Questões de Português - Conjunções: Relação de causa e consequência para Concurso
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PENSAR É TRANSGREDIR
Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar! ”
[...]
LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 21.
Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/MjgzMzA0/>. Acesso em: 23 set. 2016.
No segundo parágrafo, a conjunção “mas”, que inicia o período, exerce uma função importante na estrutura textual, pois estabelece relação de sentido (oposição ou contraste) entre dois enunciados. Isso significa dizer que a autora
Leia o texto que se segue e responda às questões de 1 a 10.
Degraus da ilusão
01 Fala-se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe média”,
02 realizada por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço falar). Em teoria, seria
03 um grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina.
04 Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em sérios
05 problemas para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os despossuídos, boa
06 escolaridade para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população inteira, isto é, educação, saúde,
07 transporte, energia elétrica, segurança, água, e tudo de que precisam cidadãos decentes.
08 Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem
09 em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais altos do mundo, pagamos os
10 impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação, energia, transportes e outros) entre
11 os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir,
12 somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas
13 ou em nossas péssimas estradas.
14 Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que compraram seu carrinho
15 a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no fim de semana. Tesouro esse que logo
16 vão perder, pois há meses não conseguem pagar as prestações, que ainda se estendem por anos.
17 Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira
18 impiedosa, até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião sensata e positiva, tomam
19 novas medidas para que esse consumo insensato continue crescendo – e, como somos alienados e pouco
20 informados, tocamos a comprar.
21 Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu diploma, ter
22 sua casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir isso. Para garantir uma
23 velhice independentemente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos filhos algo com que pudessem
24 começar a própria vida com dignidade.
25 Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco estimulados o desejo
26 de crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é uma construção: a vida pessoal, a
27 profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a
28 fatalidades como doença e outras, que ninguém controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade, ter um pouco
29 de economia, ter uma casinha, ter um diploma, ter objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que for.
30 Podemos ser derrotados, mas não estaremos jogados na cova dos leões do destino, totalmente desarmados.
31 Somos uma sociedade alçada na maré do consumo compulsivo, interessada em “aproveitar a vida”, seja o
32 que isso for, e em adquirir mais e mais coisas, mesmo que inúteis, quando deveríamos estar cuidando, com
33 muito afinco e seriedade, de melhores escolas e universidades, tecnologia mais avançada, transportes muito
34 mais eficientes, saúde excelente, e verdadeiro crescimento do país. Mas corremos atrás de tanta conversa vã,
35 não protegidos, mas embaixo de peneiras com grandes furos, que só um cego ou um grande tolo não vê.
36 A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, de educação. E o
37 melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em educação: impossível repetir isso
38 em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade.
39 Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados num crescimento
40 real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é subir de classe social: é
41 saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo mude, mas deixo aqui meu quase
42 solitário (e antiquado) protesto.
LUFT, Lya. Degraus da ilusão. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-vejo-multidoes-consumindo-estimuladas-a-consumircomo-se-isso-constituisse-um-bem-em-si-e-promovesse-real-crescimento-do-pais-isso-nao-e-subir-de-classe-social/. Acesso em 01 de setembro de 2013.
Quanto ao uso ou não da vírgula depois das conjunções ‘porém’ (linha 04) e ‘porém’ (linha 08), pode-se afirmar CORRETAMENTE que
A sociedade ...... fazemos parte cobra-nos um estado de alma alegre, ..... sejamos mais produtivos e inclinados ..... trabalho.
Preenchem as lacunas da frase acima o que se encontra em:
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 11.
Diminuto feito grão de poeira, mera mancha de caneta, migalha no teclado, o ponto final é o sumo magistrado de nossos sistemas de escrita, ainda à espera de ser cantado em verso. Sem ele, não haveria fim para o sofrimento do jovem Werther e as viagens do hobbit jamais se completariam. Sua presença permitiu que Henri Michaux comparasse nossa essência a “um ponto que a morte devora”.
Ele coroa o pensamento que se completa, propicia a quimera de uma conclusão e guarda certa altivez que, como a de Napoleão, provém de seu tamanho minúsculo. Ansiosos por seguir em frente, não precisamos de nada que assinale o início, mas precisamos saber onde parar: esse pequeno memento mori, “lembrança da morte”, faz recordar que para tudo há de ter um fim, inclusive para nós mesmos. Como um professor sugeriu, um ponto final é “sinal de um sentido que se perfaz e de uma frase perfeita”.
A necessidade de indicar o fim de uma frase escrita é talvez tão velha quanto a própria escrita, mas a solução, sucinta e prodigiosa, não se estabeleceu até o Renascimento italiano. Por séculos, a pontuação fora assunto irremediavelmente errático.
Já no século I d.C., Quintiliano propunha que a frase além de expressar uma ideia completa devia ainda ser pronunciada de um só fôlego. Por muito tempo os escribas pontuaram os textos com todo o tipo de sinais e símbolos, de um simples espaço em branco a toda uma variedade de pontos e barras.
No começo do século 5 d. C., São Jerônimo, tradutor da Bíblia, concebeu um sistema que assinalava cada unidade de sentido por meio de uma letra que avançava para fora da margem, como indicando um novo parágrafo.
Três séculos mais tarde, o “ponto” era usado para indicar tanto uma pausa no interior da frase como o fim da frase propriamente dito. Valendo-se de convenções tão confusas assim, os escritores não tinham como esperar que o público lesse determinado texto conforme as intenções do autor.
Então, no ano de 1556, Aldo Manuzio, o Jovem, em seu manual de pontuação, Interpungendi ratio, caracterizou pela primeira vez a função e o aspecto definitivo do ponto final. Queria escrever um manual para tipógrafos; não tinha como saber que legava a nós as dádivas de sentido e música de toda a literatura por vir.
(Adaptado de: MANGUEL, A. “Ponto final”, Serrote, jul. 2012)
Nos segmentos abaixo, o termo “para” é conjunção com sentido de finalidade em:
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 11.
Diminuto feito grão de poeira, mera mancha de caneta, migalha no teclado, o ponto final é o sumo magistrado de nossos sistemas de escrita, ainda à espera de ser cantado em verso. Sem ele, não haveria fim para o sofrimento do jovem Werther e as viagens do hobbit jamais se completariam. Sua presença permitiu que Henri Michaux comparasse nossa essência a “um ponto que a morte devora”.
Ele coroa o pensamento que se completa, propicia a quimera de uma conclusão e guarda certa altivez que, como a de Napoleão, provém de seu tamanho minúsculo. Ansiosos por seguir em frente, não precisamos de nada que assinale o início, mas precisamos saber onde parar: esse pequeno memento mori, “lembrança da morte”, faz recordar que para tudo há de ter um fim, inclusive para nós mesmos. Como um professor sugeriu, um ponto final é “sinal de um sentido que se perfaz e de uma frase perfeita”.
A necessidade de indicar o fim de uma frase escrita é talvez tão velha quanto a própria escrita, mas a solução, sucinta e prodigiosa, não se estabeleceu até o Renascimento italiano. Por séculos, a pontuação fora assunto irremediavelmente errático.
Já no século I d.C., Quintiliano propunha que a frase além de expressar uma ideia completa devia ainda ser pronunciada de um só fôlego. Por muito tempo os escribas pontuaram os textos com todo o tipo de sinais e símbolos, de um simples espaço em branco a toda uma variedade de pontos e barras.
No começo do século 5 d. C., São Jerônimo, tradutor da Bíblia, concebeu um sistema que assinalava cada unidade de sentido por meio de uma letra que avançava para fora da margem, como indicando um novo parágrafo.
Três séculos mais tarde, o “ponto” era usado para indicar tanto uma pausa no interior da frase como o fim da frase propriamente dito. Valendo-se de convenções tão confusas assim, os escritores não tinham como esperar que o público lesse determinado texto conforme as intenções do autor.
Então, no ano de 1556, Aldo Manuzio, o Jovem, em seu manual de pontuação, Interpungendi ratio, caracterizou pela primeira vez a função e o aspecto definitivo do ponto final. Queria escrever um manual para tipógrafos; não tinha como saber que legava a nós as dádivas de sentido e música de toda a literatura por vir.
(Adaptado de: MANGUEL, A. “Ponto final”, Serrote, jul. 2012)
...além de expressar uma ideia completa devia ainda ser pronunciada de um só fôlego. (4º parágrafo)
Fazendo-se uso de conjunção apropriada, mantém-se o sentido do segmento acima em: