Questões de Concurso Comentadas sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q2178825 Português

Texto CB1A1-I


    Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.

    O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública.


Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação,

controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil. Physis:

Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações). 

Em relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue os itens a seguir.


I  As ouvidorias públicas são instâncias de defesa e proteção dos cidadãos.

II A necessidade de proteção dos direitos do cidadão contra o poder público motivou o desenvolvimento das estruturas administrativas do Estado.

III A autonomia das ouvidorias públicas se vincula à garantia de controle, pela sociedade, dos serviços públicos prestados.


Assinale a opção correta. 

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Q2178824 Português

Texto CB1A1-I


    Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.

    O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública.


Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação,

controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil. Physis:

Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações). 

De acordo com as ideias expressas no segundo parágrafo do texto CB1A1-I, a atuação “no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública” é uma atribuição 
Alternativas
Q2178821 Português

Texto CB1A1-I


    Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.

    O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública.


Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação,

controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil. Physis:

Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações). 

No segundo período do segundo parágrafo do texto CB1A1-I, o vocábulo “os”, em “os expondo”, remete a 
Alternativas
Q2178820 Português

Texto CB1A1-I


    Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.

    O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento da administração pública.


Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação,

controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil. Physis:

Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações). 

Conforme as ideias expressas no último período do primeiro parágrafo do texto CB1A1-I, o exercício das atribuições dos ouvidores com autonomia e independência é
Alternativas
Q2178714 Português


Internet: <www.super.abril.com.br> (com adaptações). 

Com base nas ideias e na estrutura linguística do texto, julgue o item.


É correto afirmar que as pessoas que vivem juntas compartilham igualmente as bactérias da boca e as do intestino.

Alternativas
Q2178712 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


A forma verbal “têm” (linha 34) está no plural para concordar com a expressão “produtos ricos em sal, açúcar, gordura e aditivos químicos” (linhas 32 e 33).

Alternativas
Q2178707 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


O estresse e o sedentarismo estão relacionados com as doenças crônicas não transmissíveis, como, por exemplo, a diabetes do tipo 2.

Alternativas
Q2178706 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


É correto concluir, a partir da leitura do quinto parágrafo, que o alto consumo de frutas, verduras e legumes e a baixa ingestão de produtos ricos em sal, açúcar, gordura e aditivos químicos podem ser benéficos para a saúde.

Alternativas
Q2178705 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


O ano de 2016 apresentou, no Brasil, uma incidência de mortes por doenças crônicas maior que nos demais países do mundo.

Alternativas
Q2178704 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


É correto inferir que uma alimentação balanceada e rica em nutrientes não faz parte da realidade de muitos brasileiros, porque, no País, a cultura predominante valoriza os alimentos ricos em sódio, como, por exemplo, o churrasco e a feijoada.

Alternativas
Q2178703 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


O texto defende que uma alimentação natural não só previne como também cura diversas doenças.

Alternativas
Q2178702 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


No segundo e no terceiro parágrafos do texto, são apresentadas duas dicas para quem deseja aumentar a variedade de frutas, de legumes e de verduras consumidos: testar os alimentos de que não se gosta, variando os temperos e as receitas; e experimentar novamente os alimentos que não eram apreciados na infância.

Alternativas
Q2178700 Português


Internet:<www.estadao.com.br> (com adaptações).

Acerca das ideias, da estrutura linguística e do vocabulário do texto, julgue o item.


É correto afirmar que quem gosta de berinjela não gosta de abobrinha, de brócolis, de vagem, de quiabo e de chuchu.

Alternativas
Q2178513 Português
Texto I

A menina que criava peixes na barriga
(fragmento)

    A menina lavava a louça no jirau estendido para o fundo da casa de madeira. No quintal havia um lago de águas represadas que no tempo invernoso transbordava, formando um córrego, que por sua vez desaguava no rio.

    Barrigudinha, como quase todas as crianças ribeirinhas amazônicas, ela ajudava a mãe depois do almoço e guardava no armário de madeira branca os parcos talheres e vasilhas usados nas refeições familiares.

    Quando seus parentes dormiam à tarde, Kelly do Socorro – esse era o nome dela – se dirigia ao pequeno porto da frente da casa para olhar os navios transportadores de minérios, parados ao longo do rio, à espera de carregamento. Ali ela se imaginava viajando num daqueles monstros de ferros que povoavam a paisagem e alimentavam seus sonhos. Acenava, também, para os pescadores passantes em seus barquinhos motorizados movidos à gasolina, pois as velhas montarias a remo agora davam lugar às rabetas. Mas até o barulho delas lhe encantava.

    A mãe quebrava o encanto, chamando-a. Era hora de preparar o jantar, antes que os carapanãs que costumavam aparecer subitamente em nuvens ao anoitecer enchessem a casa. O pai chegaria logo com cachos de açaí para serem debulhados e preparados no acompanhamento da refeição do dia seguinte.

    Kelly chorava. – Dói muito minha barriga, mãe. Não aguento mais isso todo dia.

    A mãe retrucava. – Tu tens que fazer isso, criatura. É da tua natureza. E fazia massagem na barriga, no peito e na boca da menina com azeite de copaíba.

    Talvez por causa do amargor desse óleo vegetal ela não resistia e expelia pela boca dezenas de peixes sobre o jirau. A mãe escolhia os maiores, descamava-os com rapidez e os fritava para o jantar. Os restantes eram jogados ainda vivos no pequeno igarapé atrás da casa. Eram de várias espécies e se reproduziam e cresciam rapidamente, formando enormes cardumes, para a satisfação dos pescadores da área. [...]

(Fernando Canto)
A estrutura oracional presente no título é reiterada duas vezes no primeiro parágrafo do texto. Trata-se de um tipo de oração que cumpre o papel de:
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Q2178076 Português
Para que servem as unhas?

    A fábrica da unha fica embaixo da pele – onde ela é viva. Já o pedaço que vemos são células mortas (por isso não dói para cortar). As células vivas _______ as mortas e a unha cresce sempre. Um dos ingredientes é a proteína queratina (que também forma cabelo e pele).
    Pele, unha e cabelo não param de ser produzidos, porque sofrem desgaste e precisam ser renovados. A diferença é que a pele se descama sozinha, enquanto os outros dois devem ser cortados.
    A _______, pele fina na base da unha, é um sistema de vedação: protege a fábrica da unha de invasores, como bactérias e fungos. Por isso, não é legal retirá-la nem puxar os cantinhos.
    Além de preservarem a ponta dos dedos, as unhas nos auxiliam a pegar os objetos e podem ser usadas como ______ para coisas bem pequenas. Em nossos ancestrais pré-históricos, elas serviam como garras para ataque e defesa.

(Fonte: Recreio - adaptado.) 
Conforme o texto, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(_) A pele é capaz de se descamar sozinha. (_) Cabelos e unhas precisam ser renovados. (_) Os ancestrais pré-históricos do homem utilizavam as unhas como garras para ataque e defesa.
Alternativas
Q2178075 Português
Para que servem as unhas?

    A fábrica da unha fica embaixo da pele – onde ela é viva. Já o pedaço que vemos são células mortas (por isso não dói para cortar). As células vivas _______ as mortas e a unha cresce sempre. Um dos ingredientes é a proteína queratina (que também forma cabelo e pele).
    Pele, unha e cabelo não param de ser produzidos, porque sofrem desgaste e precisam ser renovados. A diferença é que a pele se descama sozinha, enquanto os outros dois devem ser cortados.
    A _______, pele fina na base da unha, é um sistema de vedação: protege a fábrica da unha de invasores, como bactérias e fungos. Por isso, não é legal retirá-la nem puxar os cantinhos.
    Além de preservarem a ponta dos dedos, as unhas nos auxiliam a pegar os objetos e podem ser usadas como ______ para coisas bem pequenas. Em nossos ancestrais pré-históricos, elas serviam como garras para ataque e defesa.

(Fonte: Recreio - adaptado.) 
Considerando-se o texto, assinalar a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q2177592 Português
Leia a fábula para responder a questão:

A Rã e o Boi 

    Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior.
    Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
    A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
    Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
    A outra rã respondeu:
– O boi.
    A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou
Qual é o provérbio que encerra a moral do texto acima? 
Alternativas
Q2177589 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão.


POR QUE PROCRASTINAMOS? ESPECIALISTAS TENTAM RESPONDER

    Muitas pessoas procrastinam, alguns de nós cronicamente. Mas por que fazemos isso? Existe uma maneira de combater a procrastinação, e esse hábito traz benefícios? O que acontece no cérebro e na mente? Podemos mudar isso? Certo, todo mundo procrastina em algum momento de suas vidas. Seja para pagar uma conta, marcar uma consulta médica, concluir um projeto escolar ou cumprir um prazo de trabalho, às vezes é mais fácil adiar tarefas importantes que não gostamos totalmente e preferimos realizar em outro momento.
    Enquanto para a maioria das pessoas o ato de procrastinação pode acontecer apenas de vez em quando, para outras torna-se uma ocorrência constante. Estima-se que 20% dos adultos no mundo sejam procrastinadores crônicos, embora pesquisas mostrem que altos níveis de procrastinação no local de trabalho podem ter efeitos negativos na performance e na renda do empregado.
O que acontece no cérebro?
    De acordo com Sharon Greene, especializada no tratamento de ansiedade e depressão para crianças, adolescentes e adultos no Centro de Desenvolvimento Infantil e Familiar de Providence Saint John na Califórnia (EUA), a procrastinação resulta de uma luta entre o sistema límbico de uma pessoa e o córtex pré-frontal do cérebro.
    Ela explica que o sistema límbico é uma parte mais primitiva do cérebro, que busca prazer instantâneo e/ou evita coisas que causem angústia. O córtex pré-frontal é uma parte mais recente do cérebro (em termos evolutivos) que ajuda no planejamento, tomada de decisões e objetivos de longo prazo. Todos nós sofremos às vezes de procrastinação devido à "luta" entre essas estruturas em nossos cérebros.

https://doutorjairo.uol.com.br/leia/por-que-procrastinamos-especialistas-tentam-responder/




Marque a opção correta sobre procrastinação. 
Alternativas
Q2176714 Português
Leia o texto para responder à questão.

Infeliz Aniversário

        A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria crítica lá dentro. Curiosamente, as críticas não eram à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si, cuja data natalícia não se comemora porque pode estar no começo do século XVII, quando escrita pelo italiano Gianbattista Basile, ou nas versões orais que se perdem na névoa do tempo.

        É um velho vício este de querer atualizar, podar, limpar, meter em moldes ideológicos as antigas narrativas que nos foram entregues pela tradição. A justificativa é sempre a mesma, proteger as inocentes criancinhas de verdades que poderiam traumatizá-las. A verdade é sempre outra, impingir às criancinhas as diretrizes sociais em voga no momento.

        E no momento, a crítica mais frequente aos contos de fadas é a abundância de princesas suspirosas à espera do príncipe. Mas a que “contos de fadas” se refere? Nos 212 contos recolhidos pelos irmãos Grimm, há muito mais do que princesas suspirosas. Nos dois volumes de “The virago book on fairy tales”, em que a inglesa Angela Carter registrou contos do mundo inteiro, não se ouvem suspiros. Nem suspiram princesas entre as mulheres que correm com os lobos, de Pinkola Estés.

        As princesas belas e indefesas que agora estão sendo criticadas foram uma cuidadosa e progressiva escolha social. Escolha de educadores, pais, autores de antologias, editores. Escolha doméstica, feita cada noite à beira da cama. Garimpo determinado selecionando, entre tantas narrativas, aquelas mais convenientes para firmar no imaginário infantil o modelo feminino que a sociedade queria impor.

        Não por acaso Disney escolheu Branca de Neve para seu primeiro longa-metragem de animação. O custo era altíssimo, não poderia haver erro. E, para garantir açúcar e êxito, acrescentou o beijo.

        Os contos maravilhosos, ou contos de fadas, atravessaram séculos, superaram inúmeras modificações sociais, venceram incontáveis ataques. Venceram justamente pela densidade do seu conteúdo, pela riqueza simbólica com que retratam nossas vidas, nossas humanas inquietações. Querer, mais uma vez, sujeitá-los aos conceitos de ensino mais rasteiros, às interpretações mais primárias, é pura manipulação, descrença no poder do imaginário.

(https://www.marinacolasanti.com/. Adaptado)

Na frase que inicia o texto – A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria crítica lá dentro. –, o emprego do substantivo destacado reforça
Alternativas
Q2176713 Português
Leia o texto para responder à questão.

Infeliz Aniversário

        A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria crítica lá dentro. Curiosamente, as críticas não eram à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si, cuja data natalícia não se comemora porque pode estar no começo do século XVII, quando escrita pelo italiano Gianbattista Basile, ou nas versões orais que se perdem na névoa do tempo.

        É um velho vício este de querer atualizar, podar, limpar, meter em moldes ideológicos as antigas narrativas que nos foram entregues pela tradição. A justificativa é sempre a mesma, proteger as inocentes criancinhas de verdades que poderiam traumatizá-las. A verdade é sempre outra, impingir às criancinhas as diretrizes sociais em voga no momento.

        E no momento, a crítica mais frequente aos contos de fadas é a abundância de princesas suspirosas à espera do príncipe. Mas a que “contos de fadas” se refere? Nos 212 contos recolhidos pelos irmãos Grimm, há muito mais do que princesas suspirosas. Nos dois volumes de “The virago book on fairy tales”, em que a inglesa Angela Carter registrou contos do mundo inteiro, não se ouvem suspiros. Nem suspiram princesas entre as mulheres que correm com os lobos, de Pinkola Estés.

        As princesas belas e indefesas que agora estão sendo criticadas foram uma cuidadosa e progressiva escolha social. Escolha de educadores, pais, autores de antologias, editores. Escolha doméstica, feita cada noite à beira da cama. Garimpo determinado selecionando, entre tantas narrativas, aquelas mais convenientes para firmar no imaginário infantil o modelo feminino que a sociedade queria impor.

        Não por acaso Disney escolheu Branca de Neve para seu primeiro longa-metragem de animação. O custo era altíssimo, não poderia haver erro. E, para garantir açúcar e êxito, acrescentou o beijo.

        Os contos maravilhosos, ou contos de fadas, atravessaram séculos, superaram inúmeras modificações sociais, venceram incontáveis ataques. Venceram justamente pela densidade do seu conteúdo, pela riqueza simbólica com que retratam nossas vidas, nossas humanas inquietações. Querer, mais uma vez, sujeitá-los aos conceitos de ensino mais rasteiros, às interpretações mais primárias, é pura manipulação, descrença no poder do imaginário.

(https://www.marinacolasanti.com/. Adaptado)

De acordo com a autora, o perfil das princesas que atualmente é alvo de críticas construiu-se, ao longo dos tempos,
Alternativas
Respostas
1621: C
1622: D
1623: E
1624: D
1625: E
1626: E
1627: C
1628: C
1629: C
1630: E
1631: E
1632: C
1633: E
1634: C
1635: A
1636: B
1637: D
1638: C
1639: C
1640: B