Questões de Português - Morfologia - Pronomes para Concurso
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Leia um trecho do romance “A Madona de Cedro”, de Antonio Callado, para responder à questão.
No primeiro dia no Rio de Janeiro, Delfino Montiel quase se afogou. Ele tinha aprendido a nadar menino ainda no rio das Velhas, na fazenda de seu tio Dilermando. Mas a corrente dos rios é honesta e determinada, vai reta e sempre se disciplina pelas margens. O mar... Ora, quem vai entender o mar? Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. Queria chorar com aquela frescura de água azul, queria abraçar e beijar o mar. A primeira onda que lhe veio ao encontro, Delfino a recebeu de braços abertos. Ela o derrubou numa cascata de areia e espuma. Ele bebeu água, muita, mas estava embriagado de mar.
Só quando já se achava sentado na areia, arquejante, entre uma súcia de curiosos, é que Delfino compreendeu que quase tinha morrido afogado. Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou:
– Você donde é que veio, patrício, de Cabrobó1 ou Caixa Prego2?
– De Congonhas do Campo, respondeu Delfino ingenuamente.
Muita gente riu em torno dele.
– Pois, se você ainda quer rever Congonhas, trate o mar com mais desconfiança.
Enquanto o rapaz se afastava, Delfino notou principalmente o riso de uma menina de cabelos cor de mel. Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.
Com os olhos fitos nela, Delfino a foi acompanhando com a vista enquanto a menina entrava no mar. Viu logo que era uma amiga íntima do mar. Viu-a furar uma primeira onda, ligeira e exata como uma agulha mergulhando na dobra azul de um pano. Quando ela se levantou do mergulho, o cabelo cor de mel estava preto e grudado ao pescoço, preto-esverdeado, como se ela tivesse voltado mais marinha do fundo do mar.
(Record/Altaya. Adaptado)
1Cabrobó é uma cidade pernambucana no sertão do São Francisco.
2Caixa Prego significa lugar muito distante, longínquo.
Leia o texto para responder à questão.
Quando o efêmero dura
Uma das mais fabulosas tecnologias humanas é a escrita. Ela nos permitiu ampliar a memória para horizontes inimagináveis. Não fosse por ela, jamais teríamos atingido os níveis de acúmulo, transmissão e integração de conhecimento que logramos obter e, provavelmente, não diferiríamos muito de nossos ancestrais do Neolítico.
Uma tecnologia tão poderosa não poderia passar sem deixar marcas. De início, poucos dominavam as letras, de modo que saber ler e escrever se tornou uma distinção de classe social. À medida que surgiram tecnologias mais eficientes de reprodução (prensa) e o ensino público se popularizou, o alfabetismo se tornou quase universal.
No nível comportamental, havia uma divisão bastante clara entre a comunicação formal, calculada, destinada a durar (escrita), e aquela mais íntima, vaga (oral), que, justamente por não deixar traços, podia operar como uma sonda da sociabilidade, testando relacionamentos, fofocando, às vezes até zombando e insultando. O ex-presidente Temer apropriadamente matou a charada ao proclamar: “verba volant, scripta manent” (as palavras faladas voam, as palavras escritas permanecem).
O problema é que as tecnologias não pararam de evoluir, dando lugar a computadores, celulares, aplicativos de mensagem, redes sociais etc. As pessoas vêm cada vez mais usando a escrita para comunicar-se no registro informal, que contava com o caráter efêmero da fala. Pior, a reprodutibilidade e transmissão de diálogos privados se tornaram potencialmente infinitas, sem falar do hackeamento.
O resultado é uma explosão de curtos-circuitos sociais, nos quais mensagens concebidas para circular entre poucos ganham ampla difusão. Às vezes a divulgação é de interesse público, mas, em outros casos, ela só azeda amizades, compromete namoros ou intoxica o ambiente de trabalho. Vejo com certa preocupação a redução dos espaços de experimentação social, onde é lícito falar bobagem.
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2019 /11/quando-o-efemero-dura.shtml Adaptado.)
Nessa frase, o pronome-las
“O tempo falta apenas para quem não sabe aproveitá-lo.”
A forma verbal aproveitá-lo mostra um pronome enclítico em forma correta. Assinale a forma verbal a seguir, do presente de indicativo do verbo aproveitar, que traz um pronome enclítico em forma incorreta.
IV Fórum Ser Homem reafirma compromisso para a Saúde do Homem
Evento trouxe propostas
para tentar diminuir a
morbimortalidade, melhorar
a qualidade de vida e a
intenção de assinatura de
uma Carta Compromisso
entre várias instituições
Pensando em ir além das discussões do Novembro Azul e a prevenção do Câncer de Próstata, o Ministério da Saúde e Instituto Lado a Lado promoveram nesta quarta-feira, 14 de novembro, o IV Fórum Ser Homem: Discutindo Políticas Públicas para a Saúde do Homem. O objetivo foi ampliar a promoção, a prevenção e a assistência à saúde masculina.
Hoje a preocupação não é apenas com os tumores masculinos, mas com a saúde integral do homem. Isso porque, devido a uma série de fatores, o homem vive em média sete anos a menos que as mulheres em diversas regiões do país. A cada três mortes de adultos, duas são de homens. Por isso, ensinar que o homem precisa se preocupar em se cuidar é um dos grandes desafios da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Para Francisco Norberto, Coordenador Nacional de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, são muitas as barreiras socioculturais e econômicas a serem superadas. “De fato, esse homem que vemos hoje só aparece nos serviços de saúde durante sua infância, sempre acompanhado pela mãe ou pelo pai, mas depois ele some, reaparecendo no hospital somente quando precisa”, destacou Norberto.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi criada com foco nos homens dos 20 aos 59 anos, com objetivo de ampliar o acesso com qualidade aos serviços do Sistema único de Saúde (SUS).
(Disponível em:<http://portalms.saude.gov.br/noticias/sas/44697-iv-forum-ser-homem-reafirma-compromisso-para-a-saude-do-homem>
Na frase:
“Por isso, ensinar QUE o homem precisa se preocupar em SE cuidar é um dos grandes desafios da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.”
As palavras destacadas classificam-se
respectivamente como:
Ansiedade pode ser agravada com a chegada do fim do ano
Camila Tuchlinski
Quando a folha do calendário virou para novembro, bateu o desespero. Não é raro ficarmos mais ansiosos nessa época do ano. Alguns estabelecimentos comerciais já começam a colocar os enfeites natalinos, os supermercados já vendem panetone e a família já começa a se organizar para saber como serão realizados os festejos da virada de ano.
Alguns sentimentos como angústia, desânimo e frustração podem surgir nesse período. Mas por que isso ocorre?
A psicóloga Marcia Tabone responde: “A sensação de ansiedade aumenta conforme o estresse gerado por fatores associados a cobranças externas e internas. No trabalho, o medo ou insegurança em conseguir cumprir metas exigidas, o trabalho que deve ser concluído antes das festas e das férias. No plano emocional/afetivo, frustração ou carência não preenchidas durante o ano. Na dimensão existencial, objetivos de vida não alcançados que não puderam se cumprir”, explica.
O neuropsicólogo Fábio Roesler lembra que o aumento da ansiedade pode ser sazonal. “Assim como em alguns países temos, durante o inverno longo, o que chamamos de depressão sazonal, em outros, como aqui no Brasil, temos um aumento da ansiedade na época final do ano. O cansaço, o sentimento de não ter completado todos os planos pensados no começo do ano, aspectos financeiros e outros fatores individuais são os motivos mais comuns”, afirma.
No nosso cérebro, uma série de atividades começa a ocorrer também com a proximidade do Natal e do réveillon, como explica o especialista: “As áreas do cérebro responsáveis pelo aumento da ansiedade são, a princípio, a amídala, que seleciona e designa o tipo inicial de temor e sua amplitude, o hipotálamo e a hipófise funcionam de forma a controlar os hormônios que atuam no corpo acionando os sintomas somáticos tais como tremores, aumento da frequência cardíaca, dilatação da pupila e respiração suspirosa”. No começo do ano, nossos pensamentos estão repletos de expectativas pelos meses que virão. Listas de metas são comuns: conquistar uma vida mais saudável, praticar exercícios físicos, mudar de emprego ou começar novos cursos.
No entanto, as cobranças do cotidiano podem fazer com que o indivíduo não perceba uma eventual mudança de objetivos no meio do caminho e tenha a sensação de que o tempo passou tão rápido que não foi capaz de realizar tudo o que queria.
Por que nos sentimos frustrados no fim do ano?
Será que nos cobramos demais e colocamos metas pouco factíveis todo o início de um ano novo? O neuropsicólogo Fábio Roesler tem outra percepção. “O mais comum, na verdade, é a impressão pessoal do paciente que lhe diz o quão pouco ele fez, durante o ano, por si e por suas metas. Ou seja: ‘Até onde me impliquei naquilo que eu desejava?’.
Algumas dicas podem ser úteis para quem se sente assim com a proximidade do fim de um ano. “Refletir sobre o que é realmente essencial para a tranquilidade e a paz consigo mesmo e com o próximo. Desapegar dos valores consumistas, ver que um ano termina e outro se inicia, viver o fluir da vida”, na opinião da psicóloga Márcia Tabone.
“Uma reflexão possível para aplacar um pouco da ansiedade é pensar que, ainda que simbolicamente, o final do ano representa um final de ciclo, talvez com um toque de incompletude e irrealização. O começo de outro ano abre uma chave nova, na qual pode ser possível relacionar-se consigo mesmo e com o mundo, de modo mais pessoal, autorizando-se a não ser no mundo só a expectativa que os outros têm sobre você”, conclui o neuropsicólogo Fábio Roesler.
Adaptado de https://emais.estadao.com.br/noticias/comportament o,ansiedade-pode-ser-agravada-com-a-chegada-do-fim-do-ano,70003081631
Texto para o item.
Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item com relação à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.
“essas” (linha 16) – [células] “mesenquimais” (linha 15).
Texto para o item.
Considerando os mecanismos de coesão no texto, julgue o item com relação à correta correspondência entre o termo destacado e o respectivo elemento de referência.
“lhe” (linha 2) – “câncer” (linha 1).
O ambiente vai ficar pesado
Finalmente, o mundo ganhou consciência da necessidade de agir rapidamente para evitar a degradação do ambiente e, por isso, tomou a medida mais drástica que se pode tomar – lançou, contra todos os que recusam reconhecer o problema das alterações climáticas, a força mais exasperante e destruidora da natureza, uma adolescente.
Sou pai de duas adolescentes e sei que não pode haver adversário político mais irritante, impertinente e respondão. Tenho sofrido muito nas mãos destas políticas engenhosas e implacáveis. Donald Trump não sabe onde se meteu.
A Greta não precisa convencê-lo de que o mundo caminha para a extinção. Cinco minutos de conversa com ela e não só ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar como vai desejar que acabe o mais depressa possível. A única vantagem de Donald Trump é que pode usar a estratégia infantil de tapar os ouvidos e gritar até a Greta ir embora. Mas é muito improvável que ela se canse primeiro do que ele.
Trump há de querer ir brincar e a Greta não deixa. Nem sequer o velho estratagema de a mandar para a escola para descansar um pouco resulta, porque agora a adolescente pode argumentar que gostaria muito de ir para a escola, mas não pode porque o mundo precisa dela. É xeque-mate.
Talvez este modelo de ativismo extraordinariamente eficaz possa ser usado para atacar todos os outros problemas do mundo. Sempre que for preciso comparecer a mesas de negociação, os sindicatos enviam um adolescente para discutir com o patronato. Os salários passam a se chamar mesada, e ele consegue um aumento de 50% só para se calar e pôr a música mais baixo.
Nas câmaras dos deputados, os líderes dos blocos parlamentares dos partidos da oposição passam a ser deputados de 14 anos cheios de vigor, irreverência e acne.
Conseguem fazer passar vários projetos de lei importantes a troco da promessa de irem almoçar na casa dos avós no domingo sem fazer cara feia e de limparem o quarto.
Creio que, completamente por acaso, talvez tenhamos descoberto a maneira de tornar o mundo melhor.
(Ricardo Araújo Pereira, Folha de S.Paulo, 29.10.2019. Adaptado.)
(Folha de S.Paulo, 20.04.2015. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Levando em consideração o emprego das classes de palavras, relacione adequadamente as colunas a seguir.
1. “É importante, também, mudar as leis e políticas que ajudam a perpetuar a violência.”
2. “Agora suponha que dez das convidadas tenham sido ou serão vítimas de violência por parte dos parceiros.”
3. “A violência contra mulheres e meninas não é realidade apenas dos países pobres.”
4. “Setenta milhões de meninas se casaram antes dos 18 anos, a maioria contra sua vontade, em várias regiões do mundo.”
5. “Os motivos que levam a ela são vários, entre eles: (...)”
( ) Pronome.
( ) Artigo.
( ) Verbo.
( ) Substantivo.
( ) Advérbio.
A sequência está correta em
Muitas mães pedem aos filhos que não fumem, ____ saberem que é prejudicial ____ saúde. Porém, muitos deles nem ____ escutam.
As lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, por
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
Manuel Bandeira
Se a vida é um vale de lágrimas, por que não processar os pais por nos terem trazido ao mundo?
Se o leitor nunca pensou nessa hipótese, isso pode significar duas coisas. Primeiro, que é uma pessoa sã. Segundo, que nunca leu a saga do indiano Raphael Samuel, 27, que tentou processar os progenitores, segundo o jornal “The Guardian”.
Sim, Samuel confessa que tem uma excelente relação com eles. Mas há, digamos, um “pecado original” que o rapaz não pode perdoar: ele nasceu sem dar o seu consentimento. Uma indenização, ainda que simbólica, seria uma forma de fazer doutrina: quando queremos ter filhos, é importante ter o consentimento deles.
Por essa altura, o leitor inteligente que lê as minhas colunas já deve ter feito uma pergunta fundamental: como obter esse consentimento? E, já agora, em que fase?
A ciência terá aqui uma palavra importante. Mas, conhecendo o narcisismo da espécie e a tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis, não é de excluir que adolescentes de todas as idades, frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes, encontrem em Raphael Samuel um modelo (de negócio).
Antigamente, os pais poupavam para a universidade dos filhos. Hoje, convém poupar primeiro para a indenização que eles nos vão pedir.
No limite, ver o filho a pedir uma indenização aos pais por ter nascido faz tanto sentido como pedir uma indenização ao filho por ele não querer estar cá. Quem disse que só o filho pode ter razões de queixa?
O problema dos cálculos meramente utilitaristas é que eles são dotados de uma espantosa flexibilidade. E da mesma forma que os filhos avaliam os seus danos por terem nascido, os pais podem atuar da mesma forma.
Investiram tudo no delfim – patrimônio genético, tempo, dinheiro, sanidade e expectativas legítimas de que ele seria um adulto.
Mas o ingrato, no fim das contas, ainda quer fazer contas. Se isso não é motivo para uma indenização pesada, só um anjo nos pode salvar.
(João Pereira Coutinho, Alô, filho, você quer mesmo sair?
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br.
Acesso em: 15.11.2019. Adaptado)
As lacunas das frases devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, por
Leia as frases abaixo.
I. E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular. (Renato Russo)
II. Só tenho medo da minha esperança, que não me ama. (Macalé e Capinan)
III. Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. (Gonçalves Dias)
IV. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. (Graciliano Ramos)
V. Meu coração tropical está coberto de neve, mas ferve em seu cofre gelado. (João Bosco e Aldir Blanc)
Analise as afirmativas abaixo:
1. Todas as frases são períodos compostos por coordenação, em que a 2ª oração esclarece o sentido da oração principal.
2. Todas as frases têm como elemento coesivo um pronome relativo.
3. A palavra “que” em “IV” exerce a função sintática de sujeito, já que retoma o termo “as criaturas”.
4. O termo sublinhado em “V” é um adjunto adverbial.
5. A vírgula usada em “II” é optativa e não altera a semântica do período composto.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.