Questões de Concurso Comentadas sobre morfologia - verbos em português

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Q1871962 Português
Assinale a alternativa cuja conversão de frase ‘Pouquíssimas mulheres da geração dela fizeram curso superior’ (l. 08-09) para a voz passiva está correta.
Alternativas
Q1871916 Português
O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde mental
Lucía Blasco
Pode parecer contraditório, mas a positividade pode ser tóxica.

"Qualquer tentativa de escapar do negativo — evitá-lo, sufocá-lo ou silenciá-lo — falha. Evitar o sofrimento é uma forma de sofrimento", escreveu o escritor americano Mark Manson em seu livro A Arte Sutil de Ligar o Foda-se. É precisamente nisso que consiste a positividade tóxica ou positivismo extremo: impor a nós mesmos — ou aos outros — uma atitude falsamente positiva, generalizar um estado feliz e otimista seja qual for a situação, silenciar nossas emoções "negativas" ou as dos outros. (...) 
O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em "emoções desreguladas" do que "negativas". "A paleta de cores emocionais engloba emoções desreguladas, como tristeza, frustração, raiva, ansiedade ou inveja. Não podemos ignorar que, como seres humanos, temos aquela gama de emoções que têm uma utilidade e que nos dão informações sobre o que acontece no nosso meio e no nosso corpo", explica Rodellar à BBC News Mundo.
Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, "o problema com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos represente um desafio." "É desonesto em relação a quem somos permitir-nos apenas expressões positivas", diz Baker. (...) “Nós nos escondemos atrás da positividade para manter outras pessoas longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos." (...) "Quando ignoramos nossas emoções negativas, nosso corpo aumenta o volume para chamar nossa atenção para esse problema. Suprimir as emoções nos esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é sustentável a longo prazo", diz a terapeuta. (...)
Teresa Gutiérrez, psicopedagoga e especialista em neuropsicologia, considera que "o positivismo tóxico tem consequências psicológicas e psiquiátricas mais graves do que a depressão". "Pode levar a uma vida irreal que prejudica nossa saúde mental. Tanto positivismo não é positivo para ninguém. Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas", disse ele à BBC Mundo.
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atribui isso às redes sociais, "que nos obrigam a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos online". (...) "Se houvesse mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos os tipos de emoções. Somos humanos e devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo."
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxico "nos últimos anos", mas principalmente durante a pandemia. (...) "Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois descem e tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O problema é quando não as queremos sentir porque nos tornamos mais dóceis perante uma 'onda' que se aproxima". (...)
 Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, nos EUA, acredita que a melhor maneira de validar as emoções é "apenas ouvi-las". "Quando alguém compartilha sentimentos negativos com você, em vez de correr para fazer essa pessoa se sentir melhor ou pensar mais positivamente ("Tudo vai ficar bem"), tente levar um segundo para refletir sobre seu desconforto ou medo e faça o possível para ouvir", aconselha a especialista. (...)
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer "não pense nisso, seja positivo", diga "me diz o que você está sentindo, eu te escuto". Em vez de falar "poderia ser pior", diga "sinto muito que está passando por isso". Em vez de "não se preocupe, seja feliz", diga "estou aqui para você". (...) "Tudo bem olhar para o copo meio cheio, mas aceitando que pode haver situações em que o copo está meio vazio e, a partir daí, assumir a responsabilidade de como construímos nossas vidas".
Para Baker, o que devemos lembrar é que "todas as nossas emoções são autênticas e reais, e todas elas são válidas".

Adaptado de: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174.
Acesso em: 28 dez. 2021.
Considerando seu conhecimento acerca do uso dos tempos e dos modos verbais, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) No trecho “Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas”, os verbos em destaque foram empregados na forma nominal do infinitivo.
( ) No trecho “Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas”, “houver” indica possibilidade, enquanto “aprendemos” indica certeza.
( ) Em “Se houvesse mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos os tipos de emoções.”, os verbos destacados foram empregados no modo subjuntivo, indicando uma hipótese.
( ) Na sentença “(...) ‘não se preocupe, seja feliz’, diga ‘estou aqui para você’.”, os verbos destacados foram empregados no modo imperativo, apresentando uma orientação, conselho.
( ) Na sentença “(...) ‘não se preocupe, seja feliz’, diga ‘estou aqui para você’.”, o verbo em destaque foi empregado no presente do indicativo. 
Alternativas
Q1871814 Português
Texto 2

O médico legista João, responsável pela autópsia no corpo do empresário Pedro e dos outros membros da sua equipe, que morreram em um acidente de avião na tarde desta sexta-feira, falou sobre o exame preliminar dos corpos.

Embora o resultado final da autópsia – que irá determinar a causa das mortes – só será divulgado nos próximos vinte dias, depois do resultado dos exames de sangue, urina e vísceras, o legista esclareceu que todas as vítimas tiveram politraumatismo, ou seja, vários traumas no corpo, o que tornou impossível a sobrevivência de qualquer membro da equipe.

“A gravidade das lesões não permitiria a pessoa sobreviver. Foram muitas lesões letais em todos eles”, disse o médico, esclarecendo que eles morreram de forma quase instantânea.

(Adaptado) 
“Embora o resultado final da autópsia – que irá determinar a causa das mortes – só será divulgado nos próximos vinte dias...”; esse segmento do texto 2 mostra uma falha gramatical que pode ser reparada pela seguinte substituição:
Alternativas
Q1871480 Português
Assinale a alternativa em que a frase apresenta corretamente a correlação verbal.
Alternativas
Q1870962 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir, para responder à questão.


Artistas se adequam para seguir protocolos e realizar eventos onlines

Lives shows durante a pandemia da Covid-19 demandam capital e contratação de profissionais qualificados


Artistas buscaram alternativas de viabilizar seus serviços com a pandemia, que impôs distanciamento social no Brasil desde março de 2021. Uma saída foi buscar editais para realização de lives shows, que demandam capital para contratação de profissionais qualificados. Foi o caso do projeto Live Show no Céu Ana Maria, localizado na cidade de Santo André, São Paulo, idealizado pela banda Pânico X em parceria com o fundo de cultura da cidade e pela Lei Aldir Blanc 14.017/20.

O projeto foi iniciado no dia 12 de junho deste ano. O evento surgiu a partir da ideia de proporcionar lazer e cultura através dos meios tecnológicos pois, desde o início da pandemia, a maioria dos artistas procura novas possibilidades de visibilizar seus serviços, dado que ainda está vetada a realização de eventos em espaços públicos – o principal meio de renda para a maioria dos artistas.

Por meio de editais proporcionados pelo governo e pela prefeitura do estado, artistas encontraram maneiras de se adaptar ao período de pandemia, se atualizando aos diferentes meios de streaming e de captação de renda através de visualizações nas redes sociais. Entretanto, é necessário que haja equipamentos e profissionais capacitados para exercer determinadas funções em um evento online.

Para o bom funcionamento de uma live, além de capital para contratação de profissionais qualificados, também é necessário o fornecimento de equipamentos específicos para captação de imagem e som, proporcionando uma melhor experiência e inserção para os espectadores.

A cidade de Santo André (SP) proporcionou tudo que é necessário para realização desses shows. Em específico para a live realizada pela banda Pânico X, houve a possibilidade de contratar profissionais de iluminação, captação de imagem e projeção e de disponibilização de um espaço público: o Céu Ana Maria. Tal espaço dispõe de um anfiteatro, iluminação, projetores, sala de mídia e vestiários.

De acordo com o vocalista Denis Oyakawa e a videomaker Thayna Messa, o funcionamento do evento e o seguimento dos protocolos foram seguidos durante toda produção e organização: “A gente gravou o nosso DVD transmitindo-o como um show online. Os protocolos contra a Covid-19, no nosso caso, foram todos respeitados: foi um evento fechado ao público, a maioria da produção já estava testada e os mais velhos vacinados, a equipe e todos permaneceram utilizando máscaras e fazendo uso do álcool em gel. Então, na parte dos protocolos e realização do evento, tudo foi bem tranquilo.”, disse o vocalista da banda, Denis Oyakawa.


Incentivo por parte do governo aos artistas


A Lei Aldir Blanc – também chamada Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural ou Lei Aldir Blanc de apoio à cultura – é como ficou denominada a Lei nº 14.017 de 29 de junho de 2020, elaborada pelo Congresso Nacional, com a finalidade de atender ao setor cultural do Brasil – o maior afetado com as medidas restritivas de isolamento social impostas em razão da pandemia de Covid-19. Sua regulamentação permitiu destinar para tal setor o valor de três bilhões de reais.

Disponível em: https://bityli.com/4P2qyF. Acesso em: 24 out. 2021 (adaptado).

Na oração: “Entretanto, é necessário que haja equipamentos e profissionais capacitados para exercer determinadas funções em um evento online.”, as palavras destacadas podem ser classificadas, respectivamente, como
Alternativas
Q1870055 Português

Do moderno ao pós-moderno

 

Frei Betto / 14/05/2017 - 06h00

 

 

    A morte da modernidade merece missa de sétimo dia? Os pais da modernidade nos deixaram de herança a confiança nas possibilidades da razão. E nos ensinaram a situar o homem no centro do pensamento e a acreditar que a razão, sem dogmas e donos, construiria uma sociedade livre e justa.

    

   Pouco afeitos ao delírio e à poesia, não prestamos atenção à crítica romântica da modernidade – Byron, Rimbaud, Burckhardt, Nietzsche e Jarry. Agora, olhamos em volta e o que vemos? As ruínas do Muro de Berlim, a Estátua da Liberdade tendo o mesmo efeito no planeta que o Cristo do Corcovado na vida cristã dos cariocas, o desencanto com a política, o ceticismo frente aos valores.

 

    Somos invadidos pela incerteza, a consciência fragmentária, o sincretismo do olhar, a disseminação, a ruptura e a dispersão. O evento soa mais importante que a história e o detalhe sobrepuja a fundamentação.

 

    O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em pílulas de emagrecimento que em livros, e causanos profunda decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos do social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos ideais transformam-se em gravatas estampadas. Já não há utopias de um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamente incorreto propagar a tese de conquista de uma sociedade onde todos tenham iguais direitos e oportunidades.

 

    Agora predominam o efêmero, o individual, o subjetivo e o estético. Que análise de realidade previu a volta da Rússia à sociedade de classes? Resta-nos captar fragmentos do real (e aceitar que o saber é uma construção coletiva). Nosso processo de conhecimento se caracteriza pela indeterminação, descontinuidade e pluralismo.

 

   A desconfiança da razão nos impele ao esotérico, ao espiritualismo de consumo imediato, ao hedonismo consumista, em progressiva mimetização generalizada de hábitos e costumes. Estamos em pleno naufrágio ou, como predisse Heidegger, caminhando por veredas perdidas.

 

    Sem o resgate da ética, da cidadania e das esperanças libertárias, e do Estado-síndico dos interesses da maioria, não haverá justiça, exceto aquela que o mais forte faz com as próprias mãos.

 

    Ingressamos na era da globalização. Graças às redes de computadores, um rapaz de São Paulo pode namorar uma chinesa de Beijing sem que nenhum dos dois saia de casa. Bilhões de dólares são eletronicamente transferidos de um país a outro no jogo da especulação, derivativo de ricos. Caem as fronteiras culturais e econômicas, afrouxam-se as políticas e morais. Prevalece o padrão do mais forte.

 

    A globalização tem sombras e luzes. Se de um lado aproxima povos e quebra barreiras de comunicação, de outro ela assume, nas esferas econômica e cultural, o caráter de globocolonização.

 

 

(Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/domoderno-ao-p%C3%B3s-moderno-1.464377. Acesso 05 jan. 2018)



Texto II



Razões da pós-modernidade


Carlos Alberto Sanches, professor, perito e consultor em Redação – [31/03/2014 - 21h06]



    Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-modernidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson, como “uma lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do liberalismo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está associado a uma discussão sobre sua emergência funesta no pósguerra. É que ocorre nesse período um profundo desencanto no homem contemporâneo, especialmente no que toca à diluição e abalo de seus valores axiológicos, como verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as repercussões que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filosofia, arquitetura, economia, moral etc.


  Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, talvez, em uma crise de modernidade. Ou a constatação de que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devastadoras, produto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã a cultura contemporânea?


    Seria o caso de se falar em posteridade na pós-modernidade? Max Weber, já no início do século 19, menciona a chegada da modernidade trocada pela “racionalização intelectualista”, que produz o “desencanto do mundo”. Habermas o reinterpreta, dizendo que a civilização se desagrega, especialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência das leis, da autenticidade do belo, ou seja, como questões de conhecimento...


   Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moderna, de 1979, enfoca a legitimação do conhecimento na cultura contemporânea. Para ele, “o pósmoderno enquanto condição de cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredulidade face ao metadiscurso filosófico – metafísico, com suas pretensões atemporais e universalizantes”. É como se disséssemos, fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o sonho acabou” (ego trip). A razão, como ponto nevrálgico da cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que o racionalismo iluminista, que vai entronizar a ciência como uma mola propulsora para a criação de uma sociedade justa, valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, via progresso e com as suas descobertas, cantadas em prosa e verso, que nos deixaram um legado brutal: as grandes tragédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise ecológica, a corrida armamentista...


    A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que somente as luzes da razão poderiam colocar o homem como gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho, um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas coloca nessa época, o século 18, o gatilho que vai acionar essa desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segurança ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui também a racionalidade (o primado da razão cartesiana) como cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual pós-modernidade.


    O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um tipo de doença que produziu uma patologia social chamada de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe o dedo na ferida ao dizer que o projeto do Iluminismo já era, na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.


    A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desencanto com a ciência e suas tragédias (algumas delas), pode-se falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às grandes questões que prometeu responder, engendra novas e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incerteza de nossos precários destinos. Eu falaria, metaforicamente, do homem moderno acorrentado (o Prometeu) ao consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas frustrações e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental. Daí surgem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o relativismo e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do Iluminismo, a face sinistra de sua moeda. Não há mais nenhuma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem alguns dos mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar. Não há mais certezas, apenas a percepção de que é preciso repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um caminho para a felicidade, o que provoca um forte movimento de busca de liberdade. O mundo está sem ordem e valores, como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.


    A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de organizar nossas vidas levam Giddens a dizer que “não há nada de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radicalização para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos grandes espetáculos, como os do Coliseu antigo: o pão e o circo, para preencher o vazio da vida.


    Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engendra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os bens nos consomem e a produção, sempre crescente, implica a criação em massa (ou em série) de novos consumidores. Temos uma parafernália de bens, mas são em sua maioria coisas inúteis, que a razão / ciência nos deu; mas, em troca, sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa individualidade. Foi uma troca desvantajosa. É o que Campbell chama do sonho que gera o “signomercadoria”, que nos remete ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.


      Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer lúdico-frenético de consumir, sem saber que somos consumidos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor face à nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da razão, que nos entope de placebos, mas não de remédios para a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende lá no Iluminismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Baudrillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do grande filme O Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê), cujo magistral intérprete foi Peter Sellers.


       Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só nos sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização pela estética” que afeta diferentes aspectos da cultura, como a estética, a ética, a teórica, além da moral política.


       A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro desolador. Bauman fala em pós-modernidade como a forma atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em modernidade tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por certo que a atual discussão sobre o pós-moderno implica um processo de revisão e questionamento desse estado de coisas, em que o homem não passa de um res nulius, como as matronas romanas.


    A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à sua prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segundo Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas muitas razões para reordenar criticamente os descaminhos da pósmodernidade, sem esquecermos que a irracionalidade continua nos rondando.



http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-da-pos-modernidade8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e. Acesso em 21/01/18.


Leia atentamente a tirinha de Mafalda, personagem de Quino que, há mais de 50 anos, traz à tona questões que estão na pauta das discussões em nossa sociedade. Nesta, em especial, o tema é afim ao tratado nos dois textos lidos.
Imagem associada para resolução da questão

Sobre ela, são feitas afirmações, a seguir, referentes tanto ao conteúdo quanto à forma do texto verbal. Assinale a afirmativa INCORRETA:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FAURGS Órgão: SES-RS Provas: FAURGS - 2022 - SES-RS - Administrador - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Enfermeiro - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Educador Físico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Bibliotecário - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Biólogo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Contador - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Designer Gráfico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Economista - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Bioquímico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Administrador de Banco de Dados - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Arquivista - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Analista de Desenvolvimento de Sistemas - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Analista de Sistemas - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro Ambiental - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Analista de Suporte - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Assessor Jurídico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Físico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Fisioterapeuta - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Fonoaudiólogo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Médico Veterinário - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Nutricionista - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Médico Clínico Geral - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Farmacêutico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro de Produção - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Gestor em Saúde - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Médico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Gestor Financeiro - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro de Segurança do Trabalho - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Assistente Social - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro Agrônomo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Pedagogo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Analista de Políticas Públicas - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Psicólogo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Terapeuta Ocupacional - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Sociólogo - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Químico - Edital nº 15 | FAURGS - 2022 - SES-RS - Engenheiro Civil - Edital nº 15 |
Q1869427 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.


Adaptado de: Funcionamento da administração Pública – Secretarias Estaduais de Saúde. Página Oficial do CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde. CONASS. Funcionamento da Administração Pública – Secretarias Estaduais de Saúde. Disponível em https://www.conass.org.br/guiainformacao/funcionamento-da-administracao-publica-secretarias-estaduais-de-saude. Acesso em: 20 de setembro de 2021.
É correto afirmar que a forma verbal prestarem (l. 06)
Alternativas
Q1868686 Português

            Ainda me lembro de meu pai. Era um homem alto e bonito, com uns olhos grandes e um bigode preto. Sempre que estava comigo, era a me beijar, a me contar histórias, a me fazer os gostos. Tudo dele era para mim. Eu mexia nos seus livros, sujava as suas roupas, e meu pai não se importava. Às vezes, porém, ele entrava em casa calado. Sentava-se numa cadeira ou passeava pelo corredor com as mãos para trás, e discutia muito com minha mãe. Gritava, dizia tanta coisa, ficava com uma cara de raiva que me fazia medo. E minha mãe saía para o quarto aos soluços. Eu não sabia compreender o porquê de toda aquela discussão. Sei que, com um pouco mais, lá estava ele com a minha mãe aos beijos. E o resto da noite, até ir me deitar, era só com ela que ele estava, com os olhos vermelhos de ter chorado também.

            Eu o amava porque o que eu queria fazer ele consentia, e brincava comigo no chão como um menino da minha idade. Depois é que vim a saber muita coisa a seu respeito: que era um temperamento excitado, um nervoso, para quem a vida só tivera o seu lado amargo. A sua história, que mais tarde conheci, era a de um arrebatado pelas paixões, a de um coração sensível demais às suas mágoas. Coitado do meu pai! Parece que ainda o vejo quando saía de casa levado pelos soldados, no dia de seu crime. Que ar de desespero ele levava, no rosto de moço! E o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! Vim a compreender, com o tempo, porque tinha se deixado levar ao desespero. O amor que tinha pela esposa era o amor de um louco.

(José Lins do Rego, Menino de Engenho. 94 ed. Rio de Janeiro:

José Olympio, 2007. Excerto adaptado)

A forma verbal composta destacada na frase do 2º parágrafo – Vim a compreender, com o tempo, porque tinha se deixado levar ao desespero. – expressa a mesma referência temporal que o verbo destacado em: 
Alternativas
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2021 - PC-RJ - Inspetor de Polícia Civil |
Q1868127 Português
Em todas as frases abaixo há uma expressão formada pelo advérbio não + forma verbal; a frase abaixo em que a expressão destacada foi substituída por um só verbo de significado equivalente e adequado ao contexto é:
Alternativas
Q1867921 Português
Como as pérolas são formadas?

   Um grão de areia ou um bichinho que habita os oceanos, como um camarão, entra na concha da ostra. Ele segue direto para uma região do corpo do animal conhecida como manto.
   O manto é especialista em defesa. Assim que identifica a invasão, ele gera uma irritação. A seguir, dobra-se sobre o intruso, como se fizesse um embrulho. Isso evita que a visita indesejada se mova.
   O sistema de defesa da ostra é ativado e libera uma substância brilhante, chamada de nácar ou madrepérola. O material é depositado em camadas sobre o invasor e endurece depressa, formando uma bolota – é a pérola! Ela cresce sem parar, pois a ostra nunca para de enviar madrepérola ao local.
   A reação que cria uma pérola acontece aos poucos. Por isso, a pedra leva cerca de três anos para se formar, dependendo da espécie da ostra. Depois de tanto tempo, se o que invadiu o molusco foi um bicho, ele acaba desaparecendo.
   Ostras têm um sistema muito eficiente de defesa: a própria concha. É muito difícil que algo consiga invadi-la e formar uma pérola. Na natureza, isso acontece em uma a cada 10 mil ostras. Por isso, a pedra é rara e cara.
   O formato da pérola depende do invasor e do local onde ele se instala. Quando o visitante gruda no manto, fica preso e se torna irregular. Mas, se ele se descola, o nácar o reveste por inteiro e a pedra fica redonda. As cores variam: branca, creme, rosa, cinza, preta, entre outras. Isso depende da espécie de ostra e de substâncias que estão na água.
(Fonte: Abril - adaptado.) 
A palavra sublinhada em “(...) libera uma substância brilhante, chamada de nácar ou madrepérola.” é classificada, gramaticalmente, como:
Alternativas
Q1867871 Português
Do início ao fim? O ciclo de vida da árvore

   As árvores são plantas com tronco de madeira, formadas por raiz, caule, galhos e folhas. Elas podem ser angiospermas (quando dão flores e as sementes são protegidas por um fruto, como a macieira) e gimnospermas (sem flores e sem frutos, com sementes sem proteção, como os pinheiros).
  Tudo começa quando a semente do fruto de uma árvore cai no chão. Lá dentro, protegido pela casca, está o embrião da futura planta. Ele se alimenta de uma reserva de nutrientes __________ na semente e cresce com a ajuda da água retirada do solo. Assim, aos poucos, ganha força para romper a casca e tornar-se uma pequena árvore.
    Nos primeiros meses de vida, a árvore já é capaz de conseguir tudo o que precisa para se desenvolver. Vindos do solo, água e sais minerais entram pela raiz, sobem pelo tronco e chegam às folhas, que fazem a fotossíntese.
   Você só ________ a parte de cima, mas, quando é jovem, a árvore cresce também para baixo, nas raízes. Além disso, a planta cresce para os lados com o desenvolvimento das células que formam o tronco.
  Viu uma árvore com flores, frutos ou sementes? Sinal de que ela já é adulta e está pronta para se reproduzir. A forma mais conhecida é pelas flores: ao receber o _________ de outras flores da mesma espécie, elas se transformam em frutos, onde estão as sementes que, ao caírem no chão, darão origem a novas árvores.
  Um dos sinais de que uma árvore está ficando velha é que as raízes não conseguem mais retirar do solo toda a água e sais minerais necessários para viver. O transporte de nutrientes pela planta também não funciona bem. Aí, as folhas caem, os galhos perdem força e a casca se solta do tronco.

(Fonte: Abril - adaptado.)
A palavra sublinhada em “A forma mais conhecida é pelas flores (...)” é classificada, gramaticalmente, como: 
Alternativas
Q1867551 Português
Texto para o item. 


Internet: <https://invexo.com.br> (com adaptações).
Quanto ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.

Os vocábulos “aumento” (linha 5), “anterior” (linha 5) e “levantamento” (linha 6) são empregados no período, respectivamente, como verbo, advérbio e substantivo. 
Alternativas
Q1867506 Português
Texto para a questão. 


Gregório Duvivier. Ficaste na ronha, javardo: chega de aldrabice que isto
é batota e desenrascanço. In: Folha de S. Paulo,
30/11/2021 (com adaptações).
O tom pessoal do texto é marcado especialmente pelo uso da primeira pessoa gramatical; contudo, em determinado trecho, apesar do emprego do verbo na primeira pessoa, o sujeito verbal é distinto do autor do texto. Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta o trecho em que isso ocorre.
Alternativas
Q1867294 Português
Entre os empregos do pretérito imperfeito do indicativo há um que expressa uma relação de cortesia, como no seguinte caso:
Alternativas
Q1867188 Português

Leia a tirinha apresentada a seguir: 


Imagem associada para resolução da questão


Com base na leitura da tirinha, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1866255 Português

Para responder à questão, leia o texto abaixo:


Reunida num congresso em Marselha, no sul da França, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) publicou a “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”. Os cientistas avaliaram 138.374 espécies, das quais quase 30% estão sob ameaça. Entre as espécies emblemáticas que sofrem graves ameaças está o dragão de Komodo, o maior lagarto do mundo e, também, um dos mais antigos. As condições de vida desses gigantes, que medem até três metros de comprimento e pesam 90 quilos, estão ameaçadas tanto pelo aquecimento global quanto pela atividade humana. Outras vítimas das atividades humanas são os tubarões e arraias. A reavaliação da situação global dessas espécies mostrou que 37% delas entraram nas categorias de animais ameaçados, contra 24%, em 2014. “Essas avaliações da Lista Vermelha demonstram quão intimamente nossas vidas e meios de subsistência estão ligados à biodiversidade”, afirmou o diretor-geral da IUCN, Bruno Oberle, em um comunicado.

Radio France Internationale. Revista Carta Capital.

“Espécies ameaçadas de extinção no planeta somam 30%”.

Adaptado. 4 de setembro de 2021.

Na frase Essas avaliações da Lista Vermelha demonstram quão intimamente nossas vidas e meios de subsistência estão ligados à biodiversidade, os termos destacados são classificados, respectivamente, como: 
Alternativas
Q1866249 Português

Após a leitura do enunciado apresentado a seguir, leia as assertivas:


A escritora moçambicana Paulina Chiziane é a vencedora do Prêmio Camões 2021, o mais importante da língua portuguesa. Aos 66 anos, ela é a primeira mulher africana a vencer o prêmio e leva para casa 100 mil euros. O anúncio foi feito pela Biblioteca Nacional e o júri — composto por seis intelectuais conhecedores da literatura da língua portuguesa — destacou a vasta produção e recepção crítica de Paulina, bem como o reconhecimento acadêmico e institucional da sua obra.

Redação PublishNews. “Prêmio Camões 2021 vai para a

moçambicana Paulina Chiziane”. Adaptado. 21 de outubro de 2021.


I. A primeira vírgula empregada no texto foi utilizada para marcar o aposto, sendo este representado pelos termos o mais importante da língua portuguesa.

II. Considerando as vozes do verbo, na frase O anúncio foi feito pela Biblioteca Nacional tem-se voz ativa.

III. Os termos que se encontram entre os travessões são termos acessórios da oração e, portanto, podem ser retirados da frase sem nenhum prejuízo para o entendimento.


Pode-se afirmar que: 

Alternativas
Q1865407 Português
O emprego, no último parágrafo do texto, das formas verbais “imaginais”, “mostrais” e “conheceis”, todas flexionadas na segunda pessoa, indica que o narrador dialoga com o leitor do texto.
Alternativas
Q1864553 Português
O trecho “Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa” (linhas 6 e 7) poderia ser reescrito da seguinte maneira, mantendo-se sua correção gramatical e a coerência textual: Nunca havia sido nada na vida, tampouco admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: MGS Prova: IBFC - 2022 - MGS - Agente de Campo |
Q1864487 Português
Lourdes aproveitou as longas férias para ir ao nordeste, visitar os pais. A este respeito, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Respostas
1221: D
1222: E
1223: D
1224: E
1225: B
1226: C
1227: E
1228: D
1229: A
1230: A
1231: B
1232: E
1233: A
1234: E
1235: C
1236: B
1237: A
1238: C
1239: C
1240: B