoto-no-interior-de-sp/ 

Assinale a alternativa correta quanto à classe morfológica da palavra em destaque no período: “As circunstâncias e causas do incidente serão apuradas pelas autoridades competentes”. 
Alternativas
Q2295465 Português


Fonte: https://tirasarmandinho.tumbir.com/

No último quadrinho, encontramos
Alternativas
Q2295455 Português

DOM DE ILUDIR

Caetano Veloso



Fonte: https://www.letras.mus.br/caetano- 

Em relação aos termos RUIM e BEM destacados no texto, podemos afirmar que
Alternativas
Q2295268 Português
Texto 1

Vidas Secas
Graciliano Ramos

Capítulo III – Cadeia (fragmento)

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.
Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu-as na algibeira, dirigiu-se à bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás.
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira: - Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco, desejava pouco e obedecia. Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
(...)
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua.
Debaixo do jatobá do quadro taramelou com Sinhá Rita louceira, sem se atrever a voltar para casa. Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitória? Forjava uma explicação difícil. Perdera o embrulho da fazenda, pagara na botica uma garrafada para Sinhá Rita louceira. Atrapalhava-se tinha imaginação fraca e não sabia mentir. Nas invenções com que pretendia justificar-se a figura de Sinhá Rita aparecia sempre, e isto o desgostava. Arruinaria uma história sem ela, diria que haviam furtado o cobre da chita. Pois não era? Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. Contaria simplesmente que o lenço das notas ficara no bolso do gibão e levara sumiço. Falaria assim: - "Comprei os mantimentos. Botei o gibão e os alforjes na bodega de seu Inácio. Encontrei um soldado amarelo" Não, não encontrara ninguém. Atrapalhava-se de novo. Sentia desejo de referir-se ao soldado, um conhecido velho, amigo de infância. A mulher se incharia com a notícia. Talvez não se inchasse. Era atilada, notaria a pabulagem. Pois estava acabado. O dinheiro fugira do bolso do gibão, na venda de seu Inácio. Natural.
(...)
Afinal para que serviam os soldados amarelos? Deu um pontapé na parede, gritou enfurecido. Para que serviam os soldados amarelos? Os outros presos remexeram-se, o carcereiro chegou à grade, e Fabiano acalmou-se: - Bem, bem. Não há nada não.
(...)
Fabiano gritou, assustando o bêbedo, os tipos que abanavam o fogo, o carcereiro e a mulher que se queixava das pulgas. Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastálos? Sinhá Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
- Arreda!

Ramos, G. Vidas Secas. Record. 199ª ed. Edição original de 1938. 
Assinale a única alternativa em que o processo de formação de palavras foi classificado corretamente.
Alternativas
Q2294375 Português

A higiene na Idade Média


Os camponeses medievais há muito tempo são alvo de piadas em relação à higiene, o que remonta aos tratados clericais medievais que frequentemente os descreviam como pouco mais do que animais brutais. No entanto, era prática comum que quase todos lavassem as mãos e o rosto pela manhã. Uma lavagem precoce também era desejável porque pulgas e piolhos eram um problema comum. A cama de palha, raramente trocada, era um paraíso particular para piolhos, mesmo se algumas medidas preventivas fossem tomadas, como misturar ervas e flores como manjericão, camomila, lavanda e hortelã na palha.

Como a maioria das pessoas fazia as refeições sem facas, garfos ou colheres, também era uma convenção lavar as mãos antes e depois de comer. Às vezes se usava sabão e os cabelos eram lavados com uma solução alcalina, como a obtida pela mistura de cal e sal. Os dentes eram limpos com gravetos (principalmente avelã) e pequenos pedaços de tecido de lã. O barbear normalmente não era feito ou era feito apenas uma vez por semana, a menos que se fosse um monge, caso em que era barbeado diariamente por um irmão. Como os espelhos medievais ainda não eram muito grandes ou claros, era mais fácil para a maioria das pessoas visitar o barbeiro local quando necessário.

O camponês comum provavelmente estava mais preocupado em se livrar da sujeira do dia quando se lavava, mas para um aristocrata havia mais alguns detalhes a serem atendidos a fim de ganhar o favor da sociedade educada. Ocasiões sociais como refeições, quando alguém pode se aproximar de seus colegas, justificavam uma atenção especial à higiene e havia até regras de etiqueta produzidas como guias úteis para essas ocasiões.

É seguro dizer que a apresentação comum em filmes e livros modernos de camponeses medievais imundos que consideravam a lavagem como uma forma de tortura talvez não seja muito precisa e as pessoas de todas as classes se mantinham tão limpas quanto suas circunstâncias permitiam. No entanto, também é verdade que quando os europeus medievais, mesmo aqueles das classes mais altas, faziam contato com outras culturas, como os bizantinos ou os muçulmanos, durante as Cruzadas, os europeus frequentemente ficavam em segundo lugar no quesito higiene.


Disponível em:

https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/320/ahigiene-na-idade-media. Acesso em: 03 de set. 2023. (adaptado) 

Com base no texto “A higiene na Idade Média”, analise as afirmativas a seguir:

I. No trecho: “Ocasiões sociais como refeições, quando alguém pode se aproximar de seus colegas, justificavam uma atenção especial à higiene”, os sujeitos da locução verbal e do verbo destacado são, respectivamente: refeições e ocasiões especiais.
II. No trecho: “[...] camponeses medievais imundos que consideravam a lavagem como uma forma de tortura [...]”, tem-se, respectivamente, um substantivo comum, um substantivo abstrato, um adjetivo e um verbo.

Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2294122 Português

Leia o texto.


TEXTO I


   Era uma vez uma cidadezinha, dessas muito antigas. Pequena, mal tinha umas cinco ruas meio tortas e desencontradas. As casas, nessas ruas, eram quase todas baixinhas. No meio delas uns dois sobrados, o casarão da escola e o outro casarão muito feio, com janelas gradeadas, onde ficava a cadeia.

   Mas a graça daquela cidadezinha era a igreja, que a gente até poderia chamar de igrejinha. Ficava no alto do morro, toda branca, de portas azuis, parecia leve, muito linda. Talvez por causa da igrejinha do morro, a cidade ganhou o nome de Morro Lindo. A igrejinha é que era linda, mas o morro ficou com a fama. E não era dessas igrejas importantes, paredes de pedra, com as torres apontando para o céu. Tinha as paredes caiadas, era muito simples, quadradinha, com uma torre também quadrada. E, bem debaixo do telhado da torre, no campanário, ficava o sino.

(QUEIROZ, Rachel de. Andira.  São Paulo: Siciliano, 1992. p.3.)

Observe a caracterização que o autor fez da cidadezinha e marque a classe gramatical dos vocábulos predominantemente empregados nessa caracterização.
Alternativas
Q2293627 Português

TEXTO II

Novos ministérios


Falam os jornais na criação de novos ministérios. Ninguém poderá dizer que seja uma desnecessidade. O Brasil é grande e rico. Estão aí a exposição e a caristia dos aluguéis de casa, para prová-lo. Até bem pouco era governado por cinco ministros: Guerra, Marinha, Viação, Justiça, Exterior. Há alguns anos acrescentaram mais um: o da Agricultura. Veio a calhar. A nossa lavoura definhava, a pecuária agonizava e a carne-seca estava barata. Mal é criado o Ministério da Agricultura, a lavoura toma um próspero surto; os bois, as vacas, os cabritos, os carneiros, os suínos aumentam de uma forma assustadora; e a carne-seca fica cara, caríssima. O exemplo dessa recente instalação ministerial é deveras animador para fazermos mais outras. Estou bem certo que, em vindo elas, as dificuldades atuais por que passam a Pátria, o Governo e o Povo desaparecerão. O que é indispensável é escolher bem os títulos de novos departamentos da alta administração federal e o objetivo de sua ação.

Apontam a criação de um Ministério dos Correios e Telégrafos. Para quê? Os Correios e Telégrafos, como estão, vão muito bem.

Fazer deles um ministério é complicar mais a coisa. Imaginem só um ministro de Estado, recebendo a reclamação pelo extravio de uma carta ou pela demora de transmissão de um despacho telegráfico? Será possível? Não; não pode ser.


Disponível em:

https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/16321/novos-

ministerios. Acesso em: 03 de set. 2023. (adaptado)

Com base no texto “Novos ministérios”, analise as afirmativas a seguir: 

I. Normalmente o advérbio mal, destacado no trecho: “Mal é criado o Ministério da Agricultura, a lavoura toma um próspero surto”, introduz uma indicação de modo, mas no trecho em questão, há uma indicação temporal.
II. Em: “[...] e a carne-seca fica cara, caríssima.”, a repetição do adjetivo “caro”, ainda que em diferentes morfologias, reforça o sentido da palavra, gerando a intensidade objetividade pela crítica feita pelo autor. 

Marque a alternativa correta:
Alternativas
Q2293327 Português
Leia atentamente o texto a seguir para responder a questão. 








(Reinaldo José Lopes.
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/especies-da-terra-
diminuiram-de-tamanho-e-humanos-podem-ser-responsaveis.shtml.
set.2023) 
Assinale a alternativa em que a palavra indicada desempenhe papel adjetivo.
Alternativas
Q2292548 Português
O termo “marco”, no título da charge, classifica-se gramaticalmente como
Alternativas
Q2292466 Português
A Raposa e as Uvas

        Uma raposa estava com fome e viu um delicioso cacho de uvas pendurado numa parreira. Decidida, fez vários esforços para alcançá-lo, mas não conseguiu cumprir a missão. Foi aí que, com ar de desdém, resolveu ir embora, afirmando: “Estão verdes”.
           Moral: Muitas vezes, quando não conseguimos cumprir um objetivo, temos tendência a culpar os outros.

Disponível em: https://www.culturagenial.com/fabulas-pequenascom-moral-e-interpretacao/ acesso em 24 de julho de 2023.
A palavra DELICIOSO, quanto à classe gramática é: 
Alternativas
Q2292392 Português
Considerando o fragmento “O atendimento ao público é essencial para estabelecer e manter relacionamentos positivos com o público-alvo e pode ocorrer em diversos contextos, como empresas comerciais, órgãos governamentais, instituições de ensino, hospitais, entre outros”, assinale a alternativa que apresenta apenas adjetivos.
Alternativas
Q2291363 Português
Saudade


   Conversávamos sobre saudade. E de repente me apercebi de que não tenho saudade de nada. Nem da infância querida, nem sequer das borboletas azuis, Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De quem morreu sinto é falta, o prejuízo da perda, a ausência. A vontade da presença, mas não no passado, e sim presença atual. Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora. Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
    A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias. Parece loucura lamentar o tempo em que se devia muito mais.
    Gostaria de ter palavras boas, eficientes, para explicar como é isso de não ter saudades; fazer sentir que estou exprimindo um sentimento real, a humilde, a nua verdade. Você insinua a suspeita de que talvez seja isso uma atitude. Pois então eu lhe digo que essa capacidade de morrer de saudades, creio que ela só afeta a quem não cresceu direito; feito uma cobra que se sentisse melhor na pele antiga, não se acomodasse nunca à pele nova.
    Fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar não é perder, é usar até consumir.
     E não pense que estou a lhe sugerir tragédias. Tirando a média, não tive quinhão por demais pior que o dos outros. Houve muito pedaço duro, mas a vida é assim mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
       Infância sem lágrimas, amada, protegida. Mocidade – mas a mocidade já é de si uma etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o que quer, ou quer demais. Qual será, nesta vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos fazer confidências de exaltação, de embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é a quadra dramática por excelência, o período dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos desajustamentos trágicos. A idade dos suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo, dos grandes heroísmos. É o tempo em que a gente quer ser dono do mundo – e ao mesmo tempo sente que sobra nesse mesmo mundo. A idade em que se descobre a solidão irremediável de todos os viventes.
     Não sei mesmo como, entre as inúmeras mentiras do mundo, se consegue manter essa mentira maior de todas: a suposta felicidade dos moços. Por mim, sempre tive pena deles, da sua angústia e do seu desamparo. Enquanto esta idade a que chegamos, você e eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera. E mesmo quando se exige muito, só se espera o possível. Se as surpresas são poucas, poucos também os desenganos. A gente vai se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
      E depois há o capítulo da morte, sempre presente em todas as idades. Com a diferença de que a morte é a amante dos moços e a companheira dos velhos. Para os jovens ela é abismo e paixão. Para nós, foi se tornando pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a ruga no rosto, a vista fraca, os achaques. Velha amiga que vem de viagem e de cada porto nos manda um postal, para indicar que já embarcou.

(QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO pertence a mesma classe gramatical dos demais. 
Alternativas
Q2291359 Português
Saudade


   Conversávamos sobre saudade. E de repente me apercebi de que não tenho saudade de nada. Nem da infância querida, nem sequer das borboletas azuis, Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De quem morreu sinto é falta, o prejuízo da perda, a ausência. A vontade da presença, mas não no passado, e sim presença atual. Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora. Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
    A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias. Parece loucura lamentar o tempo em que se devia muito mais.
    Gostaria de ter palavras boas, eficientes, para explicar como é isso de não ter saudades; fazer sentir que estou exprimindo um sentimento real, a humilde, a nua verdade. Você insinua a suspeita de que talvez seja isso uma atitude. Pois então eu lhe digo que essa capacidade de morrer de saudades, creio que ela só afeta a quem não cresceu direito; feito uma cobra que se sentisse melhor na pele antiga, não se acomodasse nunca à pele nova.
    Fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar não é perder, é usar até consumir.
     E não pense que estou a lhe sugerir tragédias. Tirando a média, não tive quinhão por demais pior que o dos outros. Houve muito pedaço duro, mas a vida é assim mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
       Infância sem lágrimas, amada, protegida. Mocidade – mas a mocidade já é de si uma etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o que quer, ou quer demais. Qual será, nesta vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos fazer confidências de exaltação, de embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é a quadra dramática por excelência, o período dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos desajustamentos trágicos. A idade dos suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo, dos grandes heroísmos. É o tempo em que a gente quer ser dono do mundo – e ao mesmo tempo sente que sobra nesse mesmo mundo. A idade em que se descobre a solidão irremediável de todos os viventes.
     Não sei mesmo como, entre as inúmeras mentiras do mundo, se consegue manter essa mentira maior de todas: a suposta felicidade dos moços. Por mim, sempre tive pena deles, da sua angústia e do seu desamparo. Enquanto esta idade a que chegamos, você e eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera. E mesmo quando se exige muito, só se espera o possível. Se as surpresas são poucas, poucos também os desenganos. A gente vai se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
      E depois há o capítulo da morte, sempre presente em todas as idades. Com a diferença de que a morte é a amante dos moços e a companheira dos velhos. Para os jovens ela é abismo e paixão. Para nós, foi se tornando pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a ruga no rosto, a vista fraca, os achaques. Velha amiga que vem de viagem e de cada porto nos manda um postal, para indicar que já embarcou.

(QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. Adaptado.)
Possui papel adjetivo no excerto a seguir o termo em destaque:
Alternativas
Q2291126 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Depressão e ansiedade: o que acontece quando se para de repente de tomar os remédios


Tão comum quanto usar remédios é parar de tomá-los de uma hora para a outra, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil. Muitas pessoas caem nesta cilada justamente porque os medicamentos fazem seu efeito rapidamente e a melhora cria a ilusão de que o problema está resolvido, segundo eles. Em outros casos, efeitos adversos do tratamento levam uma pessoa a interrompê-lo.


Quem resolve interromper o remédio sem consultar o médico, pode sofrer prejuízos imediatos e a longo prazo, afirmam os psiquiatras. Um único dia sem tomar remédios como os usados no tratamento de depressão e ansiedade altera sinais químicos do cérebro e provoca sintomas como enjoo, cansaço, tontura e sensação de "cabeça aérea". A intensidade destes sintomas depende do corpo de cada pessoa, que os sente de forma mais ou menos intensa.


Um estudo recente aponta que mais da metade (56%) das pessoas que tentam interromper o uso de antidepressivos têm sintomas adversos, e quase metade delas (46%) descrevem os efeitos colaterais como graves. É a chamada "síndrome da retirada", que pode ser causada pela interrupção do uso não só de antidepressivos e ansiolíticos, mas também de hipnóticos, antipsicóticos, estabilizadores de humor e estimulantes.


Estes sinais dados pelo corpo passam depois de alguns dias. Embora sejam desagradáveis, esses não são o maior risco de se interromper um tratamento abruptamente. "Há a possibilidade de que os sintomas originais retornem de forma intensa", explica Vanessa Favaro, diretora do Serviço de Ambulatórios do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP).


Elson Asevedo, psiquiatra e diretor técnico do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Universidade Federal de São Paulo (Caism/Unifesp), acrescenta outro efeito que ele costuma observar na prática. Pacientes que tiveram uma resposta boa inicialmente a um medicamento, respondem de forma mais lenta ou apresenta resistência ao retomar um tratamento que foi interrompido de repente.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqv7ly8nx2qo.
Adaptado.
Quem resolve interromper o remédio sem consultar o médico, pode sofrer prejuízos imediatos e a longo prazo.

Assinale a opção cuja expressão contenha um substantivo e um adjetivo, respectivamente: 
Alternativas
Q2291087 Português
A disciplina do amor

        Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
        Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
        Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

(Lygia Fagundes Telles. A disciplina do amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1980, p. 99-100.)
Assinale a opção na qual o termo sublinhado NÃO está classificado corretamente quanto à sua classe gramatical. 
Alternativas
Q2291030 Português

Julgue o item a seguir.


O grau superlativo absoluto analítico é formado pela adição de sufixos aos adjetivos, como em “felizíssimo” e “pobríssimo”.

Alternativas
Q2290932 Português

Julgue o item subsequente.


Um adjetivo é uma classe de palavras que se encaixa apenas no gênero masculino e que sempre concorda em número com o substantivo ao qual se refere. 

Alternativas
Respostas
301: E
302: B
303: C
304: E
305: C
306: A
307: C
308: D
309: B
310: A
311: C
312: A
313: D
314: C
315: D
316: D
317: B
318: C
319: E
320: E