Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso
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Texto para a questão.
Texto 1
É sabido que o oeste catarinense e o sudoeste do Paraná começaram a ser ocupados, no início do século XIX, através da pecuária, em suas regiões de campo, pela criação extensiva em grandes propriedades. O resultante desse processo foi a rarefação da população em grandes espaços. Somente a partir de meados do século passado é que as áreas de florestas, que antes tinham permanecido praticamente intactas, passaram a ser ocupadas através do excedente populacional dos campos de criação de gado ou dos imigrantes provindos de outras partes do território nacional. Esse processo acabou constituindo a população cabocla com uma cultura e um modus vivendi próprios, e com a qual os imigrantes rio-grandenses iriam se defrontar.
As migrações visavam a ocupar o “espaço vazio” do oeste catarinense, dentro do projeto capitalista do governo, já que essa região era vista como perigosa e inóspita, um verdadeiro deserto a ser povoado para nele se produzir. As companhias colonizadoras, então, começaram a fazer investimentos e vender as glebas das áreas de florestas.
Nesse ínterim, entre os descendentes de imigrantes italianos do Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha e regiões circunvizinhas), estava ocorrendo um fato conjuntural que veio ao encontro do interesse pela colonização do oeste catarinense. A estrutura fundiária das regiões de imigração rio-grandenses era baseada em pequenos lotes de terra. Essas pequenas propriedades não podiam mais ser desmembradas porque tornar-se- -iam inviáveis economicamente. Daí o deserdamento sistemático e necessário, forçando os colonos e seus descendentes a novas migrações para novas colônias, onde se reproduziu o modelo fundiário anterior.
ZAMBIASI, José Luiz. Lembranças de velhos. Chapecó: Universitária
Grifos, 2000, p. 28-29. [Fragmento adaptado].
A atual revolução tecnológica lança, a cada ano, novas formas de leitura, mudando não só o modo como a literatura é distribuída, mas também como é escrita, à medida que os autores se ajustam a essas novas realidades. Ao mesmo tempo, alguns dos termos que começamos a usar recentemente parecem momentos anteriores da longa história da literatura.
Hoje, muitos já leem em uma tela. No dispositivo, o leitor irá virar páginas ou rolar um texto. Dois milênios após o rolo de papiro ter dado lugar ao livro de pergaminho, esse movimento de rolagem voltou, visto que a infindável sequência de palavras armazenadas pelos computadores está mais próxima de um pergaminho do que de páginas separadas. E, como os antigos escribas, mais uma vez nos sentamos curvados sobre “tabuletas”. A narração oral também retornou. Como bem se sabe, palavras “escritas” podem ser apenas ouvidas em um dispositivo de áudio.
Mas a revolução tecnológica por si só não assegura o futuro da literatura. A única garantia de sobrevivência de uma obra é o uso contínuo: um texto precisa permanecer relevante o suficiente e ser lido, traduzido, transcrito e transcodificado pelas gerações futuras para persistir ao longo do tempo.
(Adaptado de: PUCHNER, Martin. O mundo da escrita. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital)
Considere as afirmativas abaixo.
I. No contexto, os dois-pontos (3° parágrafo) podem ser substituídos por “pois”, precedido de vírgula, sem prejuízo do sentido.
II. As vírgulas isolam o aposto explicativo em E, como os antigos escribas, mais uma vez nos sentamos... (2° parágrafo).
III. O verbo “rolar" no segmento rolar um texto (2° parágrafo) é um exemplo dos termos a que o autor se refere no 1° parágrafo.
Está correto o que se afirma APENAS em: