Questões de Português - Funções morfossintáticas da palavra SE para Concurso

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Q2954170 Português

Considere o seguinte poema.


Enquanto


Antônio Gedeão


Enquanto houver um homem caído de bruços no passeio

e um sargento que lhe volta o corpo com a ponta do pé

para ver como é;


[...]


enquanto as crianças de olhos lívidos e redondos como luas,

órfãs de pais e de mães,

andarem acossadas pelas ruas

como matilhas de cães;


[...]


enquanto for preciso lutar até ao desespero da agonia,

o poeta escreverá com alcatrão nos muros da cidade:


ABAIXO O MISTÉRIO DA POESIA.


Nesse poema, o autor faz uso repetido de um recurso lingüístico que se torna significativo na construção do sentido do texto. A uma intenção comunicativa do autor vem responder uma solução formal na linguagem. Importa ao poema contrapor a situação sociopolítica dada ao poeta e a reação dele, em face dessa situação. Assim, verifica-se como solução formal o emprego sistemático e reiterado de:

Alternativas
Q2952781 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de língua portuguesa.


O TOLO E SEU DINHEIRO


Juliana Garzon e Jerônimo Teixeira

Em muitas das teorias econômicas fundamentais as pessoas de carne e osso, falíveis e volúveis, não existem.

Essas teorias só funcionam com o "homem estatístico", o somatório de agentes econômicos vistos como

máquinas de calcular que administram com rigor seus recursos limitados. O pai da economia moderna, o

escocês Adam Smith (1723-1790), enxergava um mundo ordenado em que cada indivíduo agia sempre no

5 interesse pessoal e da família e, assim, acabava contribuindo para a prosperidade geral da nação. Disse Smith:

"Não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas

sim do empenho deles em promover o próprio autointeresse". Talvez a maioria das pessoas do século XVIII

fossem mesmo seres racionais, donos do próprio destino e empenhados na promoção do seu autointeresse

econômico. Mas é mais comum encontrar gente que gasta mais do que ganha e compra aquilo de que não

10 precisa.

Nas últimas quatro décadas, os teóricos da economia têm tentado contemplar em suas análises pessoas de

carne, osso e sangue quente. Essa escola, a "economia comportamental", nascida na década de 70 com o

trabalho dos psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, incorporou

as inconstâncias humanas aos seus modelos de previsão. Tversky e Kahneman focaram seus estudos sobre o

15 comportamento das pessoas em situações de incerteza e de alta carga emotiva, consideradas por eles, com

acerto, como predominantes nas grandes decisões econômicas - seja a compra do primeiro apartamento ou a

venda de ações nos momentos de queda das bolsas.

A economia comportamental arejou o pensamento econômico dando lugar a modelos mais sensíveis às

vicissitudes da psicologia humana, com suas falhas de cálculo e percepções enganosas. Talvez seu maior

20 mérito seja entender que os criteriosos padeiros e cervejeiros de Adam Smith existem, são numerosos, mas

convivem com multidões para quem a racionalidade financeira no dia-a-dia é tão estranha quanto o popular

esporte escocês de arremesso de troncos. Kahneman ganhou o prêmio Nobel de economia em 2002, tornando-

se o único psicólogo a conseguir esse feito. No mundo de Kahneman os padeiros e cervejeiros nem sempre

tomam decisões sóbrias e corretas. Eles agem de acordo com os misteriosos mecanismos mentais de aceitação

25 e rejeição do risco. Uma mesma pessoa que só bebe água mineral e morre de medo de bactérias pode ser vista

fazendo bungee jumping, esporte em que o praticante se joga de uma ponte sobre um abismo amarrado por uma

corda elástica. No mundo econômico, atitudes incoerentes como essa são quase a regra.

Aplicadas ao estudo do comportamento dos investidores nas bolsas, as teses de Kahneman e seus colegas

mostram que a convivência de atitudes racionais e irracionais é uma força considerável. Entre o início de 2003 e

30 o máximo de alta em maio de 2008, o Índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, valorizou-se 350%.

Nesse período, a maioria dos investidores enxergou todos os acontecimentos, os bons e os ruins, com a lente

da euforia. Passaram despercebidos os sinais precoces da crise que viria a se abater sobre a economia mundial

com repercussões fortes no Brasil no fim do ano passado. Mesmo os investidores profissionais não estão

imunes a ilusões. A mais comum é acreditar que projeções baseadas em dados recentes podem ser tomadas

35 como tendências duradouras. [ ... ] Diz Plínio Chap Chap, professor de finanças corporativas da escola de

negócios Brazilian Business School (BBS): "Bastam alguns ganhos para que as pessoas se julguem mais

capazes que as outras para escolher ações."[ ... ]

Nem todos os enganos são originários da autoconfiança. O investidor também pode ser atrapalhado por uma

emoção de natureza bem diversa: a angústia. O investidor novato, sobretudo, tende a entrar no mercado com a

40 sensação de que está atrasado. [ ... ] Essa sensação conduz a escolhas precipitadas. Em vez de traçar uma

estratégia sólida, o novato dá grandes tacadas de uma vez só, para evitar a tensão de analisar e optar - ou não -

por determinada ação. A impaciência custa caro. [ ... ] As frustrações se tornam ainda mais agudas quando as

cotações caem. O investidor que tomou sua decisão de compra sem base sofre por não saber se deve vender as

ações que estão patinando e estancar as perdas ou apostar na recuperação dos papéis e mantê-los em carteira.

45 [ ... ] Mas o investidor que der um passo atrás para observar o cenário com emoções menos exacerbadas poderá

ter uma visão mais realista da economia brasileira e de suas perspectivas: uma boa oportunidade de

investimentos tanto para os padeiros e cervejeiros de Adam Smith quanto para os bungee jumpers de

Kahneman.

Texto adaptado da Revista Veja, edição 2095, ano 42, n. 2, de 14 de jan. 2009. p. 68-70

Assinale a alternativa correta quanto à função desempenhada pelas expressões destacadas.

Alternativas
Q2943550 Português

RECOMEÇOS PASSADOS E PRESENTES


01 ____ Em 2010 completam-se 100 anos da morte de Joaquim Nabuco e Brasília faz cinquenta anos. São duas efemérides

02 que dizem dos destinos da pátria de forma semelhante – ambas têm a ver com recomeços, ou tentativas de recomeço. Lembrar

03 de Nabuco é lembrar da abolição da escravatura, movimento do qual ele foi talvez o principal dos agentes, e com certeza o

04 mais elegante. Com a abolição pretendeu-se um recomeço. Com Brasília, 72 anos depois da abolição, pretendeu-se outro. Era a

05 aurora de um país destemido, porque avançava por sertões ignotos; dinâmico, porque ousara um empreendimento que só em

06 sonho outros ousariam; justo, porque na nova capital as diferenças de classe e de hierarquia se dissolveriam na homogeneidade

07 das superquadras e das vias expressas; e moderno, porque os terrenos baldios daquele naco do Planalto Central seriam

08 preenchidos por uma arquitetura de riscos deslumbrantemente avançados.

09 ____ Joaquim Nabuco (1849-1910) forma, com José Bonifácio, o Patriarca da Independência (1763-1838), a dupla de

10 maiores estadistas da história do Brasil. Eles merecem esse título não só pelo que fizeram, mas também pela ideia geral que os

11 movia – a ideia rara, lúcida e generosa de construção de uma nação. José Bonifácio está fora das datas redondas que serão

12 lembradas neste ano, mas é outro que personifica um recomeço – merece uma carona neste texto, por isso. Ele personifica a

13 independência, assim como Nabuco personifica a abolição. Ambos venceram, no sentido de que, em grande parte pelas

14 manobras de Bonifácio, o Brasil em 1822 se tornou independente, assim como, em grande parte pela pregação de Nabuco, a

15 escravidão foi legalmente abolida em 1888. Ambos perderam, porém, no que propunham como sequência necessária de tais

16 objetivos.

17 ____ Bonifácio ousou querer dotar o jovem estado brasileiro de um povo. Ora, um povo não podia ser formado por uma

18 sociedade dividida entre senhores e escravos. Daí que, três gerações antes de Nabuco, ele já propusesse a abolição da

19 escravidão. Falaram mais alto os interesses dos traficantes e dos senhores de escravos. Nabuco, se pegou a fortaleza escravista

20 já mais desgastada, pronta para o assalto final, não teve êxito na segunda parte de sua pregação: a distribuição de terras entre os

21 antigos escravos (ele dizia que a questão da “democratização do solo” era inseparável da emancipação) e o investimento num

22 sistema de educação abrangente o bastante para abrigá-los. Tal qual o de José Bonifácio, o recomeço pretendido por Nabuco

23 ficou pela metade.

24 ____ Que dizer do recomeço representado por Brasília? Há versões segundo as quais, entre os motivos que levaram o

25 presidente Juscelino Kubitschek a projetá-la, estaria a estratégia de fugir da pressão popular presente numa metrópole como o

26 Rio de Janeiro. Uma espúria síndrome de Versalhes contaminaria, desse modo, as nobres razões oficiais para a mudança da

27 capital. Mais perverso que a eventual mancha de origem, no entanto, é o destino que estava reservado à “capital da esperança”.

28 Meros quatro anos depois de inaugurada, ela viraria, com seu isolamento dos grandes centros e suas avenidas tão propícias à

29 investida dos tanques, a capital dos sonhos da ditadura militar. Hoje, é identificada com a corrupção e a tramoia. Pode ser

30 injusto. Falta demonstrar que, em outra cidade, a corrupção e a tramoia teriam curso menos desimpedido. Não importa. Para a

31 desgraça de Brasília, o estigma grudou-lhe na pele.

32 ____ “Falo, falo, e não digo o essencial”, costumava escrever Nelson Rodrigues. O essencial é o seguinte: nunca antes neste

33 país houve um governo tão imbuído da ideia de que veio para recomeçar a história. Embalado por um lado em seus próprios

34 mitos, e por outro em festivos, se não interesseiros, louvores internacionais, chega a esta quadra acreditando que preside a uma

35 inédita mudança de estruturas, na ordem interna, ao mesmo tempo em que é premiado com uma promoção pela comunidade

36 internacional. Assim como ocorreu pelo menos duas vezes, em décadas recentes – com o “desenvolvimentismo” de JK e com o

37 “milagre econômico” dos militares –, propaga-se a ideia de que “desta vez vai”. A noção de que se está reinaugurando o país

38 traz o duplo prejuízo de poder ser interpretada como um embuste, de um lado, e induzir ao autoengano, de outro. Não há

39 refundação possível. Raras são as oportunidades de recomeço. O poder das continuidades é sempre maior.

40 ____ P.S.: É ano novo. Bom recomeço, para quem acredita neles.


TOLEDO, R. P. Recomeços Passados e Presentes. Veja. São Paulo, ed. 2146, ano 43, n. 1, p. 102, 06 jan. 2010.

Assinale a alternativa em que as orações dos períodos estão corretamente segmentadas.

Alternativas
Q2943549 Português

RECOMEÇOS PASSADOS E PRESENTES


01 ____ Em 2010 completam-se 100 anos da morte de Joaquim Nabuco e Brasília faz cinquenta anos. São duas efemérides

02 que dizem dos destinos da pátria de forma semelhante – ambas têm a ver com recomeços, ou tentativas de recomeço. Lembrar

03 de Nabuco é lembrar da abolição da escravatura, movimento do qual ele foi talvez o principal dos agentes, e com certeza o

04 mais elegante. Com a abolição pretendeu-se um recomeço. Com Brasília, 72 anos depois da abolição, pretendeu-se outro. Era a

05 aurora de um país destemido, porque avançava por sertões ignotos; dinâmico, porque ousara um empreendimento que só em

06 sonho outros ousariam; justo, porque na nova capital as diferenças de classe e de hierarquia se dissolveriam na homogeneidade

07 das superquadras e das vias expressas; e moderno, porque os terrenos baldios daquele naco do Planalto Central seriam

08 preenchidos por uma arquitetura de riscos deslumbrantemente avançados.

09 ____ Joaquim Nabuco (1849-1910) forma, com José Bonifácio, o Patriarca da Independência (1763-1838), a dupla de

10 maiores estadistas da história do Brasil. Eles merecem esse título não só pelo que fizeram, mas também pela ideia geral que os

11 movia – a ideia rara, lúcida e generosa de construção de uma nação. José Bonifácio está fora das datas redondas que serão

12 lembradas neste ano, mas é outro que personifica um recomeço – merece uma carona neste texto, por isso. Ele personifica a

13 independência, assim como Nabuco personifica a abolição. Ambos venceram, no sentido de que, em grande parte pelas

14 manobras de Bonifácio, o Brasil em 1822 se tornou independente, assim como, em grande parte pela pregação de Nabuco, a

15 escravidão foi legalmente abolida em 1888. Ambos perderam, porém, no que propunham como sequência necessária de tais

16 objetivos.

17 ____ Bonifácio ousou querer dotar o jovem estado brasileiro de um povo. Ora, um povo não podia ser formado por uma

18 sociedade dividida entre senhores e escravos. Daí que, três gerações antes de Nabuco, ele já propusesse a abolição da

19 escravidão. Falaram mais alto os interesses dos traficantes e dos senhores de escravos. Nabuco, se pegou a fortaleza escravista

20 já mais desgastada, pronta para o assalto final, não teve êxito na segunda parte de sua pregação: a distribuição de terras entre os

21 antigos escravos (ele dizia que a questão da “democratização do solo” era inseparável da emancipação) e o investimento num

22 sistema de educação abrangente o bastante para abrigá-los. Tal qual o de José Bonifácio, o recomeço pretendido por Nabuco

23 ficou pela metade.

24 ____ Que dizer do recomeço representado por Brasília? Há versões segundo as quais, entre os motivos que levaram o

25 presidente Juscelino Kubitschek a projetá-la, estaria a estratégia de fugir da pressão popular presente numa metrópole como o

26 Rio de Janeiro. Uma espúria síndrome de Versalhes contaminaria, desse modo, as nobres razões oficiais para a mudança da

27 capital. Mais perverso que a eventual mancha de origem, no entanto, é o destino que estava reservado à “capital da esperança”.

28 Meros quatro anos depois de inaugurada, ela viraria, com seu isolamento dos grandes centros e suas avenidas tão propícias à

29 investida dos tanques, a capital dos sonhos da ditadura militar. Hoje, é identificada com a corrupção e a tramoia. Pode ser

30 injusto. Falta demonstrar que, em outra cidade, a corrupção e a tramoia teriam curso menos desimpedido. Não importa. Para a

31 desgraça de Brasília, o estigma grudou-lhe na pele.

32 ____ “Falo, falo, e não digo o essencial”, costumava escrever Nelson Rodrigues. O essencial é o seguinte: nunca antes neste

33 país houve um governo tão imbuído da ideia de que veio para recomeçar a história. Embalado por um lado em seus próprios

34 mitos, e por outro em festivos, se não interesseiros, louvores internacionais, chega a esta quadra acreditando que preside a uma

35 inédita mudança de estruturas, na ordem interna, ao mesmo tempo em que é premiado com uma promoção pela comunidade

36 internacional. Assim como ocorreu pelo menos duas vezes, em décadas recentes – com o “desenvolvimentismo” de JK e com o

37 “milagre econômico” dos militares –, propaga-se a ideia de que “desta vez vai”. A noção de que se está reinaugurando o país

38 traz o duplo prejuízo de poder ser interpretada como um embuste, de um lado, e induzir ao autoengano, de outro. Não há

39 refundação possível. Raras são as oportunidades de recomeço. O poder das continuidades é sempre maior.

40 ____ P.S.: É ano novo. Bom recomeço, para quem acredita neles.


TOLEDO, R. P. Recomeços Passados e Presentes. Veja. São Paulo, ed. 2146, ano 43, n. 1, p. 102, 06 jan. 2010.

No período “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a história.” (𝓁. 32-33), a oração sublinhada é classificada como:

Alternativas
Ano: 2011 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: IF-AL Prova: COPEVE-UFAL - 2011 - IF-AL - Jornalista |
Q2933270 Português

No período “A terapia ajuda a reduzir os sintomas da menopausa e o ritmo das mudanças relacionadas ao envelhecimento, mas há riscos que precisam ser avaliados.”, os termos grifados são, respectivamente,

Alternativas
Respostas
21: C
22: D
23: B
24: B
25: B