Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2487766 Português

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As palavras da figura (maquiagem, saiu, enfeitado) são: 

Alternativas
Q2486954 Português
A impontualidade do amor



       Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

      Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

       Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retratos e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

       O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

      O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

       A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir “eu te amo” num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir “eu te amo” numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.


(Martha Medeiros. Refletir para refletir.)
No trecho “[...] pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.” (5º§), os vocábulos sublinhados representam, respectivamente: 
Alternativas
Q2486406 Português
Considere as seguintes orações para analisar o emprego e sentido das classes de palavras.

I. "Eles caminharam lentamente para admirar a paisagem."
II. "Aquela antiga construção ainda mantém sua imponente beleza."
III. "Vários estudantes não compareceram às aulas hoje."

Qual opção identifica corretamente a função e classe gramatical das palavras destacadas nas orações?
Alternativas
Q2485244 Português

Texto 1 


A paz de Santa Maria de Maricá
Rubem Braga







Fonte: Um cartão de Paris. Seleção e organização de Domício Proença Filho, Record, 1997, pp. 128-129.Publicada, originalmente, em O Estado de S. Paulo, de 21/12/1990. Disponível em https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/16107/apaz-de-santa-maria-de-marica. Acesso em: 11 mar 2024.
Observe as palavras “maior” e “menores”, sublinhadas em “Um cachorro grande se interpunha de vez em quando nessas brigas, com um ar protetor de pessoa maior que está gostando das brincadeiras dos menores...” (linhas 16-19). É correto dizer que:
Alternativas
Q2483024 Português

No trecho “Assim também ocorre quando vemos no palco o cantor dar seus agudos invejáveis, o adjetivo destacado não tem seu sentido alterado caso seja anteposto ao substantivo a que se refere.

A opção em que isso não acontece, ou seja, em que mudança de posição do adjetivo em relação ao substantivo altera o sentido do enunciado é:

Alternativas
Q2479734 Português

Finlândia é considerada o país mais feliz do mundo pela sétima vez consecutiva

Por Gaúcha ZH 




(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2024/03/finlandia-e-considerada-opais-mais-feliz-do-mundo-pela-setima-vez-consecutiva-cltz2y8b7009h01d1pwldzgol.html – texto adaptado especialmente para esta prova).


Tendo em vista o fragmento adaptado “O relatório mundial é uma medição da felicidade”, assinale a alternativa que apresenta a correta classificação do termo sublinhado.
Alternativas
Q2475610 Português


Texto para a questão


                             Dor profunda de um término de amizade ainda é negligenciada 


 


(Isabella Astrauskas. https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2024/03/dor-profunda-de-um-termino-deamizade-ainda-e-negligenciada.shtml. 30.mar.2024)


Assinale a alternativa em que a palavra indicada desempenhe, no texto, papel adjetivo. 
Alternativas
Q2474501 Português
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 01

Uma vida “Lagom” 
Luciana Pianaro

Sou administradora por formação e, durante alguns anos, antes de me descobrir empreendedora, trabalhei em uma multinacional sueca fabricante de caminhões e de ônibus: a Volvo. Comecei estagiária, fui temporária e, por fim, contratada, sendo meu único registro na carteira de trabalho em toda a minha trajetória profissional. Aquela companhia foi minha grande escola de gestão. E foi nessa fábrica escandinava que eu entendi o valor de uma cultura, tanto a cultura empresarial, quanto a cultura de um povo.
 Trabalhei com muitos suecos e guardo com carinho boas lembranças e amigos que mantenho até hoje. Inclusive na fábrica, pois atuei muito tempo acompanhando a produção de veículos. Na Volvo, eu aprendi o valor da organização, dos processos, da eficiência, do equilíbrioP Ao contrário de nós, brasileiros, os suecos não trabalhavam além da conta. Ao final do expediente, religiosamente, eles partiam para suas casas, suas famílias, seus hobbies. E isso não é à toa.
A Suécia tem na sua cultura um conceito de vida chamado lagom (muito similar ao hygge, dos dinamarqueses), que significa “o suficiente”; nem muito, nem pouco. É o adequado, moderado, equilibrado. Significa não ostentar, não mostrar superioridade e sucesso pelas posses materiais. É não ser apenas moderno ou apenas clássico. É não comprar por impulso nem acumular sem usar. Seguir o lagom significa trabalhar o necessário e com foco, transformando eficiência em resultado. E ter tempo para cuidar da vida pessoal, do corpo, da mente e da família.
Naquele país escandinavo tão frio, lagom é estado de espírito. E é um dos principais fatores que produzem o bemestar daquele povo, reconhecido como um dos mais felizes do globo. Vivenciar o lagom seria o equivalente a viver o “caminho do meio” de Buda e ter a “vida justa” de Aristóteles
Vale ressaltar que o lagom não se opõe à ambição, à modernidade, à arquitetura arrojada, à boa comida nem aos gostos refinados. Apenas nos aconselha a viver cada momento de forma moderada, para não comprometer os acontecimentos futuros. Lagom representa “o suficiente”, em contraste com o “quanto mais melhor” que está destruindo nossa sociedade ocidental com tantos acúmulos. [...] Viver uma vida simples não se trata de ter uma existência simplória, que se contenta com o menos. Uma vida simples é moderada, justa e feliz. Suficiente e única para cada um.

Disponível em: https://vidasimples.com/. Acesso em: 5 mar. 2024. Adaptado.
Assinale a passagem em que estão presentes duas palavras formadas por derivação imprópria, já que, normalmente, são classificadas como adjetivos e foram usadas, no texto, como substantivos. 
Alternativas
Q2473749 Português
Leia o texto a seguir:


 Desafios e conquistas recentes na história da saúde pública no Brasil


A história da saúde pública no Brasil tem sido marcada por uma série de desafios e conquistas recentes que refletem a complexidade do sistema de saúde no país.

Mas esses desafios não foram superados. Entre os principais enfrentados atualmente, destaca-se a escassez de recursos financeiros, o que impacta diretamente na capacidade de investimento e na ampliação da oferta de serviços. 

Além disso, as desigualdades regionais continuam a ser um obstáculo, com algumas áreas remotas e menos desenvolvidas enfrentando dificuldades no acesso a serviços médicos e profissionais de saúde qualificados.

A gestão ineficiente também é uma preocupação, resultando em problemas como superlotação de unidades de saúde, falta de planejamento adequado e desigualdade na distribuição de recursos.

A pandemia de COVID-19, por exemplo, teve um impacto profundo na saúde pública no Brasil, representando um dos maiores desafios enfrentados pelo sistema de saúde do país. Diante da rápida disseminação do vírus, medidas emergenciais foram adotadas para conter a propagação da doença e garantir o atendimento adequado aos pacientes.

Apesar desses desafios, o Brasil também conquistou avanços significativos na saúde pública nos últimos anos. A expansão da cobertura de saúde é uma das principais conquistas, com um maior número de brasileiros tendo acesso a serviços de saúde essenciais.

Os aprendizados obtidos com a pandemia incluem a relevância da vigilância epidemiológica, monitoramento contínuo de casos e capacidade de reação rápida a surtos e novas variantes do vírus.

Além disso, a incorporação de tecnologias e telemedicina provou ser uma ferramenta valiosa para garantir a continuidade do atendimento e reduzir a propagação do vírus. Tornou-se evidente a necessidade de fortalecer a atenção primária e investir em prevenção, promoção da saúde e vacinação em massa para enfrentar futuras pandemias com maior eficácia.

Programas de prevenção e promoção da saúde têm sido implementados em várias frentes, abrangendo vacinação, controle de doenças crônicas, campanhas de conscientização e hábitos saudáveis. A incorporação de tecnologias e inovações também têm impulsionado melhorias.

Com os avanços tecnológicos dos últimos anos e o impacto da crise econômica na saúde, o sistema de saúde (tanto público quanto privado) se apoiou em softwares de gestão que reduzem o desperdício de recursos e melhoram o serviço prestado ao cidadão.

Desde prontuários eletrônicos, indicadores, gestão da qualidade, automatização de processos e faturamento on-line até o acesso a medicamentos e a integração da rede, a tecnologia vem revolucionando a saúde pública brasileira. No entanto, apesar dessas conquistas, é evidente que há ainda muito a ser feito para superar os desafios e melhorar ainda mais a saúde pública no Brasil.

Investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais de saúde e uma gestão mais eficiente são fundamentais para assegurar um sistema de saúde mais equitativo, acessível e resiliente.

Somente com esforços contínuos e coordenados será possível avançar em direção a um futuro em que todos os brasileiros possam desfrutar de uma saúde de qualidade e bem-estar pleno.

Fonte: https://mv.com.br/blog/historia-da-saude-publica-no-brasil. Acesso em: 04 mar. 2024. Texto adaptado.
Em “A expansão da cobertura de saúde é uma das principais conquistas [...]” (6º parágrafo), as palavras destacadas são respectivamente classificadas como:
Alternativas
Q2473615 Português

Leia o Texto 1 para responder à questão.

Calça larga

Grupo Caverá

Seu calça larga, moço de dezoito anos,
Gaúcho veio largado, de bombacha de dois panos.
(Seu calça larga, ai, meu bem,
Seu calça larga, tire par, dance também.)

Ô calça larga, desencoste da parede,
Vá dançar com aquela moça que tá de vestido verde.
(Seu calça larga, ai, meu bem,
Seu calça larga, tire par, dance também.)
(...)
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/grupo-cavera/calca-larga/>. Acesso
em: 26 fev. 2024. [Adaptado]
A locução “de dois panos” tem o mesmo valor de um
Alternativas
Q2473541 Português
De acordo com as normas de adjetivação, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE.
A relação das locuções adjetivas com seus adjetivos é muito interessante. Algo que é de cavalo pode ser chamado de __________, algo de pescoço, ___________, e algo de lobo, ___________.
Alternativas
Q2473479 Português
Assinalar a alternativa que contém palavras da classe de adjetivos.
Alternativas
Q2472521 Português
Ética e a vocação para a excelência


       Realização, felicidade. Quem não quer? Mas como chegar lá sem saber exatamente no que consistem a realização e a felicidade? Diversos sistemas filosóficos se ocuparam deste tema e ofereceram as mais diversas respostas, muitas vezes opostas entre si. Para uns, a felicidade estaria na fruição ilimitada dos prazeres; para outros, na negação completa destes mesmos prazeres. Para uns, a felicidade de uma pessoa é indissociável da felicidade dos demais; para outros, a felicidade individual pode justificar até mesmo que se passe o outro para trás. Em comum entre todas essas noções está a constatação de que a felicidade e a realização passam pelo modo como nos comportamos.
 
          Atualmente, fala-se em ética quase tanto quanto em felicidade ou realização. E a ética é frequentemente associada a um conjunto de normas, uma lista de “certos” e “errados” que balizam nosso comportamento no relacionamento conosco mesmos, com nossa família, nossos círculos de amigos e de trabalho, e no espaço público. Ser uma pessoa “ética” significaria se comportar de acordo com essas normas. Não é exatamente uma maneira errada de enxergar a questão, mas é uma maneira insuficiente.

      Uma ética entendida assim, em termos normativos, tende a se tornar uma ética negativa, uma ética de limites, em que a grande preocupação é traçar (e testar) a linha do “não pode”, o limite que separa o certo do errado, com a convicção implícita de que simplesmente estar do lado “bom” desse limite será suficiente. Para fazer uma analogia com a vida escolar, é claro que ser aprovado com a média mínima exigida pode ser aceitável quando a disciplina é especialmente difícil. Mas deveríamos transformar o “passar raspando” em um ideal, na chave da realização de um estudante? Deveríamos nos contentar em “passar raspando” pela vida?

      E a consequência de pensar na ética como a delimitação de linhas separando o certo e o errado é acabar olhando as situações no esquema “preto ou branco”: matar uma pessoa num acidente de trânsito se torna tão grave quanto ordenar um genocídio; uma “mentirinha social”, como aquele elogio nada sincero, é tão condenável quanto uma traição. A vida não é assim: dentro das ações condenáveis, há aquelas mais ou menos graves, e o mesmo vale para os atos louváveis.

      Uma ética normativa tende também a ser vista como um saber de especialistas, de experts, que sabem lidar com um complexo de normas, interpretá-las e aplicá-las às situações concretas. Ora, a experiência universal nos mostra que pessoas muito simples, sem qualquer formação especial, são com frequência muito mais retas que outras que usam sua formação para distorcer e justificar o injustificável. Por fim, para cada um de nós, uma moral entendida assim, em termos normativos, acaba dando à ética a condição de algo útil, necessário, mas “que me limita”. Ou seja, como uma exigência externa, requerida pela vida em sociedade, mas não tão grata, nem tão iluminadora da minha existência.

        Mas haveria alguma alternativa a essa visão, limitada e pouco atraente, que é a mais difundida e que chamamos de normativa?

      Sim, mas é preciso um bom recuo no tempo. É entre os antigos gregos que se encontra uma intuição acerca da moral que nos parece fascinante. Vários de seus mais ilustres pensadores viam essa questão – e influenciaram amplamente seus contemporâneos – de um modo bastante diverso do que apresentamos acima. Quando, entre eles – e entre os antigos em geral –, se refletia acerca do que depois se passou a chamar de ética, não se pensava em um conjunto de regras, em um emaranhado de normas que importasse conhecer.

       Em que se pensava? Em excelência, na busca do melhor e mais perfeito. Pensava-se na ciência da indagação sobre o que o homem está chamado a ser, sobre o que é a realização integral e plena do homem. A ética não era questão de cumprir normas, de se perguntar “posso ou não posso?”. Entendia-se a ética como a resposta à pergunta “o que devo ser?”. E a resposta, simples, mas profunda, era: o indivíduo é chamado a ser o melhor que ele puder ser; a não se contentar com menos do que com a excelência.

        De que excelência se tratava? A que, especificamente, a palavra arete (excelência moral) se referia? A todas as que podem ser alcançadas pelo homem? No estudo, no trabalho, em um hobby, enfim, em qualquer atividade humana? Não precisamente. Há muitas “excelências”: no esporte, na arte, nos estudos, na ciência. Mas o desempenho excepcional em certos campos não está ao alcance de todos: poucos serão, um dia, campeões olímpicos ou prêmios Nobel. Mais do que isso, ainda: o fato de se alcançar tal nível de performance nesses campos parciais, setorizados, não torna uma pessoa necessariamente melhor como pessoa. Todos temos experiência e notícia de como muitos gênios são canalhas.

          A ética, portanto, não trata dessas “excelências”, mas de um tipo muito específico de excelência que, sim, está à mão de todo homem ou mulher, e que, sim, os torna melhores como pessoas. Quem no-la descreve é um autor estoico do século 3º, o imperador romano Marco Aurélio: “muitas coisas dependem por inteiro de ti: a sinceridade, a dignidade, a resistência à dor, (...) a aceitação do destino, (...) a benevolência, a liberalidade, a simplicidade, a seriedade, a magnanimidade. Observa quantas coisas podes já conseguir sem que caiba alegar pretextos de incapacidade natural ou inaptidão, e por desgraça permaneces voluntariamente por baixo das tuas possibilidades. Por acaso te vês obrigado a murmurar, a ser avaro, a adular, a culpar o teu corpo, a dar-lhe satisfações, a ser frívolo e a submeter a tua alma a tanta agitação, porque estás defeituosamente constituído? Não, pelos deuses! Faz tempo que podias haver-te afastado desses defeitos”.

         Marco Aurélio está se referindo às virtudes, e a famosa obra de Aristóteles Ética a Nicômaco é exatamente isso: um tratado sobre as diferentes virtudes, qualidades que se adquirem, que se forjam e que, em todas as épocas, foram admiradas (ainda que por vezes se desse mais atenção a umas que a outras). A elas se refere à ética e, para toda a experiência do ocidente e boa parte do oriente, as virtudes foram vistas como o fim da educação do homem.

       E isso nos traz de volta ao tema da realização e da felicidade, que, para Aristóteles, consiste em ser aquilo para o qual se foi chamado – o famoso “torna-te aquilo que és” do poeta Píndaro. Isto é, justamente a excelência na virtude. O homem cabal é, sobretudo, o homem virtuoso, mesmo quando seus dotes intelectuais ou sua formação cultural não sejam os melhores ou mais completos. E, se as virtudes são inúmeras, ainda mais variados são os caminhos para a excelência – tantos quantos há seres humanos, poderíamos dizer. Cada pessoa, com seus talentos e circunstâncias, tem sua maneira particular de atingir este ideal. O que une todos esses caminhos é a certeza de que na vivência das virtudes em alto nível (a eupraxia, ou o agir bem) está o caminho para a felicidade. Recuperar essa ética da excelência é um passo importantíssimo se queremos construir uma sociedade preocupada com o bem comum.




(Disponível em: gazetadopovo.com.br. Acesso em: 10/02/2024.)

“Ora, a experiência universal nos mostra que pessoas muito simples, sem qualquer formação especial, são com frequência muito mais retas que outras que usam sua formação para distorcer e justificar o injustificável.” (5º§) Sobre o excerto, assinale a afirmativa INCORRETA. 
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Q2472508 Português
A vingança de uma Teixeira


      A troca da bola de meia para a bola de borracha foi uma importante evolução técnica do association em nossa rua. Nossa primeira bola de borracha era branca e pequena; um dia, entretanto, apareceu um menino com uma bola maior, de várias cores, belíssima, uma grande bola que seus pais haviam trazido do Rio de Janeiro. Um deslumbramento; dava até pena de chutar. Admiramo-la em silêncio; ela passou de mão em mão; jamais nenhum de nós tinha visto coisa tão linda.

       Era natural que as Teixeiras não gostassem quando essa bola partiu uma vidraça. Nós todos sentimos que acontecera algo de terrível. Alguns meninos correram; outros ficaram a certa distância da janela, olhando, trêmulos, mas apesar de tudo dispostos a enfrentar a catástrofe. Apareceu logo uma das Teixeiras, e gritou várias descomposturas. Ficamos todos imóveis, calados, ouvindo, sucumbidos. Ela apanhou a bola e sumiu para dentro de casa. Voltou logo depois e, em nossa frente, executou o castigo terrível: com um grande canivete preto furou a bola, depois cortou-a em duas metades e jogou-a à rua. Nunca nenhum de nós teria podido imaginar um ato de maldade tão revoltante. Choramos de raiva; apareceram mais duas Teixeiras que davam gritos e ameaçavam descer para nos puxar as orelhas. Fugimos.

       A reunião foi junto do cajueiro do morro. Nossa primeira ideia de vingança foi quebrar outras vidraças a pedradas.

       Alguém teve um plano mais engenhoso: dali mesmo, do alto do morro, podíamos quebrar as vidraças com atiradeiras, e assim ninguém nos veria. – Mas elas vão logo dizer que fomos nós! Alguém informou que as Teixeiras iam todas no dia seguinte para uma festa na fazenda, um casamento ou coisa que o valha. O plano de assalto à casa foi traçado por mim. A casa das Teixeiras dava os fundos para o rio e uma vez, em que passeava de canoa, pescando aqui e ali, eu entrara em seu quintal para roubar carambolas. Havia um cachorro, mas era nosso conhecido, fácil de enganar.

      Falou-se muito tempo dos ladrões que tinham arrombado a porta da cozinha da casa das Teixeiras. Um cabo de polícia esteve lá, mas não chegou a nenhuma conclusão. Os ladrões tinham roubado um anel sem muito valor, mas de grande estimação, com monograma, e tinham feito uma desordem tremenda na casa; havia vestidos espalhados pelo chão, um tinteiro e uma caixa de pó-de-arroz entornados em um quarto, sobre uma cama. Falou-se que tinha desaparecido dinheiro, mas era mentira; lembro-me vagamente de uma faca de cozinha, um martelo, uma lata de goiabada; isso foi todo o nosso botim.

       O anel foi enterrado em algum lugar no alto do morro; mas alguns dias depois caiu um temporal e houve forte enxurrada; jamais conseguimos encontrar o nosso tesouro secretíssimo, e rasgamos o mapa que havíamos desenhado.

      Durante algum tempo as famílias da rua fecharam com mais cuidado as portas e janelas, alguns pais de família saltaram assustados da cama a qualquer ruído, com medo dos ladrões; mas eles não apareceram mais.

       Nosso terrível segredo nos deu um grande sentimento de importância, mas nunca mais jogamos futebol diante da casa das Teixeiras. Deixamos de cumprimentar a que abrira a bola com o canivete; mesmo anos depois, já grandes, não lhe dávamos sequer bom dia. Não sei se foi feliz na existência, e espero que não; se foi, é porque praga de menino não tem força nenhuma.


(BRAGA, Rubem. A traição das elegantes. Editora Moderna. 9ª edição.)
No 2º§, sobre a intensão do enunciador quanto ao uso sequencial das expressões “imóveis, calados, ouvindo, sucumbidos” depreende-se que:
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Q2472249 Português
Pergaminhos de 2 mil anos são revelados com ajuda de IA: ‘É uma revolução na filosofia grega’

Trio de pesquisadores criou algoritmos que conseguiram ler um lote de cartas da Grécia Antiga carbonizado pela erupção do Vesúvio, em 79 d.C.

As Ciências Humanas têm uma nova aliada: a inteligência artificial (IA).

Um lote de pergaminhos em papiro de quase 2 mil anos de idade teve seu conteúdo enfim revelado pela primeira vez após pesquisadores utilizarem IA para decifrar o material, carbonizado e deteriorado com os séculos. Para a área, a descoberta pode destravar lacunas que a arqueologia e historiografia não conseguiram desvendar — uma revolução.

O anúncio foi realizado nesta segunda-feira, 5, como resultado do prêmio do Desafio do Vesúvio (Vesuvius Challenge), criado pelo cientista computacional Brent Seales, da Universidade do Kentucky, e por apoiadores no Vale do Silício, na Califórnia, EUA. Lançado no ano passado, o objetivo é chamar cientistas para desenvolverem algoritmos para escanear pergaminhos em papiro e transformá-los em imagens em alta resolução por meio de tomografia computadorizada.

Quem levou o prêmio foi o trio de jovens pesquisadores Youssef Nader (Alemanha), Luke Farritor (Estados Unidos) e Julian Schillinger (Suíça), recebendo US$ 700 mil, segundo o executivo americano Nat Friedman, um dos patrocinadores do desafio.

O trio criou um software que leu 2 mil cartas da Grécia Antiga. O lote era mantido em uma luxuosa villa romana em Heculano, mas foi queimado no ano de 79 depois de Cristo, quando o Vesúvio devastou a Pompeia e levou cinzas às cidades vizinhas. Escavações do século 18 recuperaram mais de mil pergaminhos do lote, cuja propriedade é atribuída ao sogro do imperador romano Júlio César — e, até então, o conteúdo dos pergaminhos estava oculto de pesquisadores, devido à carbonização do material.

O trio se uniu de forma pouco comum. Em outubro passado, Farritor criou um software que conseguiu identificar a palavra grega “roxo”, o que lhe resultou um prêmio de US$ 40 mil em desafio semelhante. Em novembro, ele se juntou a Nader e, dias depois, a Schillinger, que desenvolveu um algoritmo que revela imagens de tomografia computadorizada (TC). A inscrição do trio foi feita no prazo máximo para inscrever o projeto, em 31 de dezembro.

“Este é o início de uma revolução na papirologia de Herculano e na filosofia grega em geral. É a única biblioteca que chegou até nós da antiga Época Romana”, declarou ao jornal The Guardian a papirologista Federica Nicolardi, da Universidade de Nápole Federico II.

Link: https://www.estadao.com.br/link/cultura-digital/pergaminhos-de-2-mil-anossao-revelados-com-ajuda-de-ia-e-uma-revolucao-na-filosofia-grega/. Acesso em 05/02/2024
Em “Lançado no ano passado, o objetivo é chamar cientistas para desenvolverem algoritmos para escanear pergaminhos em papiro e transformá-los em imagens em alta resolução por meio de tomografia computadorizada” (3º parágrafo), as palavras destacadas servem para atribuir caracterizações aos nomes. Logo, são classificadas como:
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Q2472151 Português
Leia o texto a seguir:


Saúde pública: um panorama do Brasil  

A saúde pública no Brasil, como sabemos, é muito completa e alcançou resultados bastante positivos desde que o Sistema Único de Saúde foi criado, porém enfrenta inúmeras dificuldades, comprometendo a qualidade do atendimento à população. Além disso, em um país de dimensões continentais e tão heterogêneo, a saúde, assim como outros aspectos (educação, segurança), é bastante discrepante no território.

Nesse conteúdo vamos explicar um pouco sobre o panorama da saúde pública atual e os principais desafios que o SUS enfrenta atualmente. Ficou interessado? Vamos lá.

 
Saúde Pública X Saúde Suplementar 

A saúde no Brasil se divide hoje em pública e suplementar. A saúde pública está estruturada dentro do Sistema Único de Saúde, mais conhecido como SUS, já a saúde suplementar é a saúde privada, que compreende os planos de saúde. Atualmente, 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS, o restante da população utiliza a saúde privada.

Mesmo que algum cidadão opte por utilizar a saúde privada e adquira um plano de saúde, seja individualmente ou por convênio da empresa em que trabalha, ele não perde o direito de utilizar o SUS. Afinal, um de seus princípios é a universalidade, que significa que todos os brasileiros têm direito aos serviços de saúde.

É interessante notar a discrepância dos valores investidos nesses dois casos. Em uma de suas palestras, Drauzio Varella mostra que o SUS investe cerca de R$ 103 bilhões por ano e atende 75% da população brasileira, já a saúde suplementar, que atende apenas 25% dos cidadãos, investe R$ 90,5 bilhões. Isso quer dizer que os gastos por paciente são, em média, três vezes mais altos na saúde suplementar do que na saúde pública.

Fonte: https://www.politize.com.br/panorama-da-saude. Acesso em: 04 mar. 2024. 
Em “Nesse conteúdo vamos explicar um pouco sobre o panorama da saúde pública atual e os principais desafios que o SUS enfrenta atualmente” (2º parágrafo), as palavras destacadas são semelhantes, mas pertencem a classes gramaticais diferentes. Essas palavras são, respectivamente, classificadas como:
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Q2472100 Português

Leia o poema “Eu, Etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade:



Em minha calça está grudado um nome

que não é meu de batismo ou de cartório,

um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida 

que jamais pus na boca, nesta vida.

Em minha camiseta, a marca de cigarro

que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto

que nunca experimentei,

mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

de alguma coisa não provada

por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

minha gravata e cinto e escova e pente,

meu copo, minha xícara,

minha toalha de banho e sabonete,

meu isso, meu aquilo,

desde a cabeça ao bico dos sapatos,

são mensagens,

letras falantes,

gritos visuais,

ordens de uso, abuso, reincidência,

costume, hábito, premência,

indispensabilidade,

e fazem de mim homem-anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É doce estar na moda,

ainda que a moda seja negar minha identidade,

trocá-la por mil, açambarcando

todas as marcas registradas,

todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

eu que antes era e me sabia

tão diverso de outros, tão mim mesmo,

ser pensante, sentinte e solidário

com outros seres diversos e conscientes

de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio,

ora vulgar ora bizarro,

em língua nacional ou em qualquer língua

(qualquer, principalmente).

E nisto me comprazo, tiro glória

de minha anulação.

Não sou — vê lá — anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

para anunciar, para vender

em bares festas praias pérgulas piscinas,

e bem à vista exibo esta etiqueta

global no corpo que desiste

de ser veste e sandália de uma essência

tão viva, independente,

que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

minhas idiossincrasias tão pessoais,

tão minhas que no rosto se espelhavam,

e cada gesto, cada olhar,

cada vinco da roupa

resumia uma estética?

Hoje sou costurado, sou tecido,

sou gravado de forma universal,

saio da estamparia, não de casa,

da vitrina me tiram, recolocam,

objeto pulsante mas objeto

que se oferece como signo de outros

objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

de ser não eu, mas artigo industrial,

peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

 Meu nome novo é coisa.

 Eu sou a coisa, coisamente.


(https://www.escritas.org/pt/t/54265/eu-etiqueta)

Analise e assinale a alternativa que apresenta a classificação morfológica da citação abaixo:

“Meu nome novo é coisa.” 



Alternativas
Q2470369 Português
Altura dos prédios pode ter menos impacto no sombreamento do que se imagina







(Claudio Bernardes. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiobernardes/2024/03/osedificios-altos-e-as-sombras-na-cidade.shtml. 29.mar.2024)
Assinale a alternativa em que a palavra indicada exerça, no texto, papel adjetivo. 
Alternativas
Respostas
521: A
522: A
523: A
524: A
525: B
526: B
527: B
528: B
529: D
530: C
531: A
532: D
533: A
534: A
535: C
536: D
537: B
538: E
539: C
540: A