Questões de Português - Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva) para Concurso
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Muito da tensão entre ciência e fé vem da suposição de que existem duas realidades mutuamente incompatíveis, uma dentro deste mundo (e, portanto, “conhecível” através da aplicação diligente do método científico) e outro fora dele (e, portanto, “desconhecível', relacionada tradicionalmente à crença religiosa).
Vi Donana nas manhãs seguintes chamar Belonísia de Carmelita também.
Transpondo a frase acima para a voz passiva, O verbo “Chamar” deverá assumir a seguinte forma:
Texto
Como as redes sociais alteram a nossa percepção de tempo (por Daniel Vila Nova)
(Texto adaptado exclusivamente para este concurso.O texto original está disponível em https://gamarevista.uol.com.br/sociedade/como-as-redessociais-alteram-a-nossa-percepcao-de-tempo/ ; 28 de Setembro de 2021 @GAMAREVISTACOMPORTAMENTOREDES SOCIAISSOCIEDADETEMPO)
Da revolução industrial à digital, o tempo sempre foi modulado pela tecnologia. Entenda como a internet está moldando nossa relação com o relógio
Do Facebook ao Instagram, do Twitter ao Tiktok, a presença dos aplicativos em nossas vidas é tamanha que vem alterando a maneira como entendemos e nos relacionamos com o tempo. Se antes as pessoas lidavam com o que estava ao alcance físico, hoje, com a possibilidade de uma rede que nos conecta instantaneamente a qualquer lugar ou informação do mundo, temos que lidar com diversos “agoras” — a conversa entre amigos no chat de celular, o e-mail do trabalho e/ou o feed da rede social, somado ao que acontece no espaço físico em que a pessoa está. (I. __________ À medida que – Na medida que) a nossa noção de tempo é (II. __________ fragmentado – fragmentada), a maneira com que percebemos e reagimos ao que ocorre ao nosso redor é (III. __________ alterado – alterada).
Para a socióloga britânica Rebecca Coleman, da Goldsmiths Universidade de Londres, as redes sociais e o mundo digital passaram a produzir “agoras” diferentes e não um único “agora” uniforme e coeso. Em suas pesquisas, ela se dedica a entender como esses diferentes presentes são moldados por meio de diversas plataformas e práticas. Rebecca indica que, com o advento do digital, passamos a lidar com ao menos três “agoras” diferentes — o agora em tempo real, o agora alongado e o agora eliminado.
O mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem
Sabe-se que o agora em tempo real é exemplificado por notificações de mensagens e menções em redes sociais, como uma atividade digital que acontece de imediato e que costuma exigir uma resposta, independentemente do horário. Já o agora alongado, exemplificado por quando mexemos nas redes sociais e a atualizamos em busca de conteúdo, é uma ação constante, que nunca é finalizada. Por fim, o agora eliminado, exemplificado por quando buscamos o digital para passar o tempo, é um movimento que busca eliminar o tempo o mais rápido possível, geralmente quando estamos esperando algo acontecer no mundo físico. De acordo com a socióloga britânica, as definições por vezes se entrelaçam, mas ela entende que o mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem, se expandem e condensam.
Em um período em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo, é natural a forma com que a humanidade encara o tempo e suas alterações. “A possibilidade de ter uma comunicação instantânea e constante aliada à disponibilidade de informações de maneira veloz afetam a nossa organização e percepção de tempo”, afirma André Cravo, professor da UFABC, psicólogo e pesquisador na área de neurofisiologia e cognição.
Assim como em outras revoluções tecnológicas ao longo da história, a revolução digital alterou a maneira com que nossa sociedade lida com o conceito de tempo. Enquanto todos tentam se readaptar e entender qual é a nova estrutura temporal a ser seguida, as redes sociais parecem já ter sentido que atenção e tempo não só andam juntos, como também são extremamente lucrativos. (...)
Estratégias para sequestrar sua atenção
As ferramentas utilizadas pelas redes sociais para manter o usuário no aplicativo são das mais variadas — feed infinito, tempo limitado em que postagens ficam disponíveis, timelines não cronológicas. Nada disso é por acaso, alerta Cravo. Na timeline cronológica, você consegue saber até onde consumiu o conteúdo e em que ponto pode encerrar sua visita no aplicativo. Ao quebrar essa ordem cronológica, perde-se a noção de quanto falta para ele ser finalizado. Quando estamos vendo um streaming, é só acabar um episódio que outro começa imediatamente. Da mesma forma, quando uma série ou um filme acabam, outros começam.
A ideia, segundo o psicólogo, é criar a sensação de que aquela tarefa nunca se completa. Já em conteúdos que têm uma data de expiração, como os Stories do Instagram ou o Snapchat, há uma cobrança para que o usuário consuma aquele conteúdo o quanto antes. Aqui, o artifício é o de obrigar o usuário a prestar atenção ao tempo, fazendo com que se visite o aplicativo ao menos uma vez por dia. “Raramente é uma informação completamente imperdível, mas as redes já criam essa sensação de que estamos perdendo algo. Quando isso é potencializado com algo que pode ser perdido, é natural que isso nos afete.” De acordo com Cravo, qualquer tipo de manipulação que afete a relação temporal de alguém vai afetar também a percepção e a organização temporal.
Texto 1 – Ginástica artística: história e curiosidade História
A ginástica artística está presente nos Jogos Olímpicos desde ______ (I. a – à) primeira edição da Era Moderna, em Atenas 1896. Os gregos da antiguidade acreditavam que a ginástica artística era a junção perfeita entre mente e corpo, assim _______ (II. a – há) praticavam ______ (III. a fim de – afim de) manter a boa forma física e da saúde. Ela também era ensinada como uma preparação para outros esportes, além de treinamento militar. O alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn, apaixonado pelo esporte, criou a primeira escola de ginástica artística em 1811. “O pai da ginástica”, como ficou conhecido, além de aperfeiçoar a modalidade, também criou alguns saltos e os aparelhos cavalo com alças, trave, barras paralelas e horizontais.
A ginástica estreou nos Jogos de Atenas 1896, reunindo atletas de apenas cinco países, que competiram em quatro aparelhos. Em Amsterdã 1928, as mulheres também passaram a competir, participando de uma única prova por equipes.
Nas competições, homens e mulheres competem no solo e no salto. As barras assimétricas e a trave são aparelhos exclusivamente femininos, e os homens competem também na barra fixa, nas barras paralelas, no cavalo com alças e nas argolas.
Curiosidades
A romena Nadia Comaneci encantou o mundo nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976. Ela foi a mais jovem ginasta a ganhar medalha e a primeira a obter nota 10 na ginástica artística feminina. Ao todo, Comaneci conquistou nove medalhas olímpicas. Já a ginasta soviética Larysa Latynina entrou para a história como uma das atletas que mais conquistou medalhas em Jogos Olímpicos. Ao todo, em sua carreira, ela obteve 9 ouros, 5 pratas e 4 bronzes. A última delas foi conquistada nos Jogos de Roma 1960.
A primeira brasileira a ser campeã mundial foi Daiane dos Santos, em Anaheim 2003. Sabe-se que, em parceria com o treinador ucraniano Oleg Ostapenko, Daiane criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II). Somando suas participações nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze. A primeira medalha olímpica da história da ginástica artística do Brasil foi dourada.
Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Arthur Zanetti superou o chinês Chen Yibing e levou o ouro nas argolas.
A ginástica que hoje é conhecida como artística ainda é citada em muitos livros e sites como ginástica olímpica. No passado, já foi chamada de ginástica desportiva e de ginástica de aparelhos. Em circuitos esportivos internacionais é comum ouvir atletas, técnicos e até leigos usando simplesmente as iniciais GA (ginástica artística).
Se as informações apresentadas não foram suficientes para levá-los a se interessarem pela GA, então, acompanhem as performances de atuais ginastas que brilharão nos Jogos de Paris, em julho e agosto de 2024.
(Texto adaptado especificamente para este concurso. O texto original está no site da Confederação Brasileira de Ginástica, disponível em https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/esportes/Ginasticaartistica/; acesso em 13 jan-24)
O texto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
Você é um número
Se você não tomar cuidado vira um número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce classificam--no com um número. Sua identidade no Félix Pacheco é um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número, e chapa de carro. No imposto de renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento – tudo é número.
Se é dos que abrem crediário, para eles você também é um número. Se tem propriedades, também. Se é sócio de um clube tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras tem número da cadeira.
É por isso que vou tomar aulas particulares de matemática. Preciso saber das coisas. Ou aulas de física. Não estou brincando: vou mesmo tomar aulas de matemática, preciso saber alguma coisa sobre cálculo integral.
Se você é comerciante, seu alvará de localização o classifica também.
Se é contribuinte de qualquer obra de beneficência também é solicitado por um número. Se faz viagem de passeio ou de turismo ou de negócio recebe um número. Para tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações também recebe um, como acionista de uma companhia. É claro que você é um número no recenseamento. Se é católico recebe um número de batismo. No registro civil ou religioso você é numerado. Se possui personalidade jurídica tem. E quando a gente morre, no jazigo, tem um número. E a certidão de óbito também.
Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número.
A minha amiga contou que no Alto do Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao posto de saúde. E recebeu a ficha com o número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados.
Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano. Ou numa corrente de pescoço, metálica.
Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo.
E Deus não é número.
Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número seco, como um osso branco seco posto ao sol. Meu número íntimo é nove. Só. Oito. Só. Sete. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?
(LISPECTOR, Clarice. Todas as crônicas. 2018.)