Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso
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Leia o texto.
Marcela
Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. (…)
Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer outro nome, que eu de nomes não curo; teve a fase consular e a fase imperial. Na primeira, que foi curta, regemos o Xavier e eu, sem que ele jamais acreditasse dividir comigo o governo de Roma; mas, quando a credulidade não pôde resistir à evidência, o Xavier depôs as insígnias, e eu concentrei todos os poderes na minha mão: foi a fase cesariana. Era o meu universo; mas, ai triste! não o era de graça. Foi-me preciso coligir dinheiro, multiplicá-lo, inventá-lo. Primeiro explorei as larguezas de meu pai; ele dava-me tudo o que lhe pedia, sem repreensão, sem demora, sem frieza; dizia a todos que eu era rapaz e que ele o fora também. Mas a tal extremo chegou o abuso, que ele restringiu um pouco as franquezas, depois mais, depois mais. Então recorri a minha mãe, e induzi-a a desviar alguma cousa (sic), que me dava às escondidas. Era pouco; lancei mão de um recurso último: entrei a sacar sobre a herança de meu pai, a assinar obrigações, que devia resgatar um dia com usura. Machado de Assis.
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Excerto.
Escolha a palavra correta (entre aquelas colocadas entre parênteses). Considere o texto lido.
◾ (Embora/Posto que) Marcela tenha amado Xavier, manteve relacionamento com outro também.
◾ (Como/Conquanto) não tinha mais dinheiro, recorreu ao pai.
◾ Não iria ao seu encontro (mesmo que/desde que) me implorasse.
◾ Xavier ficou triste (depois/assim que) que Marcela o deixou.
◾ Marcela tinha dois amantes: Xavier e outro. (Este/Esse/aquele) pedia dinheiro ao pai; (aquele/esse/este) a deixou.
Assinale a alternativa que indica as palavras corretas, na sequência.
Texto CG2A1-I
Até o final do século XVIII, quando a produção de açúcar começou a ser mecanizada, a maioria das pessoas consumia muito pouco dos chamados açúcares livres, que são adicionados aos alimentos. Um americano médio podia passar a vida inteira sem comer nenhum doce industrializado, muito menos os iogurtes, cereais matinais, bolachas e bebidas adoçadas que encontramos nos supermercados.
Hoje, esse mesmo americano médio ingere nada menos que 19 colheres de chá, ou 76 gramas, de açúcar livre por dia. É assim, também, porque nossos receptores gustativos que detectam o sabor doce são menos sensíveis do que os outros. A língua consegue detectar o sabor amargo mesmo em baixíssimas concentrações, de poucas partes por milhão, mas, para que um copo d’água fique doce, precisamos colocar nele uma colherada de açúcar.
Os humanos evoluíram num ambiente cheio de substâncias tóxicas, por isso são altamente sensíveis a sabores que possam significar perigo. Mas os venenos da natureza geralmente não são doces. Além disso, a coisa mais doce que os hominídeos primitivos tinham para comer eram as frutas. Hoje vivemos cercados por alimentos muito doces, mas nossos receptores ainda estão calibrados para a delicada doçura de uma banana.
Essa discrepância entre os nossos receptores gustativos, que são pouco sensíveis, e a alimentação ultradoce do mundo moderno levou médicos e gurus das dietas a recomendar adoçantes artificiais. O primeiro foi a sacarina, um derivado do alcatrão que chegou ao mercado no final do século XIX. Depois vieram vários outros, dos quais o mais famoso é o aspartame, lançado na década de 80 do século passado. Os adoçantes foram ganhando má reputação — muita gente acha que o seu gosto é ruim e que eles fazem mal à saúde. Em 1951, quando os refrigerantes e sobremesas diet começaram a proliferar, o ciclamato foi banido pela FDA, porque causava câncer de bexiga em ratos. A sacarina também foi banida por muitos anos, depois que alguns estudos preocupantes surgiram na década de 70 do século passado. Hoje, o consenso é que os adoçantes não são cancerígenos nas quantidades em que são consumidos.
Internet:<super.abril.com.br>
Texto CG2A1-I
Até o final do século XVIII, quando a produção de açúcar começou a ser mecanizada, a maioria das pessoas consumia muito pouco dos chamados açúcares livres, que são adicionados aos alimentos. Um americano médio podia passar a vida inteira sem comer nenhum doce industrializado, muito menos os iogurtes, cereais matinais, bolachas e bebidas adoçadas que encontramos nos supermercados.
Hoje, esse mesmo americano médio ingere nada menos que 19 colheres de chá, ou 76 gramas, de açúcar livre por dia. É assim, também, porque nossos receptores gustativos que detectam o sabor doce são menos sensíveis do que os outros. A língua consegue detectar o sabor amargo mesmo em baixíssimas concentrações, de poucas partes por milhão, mas, para que um copo d’água fique doce, precisamos colocar nele uma colherada de açúcar.
Os humanos evoluíram num ambiente cheio de substâncias tóxicas, por isso são altamente sensíveis a sabores que possam significar perigo. Mas os venenos da natureza geralmente não são doces. Além disso, a coisa mais doce que os hominídeos primitivos tinham para comer eram as frutas. Hoje vivemos cercados por alimentos muito doces, mas nossos receptores ainda estão calibrados para a delicada doçura de uma banana.
Essa discrepância entre os nossos receptores gustativos, que são pouco sensíveis, e a alimentação ultradoce do mundo moderno levou médicos e gurus das dietas a recomendar adoçantes artificiais. O primeiro foi a sacarina, um derivado do alcatrão que chegou ao mercado no final do século XIX. Depois vieram vários outros, dos quais o mais famoso é o aspartame, lançado na década de 80 do século passado. Os adoçantes foram ganhando má reputação — muita gente acha que o seu gosto é ruim e que eles fazem mal à saúde. Em 1951, quando os refrigerantes e sobremesas diet começaram a proliferar, o ciclamato foi banido pela FDA, porque causava câncer de bexiga em ratos. A sacarina também foi banida por muitos anos, depois que alguns estudos preocupantes surgiram na década de 70 do século passado. Hoje, o consenso é que os adoçantes não são cancerígenos nas quantidades em que são consumidos.
Internet:<super.abril.com.br>
I A supressão da vírgula empregada logo após “mecanizada” (primeiro período do primeiro parágrafo) manteria a coesão e a correção textual, uma vez que seu emprego é facultativo no período.
II O emprego do acento indicativo de crase no vocábulo “à”, em “fazem mal à saúde” (quarto período do último parágrafo), é facultativo.
III No último parágrafo, o termo “primeiro” (segundo período) faz referência a “mundo moderno” (primeiro período).
Assinale a opção correta.
Texto CG1A1-I
Era o jogo da decisão final do Campeonato Mineiro: Atlético contra América. Torcíamos apaixonadamente pelo América, não só por ser o time de nossa predileção, mas porque meu irmão Gérson ia jogar de goleiro, em substituição ao famoso Princesa, que estava contundido.
Gérson me reservou a primeira surpresa: tinha me arranjado um uniforme completo do time do América, para que eu entrasse no campo como mascote.
Só o fato de sair do vestiário em meio aos jogadores de verdade já me enchia de emoção. Gérson me conduzia pela mão, quando nos alinhamos para fazer o cumprimento de praxe à assistência. Depois os jogadores se espalharam, fazendo exercícios de aquecimento. Fiquei por ali, ciscando entre um e outro, a viver a minha grande emoção.
Mas o meu maior momento de glória ainda estava para chegar.
Aos cinco minutos do término da partida, Jico Leite se choca violentamente com Nariz e rola no chão, contundido.
Pânico nas hostes americanas: todos os reservas já haviam entrado em campo, não sobrara ninguém para substituições. Que fazer? Segundo as regras daquele tempo, time nenhum podia jogar desfalcado.
Gérson vem correndo até o banco dos reservas, fala qualquer coisa ao ouvido do treinador, me apontando, e este se volta para mim, com ar grave:
— Você vai ter de entrar, Fernando.
Não vacilei. Pois, se o América precisava de mim, contassem comigo.
E aconteceu. Jorivê deu a saída do meio de campo, atrasou para Pimentão, que adiantou para Jacy. Caieira rouba-lhe a bola, passando para Chafir. Chico Preto aliviou, pondo para fora num chutão.
Chafir fez a cobrança da lateral, dando de presente para Negrão, que, sem perda de tempo, acionou Bezerra. Quando eu, estrategicamente colocado no setor direito, já pensava que não daria tempo sequer de intervir numa só jogada, eis que Bezerra faz com que a bola venha rolando até mim.
Depois de dominá-la, driblei Nariz e tabelei com meu companheiro. Este passou ao Jorivê, enquanto eu me deslocava para recebê-la de volta. Então disparei num pique, sob o delírio da assistência, e lá fui eu com minhas perninhas curtas, driblei um, outro, deixei para trás a defesa adversária. Kafunga abria os braços gigantescos, achei que queria me pegar, e não a bola. Fiz que chutava, como se fosse encobri-lo, ele pulou. Então passei com bola e tudo por entre as pernas dele e marquei o gol da vitória.
Foi aquela ovação, a torcida delirava. Logo em seguida soou o apito final, e meus companheiros de equipe correram para me abraçar e carregar em triunfo.
Fernando Sabino. O menino no espelho. Rio de Janeiro:
Record, 1991 (com adaptações).
Leia o texto.
Bonitas mesmo.
Quando é que uma mulher é realmente bonita? No momento em que sai do cabeleireiro? Quando está numa festa? Quando posa para uma foto? Clic, clic, clic. Sorriso amarelo, postura artificial, desempenho para o público. Bonitas mesmo somos quando ninguém está nos vendo.
Atirada no sofá, com uma calça de ficar em casa, uma blusa faltando um botão, as pernas enroscadas uma na outra, o cabelo caindo de qualquer jeito pelo ombro, nenhuma preocupação se o batom resistiu ou não à longa passagem do dia. Um livro nas mãos, o olhar perdido dentro de tantas palavras, um ar de descoberta no rosto. Linda.
Caminhando pela rua, sol escaldante, a manga da blusa arregaçada, a nuca ardendo, o cabelo sendo erguido num coque malfeito, um ar de desaprovação pelo atraso do ônibus, centenas de pessoas cruzando-se e ninguém enxergando ninguém, ela enxuga a testa com a palma da mão, ajeita a sobrancelha com os dedos. Perfeita.
Saindo do banho, a toalha abandonada no chão, o corpo ainda úmido, as mãos desembaçando o espelho, creme hidratante nas pernas, desodorante, um último minuto de relaxamento, há um dia inteiro pra percorrer e assim que a porta do banheiro for aberta já não será mais dona de si mesma. Escovar os dentes, cuspir, enxugar a boca, respirar fundo. Espetacular.
Dentro do teatro, as luzes apagadas, o riso solto, escancarado, as mãos aplaudindo em cena aberta, sem comandos, seu tronco deslocando-se quando uma fala surpreende, gargalhada que não se constrange, não obedece à adequação, gengiva à mostra, seu ombro encostado no ombro ao lado, ambos voltados pra frente, a mão tapando a boca num breve acesso de timidez por tanta alegria. Um sonho.
O carro estacionado às pressas numa rua desconhecida, uma necessidade urgente de chorar por causa de uma música ou de uma lembrança, a cabeça jogada sobre o volante, as lágrimas quentes, fartas, um lenço de papel catado na bolsa, o nariz sendo assoado, os dedos limpando as pálpebras, o retrovisor acusando os olhos vermelhos e mesmo assim servindo de amparo, estou aqui com você, só eu estou te vendo. Encantadora.
(Martha Medeiros)
“A mãe de David fumava durante toda a gravidez, por isso seu filho nasceu fraco e com peso baixo”.
O argumento lógico racional que foi empregado nesse pequeno texto pode ser caracterizado como
Observe o seguinte parágrafo de um texto:
“Há diversas maneiras de entender o vocábulo “geração”. Ele pode designar as pessoas que tiveram uma experiência histórica comum, particularmente impactante. Assim, falamos da geração da guerra de 14 ou da Resistência de maio de 1968, na França. Podemos também identificar uma geração a partir da idade: todas as pessoas de 20 anos dos anos 90. Podemos finalmente pensar numa experiência familiar: a geração dos filhos, em oposição à dos pais ou avós...”
A partir da frase inicial, o desenvolvimento do parágrafo se faz por
Observe as quatro frases a seguir, todas elas redigidas por um mesmo indivíduo:
1. Não se pode esperar que esse filme venha a ter o sucesso que ele merece.
2. Nós apreciamos os esforços da prefeitura da cidade para aumentar os espaços verdes.
3. De acordo com os peritos, as causas do acidente seriam de origem criminosa.
4. Nós poderíamos imaginar que os progressos científicos garantiriam num futuro próximo a felicidade da humanidade?
Todos esses textos manifestam opiniões; a afirmação correta sobre eles é:
Como se sabe, um dos elementos que caracterizam a argumentação é a presença de certas estratégias argumentativas, que têm por finalidade convencer, persuadir ou modificar ideias do receptor sobre uma tese.
Abaixo estão nomeadas algumas dessas estratégias, acompanhadas de exemplos; a opção em que a estratégia citada está correta é:
- Os religiosos levam uma vida sóbria e isenta de preocupações com a família;
- A vida sóbria e isenta de preocupações com a família a torna apta para trabalhos intelectuais;
- A aptidão para trabalhos intelectuais torna essa vida própria ao ensino.
A conclusão lógica que o artigo deve tirar dessas premissas é:
Uma das causas da gordura no fígado está relacionada a hábitos pouco saudáveis, como uma alimentação rica em gordura e açúcar e sedentarismo. Então, pessoas com obesidade, colesterol ou triglicerídeos altos, hepatite B ou C crônica, que fazem uso de medicamentos que contribuem para o acúmulo de gordura no fígado, ficam mais vulneráveis, diz um nutricionista.” (Boa Forma, 18/09/2021)
O primeiro parágrafo desse texto dá uma série de informações sobre a gordura no fígado.
A informação que está presente nessa série é:
Para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, esse cenário torna elevado o risco de apagões (interrupções temporárias localizadas de fornecimento), ainda mais em momentos de picos de consumo, que ficam mais frequentes com a volta do calor.” (BBC News Brasil, 19/09/2021)
A frase abaixo em que o vocábulo “quando” mostra o mesmo valor daquele apresentado no texto acima é:
Uma recente notícia de jornal dizia: “Havia uma grande aglomeração na avenida Paulista e muitos se apinhavam perto do palanque onde falariam os políticos esperados. Um carro de som animava o público. Muitas faixas criticavam diferentes aspectos da vida nacional.”
Sobre esse pequeno texto, é correto afirmar que se trata de:
Observe o texto descritivo a seguir.
“Entramos vagarosa e silenciosamente pela porta do laboratório às escuras; o cheiro do local era nauseabundo e havia uma substância pegajosa não identificada por todo o chão. Havia tubos de ensaio espalhados, como se os trabalhadores do local tivessem saído às pressas... Pelo amargo de nossas bocas, as expectativas eram as piores possíveis.”
A estratégia empregada nessa descrição é a de:
Observe os dois textos a seguir.
1) “Nossa civilização é uma soma de conhecimentos e de lembranças acumuladas por gerações que nos precederam. Nós não podemos participar dela a não ser entrando em contato com o pensamento dessas gerações.”
2) “Os jovens dificilmente admitem o valor da experiência. A mutação brusca que vivemos, o acontecimento da sociedade científica, desqualifica seriamente, é necessário que se diga, a experiência das gerações precedentes.”
Sobre esses textos, é correto afirmar que:
Observe o seguinte texto, de autoria de um conhecido sociólogo contemporâneo: “A moda satisfaz ao mesmo tempo o desejo de reunião com os outros, e o do isolamento, da diferenciação. O indivíduo na moda se sente diferente, original, e, ao mesmo tempo, objeto da aprovação do maior número de pessoas, que se comportam como ele”.
Sobre os componentes estruturais desse segmento, a afirmação adequada é: