Questões de Concurso Comentadas sobre morfologia - pronomes em português

Foram encontradas 3.998 questões

Q672876 Português
Os dois vocábulos em destaque nos enunciados a seguir possuem função morfológica e sintática idênticas. Assinale a alternativa que apresenta corretamente essas funções. “Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher.”
Alternativas
Q672487 Português
Julgue (C ou E) o item seguinte, relativos a acentuação de palavras e a aspectos gramaticais do texto IV.

Os pronomes demonstrativos “isso” (l.47) e “esse” (l.48) retomam, respectivamente, o sentido de julgar e decompor as obras e o de processo.
Alternativas
Q672471 Português

Texto III



 

Com referência ao texto III, julgue (C ou E) o item que se segue.

No excerto apresentado, são exemplos do uso da linguagem formal escrita: a construção com o pronome relativo “cujos” (l.56) e o emprego da forma verbal “faça” na oração “antes que eu o faça” (l. 60 e 61).
Alternativas
Q671805 Português
Assinale a alternativa que apresenta a correta colocação do pronome.
Alternativas
Q671777 Português

Vocês vão no cinema hoje à noite?

Vamos, mas a gente vai sair cedo!

Tá bom! Me esperem que eu vou com vocês! 

O fragmento mostra um diálogo entre amigos, daí a presença de marcas da linguagem coloquial, adequada a esse tipo de situação comunicativa. Nesse diálogo, o coloquialismo só não tem como marca
Alternativas
Q671617 Português

                                              TEXTO I

                                  ACABOU O VESTIBULAR


                Cresce o número de escolas que selecionam calouros com métodos alternativos.


      Quase três milhões de formandos no Ensino Médio estão neste momento se preparando para disputar os exames vestibulares. Pelo menos um terço desses adolescentes está matriculado em cursinhos para compensar as falhas de sua formação do ensino fundamental. Às voltas com apostilas e pilhas de exercícios, dormem mal e enfrentam um stress violento. Pois bem. Esse inferno juvenil já tem remissão. “Acabou o vestibular.” É com essa notícia para lá de boa que a Faculdade da Cidade, uma universidade privada carioca, abre o seu site na Internet. Em São Paulo, as Faculdades Metropolitanas Unidas seguem um caminho parecido e mesmo escolas públicas, como a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade de Brasília, UnB, já oferecem vagas segundo critérios que passam ao largo da crueldade do vestibular tradicional.

      O Ministério da Educação não tem a menor ideia de quantas escolas estão usando métodos novos de seleção de calouros. Também não quer saber, já que a Lei de Diretrizes e Bases aprovada em 1996 conferiu às universidades autonomia para definir como bem entenderem os critérios de admissão aos seus cursos.

      Cursinho e decoreba – O que assusta é que muitas faculdades de baixo nível aboliram o vestibular como um recurso a mais para atrair estudantes sem nenhuma condição de frequentar um curso superior, num esquema “pagou-entrou”. Seria uma forma de tentar cooptar clientes num momento em que 818 escolas particulares em todo o país disputam um mercado que parou de crescer já há alguns anos, fixando-se na casa dos dois milhões de alunos. Antes, com a exigência de que todas as faculdades fizessem exames vestibulares, tinha-se a impressão de que havia algum crivo, por mínimo que fosse, para a entrada no Ensino Superior. Mas era só uma impressão, porque, na verdade, quem acabava entrando nessas arapucas era gente que não conseguia ser aprovada em nenhuma seleção séria. Não é aí que as coisas mudarão.

      O que o fim do vestibular tem de bom é que acabará com o horror e a desumanidade de submeter os jovens a um exame estúpido, que exige o domínio artificialíssimo sobre todo o conteúdo do Ensino Médio. Na prática, o que se faz é estimular a indústria dos cursinhos e a decoreba de equações e fórmulas. As respeitadíssimas universidades americanas da Califórnia, Harvard, Yale, ou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que não têm vestibular, já mostraram o caminho. Seus alunos estão entre os melhores do mundo e são selecionados com base em entrevistas e avaliações de desempenho escolar no decorrer de todo Ensino Médio.

      A Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, e a UnB resolveram experimentar alternativas ao vestibular tradicional há dois anos. Tem sido um sucesso. Em vez de bateria única de testes no final do Ensino Médio, as duas universidades aplicam as provas em doses homeopáticas, ao final de cada ano letivo. Terminando a 1ª Série, os colégios inscrevem seus alunos para testes a respeito do currículo desse ano. Findos a 2ª e 3ª séries, o mesmo procedimento se repete. Somadas as notas obtidas ao longo dos três anos, os alunos são classificados. Entram na faculdade os primeiros colocados. Na Federal de Santa Maria, 20% das vagas são preenchidas segundo esse critério. Na UnB, a avaliação no decorrer do Ensino Médio responde pelo ingresso de 25% dos alunos.

      Esse método permite que o estudante avalie o ensino que está recebendo durante o Ensino Médio. “O programa tem um importante papel educacional, porque o aluno do ensino médio acaba cobrando mais do professor”, diz Ricardo Gauche, coordenador do Programa de Interação com o Ensino Médio da Universidade de Brasília [...]

                                                              (disponível em vestibular.uol.com.br)

Em “As respeitadíssimas universidades americanas...”, temos, respectivamente,
Alternativas
Q671343 Português

Texto 2

1     Para o Brasil o homem da África foi trazido principalmente como mão de obra: a mão de obra capaz de substituir o indígena, pois este não estava afeito ao trabalho sedentário e de rotina da lavoura. (...)

2     Foi particularmente o escravo que influiu na organização econômica e social do Brasil, constituindo a escravidão uma daquelas três forças – as outras duas, a monocultura e o latifúndio – que caracterizam o processo de exploração da nova terra portuguesa; e que fixaram igualmente a paisagem social da vida de família ou coletiva no Brasil. Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881, antecipando-se assim aos modernos estudos de interpretação antropológica ou sociológica sobre o negro: “o mau elemento da população não foi a raça negra, mas essa raça reduzida ao cativeiro”, escreveu ele em “O Abolicionismo”.

3     Essa situação de escravo, portanto, marca como traço fundamental e indispensável de ser assinalada a presença do negro africano no Brasil; a influência não foi do negro em si, mas do escravo e da escravidão, já observou Gilberto Freyre. Como escravo, e por causa da escravidão, o negro africano teve sua vida perturbada; dela afastado bruscamente, misturou-se com outros grupos culturais. Esta circunstância contribuiu para que os valores culturais de que era portador fossem prejudicados em sua completa autenticidade ao se integrar no Brasil.

4     Não puderam os escravos negros manter íntegra sua cultura, nem utilizar preferentemente suas técnicas em relação ao novo meio. Não foi possível aos negros revelarem e aplicarem todo o seu conjunto cultural: ou porque, ao contato com outros grupos negros, receberam ou perderam certos elementos culturais, ou porque, como escravos, tiveram sua cultura deturpada. Daí os sincretismos e os processos transculturativos.

5     Talvez este fato tenha concorrido para fazer com que no novo meio nem sempre fosse o negro um conformado; um joão-bobo que aceitasse pacificamente o que lhe era imposto. Foi, ao contrário, e por vezes através de processos bastante expressivos – e o caso dos Palmares é típico –, um rebelado.

(JÚNIOR, M. Diégues. Etnias e culturas no Brasil. 4 ed.: Rio, Paralelo, INL, 1972, p. 85-6.)  

Acerca da oração: “Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881” (§ 2), pode-se afirmar que:
Alternativas
Q671336 Português

Texto 1

1     No Brasil de hoje, talvez no mundo, parece haver um duplo fenômeno de proliferação dos poetas e de diminuição da circulação da poesia (por exemplo, no debate público e no mercado). Uma das possíveis explicações para isso é a resistência que a poesia tem de se tornar um produto mercantil, ou seja, de se tornar objeto da cultura de massas. Ao mesmo tempo, numa sociedade de consumo e laica, parece não haver mais uma função social para o poeta, substituído por outros personagens. A poesia, compreendida como a arte de criar poemas, se tornou anacrônica?

2     Parece-me que a poesia escrita sempre será – pelo menos em tempo previsível – coisa para poucas pessoas. É que ela exige muito do seu leitor. Para ser plenamente apreciado, cada poema deve ser lido lentamente, em voz baixa ou alta, ou ainda “aural”, como diz o poeta Jacques Roubaud. Alguns de seus trechos, ou ele inteiro, devem ser relidos, às vezes mais de uma vez. Há muitas coisas a serem descobertas num poema, e tudo nele é sugestivo: os sentidos, as alusões, a sonoridade, o ritmo, as relações paronomásicas, as aliterações, as rimas, os assíndetos, as associações icônicas etc. Todos os componentes de um poema escrito podem (e devem) ser levados em conta. Muitos deles são inter-relacionados. Tudo isso deve ser comparado a outros poemas que o leitor conheça. E, de preferência, o leitor deve ser familiarizado com os poemas canônicos. (...) O leitor deve convocar e deixar que interajam uns com os outros, até onde não puder mais, todos os recursos de que dispõe: razão, intelecto, experiência, cultura, emoção, sensibilidade, sensualidade, intuição, senso de humor, etc.

3     Sem isso tudo, a leitura do poema não compensa: é uma chatice. Um quadro pode ser olhado en passant; um romance, lido à maneira dinâmica; uma música, ouvida distraidamente; um filme, uma peça de teatro, um ballet, idem. Um poema, não. Nada mais entediante do que a leitura desatenta de um poema. Quanto melhor ele for, mais faculdades nossas, e em mais alto grau, são por ele solicitadas e atualizadas. É por isso que muita gente tem preguiça de ler um poema, e muita gente jamais o faz. Os que o fazem, porém, sabem que é precisamente a exigência do poema – a interação e a atualização das nossas faculdades – que constitui a recompensa (incomparável) que ele oferece ao seu leitor. Mas os bons poemas são raridades. A função do poeta é fazer essas raridades. Felizmente, elas são anacrônicas, porque nos fazem experimentar uma temporalidade inteiramente diferente da temporalidade utilitária em que passamos a maior parte das nossas vidas.

(CÍCERO, Antônio. In: antoniocicero. Hogspot.com.br/ 2008_09_01archive.html (adaptado de uma entrevista).

No trecho seguinte destacam-se vários pronomes:

“OS que O fazem, porém, sabem que é precisamente a exigência do poema – a interação e a atualização das NOSSAS faculdades – que constitui a recompensa (incomparável) QUE ELE oferece ao SEU leitor.” (§ 3)

Aqueles que fazem, com fins coesivos, referência exofórica são:

Alternativas
Q670908 Português
A respeito da sintaxe no trecho “Mamãe, me explica esse negócio dos dentes de leite.”, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q670038 Português
(...) Consumidores
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as operadoras não apresentam justificativas técnicas para inclusões ou reduções de franquias de dados nos novos planos. “Ao adotarem essas medidas, as operadoras elevam seus preços sem justa causa, detém vantagem excessiva nos contratos, limitam a competição e geram aumento arbitrário de lucro,” disse o pesquisador em telecomunicações do instituto, Rafael Zanatta.
A entidade ingressou com uma ação civil pública contra as operadoras Claro, Net, Oi e Telefônica. O objetivo é impedir a suspensão do serviço de internet, que, segundo o Idec, é uma importante ferramenta de acesso à informação, reconhecido como direito fundamental e essencial para o exercício da democracia e da cidadania, “não devendo, portanto, prevalecer as alterações desejadas pelas operadoras”. (...).
Revista Exame
A entidade ingressou com uma ação civil pública contra as operadoras (...). A palavra em destaque refere-se a:
Alternativas
Q670037 Português
(...) Consumidores
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as operadoras não apresentam justificativas técnicas para inclusões ou reduções de franquias de dados nos novos planos. “Ao adotarem essas medidas, as operadoras elevam seus preços sem justa causa, detém vantagem excessiva nos contratos, limitam a competição e geram aumento arbitrário de lucro,” disse o pesquisador em telecomunicações do instituto, Rafael Zanatta.
A entidade ingressou com uma ação civil pública contra as operadoras Claro, Net, Oi e Telefônica. O objetivo é impedir a suspensão do serviço de internet, que, segundo o Idec, é uma importante ferramenta de acesso à informação, reconhecido como direito fundamental e essencial para o exercício da democracia e da cidadania, “não devendo, portanto, prevalecer as alterações desejadas pelas operadoras”. (...).
Revista Exame
No fragmento: “Ao adotarem essas medidas, as operadoras elevam seus preços sem justa causa, detém vantagem excessiva nos contratos, limitam a competição e geram aumento arbitrário de lucro,” O pronome em destaque classifica-se como:
Alternativas
Q667598 Português

Assinale a alternativa que completa as lacunas abaixo:

I. Ninguém ___________________ inconveniente.

II. ___________________ muito, hoje em dia, sobre distribuição de renda.

III. Não ___________________ condições para se realizar pedido.

IV. Brevemente __________________ as instruções necessárias.

Alternativas
Q667482 Português
A respeito das classes de palavras, sabemos que a análise morfológica deve também levar em conta o uso dessas unidades no texto, haja vista que algumas delas, com mesma grafia, ocupam classes diferentes por vezes. Nesse sentido, analise as alternativas, que trazem palavras mencionadas no texto de Guimarães Rosa, e assinale a correta:
Alternativas
Q666611 Português
O pronome átono destacado está colocado de acordo com a norma-padrão em:
Alternativas
Q666601 Português
A combinação coerente entre o pronome relativo e a preposição em destaque está de acordo com a norma- -padrão em:
Alternativas
Q666591 Português
No último parágrafo do Texto , o autor empregou os demonstrativos essa (“dessa música”; “dessa tocante canção”) e esta (“esta crônica”). Considerando-se as regras da norma-padrão, tais construções estão adequadas à norma porque
Alternativas
Q663261 Português

Mariana Sales, Coordenadora de um curso técnico no IFSULDEMINAS, elaborou um ofício. Antes de imprimir, solicitou à Aline Maia a revisão linguística do trecho a seguir:

Em atendimento a solicitação de V. Excelentíssima e Digníssima Presidente do Conselho de Dirigentes Lojistas desta cidade, esclarecemos que as providências serão tomadas em tempo hábil afim de garantir a execução do Projeto “Beringelas à mesa”.

Considerando que a servidora Aline Maia observou o uso da língua padrão no gênero textual “ofício”, a revisão feita foi:

Alternativas
Q662164 Português

Texto: Quem é carioca

    Claro que não é preciso nascer no Rio de Janeiro para ser genuinamente carioca, ainda que haja nisto um absurdo etimológico. É notório que há cariocas vindos de toda parte, do Brasil e até fora do Brasil. Ainda há pouco tempo chamei Armando Nogueira de carioca do Acre, nascido na remota e florestal cidade de Chapuri. Armando conserva, de resto, a marca acriana num resíduo de sotaque nortista, cuja aspereza nada tem a ver com a fala carioca, que não cospe as palavras, mas antes as agasalha carinhosamente na boca. Mas não é a maneira de falar, ou apenas ela, que caracteriza o carioca. Há sujeitos nascidos, criados e vividos no Rio – poucos, é verdade – que falam cariocamente e não têm, no entanto, nem uma pequena parcela de alma carioca. Agora mesmo estou me lembrando de um, sujeito ranheta, que em tudo que faz ou diz põe aquela eructação subjacente que advém de sua azia espiritual. Este, ainda que o prove com certidão de nascimento, não é carioca nem aqui nem na China. E assim, sem querer, já me comprometi com uma certa definição do carioca, que começa por ser não propriamente, ou não apenas um ser bemhumorado, mas essencialmente um ser de paz com a vida. Por isso mesmo, o carioca, pouco importa sua condição social, é um coração sem ressentimento. Nisto, como noutras dominantes da biotipologia do carioca, há de influir fundamentalmente a paisagem, ou melhor, a natureza desta mui leal cidade do Rio de Janeiro.

      Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, é impossível a gente não sofrer um certo aperfeiçoamento imposto pela natureza. A paisagem, de qualquer lado que o olhar se vire, se oferece com a exuberância e a falta de modos de um camelô. O carioca sabe que não é preciso subir ao Corcovado ou ao Pão de Açúcar para ser atropelado por um belo panorama (belo panorama, aliás, é um troço horrível). Por isso mesmo, nunca um só carioca foi assaltado no Mirante Dona Marta, que está armadinho lá em cima à espera dos otários, isto é, dos turistas.

       Pois o que o carioca não é, o que ele menos é – é turista. O que caracteriza o carioca é exatamente uma intimidade com a paisagem, que o dispensa de encarar, por exemplo, a praia de Copacabana com um olhar que não seja o rigorosamente familiar. O carioca não visita coisa nenhuma, muito menos a sua cidade, entendida aqui como entidade global e abstratamente concreta. Ele convive com o Rio de igual para igual e nesta relação só uma lei existe, que é a da cordialidade. O carioca está na sua cidade como o peixe no mar.

      Por tudo isso, qualquer sujeito que não esteja perfeita e estritamente casado com a paisagem ou, mais que isto, com a cidade, não é carioca – é um intruso, um corpo estranho. E é isto o que transparece à primeira vista, não adianta disfarçar. O carioca autêntico, o genuíno mesmo, esse que chegou ao extremo de nascer no Rio, esse não engana ninguém e nunca dá um único fora – sua conduta é cem por cento carioca sem o menor esforço. O carioca é um ser espontâneo, cuja virtude máxima é a naturalidade. Não tem dobras na alma, nem bolor, nem reservas. Também pudera, sua formação, desde o primeiro vagido, foi feita sob o signo desta cidade superlativa, onde o mar e a mata – verde e azul – são um permanente convite para que todo mundo saia de si mesmo, evite a própria má companhia - comunique-se. Sobre esse verde e esse azul, imagine-se ainda o esplendor de um sol que entra pela noite adentro – um sol que se apaga, mas não se ausenta. Diante disto e de mais tudo aquilo que faz a singularidade da beleza do Rio, como não ser carioca?

     Apesar de tudo, há gente que consegue viver no Rio anos a fio sem assimilar a cidade e sem ser por ela assimilada. Gente que nunca será carioca, como são, por exemplo, Dom Pedro II e Vinícius de Morais, autênticos cariocas de todos os tempos, segundo Afonso Arinos. A verdade é que nem todo mundo consegue a taxa máxima de “cariocidade”, que tem, por exemplo, um Aloysio Salles. No extremo oposto, está aquele homem público eminente que vi passeando outro dia em Copacabana.Ia de braço com a mulher e, da cabeça aos sapatos, como dizia Eça de Queiroz, proclamava a sua falta de identificação com o que se pode chamar “carioca way of living”. Sapatos, aliás, que não eram esporte, ao contrário da camisa desfraldada. Esse é um que não precisa abrir a boca, já se viu que está no Rio como uma barata está numa sopa de batata, no mínimo, por simples erro de revisão.

Otto Lara Resende. In: Antologia de crônicas: 80 crônicas exemplares / organizada por Herberto Sales. 3 ed. São Paulo: Ediouro, 2010. Páginas 197 - 199

No fragmento, “... o genuíno mesmo, esse que chegou ao extremo de nascer no Rio...” é possível afirmar que o pronome demonstrativo destacado
Alternativas
Q661366 Português

A questão refere-se ao texto abaixo.

Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar

    Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar do mundo.

    Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e poluir menos. Uma aposta no futuro.

    A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa.

(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar”. Disponível em: http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)

Considere as seguintes passagens do texto:

I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar do mundo. (1º parágrafo)

II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)

III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)

IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º parágrafo)

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

Alternativas
Q659970 Português

Perdoar e esquecer

Quando a vida se transforma num tango, é difícil não dançar ao ritmo do rancor

                                                                                                                                        Ivan Martins

Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a avenida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.

Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emocionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”

Vocês conhecem Mano a mano, não?

Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo trocado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano – não é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem não nos quer mais?

Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No outro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não parece residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos. Por importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho no qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às vezes avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro inesperado.

Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar para trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do rancor. Há uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as pessoas que gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circunstâncias difíceis. A maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos deixou o direito de ser feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de dar e de encontrar paz.

No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado: Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não estava pronto?

É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros. O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosidade e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.

No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrível de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos, oferece ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que podemos esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos - mas estarmos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolorosamente, vier a acontecer.

(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)

No que se refere às regras de colocação pronominal, assinale a alternativa em que NÃO é permitida a mudança do posicionamento do pronome oblíquo em destaque para depois do verbo.
Alternativas
Respostas
2981: C
2982: E
2983: C
2984: D
2985: E
2986: C
2987: B
2988: A
2989: A
2990: C
2991: D
2992: A
2993: B
2994: C
2995: A
2996: B
2997: D
2998: B
2999: B
3000: E