Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso
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No segundo quadrinho, a retirada da vírgula logo após “felicidade” modificaria a relação semântica e sintática entre essa palavra e o trecho “a qual é meu direito inalienável” e afetaria a coerência da argumentação.
No terceiro quadrinho, a expressão “Sendo assim” poderia, sem prejuízo para a correção e a coerência do texto, ser substituída por qualquer um dos seguintes conectores: Portanto, Por conseguinte, Conquanto.
Conservando-se a coerência e correção gramatical do texto, o primeiro período do primeiro parágrafo poderia ser assim reescrito: A democracia deixou de ser apenas uma esperança, uma questão, um direito; abdicou de seu papel de mero apanágio de uma cidade adornada como Atenas ou de um povo admirável como os romanos: hoje, para as sociedades modernas, ela é mais, é tudo.
Consumo impróprio?
Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil.
A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.
Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na arraia- miúda.
O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro, um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação obrigatória para desintoxicação.
Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime - e certamente o grande risco é tratar o viciado como traficante - o que pode acabar por levá-lo mesmo para o tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de transformar usuários em bandidos.
E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio.
Se vingar, vai criar um trabalhão para a polícia: como garantir que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo impróprio?
(Luiz Garcia, O Globo, 28/12/2012)
A forma de reescrever esse parágrafo do texto que altera o seu sentido original é:
Assinale a alternativa que contém as palavras que completam, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel etc.) na atmosfera. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Esse fenômeno ocorre, porque esses gases absorvem grande parte da radiação infravermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colaboram para esse processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verificam suas consequências no aquecimento global.
As frases acima encontram-se reescritas com coerência e correção em:
No texto acima, o pronome “eles” (l.7) é termo coesivo que retoma o antecedente
(...)
Mas é a crença na política, e não a descrença, que pode consertar o que está errado.
Zero Hora, 3/3/2014 (com adaptações).
O fragmento de texto acima se tornaria coeso e coerente caso a marca de supressão nele mostrada — (...) — fosse substituída pelo segmento textual apresentado em uma das opções abaixo. Assinale esta opção.
Uma supernova é uma explosão colossal de uma estrela que ocorre quando ela se desestabiliza. A descrição padrão desses fenômenos fala de astros imensos que, quando as reações nucleares de seu interior já consumiram todo o seu hidrogênio, deixando-os sem combustível, colapsam desencadeando todo o processo de explosão na forma de supernova. Mas, as do tipo Ia são diferentes: são estrelas anãs brancas, velhas e muito densas, tanto que nelas uma massa como a do Sol está comprimida em um tamanho equivalente ao da Terra; quando roubam matéria de um astro próximo ou se se fundem duas delas, podem superar um certo umbral de massa a partir do qual deixam de ser estáveis e se desencadeia uma colossal explosão.
O valor das Ia como marcação de medida de distâncias no universo se deve a que essas supernovas geram o mesmo brilho mais ou menos, o que permite estimar a distância a que está a galáxia na qual se produzem essas explosões. E foi precisamente com duas pesquisas independentes que usaram essas supernovas para medir distâncias no cosmos e medir a velocidade de recessão das respectivas galáxias que se descobriu a inesperada aceleração da expansão do universo.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/04/sociedad/1393959611_405560.html>
Acesso em 07/03/2014.
“A explosão de uma estrela descoberta, por pura casualidade, por uns estudantes britânicos há pouco mais de um mês se converteu em tema de interesse de astrônomos de todo o mundo, que inclusive apontaram o telescópio espacial Hubble para vê-la”.
1. O vocábulo “por”, nas duas ocorrências sublinhadas, tem o mesmo sentido que na construção “lutou por uma vaga”. 2. O uso de vírgulas isolando “por pura causalidade” se justifica por esta construção estar empregada como adjunto adverbial intercalado no período. 3. O sujeito de “converteu” é indeterminado, o que se evidencia pelo uso da partícula “se”. 4. A construção “de todo o mundo” poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “do mundo inteiro”. 5. Em “vê-la”, o pronome sublinhado é objeto do verbo “ver” e faz referência a “a explosão de uma estrela”.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
[...]Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem todas as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas.
[... ]A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações como também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda - devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através das múltiplas subjetividades.
(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.)
Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo
tempo que possa ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de
gratidão e poderão fazer-nos pensar no quanto a gratidão fará,
ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis
extrair a moral da história.
Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio
nazista, contou que, por duas vezes, esteve numa fila que a
encaminhava para a câmara de gás. E que, nas duas vezes, o
mesmo soldado alemão a retirou da fila.
Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França.
Quando as tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que
não se concedesse visto para quem tentasse fugir do nazismo.
Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus de uma
morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária.
Salazar destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da
vida. Diz um provérbio judeu que “quem salva uma vida salva a
humanidade". Em sinal de gratidão, há vinte árvores plantadas
em sua memória no Memorial do Holocausto, em Jerusalém. E
Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo entre as
Nações", o que equivale a uma canonização católica.
Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a
câmara frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro
dela. Bateu na porta, gritou por socorro, mas todos haviam ido
para suas casas. Já estava muito debilitado pela baixa
temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o resgatou com
vida. Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da
câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho? Ele
explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, vejo centenas de
empregados que entram e saem, todos os dias, e esse é o único
funcionário que me cumprimenta ao chegar e se despede ao sair.
Hoje ele me disse “bom dia" ao chegar. E não percebi que se
despedisse de mim. Imaginei que poderia lhe ter acontecido algo.
Por isso o procurei e o encontrei.
Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas,
algo indissociável da relação humana, mas talvez ande arredada
dos nossos cotidianos, dos nossos gestos. E se começássemos
cada dia dando gracias a la vida, como faria a Violeta?
Ao longo dos séculos, vimos atribuindo o atraso do Brasil e a penúria dos brasileiros a falsas causas naturais e históricas, umas e outras imutáveis. Entre elas, fala-se dos inconvenientes do clima tropical, ignorando-se suas evidentes vantagens. Acusa-se, também, a mestiçagem, desconhecendo que somos um povo feito do caldeamento de índios com negros e brancos, e que nos mestiços constituíamos e cerne melhor de nosso povo.
Há quem se refira à colonização lusitana, com nostalgia por uma mirífica colonização holandesa. É tolice de gente que, visivelmente, nunca foi ao Suriname. Existe até quem queira atribuir o nosso atraso a uma suposta juvenilidade do povo brasileiro, que ainda estaria na minoridade. Esses idiotas ignoram que somos cento e tantos anos mais velhos que os Estados Unidos. Dizem, também, que nosso território é pobre - uma balela. Repetem, incansáveis, que nossa sociedade tradicional era muito atrasada - outra balela. Produzimos, no período colonial, muito mais riqueza de exportação que a América do Norte e edificamos cidades majestosas como o Rio, a Bahia, Recife, Olinda, Ouro Preto, que eles jamais conheceram.
Trata-se, obviamente, do discurso ideológico de nossas elites. Muita gente boa, porém, em sua inocência, o interioriza e repete. De fato, o único fator causal inegável de nosso atraso é o caráter das classes dominantes brasileiras, que se escondem atrás desse discurso. Não há como negar que a culpa do atraso nos cabe é a nós, os ricos, os brancos, os educados, que impusemos, desde sempre, ao Brasil, a hegemonia de uma elite retrógrada, que só atua em seu próprio benefício.
RIBEIRO, Darci. O Brasil como problema. Brasília: Editora da UnB, 2010. p. 23-24. [Adaptado]
“Dizem, também, que nosso território é pobre – uma balela. Repetem, incansáveis, que nossa sociedade tradicional era muito atrasada – outra balela. Produzimos, no período colonial, muito mais riqueza de exportação que a América do Norte e edifcamos cidades majestosas como o Rio, a Bahia, Recife, Olinda, Ouro Preto, que eles jamais conheceram.”
Assinale a alternativa correta.
1. O segmento “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fm” pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido e gramatical, como “Há algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fm.”.
2. Não há alteração de sentido com a mudança na ordem dos elementos de “autor defunto” para “defunto autor”, diferentemente do que é sugerido no texto.
3. No primeiro parágrafo, em “Suposto o uso vulgar […]”, a palavra “vulgar” signifca “ordinário, trivial, prosaico”.
4. No segundo parágrafo, a expressão “Dito isto” estabelece uma relação coesiva com o parágrafo anterior, podendo ser substituída, sem prejuízo de sentido e gramatical, por “Posto isso”.
5. Em “Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos […]”, as formas verbais “tinha” e “possuía” estão usadas com o signifcado de “ter a posse de”.
Assinale a alternativa que indica todas as afrmativas corretas.
Independentemente de sua inserção na esfera pública ou privada, as ouvidorias são norteadas por princípios comuns, ainda não regulamentados, destacando-se a acessibilidade,a confidencialidade,a independência e a transparência.Se efetivas, podem contribuir para a solução de alguns dos complexos problemas contemporâneos, muitas vezes gerados pela redução dos espaços de diálogo.
(Adaptado de Paulo Otto von Sperling.Ouvidorias,eficiênciaeefetivação dedireitos.CorreioBraziliense,18mar.2014.)
( ) Esse poder Legislativo é o mais apto a ouvir e repercutir a voz das ruas, os desejos e as preocupações do povo. E a segurança pública tem se tornado a maior de todas as causas que afligem as pessoas, principalmente as que vivem em grandes cidades.
( )Nos últimos anos, com o crescimento do crime praticado pormenores, tem crescido o número dos que defendem a redução da idade de responsabilidade penal para 16 anos.É igualmente veemente a defesa da manutenção da idade atual, 18 anos,o que torna a matéria altamente polêmica.
( )Ter a iniciativa de propor e votar leis é uma das funções que a sociedade, por meio da Constituição, atribuiu ao Legislativo e espera que esse poder, o mais aberto e democrático do regime democrático, cumpra esse papel.
( )Mas todo esse aparato da segurança acionado em defesa do cidadão corre o risco de produzir resultados inferiores ao desejado em função de falhas ou de falta de atualização da legislação.
( )Por isso mesmo são bem-vindas medidas como o reforço do policiamento ostensivo e aumento da vigilância e da ação das autoridades para conter a criminalidade.
( )Um dos problemas mais complexos quanto a essa atualização legislativa no Brasil é o do menor infrator, que, na maioria das grandes cidades brasileiras, já foi promovido a menor criminoso. Há sobre essa questão um grande debate na sociedade brasileira.