Questões de Português - Funções morfossintáticas da palavra SE para Concurso
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Instrução: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto abaixo.
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O uso de simuladores de realidade virtual na educação cirúrgica
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- Os traços da simulação na história podem ser rastreados até tempos muito antigos. Platão e
- Aristóteles já falavam sobre aprender por meio da diversão e da imitação. Daquela época até o
- Renascimento, o teatro foi baseado nesses fundamentos e foi usado como uma arte educacional.
- Na Idade Média, cavaleiros treinavam com manequins feitos de madeira e palha para torneios
- de justas, manuseio de espadas e tiro com besta. Esses simuladores permitiram que eles se
- desenvolvessem por meio da repetição, melhor gerenciamento do medo e aprimoramento de
- suas habilidades de combate. Em Maio de 1759, surge o primeiro simulador médico. Madame du
- Coudray, parteira, recebeu do rei Luís XV um certificado e uma pensão para poder ensinar às
- matronas rurais “a arte do parto”. Ela viajou pela França por 25 anos para treinar mais de cinco
- mil mulheres e cerca de quinhentos médicos e cirurgiões. Graças à sua ação educacional ao longo
- de sua vida, ela reduziu significativamente a mortalidade infantil e materna na França. Foi com
- a pesquisa sobre ressuscitação cardiopulmonar entre as décadas de 1950 e 1960 que os
- manequins – e especialmente a simulação – experimentaram um desenvolvimento significativo.
- No contexto atual da simulação, a origem do desenvolvimento desta técnica de aprendizagem
- e treinamento corresponde a uma consciência da necessidade de melhorar a qualidade do
- atendimento, logo após a publicação do relatório To err is human nos Estados Unidos. A qualidade
- do atendimento é uma abordagem que deve assegurar a cada paciente a combinação de atos
- diagnósticos e terapêuticos, visando ao melhor resultado em termos de saúde, de acordo com o
- estado atual da ciência médica, pelo melhor custo pelo mesmo resultado, pelo menor risco
- iatrogênico e pela maior satisfação em termos de procedimentos, resultados e contatos humanos
- no sistema de saúde.
- Como uma nova abordagem, a introdução da realidade virtual (RV) teve grande sucesso e
- ofereceu perspectivas estimulantes para o treinamento cirúrgico e o planejamento cirúrgico pré-
- operatório de procedimentos complexos. A segurança do paciente e a necessidade de
- treinamento cirúrgico são duas necessidades para as quais a RV oferece uma solução inovadora
- e promissora, desafiando anos de tradição, superando dilemas legais e éticos. Assim, os pontos
- fortes da simulação de RV incluem: as possibilidades quase ilimitadas para cirurgiões e
- internos/residentes treinarem sem estresse em ambientes realistas; e o custo dos simuladores
- de RV, que é menor do que os modelos de treinamento tradicionais alternativos.
- Atualmente, os residentes de oftalmologia podem treinar cirurgia de catarata operando em
- modelos animais ou humanos; ou em laboratórios úmidos onde olhos sintéticos estão
- disponíveis. Isso permite que eles desenvolvam suas habilidades, repetindo cada etapa da
- extração da catarata em um ambiente controlado, livre de qualquer pressão associada à cirurgia
- em um paciente real. No entanto, esses métodos têm sido criticados por não serem realistas e
- simularem inadequadamente a consistência e a anatomia do tecido, mas também por não
- permitirem qualquer avaliação objetiva. Neste caso, a pergunta “a tecnologia de simulação
- oferece a possibilidade de novas modalidades de treinamento e avaliação e pode, assim, ajudar
- a preparar os jovens cirurgiões, reduzindo sua ansiedade, mas principalmente os riscos para o
- paciente?” recebe uma resposta positiva em relação à validade dos simuladores para o treino
- cirúrgico na área da oftalmologia, em cirurgias de catarata, no treino de procedimentos que são
- considerados essenciais, como a realização de uma capsulorrexe, a facoemulsificação, a
- fissuração do núcleo cristalino e a sucção de massas cristalinas. A simulação de realidade virtual
- oferece um meio de aprendizagem sem riscos em situações complexas, críticas ou raras, bem
- como a promoção de abordagens de aprendizagem interdisciplinares e em equipe. Além disso,
- pode desempenhar um papel importante na avaliação de resultados e predição. Assim, os
- simuladores de realidade virtual constituem um meio promissor de treinamento e inauguram um
- novo paradigma na educação cirúrgica.
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(Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/cirurgia-de-catarata. –
texto especialmente adaptado para esta prova).
No fragmento textual “Esses simuladores permitiram que eles se desenvolvessem por meio da repetição” (l. 05-06), tem-se uma oração principal e uma oração subordinada substantiva:
Instrução: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Apontamentos sobre os direitos do consumidor
- A garantia é um dos direitos mais conhecidos e cobrados pelo consumidor. Mesmo que o
- fornecedor não ofereça contratualmente uma garantia por um produto, a lei prevê uma. Isso
- significa que todos os produtos vão contar com um período de garantia, de acordo com a natureza
- do produto: se durável ou não durável. Os bens duráveis têm garantia legal de 90 dias e os não
- duráveis, por sua vez, 30 dias. A essas garantias pode ser adicionada uma garantia contratual,
- caso as partes nutram bastante tal desejo.
- O consumidor pode exigir a troca do produto, se verificado que este já veio com algum
- defeito de fábrica. Nesses casos, o fornecedor tem 30 dias para corrigir o defeito observado. Se
- o consumidor verificar, passados os 30 dias, que o defeito não foi resolvido ou surgirem outros
- danos após o conserto, poderá ser exigida uma das seguintes condições: a troca do produto; o
- abatimento no preço; o dinheiro de volta (com a devida correção); nos casos de problemas com
- a quantidade do produto, a complementação do número de itens até que se atinja o previsto na
- embalagem ou o requerido pelo consumidor.
- O consumidor, como destinatário da publicidade, que é a propaganda de um produto ou
- serviço realizada pelo fornecedor, tem direito ___ proteção contra publicidade enganosa ou
- abusiva, que, inclusive, é considerada crime. O consumidor tem o direito de exigir que aquilo
- que foi anunciado seja efetivamente cumprido, sob pena de cancelamento do contrato e de
- recebimento ___ devolução da quantia paga. Por isso, a publicidade deve ser clara, direta e de
- fácil compreensão pelo consumidor. Assim, evita-se ___ que ele seja enganado propositalmente,
- ou que, sem querer, adquira um bem ou serviço sem conhecê-lo o suficiente.
- Como muitos já sabem, caso um produto de um estabelecimento comercial esteja indicado
- com um preço menor do que o que está sendo cobrado pelo estabelecimento, deve prevalecer
- aquele indicado na etiqueta. Assim, o consumidor não deve pagar a mais do que o indicado na
- etiqueta de preço. Porém, essa regra tem uma exceção: caso o preço esteja bem abaixo do valor
- de mercado do produto, de modo que seja possível que o cliente presuma ter havido um erro na
- hora de colocar o preço, é possível que o cliente pague o valor cobrado pelo fornecedor! Isto
- porque o direito do consumidor não serve para que ele se beneficie maliciosamente às custas do
- fornecedor. Segue ainda outra dica sobre preços: se existirem dois produtos de mesma marca,
- qualidade ou quantidade, porém etiquetados com preços diferentes, é direito do consumidor
- pagar o de menor valor, afinal estamos falando de produtos idênticos.
- Assim como a publicidade, os contratos devem ser redigidos de maneira clara, de modo
- que o consumidor entenda plenamente todas as regras ali contidas. O Código de Defesa do
- Consumidor (CDC) prevê também uma atenção especial aos chamados contratos de adesão, que
- são aqueles em que o consumidor não tem como discutir as cláusulas e apenas assina um modelo
- elaborado pelo fornecedor. Nesses casos, o tamanho da fonte utilizada no contrato não pode ser
- inferior a 12, de modo a facilitar a sua compreensão pelo consumidor. Além disso, as regras que
- significarem uma redução a algum direito do consumidor devem estar em evidência no texto.
- São vedadas, ainda, pelo CDC as cláusulas abusivas, aquelas que geram prejuízo ou
- colocam o consumidor em uma posição de desvantagem diante do fornecedor. Se o consumidor
- se sentir prejudicado, é possível requerer, judicialmente, a anulação dessas disposições
- contratuais. Como exemplos de cláusulas abusivas, podemos destacar aquelas que: no caso de
- dano ao consumidor, diminuam de forma extrema a responsabilidade do fornecedor; contenham
- proibições ao consumidor de devolver o bem ou de receber o dinheiro de volta nos casos em que
- o produto ou serviço venha, respectivamente, com defeitos ou com baixa qualidade; proíbam o
- consumidor de entrar diretamente na Justiça, obrigando-o a primeiro recorrer ao próprio
- fornecedor; nas hipóteses de parcelamento de um produto, prevejam que o consumidor perca
- todos os valores já pagos, em caso de inadimplemento das demais prestações.
Disponível em: https://chcadvocacia.adv.br/blog/o-que-e-direito-consumidor/#Vulnerabilidade_do_consumidor
– texto adaptado especialmente para esta prova.
Considere as seguintes afirmações sobre a frase “O Código de Defesa do Consumidor prevê igualmente uma atenção especial aos contratos de adesão” (l. 32-33):
I. “igualmente” desempenha a função sintática de adjunto adverbial de modo.
II. O sujeito dela é composto.
III. É formada por uma oração absoluta.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
O ERP e a gestão empresarial
- Os primeiros passos para se chegar a ferramentas tão tecnológicas como temos hoje no
- âmbito da administração de empresas foram dados em 1950. Naquela década, foi utilizado o
- primeiro mainstream, que tinha como objetivo a automatização de controle de estoques. Esse
- foi um passo inicial para a evolução desse mecanismo que, até então, tornava-se muito caro
- para as empresas e ainda era bastante lento. Nos anos 1970, a evolução do sistema de gestão
- trouxe para o mercado o Material Requirement Planning (MRP). Esse cenário se ............... até a
- década de 80, em que as redes de computadores vieram para resolver dois problemas:
- possibilitar o uso de servidores (redução de custo em relação aos mainframes) e estreitar a
- comunicação entre os famosos departamentos das empresas, seja via software ou visibilidade
- de informação. Na década de 90, com o salto nas redes de computadores e a queda nos
- investimentos em hardware, os softwares de gestão já se tornavam um diferencial nas grandes
- corporações, uma ferramenta de controle e gestão indispensável. O Gartner Group é responsável
- pelo termo ERP que conhecemos hoje. Eles entenderam que a evolução e transformação do MRP
- conversando com sistemas de outras áreas (RH, Financeiro, Vendas, Logística, etc.) permitia
- controlar transversalmente uma empresa inteira de forma assertiva. Gradativamente, esse
- conceito foi sendo aperfeiçoado ao longo do tempo para chegar até os ERPs que temos hoje,
- com um nível gerencial apurado e .................... por segmento.
- Dentro de uma organização, o ERP (Planejamento dos Recursos da Empresa, na tradução
- para o português) é um sistema de gestão empresarial que auxilia nos processos internos,
- automatizando operações manuais e transformando-as em processos de software, garantindo
- ___ guarda das informações em seu banco de dados. O ERP funciona como um software de
- gestão para unificar informações e facilitar o fluxo de trabalho entre ___ áreas. Levando-se em
- consideração que cada departamento necessita de uma ferramenta própria para poder gerar
- seus relatórios e executar tarefas rotineiras, o ERP passa a ter um papel fundamental,
- funcionando como um centralizador do fluxo de trabalho, alinhando a comunicação de todas as
- áreas e facilitando a tomada de decisão. Desta forma, ao invés de cada área possuir um software
- isolado, o ERP concentra todas as informações de forma integrada e inteligente, dando ___
- empresa autonomia na execução de tarefas rotineiras e tornando a comunicação interligada.
- Imagine que, por exemplo, o departamento que trata das finanças possa saber em tempo real
- o status de seus ganhos e destinar o dinheiro de maneira assertiva, tendo controle total do fluxo
- de caixa. É possível, com o ERP, ter essa visão de forma rápida e facilitada.
- Existem vários sistemas utilizados na gestão de empresas e, muitas vezes, as que ainda
- não adotaram um ERP acabam precisando de vários softwares para garantir a visibilidade de
- todas as frentes de negócio. Ou seja, os responsáveis pela gestão precisam navegar entre
- diferentes programas, coletando informações de vários painéis para só então analisar os dados
- e tomar decisões. As pessoas sabem que, neste cenário, as informações se perdem e os dados
- copiados podem ser utilizados de forma errada. Resumindo: muitas vezes há dor de cabeça e
- tempo gasto para localizar um problema de fácil resolução. O ERP tem como principal objetivo
- organizar todo o volume de informação gerado pela empresa. Dotado de uma estrutura robusta,
- o sistema de gestão é capaz de auxiliar todos os departamentos com funcionalidades que
- auxiliam em diferentes frentes de rotinas diárias, como, por exemplo, controle financeiro,
- administração de suprimentos e gestão de colaboradores.
- Os sistemas de ERP são oferecidos pelo mercado em diversas modalidades.
- Diferentemente de outros programas e sistemas de computador, o sistema de gestão não está
- à venda em gôndolas de lojas e, em sua maioria, não é um sistema pronto para instalação e uso.
- Por ser um software robusto, ele requer processos para que tudo comece a rodar em perfeitas
- condições. Além disso, por abranger tantos departamentos da empresa, o ERP pode ser
- comprado em módulos, ficando sob medida em relação às necessidades da companhia.
Disponível em: https://www.senior.com.br/sistema-erp-o-que-e-e-como-funciona
– texto adaptado especialmente para esta prova.
Avalie as seguintes asserções sobre o ERP e a relação proposta entre elas:
I. É um sistema auxiliar da gestão empresarial que armazena informações em banco de dados e automatiza operações manuais, transformando-as em processo de software.
PORQUE
II. Trata-se de um software de gestão capaz de unificar informações e favorecer o fluxo de trabalho entre diferentes áreas de uma empresa.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa que indica o número do termo que tem a função sintática de adjunto adnominal no trecho a seguir. O número referente ao termo sublinhado está inserido imediatamente após cada um dos termos. “A mãe (1) fazer o ruído (2) do motor (3) enquanto aproxima o pseudoaviãozinho (4) da sua boca não ajuda (5) em nada”.
Instrução: As questões de números 51 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Ser moderno
- Em 1922, um grupo de artistas ligados ...... elite de uma São Paulo recém alçada de vila a
- metrópole criou um evento que entrou para a história como um dos maiores fracassos da sua
- época: a Semana de Arte Moderna. O tempo passou e começamos ...... entender o quão
- disruptiva essa iniciativa se tornou. A celebração dos cem anos deveria versar sobre a criativa e
- inovadora arte brasileira criada desde então. Uma arte transgressora, influenciada por muitas
- origens que revelam uma identidade que, essencialmente, significa diversidade, o nosso maior
- patrimônio.
- No fundo, a Semana de 22 ganhou tamanha notoriedade por uma vontade de resgatar
- heróis e afirmar nacionalismos e regionalismos, para que alguns possam ser chamados de
- desbravadores e bandeirantes de descobridores de um país que, até então, não se manifestava.
- Este ponto de vista é similar ...... ideia eurocêntrica de “descobrimento”. Os Brasis sempre
- existiram com sua imensa diversidade e cultura multifacetada. Nem os Andrades e nem Tarsila
- inventaram o Brasil em 1922. Os Brasis já estavam lá, diversos, vivos, resistentes.
- Independente do questionável protagonismo de seus partícipes durante a Semana de 22,
- o Brasil teve um século pujantemente moderno nas artes visuais, na arquitetura, na música, na
- literatura, no pensamento. Apesar de quem tentou se apropriar, os Brasis conseguiram se manter
- originais dentro de suas territorialidades. Não foi a semana, mas sim três expoentes absolutos
- da nossa criatividade que marcaram a divisão de águas de um país colônia para um país que
- desejava ser cosmopolita. Villa-Lobos, Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram holofotes
- que iluminaram esse caminho do pensamento pequeno para o pensamento universal.
- O que aconteceu em 22 foi que um grupo de artistas abriu as portas das identidades
- brasileiras para que a sociedade urbana da época ficasse escandalizada com o que viu. Coube
- ...... outra geração construir a linguagem que seria celebrada a partir desse momento e inventar
- o que de fato é ser moderno. Cabe a quem estiver por vir manter acesa essa chama de querer
- ter uma voz na dimensão contemporânea.
..
(Fonte: DANTAS, Marcello. Ser moderno. Zero Hora, Porto Alegre, ano 58, n. 20, 19 e 20 fev. 2022).
Analise a classificação dos seguintes termos retirados do texto:
I. Na linha 01, a expressão “Em 1922” é um adjunto adverbial.
II. Na linha 03, o sujeito do verbo “começamos” é indeterminado.
III. Na linha 12, o verbo “existiram” é transitivo indireto.
IV. Na linha 13, “o Brasil” representa um objeto direto.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 51 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Ser moderno
- Em 1922, um grupo de artistas ligados ...... elite de uma São Paulo recém alçada de vila a
- metrópole criou um evento que entrou para a história como um dos maiores fracassos da sua
- época: a Semana de Arte Moderna. O tempo passou e começamos ...... entender o quão
- disruptiva essa iniciativa se tornou. A celebração dos cem anos deveria versar sobre a criativa e
- inovadora arte brasileira criada desde então. Uma arte transgressora, influenciada por muitas
- origens que revelam uma identidade que, essencialmente, significa diversidade, o nosso maior
- patrimônio.
- No fundo, a Semana de 22 ganhou tamanha notoriedade por uma vontade de resgatar
- heróis e afirmar nacionalismos e regionalismos, para que alguns possam ser chamados de
- desbravadores e bandeirantes de descobridores de um país que, até então, não se manifestava.
- Este ponto de vista é similar ...... ideia eurocêntrica de “descobrimento”. Os Brasis sempre
- existiram com sua imensa diversidade e cultura multifacetada. Nem os Andrades e nem Tarsila
- inventaram o Brasil em 1922. Os Brasis já estavam lá, diversos, vivos, resistentes.
- Independente do questionável protagonismo de seus partícipes durante a Semana de 22,
- o Brasil teve um século pujantemente moderno nas artes visuais, na arquitetura, na música, na
- literatura, no pensamento. Apesar de quem tentou se apropriar, os Brasis conseguiram se manter
- originais dentro de suas territorialidades. Não foi a semana, mas sim três expoentes absolutos
- da nossa criatividade que marcaram a divisão de águas de um país colônia para um país que
- desejava ser cosmopolita. Villa-Lobos, Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram holofotes
- que iluminaram esse caminho do pensamento pequeno para o pensamento universal.
- O que aconteceu em 22 foi que um grupo de artistas abriu as portas das identidades
- brasileiras para que a sociedade urbana da época ficasse escandalizada com o que viu. Coube
- ...... outra geração construir a linguagem que seria celebrada a partir desse momento e inventar
- o que de fato é ser moderno. Cabe a quem estiver por vir manter acesa essa chama de querer
- ter uma voz na dimensão contemporânea.
..
(Fonte: DANTAS, Marcello. Ser moderno. Zero Hora, Porto Alegre, ano 58, n. 20, 19 e 20 fev. 2022).
Observe as assertivas abaixo a respeito da seguinte frase retirada do texto, porém adaptada: “O Brasil teve um século pujantemente moderno nas artes visuais”.
I. É possível classificar o trecho como uma frase verbal, uma oração e um período simples.
II. O verbo “teve” é um verbo transitivo direto, pois apresenta um complemento verbal que não inicia por preposição.
III. O trecho possui dois adjuntos adverbiais.
IV. O predicado é nominal.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Aviãozinho
Por Luís Fernando Verissimo
- A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
- usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
- tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
- sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
- pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
- avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
- Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
- não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
- a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
- cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
- que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
- fazendo barulho?
- Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
- sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
- a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
- perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
- possível consequência da minha distração ― ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
- já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
- tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
- junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
- A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
- de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
- Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
- jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
- só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
- Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
- E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
- caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
- escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
- caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
- levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
- Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
- obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
- aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
- tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
- Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
- certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
- atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
- entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
- era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
- de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
- em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
- Tinha sido destruída por um terremoto.
(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
No trecho “Se você quiser parar por aqui” (l. 23), a conjunção “se” indica a ideia de ___________ e poderia ser substituída por ___________, desde que __________ feitas alterações no período a fim de ser mantida a correção gramatical.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Considerações sobre os mais importantes tipos de certificações de qualidade ISO
01 As certificações de qualidade ISO (Organização Internacional para Padronização, na
02 tradução para o português) representam uma forma de assegurar que empresas públicas ou
03 privadas estejam aptas para fornecer um produto, serviço ou sistema, conforme as exigências
04 das agências reguladoras e dos clientes. Tal entidade tem como foco ___ normatização de
05 sistemas para a garantia da qualidade dos processos internos em diferentes segmentos do
06 mercado. No Brasil, a organização está ligada ___ Associação Brasileira de Normas Técnicas
07 (ABNT), instaurando um padrão que não só eleva ___ competitividade da empresa, mas redefine
08 os procedimentos, tornando-a um referencial.
09 A ISO 9000 é a série de normas mais famosas mundialmente. Com atualizações recentes,
10 esse grupo de regulamentos está voltado para a aplicabilidade do Sistema de Gestão da
11 Qualidade nas empresas. Além de ressaltarem o objetivo e os termos do sistema que devem ser
12 considerados para a obtenção de melhorias na administração do negócio, as certificações de
13 qualidade ISO 9000 oferecem meios para a implementação e o monitoramento contínuo de
14 técnicas para a otimização de processos. Dentre as principais vantagens da implementação da
15 ISO 9000, podemos elencar: aumento da produtividade, redução de custos, garantia da
16 qualidade dos processos, visão mais ampla do fluxo de trabalho, certificação de reconhecimento
17 global, credibilidade e diferencial competitivo nas relações comerciais, segurança nos
18 procedimentos e na tomada de decisões.
19 Com base na série 9000, mas direcionada para propósitos diferentes, a ISO 14000
20 estabelece diretrizes para garantir a boa implementação do Sistema de Gestão Ambiental entre
21 as empresas. Ao convergir esforços para questões sustentáveis, as certificações dessa família
22 asseguram o equilíbrio e a proteção ambiental. Isso ocorre por meio da prevenção de problemas
23 que podem afetar a sociedade e a economia. Para que uma empresa obtenha o certificado ISO
24 14000, ela precisa estar comprometida com toda a legislação ambiental prevista em seu país,
25 mas não somente isso. Uma vez que conquista a certificação, a organização atesta sua
26 preocupação com a natureza e demonstra suas responsabilidades ambientais em padrões
27 mundiais. Trata-se de uma reorganização da corporação, levando-se em conta padrões que
28 determinam a melhoria contínua de processos pelo treinamento de seus funcionários.
29 Já a ISO 17025 trata da certificação de laboratórios de calibração e de ensaio. A
30 acreditação é dada para um escopo, consoante os serviços prestados e a capacidade de medição.
31 Sendo assim, esse certificado funciona como uma comprovação de que determinado laboratório
32 realiza suas tarefas com precisão, obtendo resultados de grande qualidade. De maneira
33 semelhante à obtenção das certificações de qualidade ISO 9000 ou ISO 14000, para conquistar
34 o selo final, a empresa é obrigada a passar por várias auditorias. No caso da ISO 17025, a análise
35 é composta por critérios rigorosos, assegurando que o laboratório avaliado está “encaixado”, de
36 fato, em um padrão internacional. Por outro lado, o cliente que contata uma organização
37 acreditada por essa norma se sente mais seguro e satisfeito. Isso porque a pessoa sabe que o
38 laboratório é adequado para o controle e a análise das amostras, segundo as padronizações
39 ambientais e de segurança. Todos os técnicos são preparados para realizar a coleta e a análise
40 das amostras de resíduos, seguindo os parâmetros da norma. Eles recebem constantes
41 qualificações.
42 Por fim, a última da lista de certificações de qualidade ISO trata da gestão e da
43 conservação de energia. Em um cenário econômico dificultado, a escalada de preços da energia
44 leva as pessoas a procurarem por novas maneiras de diminuir custos e melhorar o desempenho
45 ambiental. Com essa realidade no mercado, a ISO 50001 surge como um auxílio para as
46 organizações que desejam aprimorar o desempenho em energia, aumentando a eficiência
47 energética e reduzindo as mudanças climáticas. A implementação de um Sistema de Gestão de
48 Energia dentro das diretrizes dessa ISO pode trazer ganhos não só para plantas industriais, mas
49 também para instalações comerciais e até mesmo para empresas inteiras.
Disponível em: https://www.previnsa.com.br/blog/certificacoes-de-qualidade-iso-conheca-os-4-tipos-principais/ – texto adaptado especialmente para esta prova.
Sobre o uso dos parênteses em destaque na abertura do texto, considere as seguintes afirmações:
I. Permitem a substituição por travessões, não havendo prejuízos à compreensão da mensagem original.
II. Acrescentam uma reflexão, um comentário à margem do que se postula.
III. Trazem uma nota emocional incluída pelo autor.
IV. Possuem caráter explicativo.
Quais estão corretas?
Instrução: As questões de números 01 a 15 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
A importância da Constituição Federal para a democracia brasileira
Por Juliane Nakamura
- A palavra democracia é originária do grego e de forma popular significa o “poder do povo”,
- muitos estudiosos dizem que a democracia é a mais justa das formas de governo, já que o povo
- é quem elege seus representantes. Já disse Abraham Lincoln (1809 – 1865), presidente dos
- Estados Unidos: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”.
- Ao longo do tempo __ Brasil experimentou diversas formas de “democracia” que ▲ por
- muitas vezes, não contemplava toda a população, a exemplo da Constituição de 1824, que previa
- apenas a po...ibilidade de homens livres e detentores de certa quantia de bens votarem para
- elegerem os políticos daquela época.
- Com o passar dos anos, __ diversas formas de democracia no Brasil sofreram várias
- alterações e até extinção, como no caso do golpe militar de 1964, quando a democracia instalada
- no Brasil, prevista na Constituição de 1946, foi dizimada pela ditadura militar, que durou 21
- anos, restringindo __ direitos dos cidadãos e da imprensa e monopolizou o governo do país.
- Naquele período, o fe...amento do Congresso Nacional foi decretado várias vezes por meio de
- “recessos”, deixando o poder centralizado apenas no presidente da República.
- Passados os 21 anos de censura, perseguição, restrição dos direitos individuais e coletivos,
- em 27 de novembro de 1985, por meio da emenda constitucional 26, foi convocada a Assembleia
- Nacional Constituinte com a finalidade de elaborar novo texto constitucional para expressar a
- realidade social pela qual passava o país, que vivia um processo de redemocratização após o
- término do regime militar, sendo a Constituição atual promulgada em 05 de outubro de 1988.
- A nova Constituição vigente até hoje foi elaborada para pre...ervar a liberdade civil, os
- direitos e garantias individuais, os direitos trabalhistas, a periodicidade e formato das eleições,
- instituindo o voto direto, secreto, universal e periódico, sendo assim, todo mandatário deve ser
- eleito pelo povo.
- A Constituição de 1988 sedimentou a democracia brasileira, conferindo a todo cidadão
- brasileiro a liberdade e o direito de escolher seus representantes, sem distinção de gênero, raça,
- religião, idade ou condição econômica.
- Nesse sentido, é importante salientar que a manutenção da democracia não depende
- apenas da forma como os representantes do povo são escolhidos, mas também se estes
- representantes estão cumprindo com as vontades e necessidades do povo. No Brasil,
- enfrentamos diversos problemas ocasionados por interesses pessoais dos eleitos, que, por vezes,
- se articulam para aprovar e sancionar leis que beneficiam uma minoria, enquanto as leis que
- beneficiariam uma margem grande da população ficam engavetadas. Dessa forma, a
- democracia envolve, além do direito de eleger nossos representantes, a obrigação de fiscalizar
- o trabalho dos eleitos.
(Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/artigo/a-importancia-da-constituicao-federal-para-a-democracia-brasileira/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
No trecho “A Constituição de 1988 sedimentou a democracia brasileira” (l. 24) os elementos em negrito têm função de:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
A sofisticação da línguas indígenas
Por Reinaldo José Lopes
- Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito
- telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”. Agora, imagine uma língua
- totalmente diferente do português que deu um jeito de incorporar um conceito parecido na
- própria estrutura das palavras, criando o que os linguistas apelidaram de “sufixo frustrativo” –
- um #sqn que faz parte da própria história do idioma.
- Bom, é exatamente assim que funciona no kotiria, um idioma da família linguística tukano
- que é falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Para exprimir
- a função “frustrativa”, o kotiria usa um sufixo (ou seja, alguns sons colocados no fim da palavra)
- com a forma --ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá?
- Basta pegar o verbo “ir”, que é wa’a em kotiria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”.
- Dá para encontrar detalhes surpreendentes como esse em todas as mais de 150 línguas
- indígenas ainda faladas no território brasileiro. Elas são apenas a ponta do iceberg do que um
- dia existiu por aqui, diga-se. Como mostra o livro Índio Não Fala Só Tupi, lançado neste ano
- pelas linguistas Bruna Franchetto e Kristina Balykova, calcula-se que pelo menos 80% dos
- idiomas que eram falados no Brasil desapareceram de 1500 para cá.
- Mesmo assim, o país continua abrigando uma das maiores diversidades linguísticas do
- planeta, com a presença de idiomas tão diferentes entre si quanto o alemão do árabe ou os
- idiomas do Congo em relação ao mandarim (aliás, algumas das línguas “made in Brazil” usam
- tons, semelhantes a notas musicais, para diferenciar o significado de algumas sílabas, algo que
- o mandarim também faz).
- O famoso tupi antigo ou tupinambá, falado em boa parte do litoral brasileiro quando Pedro
- Álvares Cabral pisou aqui, era só uma delas. A propósito, esqueça aquele negócio de “tupiguarani”,
- expressão que é meio como dizer “português-espanhol”. O tupi é uma língua; o guarani
- é outra – e, aliás, existem diversas formas de guarani, nem sempre inteligíveis entre si.
- O único emprego correto do substantivo composto “tupi-guarani” é o que serve para
- designar uma subfamília linguística com esse nome, a qual engloba dezenas de idiomas. Entre
- seus membros ainda usados no cotidiano estão o nheengatu (um descendente moderno do tupi
- do Brasil-Colônia), os vários “guaranis”, o tapirapé e o guajá. Uma subfamília, como você pode
- imaginar, faz parte de uma família linguística mais ampla – nesse caso, a família tupi
- propriamente dita, que inclui ainda outras dezenas de línguas, como o munduruku, o juruna, o
- tupari e o suruí.
- Existem pelo menos outras três grandes famílias linguísticas no país, diversas outras
- famílias de porte mais modesto e, de quebra, várias línguas consideradas isoladas, ou seja, sem
- nenhum parentesco identificável com outros idiomas. É mais ou menos o mesmo caso do basco,
- falado na Espanha e na França – com a diferença de que o basco é um dos únicos casos desse
- tipo no território europeu. Essa comparação ajuda a entender o tamanho da riqueza linguística
- brasileira.
(Disponível em: Revista Superinteressante – https://super.abril.com.br/historia/a-sofisticacao-das-linguas-
indigenas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que indica a função sintática exercida pela oração sublinhada no trecho a seguir: “algumas das línguas “made in Brazil” usam tons, semelhantes a notas musicais, para diferenciar o significado de algumas sílabas, algo que o mandarim também faz”.
Leia o texto para responder às questões a seguir.
Salão do Artesanato da Paraíba começa nesta quarta e deve atrair mais de 100 mil pessoas em Campina
Todos os caminhos do artesanato paraibano estão em direção a Campina Grande, onde, nesta quarta-feira (08), será aberto o 34º Salão do Artesanato Paraibano – o primeiro presencial após dois anos de pandemia severa da covid-19. A expectativa é de que sejam batidos os números de 2019, quando o evento teve a visita de mais de 100 mil pessoas e a venda superior a R$ 1,3 milhões. Toda a estrutura foi montada no Museu de Arte Contemporânea (MAC) e funcionará das 15h às 22h, até o dia 03 de julho. A entrada é gratuita, com arrecadação voluntária de alimentos não perecíveis para posterior doação a instituições filantrópicas.
O tema do Salão do Artesanato em 2022 será “Bordados que contam histórias” e, além da exposição dos trabalhos de 400 artesãos, representando as diferentes tipologias de artesanato produzidas em todas as regiões estado, em especial de João Pessoa, Campina Grande, Alagoa Nova, Galante, Serra Redonda e Gurinhém, o clima de confraternização e calor humano certamente serão um dos principais diferenciais para o sucesso do evento que acontece ainda em clima dos festejos juninos.
O calor humano, o entusiasmo visto nos olhos, a expectativa desse retorno presencial já são marcas do evento, conforme a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez. “Todos estavam morrendo de vontade de se abraçar novamente, de se conectar, e esse momento chegou”. Sobre a estimativa de vendas, a gestora explicou que os números não são mensuráveis, tendo em vista os artesãos receberem encomendas durante todo o ano.
A escolha pelo bordado, segundo Marielza Rodrigues, foi do próprio governador da Paraíba, João Azevêdo, que adotou o critério de potencializar todas as tipologias que, por algum motivo, estejam longe dos holofotes das pessoas. O bordado é uma técnica milenar utilizada para ornamentar tecidos, fruto do talento e da habilidade com linha e agulha. “Além dos trabalhos, o Salão irá contar histórias dessas bordadeiras, que narram as suas vidas e de sobrevivência explorando o talento e a agilidade com as mãos na produção das peças”.
Para a presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), Ruth Avelino, a realização do Salão do Artesanato em Campina Grande em pleno São João serve de maior estímulo para que as pessoas, da Paraíba e do Brasil, visitem o local. O artesanato, conforme a executiva, é um dos diferenciais que o paraibano tem e muito valorizado até mesmo fora do país. “O artesanato mexe com basicamente toda a cadeia produtiva, gerando novos empregos e injetando milhões de reais na economia local”, pontuou.
Ruth Avelino destacou ainda, que por uma ação do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campina Grande, a Azul Linhas Aéreas começou a operar voos dedicados (fretados) para o Maior São João do Mundo, desde a quinta-feira (02), com saída do Aeroporto de Campinas, interior de São Paulo. As frequências serão operadas quatro vezes por semana, às segundas, quartas, sextas e domingos, em parceria com a Azul Viagens. As aeronaves são um Airbus A320neo, com capacidade para até 174 clientes, serão responsáveis por cumprir o trajeto que vai durar quase três horas.
https://www.pbtur.pb.gov.br/2022/06/07
“Sobre a estimativa de vendas, a gestora explicou que os números não são mensuráveis, tendo em vista os artesãos receberem encomendas durante todo o ano.”
Assinale a alternativa INCORRETA.
Leia o texto para responder às questões a seguir.
Salão do Artesanato da Paraíba começa nesta quarta e deve atrair mais de 100 mil pessoas em Campina
Todos os caminhos do artesanato paraibano estão em direção a Campina Grande, onde, nesta quarta-feira (08), será aberto o 34º Salão do Artesanato Paraibano – o primeiro presencial após dois anos de pandemia severa da covid-19. A expectativa é de que sejam batidos os números de 2019, quando o evento teve a visita de mais de 100 mil pessoas e a venda superior a R$ 1,3 milhões. Toda a estrutura foi montada no Museu de Arte Contemporânea (MAC) e funcionará das 15h às 22h, até o dia 03 de julho. A entrada é gratuita, com arrecadação voluntária de alimentos não perecíveis para posterior doação a instituições filantrópicas.
O tema do Salão do Artesanato em 2022 será “Bordados que contam histórias” e, além da exposição dos trabalhos de 400 artesãos, representando as diferentes tipologias de artesanato produzidas em todas as regiões estado, em especial de João Pessoa, Campina Grande, Alagoa Nova, Galante, Serra Redonda e Gurinhém, o clima de confraternização e calor humano certamente serão um dos principais diferenciais para o sucesso do evento que acontece ainda em clima dos festejos juninos.
O calor humano, o entusiasmo visto nos olhos, a expectativa desse retorno presencial já são marcas do evento, conforme a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez. “Todos estavam morrendo de vontade de se abraçar novamente, de se conectar, e esse momento chegou”. Sobre a estimativa de vendas, a gestora explicou que os números não são mensuráveis, tendo em vista os artesãos receberem encomendas durante todo o ano.
A escolha pelo bordado, segundo Marielza Rodrigues, foi do próprio governador da Paraíba, João Azevêdo, que adotou o critério de potencializar todas as tipologias que, por algum motivo, estejam longe dos holofotes das pessoas. O bordado é uma técnica milenar utilizada para ornamentar tecidos, fruto do talento e da habilidade com linha e agulha. “Além dos trabalhos, o Salão irá contar histórias dessas bordadeiras, que narram as suas vidas e de sobrevivência explorando o talento e a agilidade com as mãos na produção das peças”.
Para a presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), Ruth Avelino, a realização do Salão do Artesanato em Campina Grande em pleno São João serve de maior estímulo para que as pessoas, da Paraíba e do Brasil, visitem o local. O artesanato, conforme a executiva, é um dos diferenciais que o paraibano tem e muito valorizado até mesmo fora do país. “O artesanato mexe com basicamente toda a cadeia produtiva, gerando novos empregos e injetando milhões de reais na economia local”, pontuou.
Ruth Avelino destacou ainda, que por uma ação do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campina Grande, a Azul Linhas Aéreas começou a operar voos dedicados (fretados) para o Maior São João do Mundo, desde a quinta-feira (02), com saída do Aeroporto de Campinas, interior de São Paulo. As frequências serão operadas quatro vezes por semana, às segundas, quartas, sextas e domingos, em parceria com a Azul Viagens. As aeronaves são um Airbus A320neo, com capacidade para até 174 clientes, serão responsáveis por cumprir o trajeto que vai durar quase três horas.
https://www.pbtur.pb.gov.br/2022/06/07
“Todos estavam morrendo de vontade de se abraçar novamente, de se conectar, e esse momento chegou”.
As palavras destacadas exercem as funções respectivamente de:
Leia o texto.
Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por fazer bigode. Os olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um homem com ares de menino. Ao cabo era um lindo garção*, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.
Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas, porém, a que me cativou foi uma … uma … uma que não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção ele é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de hortelão da Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.
Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que não lhe permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga do dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, – uma pérola.
* rapaz, moço
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas. Excerto)
Na estrutura sintática de nossa língua, o nome pode ser empregado em várias funções.
Assinale a alternativa em que o nome sublinhado compõe um adjunto adverbial.
UM ABRAÇO EM PELÉ
1 Eu ainda não tive o prazer de lhe ser apresentado, meu caro Pelé, mas agora, com o fato de termos sido condecorados juntos pelo governo de França - você no grau de Cavaleiro e eu no de Oficial: e mais justo me pareceria o contrário - vamos certamente nos conhecer e tornar amigos. Ninguém mais que você merece tão alta distinção, sobretudo por ter sido conferida espontaneamente - pois ninguém mais que você tem levado o nome do Brasil para fora de nossas fronteiras. Da Sibéria à Patagônia todo mundo conhece Pelé; e eu estou certo de que você entraria fácil na lista das dez personalidades mais famosas de nossos dias.
2 Não posso disfarçar o orgulho que a condecoração me causa, embora seja, de natureza, avesso a honrarias; e orgulho tanto maior porque nela estamos juntos: preto e branco (as cores do meu Botafogo!) e também as cores irmãs de nossa integração racial. Sim, caro Pelé, nós representamos, em face da comenda que nos é conferida, o Brasil racialmente integrado, o Brasil sem ódio e sem complexos, o Brasil que olha para o futuro sem medo porque, apesar dos pesares, é bom de mulher, bom de música, bom de poesia, bom de pintura, bom de arquitetura e bom de bola. Particularmente por isso considero-me feliz de estar a seu lado no momento em que nos colocarem no peito a condecoração.
3 Que você tenha sido distinguido pela Ordem Nacional do Mérito da França nada me parece mais natural. A França sempre deu um alto valor ao gênio, e você, meu grande Pelé, é um gênio completo, porque o seu futebol representa um reflexo imediato de sua cabeça nos seus pés. Eu não sou gênio, não. Eu tenho que pensar um bocado para que a mão transmita direito o que a cabeça lucubrou. Meus gols são mais raros que os seus. Você é com justa razão chamado o Rei. Quanto a mim, que rei sou eu?
4 Mas nada disso turva a satisfação que sinto em ser o seu Coutinho nesta nova investida do Brasil na área internacional. Parabéns, meu caro Pelé. Parabéns e o melhor abraço aqui do seu irmãozinho!
Disponível em: https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/prosa/um-abraco-em-pele
A opção que contém a análise correta do segmento oracional está em:
UM ABRAÇO EM PELÉ
1 Eu ainda não tive o prazer de lhe ser apresentado, meu caro Pelé, mas agora, com o fato de termos sido condecorados juntos pelo governo de França - você no grau de Cavaleiro e eu no de Oficial: e mais justo me pareceria o contrário - vamos certamente nos conhecer e tornar amigos. Ninguém mais que você merece tão alta distinção, sobretudo por ter sido conferida espontaneamente - pois ninguém mais que você tem levado o nome do Brasil para fora de nossas fronteiras. Da Sibéria à Patagônia todo mundo conhece Pelé; e eu estou certo de que você entraria fácil na lista das dez personalidades mais famosas de nossos dias.
2 Não posso disfarçar o orgulho que a condecoração me causa, embora seja, de natureza, avesso a honrarias; e orgulho tanto maior porque nela estamos juntos: preto e branco (as cores do meu Botafogo!) e também as cores irmãs de nossa integração racial. Sim, caro Pelé, nós representamos, em face da comenda que nos é conferida, o Brasil racialmente integrado, o Brasil sem ódio e sem complexos, o Brasil que olha para o futuro sem medo porque, apesar dos pesares, é bom de mulher, bom de música, bom de poesia, bom de pintura, bom de arquitetura e bom de bola. Particularmente por isso considero-me feliz de estar a seu lado no momento em que nos colocarem no peito a condecoração.
3 Que você tenha sido distinguido pela Ordem Nacional do Mérito da França nada me parece mais natural. A França sempre deu um alto valor ao gênio, e você, meu grande Pelé, é um gênio completo, porque o seu futebol representa um reflexo imediato de sua cabeça nos seus pés. Eu não sou gênio, não. Eu tenho que pensar um bocado para que a mão transmita direito o que a cabeça lucubrou. Meus gols são mais raros que os seus. Você é com justa razão chamado o Rei. Quanto a mim, que rei sou eu?
4 Mas nada disso turva a satisfação que sinto em ser o seu Coutinho nesta nova investida do Brasil na área internacional. Parabéns, meu caro Pelé. Parabéns e o melhor abraço aqui do seu irmãozinho!
Disponível em: https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/prosa/um-abraco-em-pele
Sobre a oração destacada neste segmento “Pelé, é um gênio completo, porque o seu futebol representa um reflexo imediato de sua cabeça nos seus pés”, é correto o que se afirma em:
UM ABRAÇO EM PELÉ
1 Eu ainda não tive o prazer de lhe ser apresentado, meu caro Pelé, mas agora, com o fato de termos sido condecorados juntos pelo governo de França - você no grau de Cavaleiro e eu no de Oficial: e mais justo me pareceria o contrário - vamos certamente nos conhecer e tornar amigos. Ninguém mais que você merece tão alta distinção, sobretudo por ter sido conferida espontaneamente - pois ninguém mais que você tem levado o nome do Brasil para fora de nossas fronteiras. Da Sibéria à Patagônia todo mundo conhece Pelé; e eu estou certo de que você entraria fácil na lista das dez personalidades mais famosas de nossos dias.
2 Não posso disfarçar o orgulho que a condecoração me causa, embora seja, de natureza, avesso a honrarias; e orgulho tanto maior porque nela estamos juntos: preto e branco (as cores do meu Botafogo!) e também as cores irmãs de nossa integração racial. Sim, caro Pelé, nós representamos, em face da comenda que nos é conferida, o Brasil racialmente integrado, o Brasil sem ódio e sem complexos, o Brasil que olha para o futuro sem medo porque, apesar dos pesares, é bom de mulher, bom de música, bom de poesia, bom de pintura, bom de arquitetura e bom de bola. Particularmente por isso considero-me feliz de estar a seu lado no momento em que nos colocarem no peito a condecoração.
3 Que você tenha sido distinguido pela Ordem Nacional do Mérito da França nada me parece mais natural. A França sempre deu um alto valor ao gênio, e você, meu grande Pelé, é um gênio completo, porque o seu futebol representa um reflexo imediato de sua cabeça nos seus pés. Eu não sou gênio, não. Eu tenho que pensar um bocado para que a mão transmita direito o que a cabeça lucubrou. Meus gols são mais raros que os seus. Você é com justa razão chamado o Rei. Quanto a mim, que rei sou eu?
4 Mas nada disso turva a satisfação que sinto em ser o seu Coutinho nesta nova investida do Brasil na área internacional. Parabéns, meu caro Pelé. Parabéns e o melhor abraço aqui do seu irmãozinho!
Disponível em: https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/prosa/um-abraco-em-pele
“...a cabeça lucubrou”. Sobre essa oração só é verdadeiro o que se afirma em:
Leia o texto.
Anúncio de João Alves
Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:
À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.
Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.
Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.
55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.
Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.
Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.
Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.
Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.
Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.
(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)
Assinale a alternativa em que há aposto marcado com vírgula, obrigatoriamente.
Sócrates e as redes sociais
1 Esses dias eu li um artigo que fala sobre a relação entre a história de Sócrates e o nosso comportamento nas redes sociais. Parece meio estranho, mas a ideia é que ele tinha uma postura em relação à moral semelhante ao que muita gente quer ter hoje em dia.
2 Sobre Sócrates, o que a gente sabe dele vem do principal discípulo, que foi Platão. Em um diálogo chamado “Apologia de Sócrates”, Platão fala do processo que levou Sócrates a ser condenado à morte por envenenamento. De acordo com Platão, Sócrates contou que um amigo dele, Querefonte, foi ao Oráculo de Delfos e perguntou quem era o homem mais sábio. O oráculo respondeu que era Sócrates. E Sócrates ficou assustado quando soube disso, porque ele era homem simples, filho de uma parteira e de um artesão, e trabalhava como artesão, assim como o pai. Não existia nada de especial em Sócrates e ele mesmo não via motivo algum para que fosse considerado o homem mais sábio. Por conta disso, Sócrates passa a procurar alguém mais sábio do que ele ‒ e de acordo com ele mesmo ‒ não encontra. Pode parecer só uma falta de modéstia, mas a questão aqui é a distinção entre sabedoria e inteligência.
3 Sócrates encontra, naturalmente, pessoas mais inteligentes do que ele, artistas, políticos, poetas… Mas o problema é que essas pessoas acreditavam que já sabiam de tudo, ou que o que sabiam bastava. E é por isso que Sócrates conclui que nenhum deles era mais sábio. No entanto, Sócrates entende que o deus Apolo, por meio do Oráculo, não queria exaltar a sabedoria dele, mas sim mostrar que nenhum homem é sábio, mas todos podem buscar a sabedoria, todos podem ser filósofos. E, lembre, filosofia é “amor à sabedoria” e não simplesmente “sabedoria”. É justamente daí que vem a famosa frase paradoxal utilizada por Sócrates: “Só sei que nada sei”.
4 Sócrates é mais sábio porque ele pelo menos é capaz de reconhecer a ignorância e de ir em busca da verdade. Mas ele não sabe tudo. Então, se coloca na posição de perguntar, de questionar, de colocar contra a parede aqueles que acham que sabem. E é aqui que a analogia do texto, entre Sócrates e as redes sociais, faz sentido.
5 Quando estamos no YouTube, Twitter, Instagram ou qualquer outro desses serviços de redes sociais, tendemos a observar e condenar as atitudes alheias. Como se fôssemos Sócrates, vamos apontando os defeitos e as falhas dos outros como se estivéssemos fazendo um grande bem à humanidade. Desde as discussões mais sérias até as mais banais, estamos lá, questionando o saber alheio, mostrando os problemas nos argumentos, perguntando: “Você realmente sabe o que acha que sabe?”. Nada disso é errado, mas cabe uma reflexão sobre essa pretensão de verdade que nos atinge.
6 Muitos leitores de Platão acusam Sócrates de dissimulação. Por detrás da ironia, na verdade estaríamos diante de um homem que se acha superior aos outros e, que, por isso, se vê no direito de mostrar que eles estão errados, humilhando os adversários, exibindo o seu conhecimento. E, você, quando está na internet, não se sente um pouco assim?
Disponível em: https://marcosramon.net/blog/socrates-e-as-redes-sociais
Sobre a oração “Sócrates se foi para sempre”, a análise do termo destacado foi corretamente registrado na opção:
Sócrates e as redes sociais
1 Esses dias eu li um artigo que fala sobre a relação entre a história de Sócrates e o nosso comportamento nas redes sociais. Parece meio estranho, mas a ideia é que ele tinha uma postura em relação à moral semelhante ao que muita gente quer ter hoje em dia.
2 Sobre Sócrates, o que a gente sabe dele vem do principal discípulo, que foi Platão. Em um diálogo chamado “Apologia de Sócrates”, Platão fala do processo que levou Sócrates a ser condenado à morte por envenenamento. De acordo com Platão, Sócrates contou que um amigo dele, Querefonte, foi ao Oráculo de Delfos e perguntou quem era o homem mais sábio. O oráculo respondeu que era Sócrates. E Sócrates ficou assustado quando soube disso, porque ele era homem simples, filho de uma parteira e de um artesão, e trabalhava como artesão, assim como o pai. Não existia nada de especial em Sócrates e ele mesmo não via motivo algum para que fosse considerado o homem mais sábio. Por conta disso, Sócrates passa a procurar alguém mais sábio do que ele ‒ e de acordo com ele mesmo ‒ não encontra. Pode parecer só uma falta de modéstia, mas a questão aqui é a distinção entre sabedoria e inteligência.
3 Sócrates encontra, naturalmente, pessoas mais inteligentes do que ele, artistas, políticos, poetas… Mas o problema é que essas pessoas acreditavam que já sabiam de tudo, ou que o que sabiam bastava. E é por isso que Sócrates conclui que nenhum deles era mais sábio. No entanto, Sócrates entende que o deus Apolo, por meio do Oráculo, não queria exaltar a sabedoria dele, mas sim mostrar que nenhum homem é sábio, mas todos podem buscar a sabedoria, todos podem ser filósofos. E, lembre, filosofia é “amor à sabedoria” e não simplesmente “sabedoria”. É justamente daí que vem a famosa frase paradoxal utilizada por Sócrates: “Só sei que nada sei”.
4 Sócrates é mais sábio porque ele pelo menos é capaz de reconhecer a ignorância e de ir em busca da verdade. Mas ele não sabe tudo. Então, se coloca na posição de perguntar, de questionar, de colocar contra a parede aqueles que acham que sabem. E é aqui que a analogia do texto, entre Sócrates e as redes sociais, faz sentido.
5 Quando estamos no YouTube, Twitter, Instagram ou qualquer outro desses serviços de redes sociais, tendemos a observar e condenar as atitudes alheias. Como se fôssemos Sócrates, vamos apontando os defeitos e as falhas dos outros como se estivéssemos fazendo um grande bem à humanidade. Desde as discussões mais sérias até as mais banais, estamos lá, questionando o saber alheio, mostrando os problemas nos argumentos, perguntando: “Você realmente sabe o que acha que sabe?”. Nada disso é errado, mas cabe uma reflexão sobre essa pretensão de verdade que nos atinge.
6 Muitos leitores de Platão acusam Sócrates de dissimulação. Por detrás da ironia, na verdade estaríamos diante de um homem que se acha superior aos outros e, que, por isso, se vê no direito de mostrar que eles estão errados, humilhando os adversários, exibindo o seu conhecimento. E, você, quando está na internet, não se sente um pouco assim?
Disponível em: https://marcosramon.net/blog/socrates-e-as-redes-sociais
Temos factivelmente uma oração subordinada adverbial causal na opção:
Sócrates e as redes sociais
1 Esses dias eu li um artigo que fala sobre a relação entre a história de Sócrates e o nosso comportamento nas redes sociais. Parece meio estranho, mas a ideia é que ele tinha uma postura em relação à moral semelhante ao que muita gente quer ter hoje em dia.
2 Sobre Sócrates, o que a gente sabe dele vem do principal discípulo, que foi Platão. Em um diálogo chamado “Apologia de Sócrates”, Platão fala do processo que levou Sócrates a ser condenado à morte por envenenamento. De acordo com Platão, Sócrates contou que um amigo dele, Querefonte, foi ao Oráculo de Delfos e perguntou quem era o homem mais sábio. O oráculo respondeu que era Sócrates. E Sócrates ficou assustado quando soube disso, porque ele era homem simples, filho de uma parteira e de um artesão, e trabalhava como artesão, assim como o pai. Não existia nada de especial em Sócrates e ele mesmo não via motivo algum para que fosse considerado o homem mais sábio. Por conta disso, Sócrates passa a procurar alguém mais sábio do que ele ‒ e de acordo com ele mesmo ‒ não encontra. Pode parecer só uma falta de modéstia, mas a questão aqui é a distinção entre sabedoria e inteligência.
3 Sócrates encontra, naturalmente, pessoas mais inteligentes do que ele, artistas, políticos, poetas… Mas o problema é que essas pessoas acreditavam que já sabiam de tudo, ou que o que sabiam bastava. E é por isso que Sócrates conclui que nenhum deles era mais sábio. No entanto, Sócrates entende que o deus Apolo, por meio do Oráculo, não queria exaltar a sabedoria dele, mas sim mostrar que nenhum homem é sábio, mas todos podem buscar a sabedoria, todos podem ser filósofos. E, lembre, filosofia é “amor à sabedoria” e não simplesmente “sabedoria”. É justamente daí que vem a famosa frase paradoxal utilizada por Sócrates: “Só sei que nada sei”.
4 Sócrates é mais sábio porque ele pelo menos é capaz de reconhecer a ignorância e de ir em busca da verdade. Mas ele não sabe tudo. Então, se coloca na posição de perguntar, de questionar, de colocar contra a parede aqueles que acham que sabem. E é aqui que a analogia do texto, entre Sócrates e as redes sociais, faz sentido.
5 Quando estamos no YouTube, Twitter, Instagram ou qualquer outro desses serviços de redes sociais, tendemos a observar e condenar as atitudes alheias. Como se fôssemos Sócrates, vamos apontando os defeitos e as falhas dos outros como se estivéssemos fazendo um grande bem à humanidade. Desde as discussões mais sérias até as mais banais, estamos lá, questionando o saber alheio, mostrando os problemas nos argumentos, perguntando: “Você realmente sabe o que acha que sabe?”. Nada disso é errado, mas cabe uma reflexão sobre essa pretensão de verdade que nos atinge.
6 Muitos leitores de Platão acusam Sócrates de dissimulação. Por detrás da ironia, na verdade estaríamos diante de um homem que se acha superior aos outros e, que, por isso, se vê no direito de mostrar que eles estão errados, humilhando os adversários, exibindo o seu conhecimento. E, você, quando está na internet, não se sente um pouco assim?
Disponível em: https://marcosramon.net/blog/socrates-e-as-redes-sociais
Sobre o trecho em destaque “...o deus Apolo, não queria exaltar a sabedoria dele, mas sim mostrar que nenhum homem é sábio”, é correto o que se afirma em: