Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

Foram encontradas 9.296 questões

Q1983018 Português

De cada uma das pequenas notícias abaixo, foi feita uma inferência, ou seja, algo que pode ser deduzido do que se leu.


Assinale a opção em que a inferência é adequada.

Alternativas
Q1983014 Português

Observe o seguinte raciocínio: A gramática portuguesa é de difícil aprendizagem, por isso acho conveniente a contratação de novos professores.


Nesse caso, a premissa inicial do raciocínio corresponde a 

Alternativas
Q1982888 Português

Observe um trecho do discurso parlamentar do então deputado Carlos Lacerda sobre o projeto de fixar-se o texto da carta-testamento de Getúlio Vargas nas escolas públicas de São Paulo:


“Sr. Presidente:

O texto dessa carta, seja ela apócrifa ou não, é um texto de luta política, é um texto de pronunciamento apaixonado que se atribui a um homem no momento culminante da sua vida, isto é, no momento em que deliberou dar-se morte por suas próprias mãos. É um texto de paixão, é um texto de violência, é um texto que consagra o suicídio como norma para a decisão da vida de um homem. É, portanto, um texto, embora de autenticidade duvidosa, ou ainda que autêntico, diria mesmo, precisamente se autêntico, capaz de merecer o respeito até dos adversários daquele a quem se atribui a autoria, mas nunca para ser afixado e, muito menos, obrigatoriamente, nas escolas públicas de uma cidade de qualquer país. Porque: primeiro, o texto dessa carta faz o elogio do suicídio, o que não é, evidentemente, ensinamento a legar, ou a impor, ainda menos a impor, às crianças que frequentam as escolas públicas de uma cidade; segundo, é um texto de combate, de polêmica política, é um texto de violento revide, num momento de paixões desencadeadas dentro de uma situação histórica determinada. Não é o documento básico de uma nação. [....] É um texto, repito, cuja autenticidade está por ser demonstrada; mas, demonstrada que fosse ou venha a ser, não é, certamente, um texto para figurar nas paredes das escolas públicas. Primeiro, porque faz o elogio, faz a apologia da violência contra o próprio corpo pelo suicídio, solução extrema, solução que respeito, mas que não posso ver recomendada às crianças do meu País. E, ainda, porque o seu contexto, impregnado de paixão, digamos legítima - aceitemos -, de paixão compreensível, de revide mais do que respeitável até, mas de revide em todo o caso, não deve figurar à porta sacrossanta das escolas em que se forma a mentalidade das crianças brasileiras.” 

Abaixo estão cinco períodos do discurso de Carlos Lacerda. Assinale a opção em que o período apresenta um problema de estruturação. 
Alternativas
Q1982459 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Escravo da razão

   O grande pensador Montaigne (1533-1592) foi um conservador, mas nada teve de rígido ou estreito, muito menos de dogmático. Por temperamento e razão foi bem o contrário de um revolucionário; certamente faltaram-lhe a fé e a energia de um homem de ação, o idealismo e a vontade. Seu conservadorismo pode ser visto, sob certos aspectos, como o que no século XIX viria a ser chamado de liberalismo. Em sua concepção política o indivíduo é deixado livre dentro do quadro das leis e procura tornar tão leve quanto possível a autoridade do Estado.
   Para Montaigne, o melhor governo seria o que menos se faz sentir e assegura a ordem pública sem pôr em perigo a vida privada, e sem pretender orientar os espíritos. Um tal tipo de governo é o que convém a homens esclarecidos, conscientes de seus direitos e deveres, obedientes às leis, homens que agem não por temor, mas por vontade própria.
   Escravo da razão, Montaigne transmitiu essa servidão à filosofia que lhe sucedeu e marcou uma linha de desenvolvimento do pensamento ocidental. Com ela, destruiu verdades dogmáticas e mostrou que todas se contradizem, mas deixou aberta a possibilidade de se concluir que a própria contradição possa encerrar uma verdade. 


(Extraído do encarte sem indicação autoral do volume MONTAIGNE, da coleção Os Pensadores. Porto Alegre: Globo, 1972, p. 223) 
No contexto do 3º parágrafo, a expressão servidão à filosofia
Alternativas
Q1982446 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

O que será da escrita sem solidão?

    Já não resta na minha vida nenhuma solidão. Me pergunto se haverá solidão em algum lugar, se alguém é ainda capaz de estar só, de alcançar um estado de solidão. Não me refiro, claro, à penúria afetiva, ao abandono, ao desamparo, males diários que se encontram por toda parte, no meio da multidão. Penso mais num silêncio dilatado, vasto, num silêncio que é a ausência de notícias, de palavras, de ruídos. Penso num retiro íntimo, um lugar em que já não se ouça a respiração ofegante do mundo.
   Andei lendo Escrever, de Marguerite Duras, um relato de como ela construiu para si uma solidão densa, de como só assim se tornou capaz de escrever. “A solidão é aquilo sem o qual não fazemos nada”, ela diz. “Aquilo sem o qual já não vemos nada.” Para a escrita, nada seria mais necessário que a solidão, algum grau de asilo pessoal seria sua condição imprescindível. Fiquei pensando o que será da escrita quando já não houver, em absoluto, a solidão. Fiquei pensando o que será da leitura quando não houver, em absoluto, silêncio.
   Por anos, escrever me exigiu uma busca irrequieta por espaços calmos, espaços isolados do alvoroço que nos cerca, que nos acossa. Quando não consegui construir a solidão em minha casa, me refugiei no consultório abandonado do meu pai, me exilei em outro país, no apartamento dos meus avós mortos, me recolhi em cantos ocultos de bibliotecas. Como se não pudesse ser visto, como se escrever fosse uma subversão, um segredo.
    A esta altura desisti de estar só. Me falta tempo para essas fugas, e já percebi que o mundo dispõe de fartos recursos para me achar onde quer que eu esteja. Quando consigo ignorar seus apelos, ouço minhas filhas no quarto ao lado, brincando, rindo, cogito me juntar a elas e me reprimo. Escrever deixou de ser ato subversivo e passou a ser, por vezes, cruel: ignoro minha filha que esmurra a porta e clama pelo pai enquanto não termino a frase de vez. Quando elas partem, ainda não há solidão: a casa reverbera os seus gritos, recria sua presença em infinitos objetos. Nesta casa nunca mais haverá solidão, e tudo o que eu escrever aqui trará essa marca indelével.


Adaptado de: FUKS, Julián. Lembremos do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 119-120)
Depreende-se da leitura do último parágrafo que, diante da agitação de suas filhas, o autor
Alternativas
Q1982234 Português

Texto para o item.



Eduardo Galeano. O torcedor. In: Futebol ao Sol e à Sombra. 2.ª edição. Tradução de Eric Nepomuceno e Maria do Carmo Brito. L&PM Editores, 2002.

A respeito das ideias veiculadas no texto apresentado e da sua tipologia textual, julgue o item.


O autor reconhece no texto que é mais cômodo assistir a uma partida de futebol pela televisão do que em um estádio. 

Alternativas
Q1982233 Português

Texto para o item.



Eduardo Galeano. O torcedor. In: Futebol ao Sol e à Sombra. 2.ª edição. Tradução de Eric Nepomuceno e Maria do Carmo Brito. L&PM Editores, 2002.

A respeito das ideias veiculadas no texto apresentado e da sua tipologia textual, julgue o item.


O texto consiste na narração dos acontecimentos pelos quais determinado torcedor passou durante uma partida de futebol em um domingo. 

Alternativas
Q1982025 Português
Texto para o item. 



Internet: <https://laerte.art.br> (com adaptações). 

Julgue o item, referentes ao texto apresentado. 

O texto é uma tirinha que mostra o diálogo entre os dois personagens ilustrados. 
Alternativas
Q1982010 Português
Texto para o item. 




Antonio Neto. A verdade olímpica. In: Aventuras na História, jul./2021 (com adaptações).
Acerca das ideias do texto apresentado, julgue o item.

Na Antiguidade, a realização dos Jogos Olímpicos foi suspensa apenas por motivo de guerra, segundo as informações do texto.
Alternativas
Q1982008 Português
Texto para o item. 




Antonio Neto. A verdade olímpica. In: Aventuras na História, jul./2021 (com adaptações).
Acerca das ideias do texto apresentado, julgue o item.

A maratona foi a única modalidade esportiva disputada na primeira edição dos Jogos Olímpicos, cujo campeão foi o grego Corobeu. 
Alternativas
Ano: 2021 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: FUMARC - 2021 - PC-MG - Médico Legista |
Q1980579 Português
Texto 01:

Ética profissional


           O ser humano se constitui numa trama de relações sociais, na medida em que ele adquire o seu modo de ser, agindo no contexto das relações sociais nas quais vive, produz, consome e sobrevive. Em suma, o ser humano emerge, no seu modo de agir (habitual ou não), as condutas normatizadas ou não, as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho, de consumo, que constituem prática, social e historicamente o ser humano. Numa dimensão geral, Luckesi (1992) delimita o ser humano como sendo o “conjunto das relações sociais” das quais participa de forma ativa.
           Para compreender como o ser humano se constitui na dinâmica das relações sociais como ser ativo, social e histórico, Luckesi (1992) sugere observar as condições que Marx faz sobre o trabalho como o elemento essencial constitutivo do ser humano. O modo como as pessoas agem se faz de forma social e histórica, produzindo não só o mundo dos bens materiais, mas também o próprio modo de ser do ser humano. Sob esse prisma, sendo o trabalho entendido como fator de construção do ser humano, porque é através dele que se faz e se constrói. O ser humano se torna propriamente humano na medida em que, conjuntamente com outros seres humanos, pela ação, modifica o mundo externo conforme suas necessidades. Ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo. E para que essas construções coletivas e individuais ocorram em prol do bem comum cada profissão conta com um conjunto de regras que delimitam o que é considerado socialmente “correto” e “errado”, através de um código de ética profissional.
          Assim como todos os atos e julgamentos, a prática profissional pressupõe normas que apontam o que se deve fazer. Normas aceitas e reconhecidas com as quais os indivíduos compreendem como devem agir. A ação de um indivíduo é o resultado de uma decisão refletida. Portanto, quando se reflete sobre as ações, sobre o comportamento prático com seus juízos, entra-se na esfera ética; quando essas ações envolvem o campo profissional, passa-se a falar de código de ética.
         O primeiro dever que a profissão impõe aos profissionais da segurança pública é, sem dúvida, o de bem conhecê-la. Não se pode, em verdade, exercer uma profissão, desconhecendo-lhe os deveres, as regras de conduta, as prerrogativas, até porque observar os preceitos do Código de Ética profissional é dever inerente ao exercício de toda profissão.

Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia UNISUL, 2011.15p
(Adaptado). 
No Texto 01, os 2 (dois) usos de aspas demarcam
Alternativas
Q1979926 Português

Texto 01:

Ética do policial


        Hoje, nota-se que muitas pessoas demonstram não ter uma cultura de valores inserida em sua vida, criando situações angustiantes, vividas também por colegas de profissão, familiares e amigos. Esse sentimento não é restrito a uma determinada idade ou sexo; essa “deseducação” é percebida desde a infância e se estende até a adolescência, quando apresenta seu maior pico, e, muitas vezes, se mantém durante a vida adulta. As pessoas agridem o patrimônio público, transferindo a violência presente em seu convívio familiar e social para as coisas que não possuem proprietário visível, comportando-se de maneira inadequada e imprópria. Ao mesmo tempo, observa-se que há uma escassez cada vez maior de afeto, de limites, de direitos e deveres respeitados por parte dos indivíduos na postura de cidadãos. 

        Percebe-se que alguns valores de suma importância para se viver bem em sociedade vêm sendo esquecidos. O mundo físico e social se complicou muito; todavia, o homem não vive isolado ou num mundo só material, mas, sim, num mundo de convivência, cujos valores precisam ser conhecidos, compreendidos e postos em prática.

        Pretende-se evidenciar, também, que a ética profissional em sintonia com a responsabilidade e competência profissional é que permitirão ao profissional da segurança pública em especial ao policial, poder e querer realizar um trabalho realmente comprometido com sua posição social que a sociedade lhe confiou, bem como com a garantia da efetivação dos direitos do povo para a garantia do processo de transformação da sociedade atual. [...]

Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia UNISUL, 2011.15 p. (Adaptado).

O uso de aspas na palavra “deseducação” indica
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979661 Português
O ato de descrever sofre uma série de limitações; no texto a seguir, por exemplo, o observador não pôde descrever com exatidão o animal que via.
“O menino entrou no Zoológico, soltou-se da mão da mãe, e logo na primeira jaula viu um animal estranho: aproximou-se da grade e viu que ele possuía patas grandes e fortes na traseira, mas patas menores na parte dianteira ou superior e uma espécie de corte no pelo, na altura da barriga, onde havia um filhote”.
Nesse caso, a descrição incompleta se deve: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979660 Português
“O professor olhou o livro de capa grossa e colorida sobre a mesa, pegou-o, virou-o ao contrário e pôde observar a mesma cor na contracapa.”
Sobre essa pequena descrição, é correto afirmar que:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979655 Português
Aedes aegypti é uma forma latina que designa o mosquito causador da dengue (“mosquito do Egito”).
O latinismo cujo significado está corretamente indicado, entre as opções abaixo, é: 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979654 Português
Como os textos informativos se preocupam bastante com a clareza, alguns deles traduzem as siglas neles contidas entre parênteses.
A opção abaixo em que essa “tradução” está correta, é:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979636 Português
A frase abaixo que é modalizada no sentido de transmitir certeza absoluta, é:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: FGV - 2022 - TCE-TO - Analista Técnico - Letras |
Q1979632 Português
A frase abaixo que NÃO mostra, como as demais, a possibilidade de diferentes pontos de vista, é:
Alternativas
Q1979225 Português

A viagem dos elefantes


        Hoje quero falar sobre elefantes. Sei que a morte epidêmica cobre o mundo de sombras, sei que há desmandos, arbítrio, horror, que tudo isso merece nossa máxima atenção, mas peço licença para falar sobre elefantes. Não do elefante em sua carnadura genérica, não da nossa incerta ideia de elefante, isso não. O que cativa no momento minha concentração são elefantes específicos, quinze indivíduos-elefantes que fugiram de sua reserva natural e agora vagueiam por populosas províncias chinesas causando pasmo e sobressalto. Vagueiam há mais de um ano sem rumo e sem razão, até onde sabemos, mas é certo que nunca bem compreendemos a razão dos elefantes. “Entre falar e calar, um elefante sempre preferirá o silêncio”, já previu Saramago.

        A notícia poderia se confundir com um desses acontecimentos frívolos que insistem em atravessar nossos graves e sérios, uma dessas histórias insólitas que nos distraem e nos alienam − e, sim, é bem capaz que não passe disso. Mas se destilo aqui algumas frases a respeito, é por achar que podemos sorver mais, que nesse caso pode haver algo de delicado e surpreendente a nos nutrir. Ou então por guardar a convicção, na esteira do grande crítico Auerbach, de que “qualquer acontecimento, se for possível exprimi-lo limpo e integralmente, interpretaria por inteiro a si próprio e aos seres humanos que dele participassem”, sendo esse um dos fins últimos da literatura. Aí está, na falta da razão dos elefantes encontrei a minha: escrevo sobre eles porque talvez possam dizer algo sobre nós, sobre nossa vontade de fugir, nossa ânsia por liberdade, dispersão, desterro.

        Menos que fugir, esses elefantes exploram novos mundos, aventuram-se em novos territórios. São capazes de pisar o desconhecido sem achar que tudo sabem de partida, que não haverá nada para ver na próxima pradaria, nada que não resulte temível ou doentio. O mundo é ainda franco e aberto aos elefantes, o mundo é para eles o que talvez tenha chegado a ser para nós, em dia longínquo, prenhe de futuro. Têm ainda uma chance os elefantes, é isso o que descubro, é isso o que invejo ao vê-los vagar, entendendo enfim meu interesse excessivo.

(Adaptado de: FUKS, Julián. Lembremos do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 103-106, passim

No 3º parágrafo do texto, o cronista conclui, como sugestiva e proveitosa lição para todos nós, que
Alternativas
Q1979224 Português

A viagem dos elefantes


        Hoje quero falar sobre elefantes. Sei que a morte epidêmica cobre o mundo de sombras, sei que há desmandos, arbítrio, horror, que tudo isso merece nossa máxima atenção, mas peço licença para falar sobre elefantes. Não do elefante em sua carnadura genérica, não da nossa incerta ideia de elefante, isso não. O que cativa no momento minha concentração são elefantes específicos, quinze indivíduos-elefantes que fugiram de sua reserva natural e agora vagueiam por populosas províncias chinesas causando pasmo e sobressalto. Vagueiam há mais de um ano sem rumo e sem razão, até onde sabemos, mas é certo que nunca bem compreendemos a razão dos elefantes. “Entre falar e calar, um elefante sempre preferirá o silêncio”, já previu Saramago.

        A notícia poderia se confundir com um desses acontecimentos frívolos que insistem em atravessar nossos graves e sérios, uma dessas histórias insólitas que nos distraem e nos alienam − e, sim, é bem capaz que não passe disso. Mas se destilo aqui algumas frases a respeito, é por achar que podemos sorver mais, que nesse caso pode haver algo de delicado e surpreendente a nos nutrir. Ou então por guardar a convicção, na esteira do grande crítico Auerbach, de que “qualquer acontecimento, se for possível exprimi-lo limpo e integralmente, interpretaria por inteiro a si próprio e aos seres humanos que dele participassem”, sendo esse um dos fins últimos da literatura. Aí está, na falta da razão dos elefantes encontrei a minha: escrevo sobre eles porque talvez possam dizer algo sobre nós, sobre nossa vontade de fugir, nossa ânsia por liberdade, dispersão, desterro.

        Menos que fugir, esses elefantes exploram novos mundos, aventuram-se em novos territórios. São capazes de pisar o desconhecido sem achar que tudo sabem de partida, que não haverá nada para ver na próxima pradaria, nada que não resulte temível ou doentio. O mundo é ainda franco e aberto aos elefantes, o mundo é para eles o que talvez tenha chegado a ser para nós, em dia longínquo, prenhe de futuro. Têm ainda uma chance os elefantes, é isso o que descubro, é isso o que invejo ao vê-los vagar, entendendo enfim meu interesse excessivo.

(Adaptado de: FUKS, Julián. Lembremos do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 103-106, passim

No 2º parágrafo, a citação da frase do crítico Auerbach ressalta a convicção do cronista de que esse episódio dos elefantes
Alternativas
Respostas
2181: B
2182: B
2183: C
2184: E
2185: C
2186: C
2187: E
2188: E
2189: E
2190: E
2191: B
2192: C
2193: C
2194: D
2195: C
2196: B
2197: C
2198: E
2199: C
2200: D