Texto 1A2-I
A revista The Lancet publicou no dia 14 de julho de 2020
um artigo em que apresenta novas projeções para a população
mundial e para os diversos países. Os pesquisadores do Instituto
de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de
Washington (IHME, na sigla em inglês) sugerem números para a
população humana do planeta em 2100 que são menores do que o
cenário médio apresentado em 2019 pela Divisão de População
da ONU (que é a referência maior nesta área de projeções
demográficas).
Segundo o artigo, o maior nível educacional das mulheres
e o maior acesso aos métodos contraceptivos acelerarão a
redução das taxas de fecundidade, gerando um crescimento
demográfico global mais lento.
Se este cenário acontecer de fato, será um motivo de
comemoração, pois a redução do ritmo de crescimento
demográfico não aconteceria pelo lado da mortalidade, mas sim
pelo lado da natalidade e, principalmente, em decorrência do
empoderamento das mulheres, da universalização dos direitos
sexuais e reprodutivos e do aumento do bem-estar geral dos
cidadãos e das cidadãs da comunidade internacional.
De modo geral, a imprensa tratou as novas projeções
como uma grande novidade, dizendo que a população mundial
não ultrapassará 10 bilhões de pessoas até o final do século e
que, no caso do Brasil, a população apresentará uma queda de
50 milhões de pessoas na segunda metade do corrente século.
Na verdade, isto não é totalmente novidade, pois a
possibilidade de uma população bem abaixo de 10 bilhões de
pessoas já era prevista. Diante das incertezas, normalmente,
elaboram-se cenários para o futuro com amplo leque de variação.
A Divisão de População da ONU, por exemplo, tem vários
números para o montante de habitantes em 2100, que variam
entre 7 bilhões e 16 bilhões.
Internet:<ecodebate.com.br> (com adaptações).