Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso
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Texto para o item.
Julgue o item quanto à correção gramatical e à coerência da proposta de reescrita para cada um dos trechos destacados do texto.
“O plano foi originalmente idealizado para recuperar 15
milhões de hectares degradados, mas poderia ser
estendido a 60 milhões de hectares.” (linhas 4 e 5): O
plano, originalmente idealizado para recuperar 15
milhões de hectares degradados, poderia ser estendido
a 60 milhões de hectares.
Texto para o item.
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
Nas relações de coesão do texto, o vocábulo “a”, em “a que mais produz esses gases” (linhas 15 e 16), refere‐se ao termo
“cultura” (linha 15).
A gratidão tem o poder de salvar vidas (ou por que você deveria escrever aquela nota de agradecimento)
Richard Gunderman. Tradução: Camilo Rocha
A gratidão pode ser mais benéfica do que costumamos supor. Um estudo recente pediu que pessoas escrevessem uma nota de agradecimento para alguém e depois estimassem o quão surpreso e feliz o recebedor ficaria. Invariavelmente, o impacto foi subestimado. Outro estudo avaliou os benefícios para a saúde de se escrever bilhetes de obrigado. Os pesquisadores descobriram que escrever apenas três notas de obrigado ao longo de três semanas melhorava a satisfação com a vida, aumentava sentimentos de felicidade e reduziria sintomas de depressão.
Existem múltiplas explicações para os benefícios da gratidão. Uma é o fato de que expressar gratidão encoraja os outros a continuarem sendo generosos, promovendo, assim, um ciclo virtuoso de bondade em relacionamentos. Da mesma maneira, pessoas agradecidas talvez fiquem mais propensas a retribuir com seus próprios atos de bondade. Falando de modo mais amplo, uma comunidade em que as pessoas se sentem agradecidas umas com as outras tem mais chance de ser um lugar agradável para se viver do que uma caracterizada por suspeição e ressentimento mútuos.
Os efeitos benéficos da gratidão podem ir ainda mais longe. Por exemplo, quando muitas pessoas se sentem bem sobre o que outra pessoa fez por elas, elas sentem um senso de elevação, com um consequente reforço da sua consideração pela humanidade. Alguns se inspiram a tentar se tornar também pessoas melhores, fazendo mais para ajudar a trazer o melhor nos outros e trazendo mais bondade para o mundo à sua volta.
É claro, atos de bondade também podem fomentar desconforto. Por exemplo, se pessoas sentem que não são merecedoras de bondade ou suspeitam que há algum motivo por trás da bondade, os benefícios da gratidão não se realizarão. Do mesmo modo, receber bondade pode fazer surgir um senso de dívida, deixando nos beneficiários uma sensação de que precisam pagar de volta a bondade recebida. A gratidão pode florescer apenas se as pessoas têm confiança o suficiente em si mesmas e nos outros para permitir que isso aconteça.
Outro obstáculo para a gratidão é frequentemente chamado de senso de merecimento. Em vez de sentir um benefício como uma virada boa, as pessoas às vezes o veem como um mero pagamento do que lhes é devido, pelo qual ninguém merece nenhum crédito moral. Ainda que seja importante ver que a justiça está sendo feita, deixar de lado oportunidades por sentimentos genuínos e expressões de generosidade também podem produzir uma comunidade mais impessoal e fragmentada.
Quando Defoe retratou a personagem Robinson Crusoe fazendo da ação de graças uma parte diária de sua vida na ilha, ele estava antecipando descobertas nas ciências sociais e medicina que não apareceriam por centenas de anos. Ele também estava refletindo a sabedoria de tradições religiosas e filosóficas que têm início há milhares de anos. A gratidão é um dos estados mentais mais saudáveis e edificantes, e aqueles que a adotam como hábito estão enriquecendo não apenas suas próprias vidas mas também as vidas daqueles à sua volta.
Adaptado de: https://www.nexojornal.com.br/externo/2018/08/11/Agratid%C3%A3o-tem-o-poder-de-salvar-vidas-ou-por-quevoc%C3%AA-deveria-escrever-aquela-nota-de-agradecimento Acesso em: 04 fev. 2020.
Texto para o item.
Quanto à correção gramatical e à coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o item.
“a sua morte” (linhas 17 e 18) por levá‐las a óbito.
Texto para o item.
Quanto à correção gramatical e à coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o item.
“em se tratando de” (linhas 4 e 5) por no que diz
respeito a.
Texto para o item.
A respeito do texto e de seus aspectos linguísticos, julgue o item.
Na linha 16, quanto às relações de coesão do texto, o
vocábulo “o”, em “o que pode ocasionar”, retoma a
expressão “monitoramento de medicamentos”.
Texto para o item.
A respeito do texto e de seus aspectos linguísticos, julgue o item.
Estariam mantidas a correção gramatical e a coerência
do texto caso se substituísse o ponto final empregado
após o termo “erros” (linha 27) por vírgula, feito o
devido ajuste de maiúscula/minúscula no período.
Leia o texto abaixo para responder à questão
Exercício: faça o que puder, mas faça EUA lançaram nova edição de
recomendações contra o sedentarismo que valem para todas as idades
Por Mariza Tavares — Rio
de Janeiro 04/12/2018 06h01
O governo norte-americano divulgou, em meados de novembro, a
segunda edição de recomendações para combater o sedentarismo. Com o título de
―Physical Activities Guidelines for Americans‖, essas diretrizes vêm substituir
a versão anterior, de 2008, e são resultado de dois anos de estudos que não
deixam dúvidas sobre a relação entre atividade física e o quadro geral de
saúde. A primeira constatação das pesquisas foi a de que ficar sentado
representa um problema maior do que simplesmente não se exercitar. Ainda não há
como quantificar o limite de tempo para o sedentarismo, mas, como esse blog já
noticiou, há uma espécie de reação em cadeia provocada pela inatividade que
conduz ao risco aumentado para doenças crônicas, como diabetes, demências e
acidentes vasculares encefálicos (popularmente conhecidos como derrames).
A recomendação para se exercitar não tem como objetivo apenas
fortalecer o corpo, mas também garantir que o cérebro continue funcionando bem
em todo o curso de vida. Para todas as idades, a atividade física traz
benefícios para o aprendizado, a qualidade de sono e a redução da ansiedade. Na
edição anterior das diretrizes, ainda havia a compreensão de que a atividade
física deveria ter pelo menos dez minutos de duração para produzir algum efeito
no organismo: era a ―regra dos dez minutos‖. Embora os especialistas continuem
recomendando 150 minutos de exercícios por semana, sugerem que pequenas
quantidades de movimento – como subir escadas, por exemplo – devem ser somadas
para atingir esse objetivo. É uma mudança significativa de abordagem, com o
propósito de não desencorajar quem não consegue atingir esse patamar. Faça o
que puder, mas faça – é o recado.
Um outro aspecto relevante é que as diretrizes valem para todas as idades, dando o recado de que as pessoas não devem abrir mão da atividade física porque envelhecem. É claro que doentes crônicos precisam fazer os ajustes necessários de acordo com suas condições de saúde, mas a recomendação, para jovens e velhos, inclui musculação, exercícios aeróbicos e de equilíbrio. A soma dessas ações também previne osteoartrites e sarcopenia, que é a perda de massa e de força muscular. O resumo da ópera é claro e serve para todos: o nível de atividade é uma questão de saúde, e não de idade, lembrando que sete das dez doenças crônicas mais comuns teriam um desfecho mais favorável com a prática de atividade física.
(Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modode-usar/post/2018/12/04/exercicio-faca-o-que-puder-mas-faca.ghtml)
No trecho retirado do texto:
“Embora os especialistas continuem recomendando 150 minutos de exercícios por semana, sugerem que pequenas quantidades de movimento – como subir escadas, por exemplo – devem ser somadas para atingir esse objetivo.”
Ocorreria mudança de sentido se a conjunção em destaque fosse substituída por:
Contos para Charles Darwin
De uns dez anos para cá, Rodrigo Lacerda não tira Charles Darwin (1809-1882) da cabeça. Autor de livros elogiados como O Fazedor de Velhos, de 2008, com o qual venceu o prêmio Jabuti de melhor livro infantil, entre outros, o escritor tem refletido, por exemplo, sobre a ação no nosso cérebro dos neurotransmissores, dos quais não temos nenhum controle. Com uma injeção de dopamina nos sentimos bem e felizes. Já uma descarga de adrenalina nos deixa alertas e ativos. E por aí vai.
O fato de preferirmos pagar uma quantia quebrada, como R$ 5,99 em vez de R$ 6,00, é mais um ponto de partida para suas reflexões darwinianas. Assim como a desenfreada reprodução humana, irracional se observada a quantidade de habitantes no planeta e os recursos naturais disponíveis. “A humanidade parece ter se esquecido dos diversos imperativos biológicos que incidem sobre nosso comportamento e que talvez sejam incontornáveis”, diz o escritor.
Essa reflexão toda deu origem a Reserva Natural (Companhia das Letras, 183 páginas). Dividido em duas partes, Território e Fauna, o livro reúne dez contos. Todos sugerem que só a teoria da evolução pode explicar determinados fatos científicos e certas idiossincrasias humanas.
Como abrir mão dela para compreender a coincidência de sermos, assim como os ratos, hospedeiros intermediários do vírus da toxoplasmose, como se aprende em “Metástase”, o último conto do livro? O vírus torna os roedores incapazes de sentir o cheiro da urina dos gatos, os verdadeiros alvos do organismo infeccioso. Contaminados por ele, sustentam alguns pesquisadores, os humanos se mostram mais inconsequentes, exaltados e indiferentes ao risco. A hipótese para explicar a coincidência, já que não somos presas de gatos, o que justificaria a ação do vírus no nosso organismo, é a seguinte: ele teria sobrevivido desde a pré-história, quando nossos antepassados eram devorados por tigres dentes-de- -sabre e outros antepassados dos inofensivos bichanos de hoje em dia. O conto que dá título ao livro foi publicado originalmente numa edição da revista inglesa Granta, em 2010.
(Daniel Salles. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta uma reescrita em conformidade com as regras de pontuação da norma-padrão, sem alteração de sentido, para o seguinte trecho do terceiro parágrafo:
“Dividido em duas partes, Território e Fauna, o livro reúne dez contos.”
Contos para Charles Darwin
De uns dez anos para cá, Rodrigo Lacerda não tira Charles Darwin (1809-1882) da cabeça. Autor de livros elogiados como O Fazedor de Velhos, de 2008, com o qual venceu o prêmio Jabuti de melhor livro infantil, entre outros, o escritor tem refletido, por exemplo, sobre a ação no nosso cérebro dos neurotransmissores, dos quais não temos nenhum controle. Com uma injeção de dopamina nos sentimos bem e felizes. Já uma descarga de adrenalina nos deixa alertas e ativos. E por aí vai.
O fato de preferirmos pagar uma quantia quebrada, como R$ 5,99 em vez de R$ 6,00, é mais um ponto de partida para suas reflexões darwinianas. Assim como a desenfreada reprodução humana, irracional se observada a quantidade de habitantes no planeta e os recursos naturais disponíveis. “A humanidade parece ter se esquecido dos diversos imperativos biológicos que incidem sobre nosso comportamento e que talvez sejam incontornáveis”, diz o escritor.
Essa reflexão toda deu origem a Reserva Natural (Companhia das Letras, 183 páginas). Dividido em duas partes, Território e Fauna, o livro reúne dez contos. Todos sugerem que só a teoria da evolução pode explicar determinados fatos científicos e certas idiossincrasias humanas.
Como abrir mão dela para compreender a coincidência de sermos, assim como os ratos, hospedeiros intermediários do vírus da toxoplasmose, como se aprende em “Metástase”, o último conto do livro? O vírus torna os roedores incapazes de sentir o cheiro da urina dos gatos, os verdadeiros alvos do organismo infeccioso. Contaminados por ele, sustentam alguns pesquisadores, os humanos se mostram mais inconsequentes, exaltados e indiferentes ao risco. A hipótese para explicar a coincidência, já que não somos presas de gatos, o que justificaria a ação do vírus no nosso organismo, é a seguinte: ele teria sobrevivido desde a pré-história, quando nossos antepassados eram devorados por tigres dentes-de- -sabre e outros antepassados dos inofensivos bichanos de hoje em dia. O conto que dá título ao livro foi publicado originalmente numa edição da revista inglesa Granta, em 2010.
(Daniel Salles. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)
Contos para Charles Darwin
De uns dez anos para cá, Rodrigo Lacerda não tira Charles Darwin (1809-1882) da cabeça. Autor de livros elogiados como O Fazedor de Velhos, de 2008, com o qual venceu o prêmio Jabuti de melhor livro infantil, entre outros, o escritor tem refletido, por exemplo, sobre a ação no nosso cérebro dos neurotransmissores, dos quais não temos nenhum controle. Com uma injeção de dopamina nos sentimos bem e felizes. Já uma descarga de adrenalina nos deixa alertas e ativos. E por aí vai.
O fato de preferirmos pagar uma quantia quebrada, como R$ 5,99 em vez de R$ 6,00, é mais um ponto de partida para suas reflexões darwinianas. Assim como a desenfreada reprodução humana, irracional se observada a quantidade de habitantes no planeta e os recursos naturais disponíveis. “A humanidade parece ter se esquecido dos diversos imperativos biológicos que incidem sobre nosso comportamento e que talvez sejam incontornáveis”, diz o escritor.
Essa reflexão toda deu origem a Reserva Natural (Companhia das Letras, 183 páginas). Dividido em duas partes, Território e Fauna, o livro reúne dez contos. Todos sugerem que só a teoria da evolução pode explicar determinados fatos científicos e certas idiossincrasias humanas.
Como abrir mão dela para compreender a coincidência de sermos, assim como os ratos, hospedeiros intermediários do vírus da toxoplasmose, como se aprende em “Metástase”, o último conto do livro? O vírus torna os roedores incapazes de sentir o cheiro da urina dos gatos, os verdadeiros alvos do organismo infeccioso. Contaminados por ele, sustentam alguns pesquisadores, os humanos se mostram mais inconsequentes, exaltados e indiferentes ao risco. A hipótese para explicar a coincidência, já que não somos presas de gatos, o que justificaria a ação do vírus no nosso organismo, é a seguinte: ele teria sobrevivido desde a pré-história, quando nossos antepassados eram devorados por tigres dentes-de- -sabre e outros antepassados dos inofensivos bichanos de hoje em dia. O conto que dá título ao livro foi publicado originalmente numa edição da revista inglesa Granta, em 2010.
(Daniel Salles. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)
“Todos sugerem que só a teoria da evolução pode explicar determinados fatos científicos e certas idiossincrasias humanas.” (3o parágrafo)
A expressão em destaque pode ser substituída sem que se altere significativamente o sentido da frase por:
Contos para Charles Darwin
De uns dez anos para cá, Rodrigo Lacerda não tira Charles Darwin (1809-1882) da cabeça. Autor de livros elogiados como O Fazedor de Velhos, de 2008, com o qual venceu o prêmio Jabuti de melhor livro infantil, entre outros, o escritor tem refletido, por exemplo, sobre a ação no nosso cérebro dos neurotransmissores, dos quais não temos nenhum controle. Com uma injeção de dopamina nos sentimos bem e felizes. Já uma descarga de adrenalina nos deixa alertas e ativos. E por aí vai.
O fato de preferirmos pagar uma quantia quebrada, como R$ 5,99 em vez de R$ 6,00, é mais um ponto de partida para suas reflexões darwinianas. Assim como a desenfreada reprodução humana, irracional se observada a quantidade de habitantes no planeta e os recursos naturais disponíveis. “A humanidade parece ter se esquecido dos diversos imperativos biológicos que incidem sobre nosso comportamento e que talvez sejam incontornáveis”, diz o escritor.
Essa reflexão toda deu origem a Reserva Natural (Companhia das Letras, 183 páginas). Dividido em duas partes, Território e Fauna, o livro reúne dez contos. Todos sugerem que só a teoria da evolução pode explicar determinados fatos científicos e certas idiossincrasias humanas.
Como abrir mão dela para compreender a coincidência de sermos, assim como os ratos, hospedeiros intermediários do vírus da toxoplasmose, como se aprende em “Metástase”, o último conto do livro? O vírus torna os roedores incapazes de sentir o cheiro da urina dos gatos, os verdadeiros alvos do organismo infeccioso. Contaminados por ele, sustentam alguns pesquisadores, os humanos se mostram mais inconsequentes, exaltados e indiferentes ao risco. A hipótese para explicar a coincidência, já que não somos presas de gatos, o que justificaria a ação do vírus no nosso organismo, é a seguinte: ele teria sobrevivido desde a pré-história, quando nossos antepassados eram devorados por tigres dentes-de- -sabre e outros antepassados dos inofensivos bichanos de hoje em dia. O conto que dá título ao livro foi publicado originalmente numa edição da revista inglesa Granta, em 2010.
(Daniel Salles. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)
Texto para o item.
Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item com relação à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.
“essas” (linha 16) – [células] “mesenquimais” (linha 15).
Texto para o item.
Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item com relação à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.
“lhe” (linha 2) – “câncer” (linha 1).
O bom combate
Apesar dos extremismos discursivos e de retrocessos democráticos registrados em vários países nos últimos tempos, não dá para negar que a humanidade melhora a olhos vistos.
Por qualquer medida objetiva que adotemos, o mundo evoluiu nos últimos 30 anos, e a proporção de terráqueos vivendo em pobreza extrema, que era de 35% em 1990, está agora abaixo dos 10%. A expectativa de vida ao nascer, que batia nos 65 anos em 1990, saltou para mais de 72.
Também observamos melhoras importantes nos índices globais de escolarização e na disponibilidade de itens como água tratada e eletricidade. É difícil de acreditar, mas até a inteligência dos humanos tem avançado. O fenômeno, bem documentado, atende pelo nome de efeito Flynn.
Se trocarmos a lente das décadas pela dos séculos e ampliarmos a noção de riqueza para incluir não só renda, mas acesso a serviços e bens de consumo, os progressos são ainda mais significativos. Nas contas da economista americana Deirdre McCloskey, nos últimos dois séculos, o habitante médio do planeta viu sua riqueza multiplicar-se por dez, chegando a 30 nos países desenvolvidos.
O mundo ainda está muito longe de ser um lugar bom para todos ou razoavelmente justo, mas é preciso estar cego para não ver que estamos melhorando.
Os dois motores principais desses sucessos são o saber técnico, alimentado pela ciência, e a disseminação das democracias, cujo número mais do que dobrou de 1990 para cá. Democracia, aqui, deve ser compreendida em seu conceito mais amplo, que inclui a busca por benefícios expressa pela vontade popular, mas traz, também, uma defesa intransigente de direitos universais que abarcam as minorias, mas não se restringem a elas.
São justamente o saber técnico e a democracia que estão sob ataque em vários países. Defendê-los é o dever das forças pró-civilização neste momento delicado.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 05.05.2019. Adaptado)
A questão refere-se ao texto que segue.
No belíssimo ensaio em que trata das representações utópicas no século XVIII, Bronislaw Baczko1 assinala que a vontade
de redimir a civilização moderna dos males que a afligem e de erguer uma ‘boa vida’ coletiva está presente nas mais variadas formas
do imaginário social, constituindo um marco do ‘espírito do tempo’. A busca de um modelo ideal de convivência humana evidencia-se
não só na proliferação de textos redigidos nos moldes tradicionais da literatura utópica, narrando viagens a um país feliz e/ou
elaborando projetos para um governo justo, mas, também, na abundância de imagens e ideias para a reforma social em uma imensa
quantidade de escritos e documentos pertencentes seja à cultura douta, seja à popular (cf. Baczko, 1979, passim).
A esse respeito, lembra o comentador, a bibliografia especializada no assunto registra cerca de 80 relatos de viagens imaginárias, publicados na França entre 1676 e 1789, número que apresenta um crescimento impressionante, chegando a mais de 2 mil textos, se forem consideradas as múltiplas e diferentes projeções utópicas presentes na literatura da época.
A imagem de homens livres e iguais que vivem fraternalmente em comunhão de bens, sem leis nem governos, representa, em geral, o ideal de sociedade entre as correntes progressistas da época, fascinando inclusive escritores políticos como Voltaire, Montesquieu e Diderot, que nunca defenderam a abolição da propriedade e do Estado, circunscrevendo suas propostas de reforma do poder ao âmbito de um despotismo esclarecido, fiscalizado por uma opinião pública letrada, ou de uma monarquia constitucional inspirada no modelo vigente na Inglaterra após a Revolução Gloriosa2.
De modo análogo, Charles Rihs3, em seu livro sobre os utopistas do século XVIII, chama a atenção para essas ‘antinomias’, lembrando, por exemplo, o descompasso entre o ideário social elitista de Voltaire e suas observações, feitas ao historiar os costumes, a respeito da felicidade dos povos do Novo Mundo e das tribos africanas que ignoram “o meu e o teu” (cf. Rihs, 1970, p. 14). Na mesma linha, Montesquieu, rígido defensor do ‘espírito das leis’ em sua obra principal, retrata com entusiasmo, nas Cartas persas, a organização social do pequeno reino árabe dos Trogloditas, onde todos trabalham jocosa e espontaneamente pelo bem comum. Além das divagações utópicas suscitadas pela investigação geográfica e histórica de culturas não-europeias, os homens das Luzes empreendem também a aventura filosófica, suspensa entre o real e o imaginário, como o Suplemento à Viagem de Bougainville, de Diderot, ou o Eldorado, em Cândido, de Voltaire, visões de paraísos onde os homens vivem felizes, sem brigas pela riqueza e pelo poder.
(Adaptado de PIOZZI, Patrizia. Os arquitetos da ordem anárquica: de Rousseau a Proudhon e Bakunin. São Paulo: Editora UNESP, 2006, p.73-74)
2Revolução Gloriosa ou Segunda Revolução Inglesa: movimento revolucionário de caráter pacífico, ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1688 e 1689, que gerou a troca do absolutismo monárquico pela monarquia parlamentar.
3Charles Rihs, autor de obra sobre os filósofos utopistas.
Sobre o que se tem acima, afirma-se com correção:
Mantém-se a correção gramatical da frase acima substituindo-se o elemento sublinhado por:
Leia o texto para responder à questão.
Todos falaremos de Mário esta semana como se ele ainda estivesse ali em São Paulo e pela volta do correio nos mandasse um novo livro. Todos vamos repetir e confirmar a verdade daqueles seus versos:
“Eco, responda bem certo,
Meus amigos me amarão?
E o eco me responde: sim.”
Se há uma coisa indiscutível em sua obra é a verdade desses três simples versos. Os amigos de Mário continuam a cultivar sua amizade, mesmo sem saberem por onde anda, em sua viagem transcendental, essa criatura que, acima de todos os valores, deixou-nos a saudade de sua riqueza humana.
Foi essa riqueza humana (essa capacidade de compreender e sentir) que fez de Mário um poeta, um músico, um folclorista. Esse desejo de participação, esse entusiasmo de viver não uma, não a sua, mas inúmeras vidas, levaram-no até esse desdobramento do Macunaíma, tão misturada ao Bem e ao Mal, tão entregue à experiência terrena e sem fim: “Eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta...”
(Cecília Meireles. Semana de Mário. Escolha o seu sonho)
Leia o texto para responder à questão.
É prioritário estimular a leitura desde a infância, pois ao perceber o encanto do universo do livro e descobrir todas as portas que ele abre, o indivíduo dificilmente deixará de ser um leitor ao longo de toda a sua vida.
Portanto, para conquistarmos a meta tão almejada de que o Brasil seja um país de leitores, não há outro caminho senão despertar nas crianças e adolescentes o gosto pela leitura. Significativa contribuição para isso foi o fato de o livro do ano de ficção do Prêmio Jabuti 2014, o mais importante do mercado editorial brasileiro, ter sido Breve História de um Pequeno Amor, de Marina Colasanti. Tal conquista para uma obra infantojuvenil chama a atenção de todos para esse segmento da literatura.
Ao fazermos uma reflexão sobre a relevância da leitura para o público infantojuvenil, é pertinente lembrarmos o 25º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, celebrado dia 20 de novembro, em Nova York, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Na ocasião, o comitê responsável pelo monitoramento desse programa ressaltou a importância da participação ativa das crianças nas discussões que afetem suas vidas.
(Folha de S.Paulo, 16.03.2015. Adaptado)