Questões de Português - Conjunções: Relação de causa e consequência para Concurso

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Q1921157 Português


O que uma menina de 9 anos tem a nos ensinar sobre propósito?

Encontrar um propósito através do qual se consiga deixar sua marca no mundo ou um sentido para aquilo que se faz todos os dias tornou-se um fenômeno.

Luciana Rodrigues    6 de abril de 2022   

    Em uma das despretensiosas conversas que tive com a Isadora, minha filha de 9 anos, ela soltou, como quem não quer nada: “Sabia que todo mundo quer ser lembrado?”. Sem entender muito bem como ela tinha chegado a essa conclusão, pedi-lhe para que me contasse um pouco mais sobre essa sua observação. 

    “Quando eu crescer, quero abrir um café. Acho triste passar pelo mundo sem deixar alguma coisa para as pessoas lembrarem da gente”. Mesmo sem saber ao certo de onde veio essa inspiração repentina, confesso que meu lado mãe-fã-númeroum ficou super orgulhoso. 

    Indo além das paredes do meu apartamento, encontrar um propósito, através do qual se consiga, de fato, deixar sua marca no mundo – como sonha a Isadora –, ou ainda, conseguir um sentido para aquilo que se faz todos os dias, tornou-se um fenômeno que une de tech-nerds do Vale do Silício a profissionais dos mais variados cargos e salários pelo Brasil e o mundo. Obviamente, isso só é possível quando a base da Pirâmide de Maslow (lembra dela?) está muito bem estabelecida. 

    Nos EUA, existe até um nome para esse movimento: “The Great Resignation” ou “A Grande Demissão”. Segundo o U.S. Department of Labor, só no último mês de fevereiro, 4,4 milhões de americanos deixaram seus empregos formais. Os motivos para esses números vão do desejo de fazer mudanças drásticas na carreira à necessidade de largar a profissão para cuidar de crianças ou parentes idosos. Além de sintomas típicos dos tempos atuais, como o burnout e o sentimento de abismo existente entre o que as pessoas acreditam e os valores do seu empregador. 

    Os números não afirmam, categoricamente, qual é o principal fator para essa debandada de trabalhadores, mas uma coisa é certa: para milhões de pessoas ao redor do mundo, a pandemia veio para rever suas prioridades. A remuneração deixa de ser o fator decisivo para a permanência em um emprego, ganhando relevância questões que, há poucos anos, ficavam em segundo plano, como modelos híbridos e flexíveis de trabalho, tempo gasto em deslocamentos, equilíbrio maior entre vida pessoal x trabalho, e até mesmo afinidade com o propósito da empresa.

    Para Ariana Huffington: “A Grande Demissão na verdade é uma Grande Reavaliação. O que as pessoas estão abandonando é uma cultura de esgotamento e uma definição quebrada de sucesso. Ao deixar seus empregos, as pessoas estão afirmando seu desejo por uma maneira diferente de trabalhar e viver”. 

    Conheci uma dessas histórias de perto, em um dos encontros mensais que organizo na empresa em que atuo como CEO. A ideia dos bate-papos é trazer novos repertórios para dentro da nossa rotina de trabalho, com convidados que, à primeira vista, não têm nada a ver com o nosso “core-business”, mas que ajudam imensamente a furar a bolha em que vivemos. 

    Um desses convidados foi uma enfermeira. Uma mulher muito culta, expansiva e encantadora que, no alto dos seus 30 anos, decidiu dar uma guinada em sua vida. Depois de um período sabático pela América Latina, decidiu abandonar uma carreira bem-sucedida na área do entretenimento e estudar enfermagem. Uma profissão com menos perspectivas financeiras, mas completamente alinhada com o seu chamado. 

    “Para alguns, hospital significa morte. Para mim, é sinônimo de vida”. Essa foi uma das frases ditas por ela que mais me impactou em seu depoimento, e que, por semanas, me fez refletir sobre sua história de coragem e seu olhar transformador. 

    Mas não espere respostas certas nos momentos certos. Cada um tem seu tempo e suas formas de encontrá-las. Sabemos tão pouco sobre nós. Por isso, investir seu tempo (que também é dinheiro) em coisas que ninguém pode tirar de você, como autoconhecimento, é a decisão mais sábia que você pode tomar. É um processo transformador, que envolve desconforto, mas que vai te colocar numa posição de maior controle das suas emoções. 

      Não passe uma vida inteira esperando algo que ninguém jamais poderá lhe oferecer. 

    E, se eu pudesse dar mais uma dica, seria: assim como no mercado financeiro, nunca invista todo seu patrimônio em só um ativo. Não fique esperando que o trabalho supra todas as suas necessidades. Encontre um hobby. Dedique-se a um trabalho voluntário. Seja mentor de um jovem aprendiz. Ou, então, coloque no papel um plano para daqui a 2 anos e persiga-o incansavelmente. 

    Talvez “A Grande Demissão” seja um movimento coletivo de pessoas querendo encontrar seu verdadeiro propósito aqui na Terra. Ou, talvez, uma oportunidade para que consigam usar suas histórias para dar sentido às próprias vidas. Mas também pode ser apenas o reflexo de dois anos  trancados em casa, e o desejo por uma mudança, seja ela qual for. 

    Na animação da Pixar “Viva – A Vida é uma Festa”, de que aliás, a Isadora é fã, é contada a história do “Dia de Los Muertos”, típica tradição mexicana de celebração aos que se foram. Diz-se que, após a morte de uma pessoa, ela vai para o mundo dos mortos e permanece lá apenas enquanto os vivos ainda se lembrarem dela. Quando for esquecida, aí, sim, será seu verdadeiro fim. 

    Não posso afirmar que veio daí a inspiração para a reflexão inicial da Isa, mas a conversa, que começou com uma questão existencial, terminou com: “Mamãe, qual é o sentido da vida?”. Dei a última mordida no pão de queijo e respondi: “Isa, que tal fazermos um brigadeiro?” 

Luciana Rodrigues é CEO da Grey Brasil, conselheira do board da Junior Achievement, membro do conselho da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e do comitê estratégico de presidentes da Amcham.   

Vocabulário:

tech-nerds: estudiosos de tecnologia.

• CEO: diretor executivo.

core-business: negócios principais.

burnout: síndrome de esgotamento mental no trabalho.

hobby: passatempo, atividade para lazer. 


RODRIGUES, Luciana. O que uma menina de 9 anos tem a

nos ensinar sobre propósito? Forbes Brasil, 06 de abril de

2022. Colunas. Disponível em:

https://forbes.com.br/coluna/2022/04/luciana-rodrigues-o-que-uma-menina-de-9-anos-tem-a-nos-ensinar-sobre-proposito/

Leia o fragmento apresentado abaixo.
“Não é novidade que pessoas com problemas cardiovasculares são orientadas a diminuir o consumo de sal, mas havia pouca evidência científica por trás da recomendação. Agora, o maior ensaio clínico randomizado – quando se compara o efeito e o valor de uma intervenção em relação a um grupo de controle – sobre a relação da redução de sal na dieta e o impacto num quadro de insuficiência cardíaca traz algumas descobertas sobre a questão. Embora mudanças na ingestão do condimento não tenham baixado o número de hospitalizações e mortes, o que os pesquisadores puderam constatar é que houve melhora dos sintomas, como inchaço, fadiga e tosse, proporcionando mais qualidade de vida aos doentes.”

TAVARES, Mariza. Estudo traz novas descobertas sobre reduzir a ingestão de sal. g1, 12 de abril de 2022. Bem-estar. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2022/04/12/estudo-traz-novas-descobertas-sobre-reduzir-a-ingestao-de-sal.ghtml.


Nesse fragmento, as palavras grifadas funcionam, respectivamente, como 
Alternativas
Q1919761 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


Assinale a alternativa que apresenta o sentido correto expresso pela conjunção “pois” (l. 21).
Alternativas
Q1919612 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.



Somos todos espelhos


Nascemos todos, certo, com uma enorme bagagem genética. Carregamos em nós traços, expressões, modos de ser daqueles que nos antecederam. Mas, a partir daí, saímos em busca de identidade.

Nossos primeiros espelhos são nossos pais, a família, aos quais nos jogamos de braços abertos, sem questões. É a confiança que se instala desde a mais pequena idade. Julgamos que se nossos pais fazem, podemos fazer, pois eles devem saber o que é bom ou não. Crianças imitam, quando ainda não sabem construir sozinhas. A linguagem é a maior prova disso.

Nem todo mundo tem essa consciência e nem se dá conta do peso da responsabilidade que ela acarreta.

Achamos que a vida forma as pessoas, mas esquecemos de que somos os primeiros espelhos nos quais elas se refletem.

No final de tudo, todos somos pessoas importantes para outras pessoas e podemos influenciá-las positiva ou negativamente. Amigos são grandes espelhos.

Por isso, tudo que fazemos deve ter como referência à vida. Daí a importância de sermos pessoas boas, honestas, pacientes, corajosas, espelhos nos quais outros poderão se olhar e se encontrar.

(...)

Letícia Thompson.http://www.leticiathompson.net/Somos_todos_espelhos.

htm (Adaptado)

No trecho: "MAS, a partir daí, saímos em busca de identidade " a conjunção MAS expressa uma ideia de: 
Alternativas
Q1919051 Português

Leia o texto abaixo e responda à questão.

TEXTO 3

ENTENDA O LANGUISHING: ENTORPECIMENTO DA VIDA E SENSAÇÃO DE VAZIO

Da pandemia emergiu o languishing, termo para denominar um sentimento persistente de apatia, desânimo e falta de motivação.

Lilian Monteiro



“Uma parcela da população mundial já lida com as consequências da apatia persistente, marcada, substancialmente, pela sensação de vazio que determina o languishing.” (§ 3)
A expressão sublinhada na passagem acima foi empregada na função de: 
Alternativas
Q1918600 Português
LEIA E CONSIDERE O TEXTO 2, UM RASCUNHO DE OFÍCIO, PARA RESPONDER À QUESTÃO.

TEXTO 2

Ministério da Educação
Secretaria de Educação Superior
Esplanada dos Ministérios Bloco L - Ed. Sede
Telefone: 0800-616161. E-mail: [email protected]

Ofício Nº 9572/2022/MEC
Brasília, 11 de abril de 2022

À Magnífica Reitora
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Av. Pedro Calmon, 550, Cidade Universitária
21941-901 Rio de Janeiro/RJ

Assunto: Plenária sobre resultados e pespectivas da Lei de Cotas nas universidades federais

     Magnífica Reitora,

   Convido Vossa Excelência a participar de plenária cujo objetivo único é debater os resultados e as pespectivas da Lei de Cotas (Lei Federal nº 12.711/12) nas universidades federais, depois de uma década de sua implementação no Brasil. O evento, será realizado no dia 17 de junho de 2022, às 14 horas, no Auditório Central do MEC, em Brasília. Além disso, gostaria de contar com sua participação para uma apresentação de 50 minutos sobre os resultados obtidos até então na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nossa maior universidade federal. Certamente sua participação mesmo que de forma híbrida será importante para todo o conjunto de universidades federais e para a alta administração do MEC para que possamos aperfeiçoar as políticas públicas educacionais vigentes no país considerando que a Universidade Federal do Rio de Janeiro sempre aparece na lista das universidades mais renomadas da América Latina.
    O evento do MEC têm o objetivo único de legitimar a Educação como elo fundante do Brasil. Não podemos paralisar os debates sobre a Educação. Aguardamos um retorno por parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Atenciosamente,

(Assinatura)
Secretário(a) de Educação Superior
No trecho [...] “sua participação mesmo que de forma híbrida será importante para todo o conjunto de universidades federais e para a alta administração do MEC” […] (1º parágrafo), há ocorrência de conjunção concessiva. A expressão tem o mesmo valor que:
Alternativas
Respostas
1556: D
1557: D
1558: B
1559: A
1560: D