Questões de Concurso
Comentadas sobre morfologia em português
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Por que o céu é azul?
Eliene
A luz do Sol, ao chegar à atmosfera, possui coloração branca, porém, essa luz se movimenta por meio de ondas que permanecem espalhadas de maneira imperceptível aos olhos. Por causa do oxigênio e do nitrogênio presentes na atmosfera, a luz solar sofre algumas alterações relacionadas à cor, pois, apesar de ser branca aos olhos, é, na verdade, um misto de várias cores, que podem ser vistas, por exemplo, quando ocorre a formação de um arco-íris.
Cada cor possui uma onda com tamanho diferente. A onda correspondente à cor azul possui um dos menores comprimentos visíveis, e o maior pertence à cor vermelha.
Quando a luz solar, influenciada pelos gases atmosféricos, chega à percepção humana, ocorre um fenômeno físico nomeado espalhamento Rayleigh, que provoca a dispersão dessa luz ao passar por determinadas partículas de ar. Esse cruzamento entre a luz e as partículas de ar apresenta um reflexo da luz que possui absorção de parte de sua energia, de modo que suas cargas vibrem, emitindo mais radiação. Como a cor azul possui menor comprimento, as pequenas partículas de ar presentes na atmosfera encontram compatibilidade com elas, absorvendo-a. Ao absorver o azul, as partículas de ar liberam essa coloração por todo o espaço, dando a impressão de que o céu é azul.
Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído. A partir daí, consegue-se perceber o tom avermelhado no céu por causa da onda de maior comprimento dessa cor. O aparecimento do vermelho se deve à necessidade de uma onda se espalhar menos pela atmosfera por causa da distância entre ela e o astro.
Adaptado de: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/por-que-ceu-azul.htm>.
No período “Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído.”, a palavra “azul” é classificada como:
Na passagem “... A Região Sudeste concentra o maior número de vagas e os melhores salários...”, os adjetivos “maior” e “melhores” estão empregados no grau:
Levando em conta o processo de formação, a palavra “musculoesquelética” constitui exemplo de:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.
Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras
1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres
2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.
3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19
4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da
5 Organização Mundial da Saúde (OMS).
6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do
7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor
8 para fazer dele também uma arma química.
9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio
10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com
11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.
12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes
13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva
14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são
15 as maiores vítimas.
16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa
17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8
18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar
19 se dão por força das emissões veiculares.
20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na
21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a
22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.
23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do
24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para
25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.
26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5
27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,
28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.
29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS
30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5
31 micrograma/m3.
32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao
33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$
34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.
35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de
36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda
37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.
38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual
39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena
40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.
(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)
A relação de sentido estabelecida pelos termos sublinhados nos enunciados está corretamente indicada em:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.
Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras
1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres
2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.
3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19
4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da
5 Organização Mundial da Saúde (OMS).
6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do
7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor
8 para fazer dele também uma arma química.
9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio
10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com
11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.
12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes
13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva
14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são
15 as maiores vítimas.
16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa
17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8
18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar
19 se dão por força das emissões veiculares.
20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na
21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a
22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.
23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do
24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para
25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.
26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5
27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,
28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.
29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS
30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5
31 micrograma/m3.
32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao
33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$
34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.
35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de
36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda
37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.
38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual
39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena
40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.
(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)
Em relação às estratégias de organização do texto, é CORRETO afirmar:
(Texto 01)
1 No modelo atual de sociedade digital os bens já
não representam a extrema medida da riqueza.
Com efeito, em tempos de um admirável mundo
cibernético, ainda de todo não conhecido, a
5 informação e o conhecimento são as principais
fontes de poder. O direito fundamental ao acesso
a informação decorre da ampla abertura inerente
às cartas constitucionais democráticas,
revelando-se, nesse sentido, como relevante
10 instrumento de participação popular e efetivo
controle dos poderes representativos, além de
determinar singulares desdobramentos de ordem
comercial e civil no âmbito do Direito Privado.
Umbilicalmente relacionados, o direito
15 fundamental à liberdade de expressão oxigena e
impulsiona o exercício do direito à informação. A
relação entre essas duas cláusulas pétreas do
direito constitucional brasileiro é, em absoluto,
indissociável, e deriva de dispositivos expressos
20 no texto da Lei Maior, que, inicialmente, declara
ser "livre a manifestação do pensamento" e, em
seguida, garante ser "assegurado a todos o
acesso à informação".
Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e
25 Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão
constitui "um dos mais relevantes e preciosos
direitos fundamentais, correspondendo a uma das
mais antigas reivindicações dos homens de todos
os tempos". Nesse sentido, tem-se, pois, que a
30 liberdade de expressão representa uma relevante
conquista da civilização, que acompanha a
própria evolução da humanidade.
(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)
Assinale a alternativa cuja conjunção sublinhada possui o mesmo valor semântico que o termo “pois” (linha 29) retirado do Texto 01:
Leia, atentamente, o texto a seguir:
UM PAÍS SE FAZ COM SAPATOS E LIVROS
Leo Cunha
Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhecer. [...]
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na cabeça dos seus filhos”.
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pedro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio de BH.
Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou para nunca.
Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 2016 (Adaptado)
A ideia expressa pelos articuladores sintáticos está corretamente identificada entre parênteses, EXCETO em:
Leia, atentamente, o texto a seguir:
UM PAÍS SE FAZ COM SAPATOS E LIVROS
Leo Cunha
Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhecer. [...]
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na cabeça dos seus filhos”.
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pedro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio de BH.
Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou para nunca.
Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 2016 (Adaptado)
Todos os termos destacados têm natureza adjetiva, EXCETO em:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 ao 10.
Os cajus novos, ainda verdes (pedúnculos) tinham longa maturescência.
Assinale a opção que contém a classificação correta das palavras destacadas, RESPECTIVAMENTE.
Texto 1
NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares
Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu
em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras,
no Rio de Janeiro, e durante anos morou na casa de
5 seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em
1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna
Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de
Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa,
10 onde participou do projeto do Ministério da Educação.
Niemeyer ganhou o mundo com projetos ousados e
revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU
conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor
de vários projetos importantes no Brasil como Brasília,
15 o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro
de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o
conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de
Almeida. Ele foi juiz de direito em Maricá e depois foi
20 para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa
era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De
modo que, em tempos de esculhambação, a lembrança
dele é muito boa.
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio
25 de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular.
Amigos desde a juventude, frequentavam o café
Lamas, o bilhar, os cabarés da cidade e as noites do
Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para
Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode
30 consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar
as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência.
Dentro, são oito quartos, separados pelas salas,
amplas, sem a disciplina e a lógica funcional que os
35 projetos de hoje apresentam (uma das características
das casas coloniais). E o telhado a descer com seu
galeio natural, adaptando-se à capela que surge no
conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/
É formada pelo processo de composição a palavra:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
Ciência contra o crime
Com o aperfeiçoamento da genética e sua integração a sistemas ultrainformatizados, solucionar crimes que pareciam perfeitos está cada vez mais fácil. Onze de setembro de 2001. Dois aviões se chocam contra o World Trade Center, no coração de Nova York. 2 749 pessoas morrem. Para a maior parte dos americanos, o fundamental é descobrir os responsáveis pelo atentado terrorista. Mas, para os parentes daqueles que estavam nos prédios, o mais urgente é outra coisa: identificar seus filhos, pais, maridos e esposas.
Apenas 291 corpos foram encontrados intactos. Os outros se transformaram em mais de 19 mil partes, um terço delas tão pequenas que saíam de lá em tubos de ensaio. O colapso dos edifícios e o fogo que atingiu temperaturas superiores a 1000 °C no primeiro dia de incêndio destruíram boa parte do material genético das vítimas. Nove meses depois, menos da metade delas havia sido identificada. Sem poder contar com a análise de impressões digitais, arcadas dentárias e outros métodos tradicionais, o Escritório de Exames Médicos da Cidade de Nova York criou uma junta de especialistas para orientar os testes de DNA. Para o governo dos EUA, consolar os familiares das vítimas do 11 de Setembro tornou-se uma questão de honra nacional, na qual todo esforço tecnológico deveria ser empregado.
Estava para começar o maior – e provavelmente mais difícil – trabalho de perícia criminal da história da humanidade. “Nenhum de nós sabia quanto tempo a investigação poderia durar”, diz o geneticista do Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano Leslie Biesecker, um dos especialistas envolvidos no processo. Em 7 anos, a força-tarefa que uniu biólogos, químicos, médicos-legistas, engenheiros, matemáticos e programadores conseguiu resultados inéditos, que hoje começam a ser empregados ao redor do planeta.
Os esforços de identificação das vítimas do WTC são uma prova de que, hoje, desvendar crimes só é possível com equipes multidisciplinares. Além de aperfeiçoar a clássica coleta de evidências, elas trabalham no desenvolvimento de sofisticadas técnicas de testes de DNA e softwares especializados que formam uma estrutura de fazer inveja a Sherlock Holmes. Esse arsenal high tech tem deixado a vida dos bandidos complicada: está cada vez mais duro cometer um crime perfeito. Ciência contra o crime
(ARAÚJO, Tarso. in Revista Superinteressante, agosto de 2008.)
A palavra HUMANIDADE (parágrafo 3) é formada pelo processo de:
Atenção: As questões de números 6 a 13 referem-se ao texto abaixo.
Nascido nos Estados Unidos da América em 30 de abril de 1916, Claude E. Shannon obteve o título de doutor no MIT, em 1937, com trabalho notável em "Álgebra de Boole", propondo circuitos elétricos capazes de executar as principais operações da Lógica clássica.
Quatro anos antes (23 de junho de 1912) de seu nascimento, em Londres, nascera Allan M. Turing, que também se interessou por encontrar meios de realizar operações lógicas e aritméticas, fazendo uso de máquinas. Suas ideias resultaram no importante conceito de "Máquina de Turing", paradigma abstrato para a computação, apresentado durante seus estudos, no King's College, em Cambridge, no ano de 1936. Entre 1936 e 1938, Turing viveu em Princeton-NJ onde realizou seu doutorado estudando problemas relativos à criptografia.
Assim, Shannon e Turing, de maneira independente, trabalhavam, simultaneamente, em comunicações e computação, dois tópicos que, combinados, hoje proporcionam recursos antes inimagináveis para o mundo moderno das artes, da ciência, da medicina, da tecnologia e das interações sociais.
Contemporaneamente à eclosão da Segunda Guerra Mundial, Shannon e Turing gestavam ideias abstratas sofisticadas, tentando associá-las ao mundo concreto das máquinas que, gradativamente, tornavam-se fatores de melhoria da qualidade de vida das populações.
A Segunda Grande Guerra utilizou-se de tecnologias sofisticadas para a destruição. Os bombardeios aéreos causaram muitas mortes e devastaram cidades. Evitá-los e preveni-los eram questões de vida ou morte e, para tanto, ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma atividade indispensável.
Os países do eixo tinham desenvolvido sofisticadas técnicas de comunicação criptografada utilizada para planejar ataques inesperados às forças aliadas. Shannon e Turing, então, com seu conhecimento sofisticado da matemática da informação deduziram as regras alemãs de codificação, levando os aliados a salvar muitas de suas posições de ataques nazistas.
Pode-se dizer que uma boa parte da inteligência de guerra dos aliados vinha desses dois cérebros privilegiados.
Finda a guerra, Shannon passou a trabalhar nos laboratórios Bell, propondo a "Teoria da Informação", em 1948. Com carreira profícua, notável pela longevidade e muitos trabalhos importantes, deixou sua marca nas origens das comunicações digitais. Faleceu aos 85 anos (em 24 de fevereiro de 2001), deixando grande legado intelectual e tecnológico.
Turing, após o término da guerra, ingressou como pesquisador da Universidade de Manchester, sofrendo ampla perseguição por ser homossexual. Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952. Essa sequência de dissabores levou-o ao suicídio, em 7 de junho de 1954.
Shannon viu sua teoria transformar o mundo, com o nascimento da internet. Turing, entretanto, não viu sua máquina se transformar em lap-tops e tablets que hoje povoam, até, o imaginário infantil.
(PIQUEIRA, José Roberto Castilho. “Breve contextualização histórica”, In: “Complexidade computacional e medida da informação: caminhos de Turing e Shannon”, Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87, Maio/Agosto 2016, p.340-1)
Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952.
Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido
Texto para as questões 5 e 6
“A primeira análise detalhada da estrutura molecular do vírus zika revelou que (1) ele (2) é praticamente um sósia do vírus da dengue – mas (3) com algumas pequenas diferenças que (4) podem ser cruciais para a capacidade que esse vilão microscópico tem de invadir as células humanas.
[...]”.
(Folha de S.Paulo, 1º/4/16 – saúde B5)
O par de palavras em que ocorre o fenômeno da derivação sufixal é:
Texto para a questão 3
“No começo dos anos 1990, na Itália, um grupo de magistrados milaneses (o mais popular foi Antonio di Pietro) tentou(1) acabar com os esquemas de corrupção (antigos e tradicionais) que ligavam(2) empresários, financistas e políticos. [...]”.
(Folha de S.Paulo, 31/3/16 – ilustrada C8)
Sobre a flexão dos verbos destacados, analise as assertivas abaixo.
I. Em (1), o verbo poderia ir para o plural.
II. Em (2), o verbo concorda com “um grupo de magistrados”.
III. Em (1), o verbo concorda com “Antonio di Pietro”.
IV. Em (2), o verbo concorda com “os esquemas de corrupção”.
É correto o que se afirma em:
Leia o texto e responda às questões de números 06 a 09.
Comandante aposentado não deixa o cockpit
Shigekazu Miyazaki está usando o tempo livre de sua aposentadoria a 25 mil pés. Ele foi piloto da maior companhia aérea japonesa por quatro décadas, mas deixou o posto ano passado, ao completar 65 anos, idade-limite para voar pela empresa.
Mas, em vez de jogar golfe ou pescar, agora Miyazaki é piloto de uma companhia regional do Japão. “Nunca pensei que ainda estaria voando aos 65 anos, mas eu continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não?”
O envelhecimento dos trabalhadores está forçando um questionamento sobre a trajetória profissional e também sobre a sustentação da Previdência no Japão. O país tem a maior expectativa de vida do mundo, pouca imigração e uma minguante população de jovens trabalhadores, reflexo de décadas de queda na taxa de natalidade.
Isso torna os trabalhadores mais velhos ainda mais importantes para a economia. Mais da metade dos homens japoneses com mais de 65 anos executa algum tipo de trabalho remunerado, comparado com um terço dos americanos e 10% em alguns países da Europa.
A economia japonesa está começando a se recuperar graças à demanda das exportações, mas a escassez de trabalhadores pode limitar esse crescimento. A taxa de desemprego é de 2,8%.
Ao mesmo tempo, a geração que começa a se aposentar pressiona a Previdência Social e força o governo a estudar o aumento da idade mínima para conceder o benefício.
Os trabalhadores mais velhos também ajudam a explicar a estagnação da renda no Japão. Os mais velhos costumam receber muito menos do que o salário do pico de suas carreiras. Essa queda acaba reduzindo os aumentos que um jovem recebe ao longo do crescimento profissional.
Para Miyazaki, por exemplo, a escolha de continuar voando é um luxo. No novo emprego, recebe um terço do salário de antes de se aposentar.
(New York Times. Publicado pela Folha de S.Paulo em 30.07.2017. Adaptado)
No 2º parágrafo, em – ...mas eu continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não? –, os termos destacados expressam, correta e respectivamente, as ideias de:
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é “ganhar” da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Para começar, a família é uma instituição em via de extinção. Compromissos familiares, então, nem se fala. Vive-se a transitoriedade plena. A cada dia, o conceito de continuidade é cada vez mais esquecido, por isso é preciso questionar este mundo transitório em que vivemos.
Enquanto a transitoriedade valoriza o presente e a circunstância, a continuidade dá mais ênfase à ligação entre jovens e idosos, perpetuando os laços afetivos partilhados entre os familiares.
A velocidade dos acontecimentos deste século afasta a ilusão de renascer uma família tradicional, portanto, é necessário criar novas tradições familiares, e o amor e o respeito são as únicas forças capazes de restituir a integridade de uma família e de uma sociedade.
Precisamos atentar para o fato de que transmitir princípios de conduta de uma geração para a seguinte requer empenho. A mera reprodução física da raça humana não garante a sobrevivência dos ideais da sociedade.
(Ushitaro Kamia. Folha de S.Paulo, 02.05.2008. Adaptado)
Leia os trechos do texto.
• Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego... (2º parágrafo)
• Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. (4º parágrafo)
Os termos destacados apresentam, respectivamente, circunstâncias adverbiais de intensidade e de modo.
Tendo isso em vista, assinale a alternativa cujas expressões destacadas também indicam, respectivamente, intensidade e modo.
PAISAGEM URBANA
1º -----São cinco horas da manhã, um nevoeiro cai branco como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água brilham em trilhos de ferro. “Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um. Um Homem inalterável é um poste, que espera o trem na estação quase vazia.
2º -----É o trem que leva e traz toda a gente ao trabalho, ao centro da cidade, a tantos lugares nenhum. É o trem que chega carregado de pop, popular, população, populacho, que pula que nem pipoca por todos os bairros da capital. Na plataforma uma luz vermelha pisca, enquanto um sinal de alerta grita: blem! Blem! Blem! Na cabeça, tanto do Um como do Outro, as ideias vão e vêm, como os trens. Os trens que não têm remédio, não têm escolha. Apenas vão e vem. É preciso ir em frente.
3º -----A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Pára a máquina, desce um branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem. Um Homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim...
4º -----Outro Homem se foi. Um Homem está feliz.
Marco Antonio Hailer.
Analise as afirmações sobre a formação das palavras retiradas do texto:
I - A palavra “sobressalto” é formada por justaposição assim como “girassol”.
II - idêntico processo de formação de palavra está presente em “trabalho” e “alerta”.
III - A palavra “inalterável” é formada por derivação parassintética.
IV - O sufixo de “nevoeiro” da ideia de intensidade.
Quais afirmativas estão corretas?
PAISAGEM URBANA
1º -----São cinco horas da manhã, um nevoeiro cai branco como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água brilham em trilhos de ferro. “Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um. Um Homem inalterável é um poste, que espera o trem na estação quase vazia.
2º -----É o trem que leva e traz toda a gente ao trabalho, ao centro da cidade, a tantos lugares nenhum. É o trem que chega carregado de pop, popular, população, populacho, que pula que nem pipoca por todos os bairros da capital. Na plataforma uma luz vermelha pisca, enquanto um sinal de alerta grita: blem! Blem! Blem! Na cabeça, tanto do Um como do Outro, as ideias vão e vêm, como os trens. Os trens que não têm remédio, não têm escolha. Apenas vão e vem. É preciso ir em frente.
3º -----A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Pára a máquina, desce um branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem. Um Homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim...
4º -----Outro Homem se foi. Um Homem está feliz.
Marco Antonio Hailer.
Considere as seguintes afirmações sobre classes de palavras e termos da oração dos vocábulos presentes no texto:
I - O vocábulo “trem” em “que espera o trem” (1º parágrafo) é substantivo em função de objeto direto.
II - Os vocábulos “da cidade” (2º parágrafo) é uma locução adjetiva em função de adjunto adnominal.
III - O vocábulo, “feliz” em “Um Homem está feliz” (3º parágrafo) é um adjetivo em função de predicativo do sujeito.
IV - O vocábulo “luz” em “Na plataforma uma luz vermelha pisca” é um substantivo em função de núcleo do sujeito simples.
Quais afirmativas estão corretas?
Na epígrafe da crônica de Caio Fernando de Abreu, há um neologismo. Tal recurso tem sido usado, principalmente, desde a primeira fase do Modernismo, a exemplo de Manuel Bandeira, como por poetas mais contemporâneos como Manoel de Barros. São mostras dos respectivos autores: “Teadoro, Teodora” e “É preciso transver o mundo”.
Sobre o processo de formação dos três neologismos anteriormente citados é certo afirmar que
Texto para responder às questões 1 e 8.
1 A costa Atlântica, ao longo de milênios, foi percorrida
e ocupada por inumeráveis povos indígenas. Disputando os
melhores nichos ecológicos, eles se alojavam, desalojavam e
4 realojavam, incessantemente. Nos últimos séculos, porém,
índios de fala tupi, bons guerreiros, se instalaram,
dominadores, na imensidade da área, tanto à beira-mar, ao
7 longo de toda a costa atlântica e pelo Amazonas acima,
como subindo pelos rios principais, como o Paraguai, o
Guaporé, o Tapajós, até suas nascentes.
10 Configuraram, desse modo, a ilha Brasil,
prefigurando, no chão da América do Sul, o que viria a ser
nosso país. Não era, obviamente, uma nação, porque eles
13 não se sabiam tantos nem tão dominadores. Era, tão-só,
uma miríade de povos tribais, falando línguas do mesmo
tronco, dialetos de uma mesma língua, cada um dos quais,
16 ao crescer, se bipartia, fazendo dois povos que começavam
a se diferenciar e logo se desconheciam e se hostilizavam.
Se a história, acaso, desse a esses povos Tupi uns
19 séculos mais de liberdade e autonomia, é possível que
alguns deles se sobrepusessem aos outros, criando
chefaturas sobre territórios cada vez mais amplos e forçando
22 os povos que neles viviam a servi-los, os uniformizando e
desencadeando, assim, um processo oposto ao de expansão
por diferenciação.
25 Nada disso sucedeu. O que aconteceu, e mudou total
e radicalmente seu destino, foi a introdução no seu mundo
de um protagonista novo, o europeu.
Darcy Ribeiro. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
A conjunção empregada no início do terceiro parágrafo introduz no texto uma ideia de