Questões de Português - Pontuação para Concurso

Foram encontradas 6.059 questões

Q2772948 Português

O que nosso cérebro faz de nós


01 O que você faria se tivesse que responder a dezenas de milhares de comandos e

02 comunicar-se com mais de mil pessoas ao mesmo tempo, sendo que essa troca de informações

03 pode mudar o tempo todo? Se você fosse um neurônio, não teria problema algum. Agora imagine

04 toda essa atividade sendo exercida por cerca de 86 bilhões de células neurais. É na intimidade

05 desses circuitos de múltiplos contatos entre os neurônios, auxiliados por células, que transitam

06 nossos instintos, afetos, pensamentos, subjetividade, nossa lógica, atitudes e estratégias,

07 _______, quem somos.

08 Se o que somos é o resultado de nossas funções cerebrais, é importante esclarecer que as

09 pessoas não são pré-determinadas, mas se constituem ao longo de sua vida. Somos todos

10 diferentes não apenas porque resultamos de uma constituição genética diferente, mas porque

11 vivemos diferentes experiências. No final das contas, ambos os fatores, a genética e a

12 experiência, _____ sobre os circuitos neurais, sobre as conexões entre os neurônios, as sinapses.

13 Cada comportamento é o resultado das atividades cerebrais. É graças a essa plasticidade que

14 experiências traumáticas podem ser superadas, que nosso humor é adaptável ao contexto, que

15 nossas atitudes podem melhorar com nossos erros. Inventamos, planejamos a longo prazo,

16 dimensionamos as consequências de nossos atos. No entanto, muitas dessas capacidades não

17 são exclusividade humana. O cérebro vem evoluindo há milhões de anos. Responder a certos

18 estímulos, regular nossas vísceras, corrigir a postura corporal e a locomoção, formar memórias,

19 manifestar nosso medo e raiva fazem parte de nossos kits neurais básicos de sobrevivência.

20 Muito já se conhece sobre localizações de funções no cérebro, mas os neurocientistas

21 seguem mesmo interessados em decifrar a área mais desenvolvida que os humanos possuem: o

22 pré-frontal.

23 Sobre o cérebro, do ponto de vista molecular ao emocional e comportamental, muito vem

24 sendo compreendido. Só que ao conhecê-lo melhor, deparamos com a realidade nua e crua dos

25 mecanismos neurais, que pode, à primeira vista, ir contra preceitos até então soberanos. É o caso

26 do livre-arbítrio. Ao ver como o cérebro processa e avalia decisões, encaramos o fato de que

27 muita atividade neuronal já aconteceu antes de nos darmos conta de nossas vontades e intenções.

28 Outras áreas mais desenvolvidas no nosso cérebro são as da linguagem. Diz-se que a

29 linguagem verbal é um dom da espécie humana. Ainda não há um veredicto final da ciência sobre

30 isso, mas sim, é bem provável. A aprendizagem da linguagem pelas regiões cerebrais

31 responsáveis floresce em conexões sinápticas e, com poucos meses de vida, independente da

32 formação cultural de um povo, o cérebro aprende a reconhecer os fonemas da língua falada a sua

33 volta, associando-os à mímica facial típica de cada som, seguindo um padrão universal. Mas, de

34 novo, descobriu-se que não somente as crianças, mas outros mamíferos também são capazes de

35 perceber categorias fonéticas.

36 Por isso, se quisermos entender _______ somos como somos, precisamos também

37 conhecer o cérebro dos outros animais. As pesquisas do grupo de Suzana Herculano-Houzel

38 reconhecem que o encéfalo humano não possui um número excepcionalmente maior de neurônios

39 cerebrais que explique as nossas habilidades cognitivas superiores. Talvez o que possa justificar

40 essa diferença cognitiva seja a incrível ideia que nossos ancestrais tiveram de, um dia, cozinharem

41 a comida que consumiam. Daí pra diante, nosso cérebro que arduamente orquestrava

42 comportamentos e trabalhosas funções digestórias e metabólicas para obter energia de alimentos

43 ____ pôde, então, se dedicar a outras atividades, como falar, filosofar, criar. E a história humana

44 tomou um rumo diferente da de outras espécies.

Fonte: Caderno PrOA - http://www.clicrbs.com.br – acesso em 29-9-2015 – texto adaptado

Quanto à pontuação em situações textuais e à acentuação gráfica de determinados vocábulos, avalie as afirmações que são feitas a seguir:


I. A vírgula da linha 03 separa um adjunto adverbial deslocado, assim como a da linha 08.

II. As vírgulas da linha 18 separam orações reduzidas, as quais exercem funções distintas em relação à forma verbal fazem (l. 19).

III. As ocorrências da palavra circuitos (l. 05 e 12) foram incorretamente grafadas no texto, visto apresentarem as condições exigidas para acentuação do i: ser tônico, formar sílaba sozinho, apresentando, portanto, um hiato.

IV. Na linha 24, conhecê-lo recebe acento gráfico por tratar-se de um vocábulo terminado em e; no caso, um verbo no infinitivo, seguido de pronome.


Quais estão INCORRETAS?

Alternativas
Q2772081 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

A questão da leitura no Brasil

  1. Sabemos que ler traz muitos benefícios a quem o pratica de modo correto. A leitura
  2. desenvolve e aumenta o repertório geral, auxilia para que o indivíduo tenha senso crítico, amplia
  3. o vocabulário, estimula a criatividade e, finalmente, facilita a escrita. _________ carregue
  4. consigo grandes benefícios, é preciso tomar cuidado e selecionar bem o que se lê. Segundo Valdir
  5. Heitor Barzotto, professor da Faculdade de Educação da USP, “vivemos em um momento em que
  6. há excesso de material disponível, o que também pode ser prejudicial, pois uma pessoa pode ler
  7. coisas que não são, necessariamente, de uma fonte confiável. É uma novidade do tempo
  8. contemporâneo. Existe muito acesso ao texto, mas não ao conhecimento”. A grande quantidade
  9. de informação disponível foi propiciada, _________, pelo avanço da tecnologia, em especial o
  10. da internet.
  11. Além disso, outro grande problema do panorama da leitura e da escrita no País é a questão
  12. da interpretação. Alunos com 14 anos ainda têm dificuldades em identificar informações que
  13. estão tanto explícitas quanto implícitas em um texto. Este déficit transcende a disciplina de
  14. português e atinge matérias como matemática, no momento de interpretar enunciados-problema,
  15. e história, para compreender as relações entre os fatos. Nesse sentido, é importante
  16. lembrar o papel de uma educação de boa qualidade, pois é necessário, primeiramente,
  17. ultrapassar a barreira da dificuldade da leitura para que o poder de interpretação seja facilitado.
  18. Na busca pela melhoria do incentivo à leitura e à escrita no País, há três perspectivas para
  19. as quais devemos tornar os nossos olhares: o governo, a escola e o próprio lar. Esses três
  20. constituem os principais pilares e não acontecem separadamente. Do poder público é preciso
  21. cobrar uma melhor administração dos recursos destinados a levar as pessoas a ler. Para o
  22. professor Barzotto, isso se reflete, principalmente, nas bibliotecas escolares que, além de
  23. estarem bem aparelhadas, também devem contar com bons funcionários especializados em
  24. leitura. “O governo precisa garantir uma estrutura mínima em que seja possível ler”, afirma.
  25. No que diz respeito às funções da escola, é necessário que se construa uma autonomia
  26. dentro de cada uma. Hoje, muito do que é reproduzido em sala de aula parte de pesquisas
  27. advindas das universidades, como investigações sobre leitura, escrita e aprendizado. Cria-se
  28. então uma relação de dependência, quando, na verdade, a universidade deveria funcionar como
  29. uma parceira. “Por mais que saibamos que o Estado controla como se deve fazer, ele não está
  30. todos os dias na escola.”
  31. Em casa, o professor Barzotto diz que é indispensável que haja material de leitura
  32. disponível, mas ressalta que quantidade nem sempre é qualidade. O importante é que,
  33. primeiramente, não se force o hábito de leitura na família como uma obrigação, mas sim como
  34. um prazer. É muito mais produtivo que a família converse e discuta sobre o que leu.

(Fonte: http://www5.usp.br/84357/especialistas-comentam-desafios-para-a-pratica-da-leitura-no-brasil/ – Texto adaptado especialmente para esta prova.)



Considere o seguinte fragmento do texto para responder às questões 09 e 10:


Na busca pela melhoria do incentivo à leitura e à escrita no País, há três perspectivas para as quais devemos tornar os nossos olhares: o governo, a escola e o próprio lar.

Considere o que se afirma sobre a pontuação do período:


I. A primeira vírgula separa um termo deslocado, e a segunda vírgula separa termos de mesma função.

II. Os dois-pontos separam um aposto.

III. Por se tratar de um período longo, seria correto substituir a primeira vírgula por ponto e vírgula.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2770655 Português

A presença da vírgula pode mudar a função sintática de determinado termo na oração. Sendo assim, assinale a alternativa que traz uma frase em que o emprego da vírgula na posição destacada pode diferenciar o objeto direto do vocativo.

Alternativas
Q2760159 Português

“Quando me desespero, lembro-me que por toda a história, a verdade e o amor sempre vencem. Existiram assassinos e tiranos e, por um tempo, eles pareceram invencíveis. Mas, no fim, eles sempre caíram. Penso nisso, sempre”. (Gandhi)


Sobre o emprego das vírgulas nesse pensamento de Gandhi, a única afirmativa verdadeira é:

Alternativas
Q2749858 Português

Atenção: Nesta prova, considera-se uso correta da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.


Leia o texto a seguir para responder as questões sobre seu conteúdo.


IMPEACHMENT É O MESMO QUE IMPEDIMENTO?


Por Aldo Bizzocchi. Disponível em: http://revistalingua.com.br/textos/blog- abizzocchi/impeachment-e-omesmo- que- impedimento-338123-1.asp Acesso em 21 abr 2016.


Nestes dias em que, diante do mar de lama que ameaça soterrar o governo brasileiro, setores da sociedade já começam a clamar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, muitos cronistas têm empregado o termo vernáculo "impedimento" em substituição ao anglicismo impeachment, o que faz ressurgir a dúvida: impeachment e impedimento são a mesma coisa? Em outras palavras, é lícito traduzir o termo inglês pelo português? Mais ainda, é aconselhável fazer isso?

O impeachment é a figura jurídica surgida no mundo anglo-saxônico que permite ao parlamento cassar o mandato do chefe do Executivo diante de acusações comprovadas de improbidade no exercício do cargo. O substantivo inglês impeachment, assim como o verbo empeach, provêm do antigo francês empêcher, "impedir", e empêchement, "impedimento", por sua vez originários do baixo latim impedicare, derivado de pedica, "ferros que se prendem aos pés do prisioneiro para impedir seu movimento". Daí talvez a tendência de traduzir impeachment como "impedimento". No entanto, o próprio inglês distingue impeach, "fazer acusações contra, acusar de improbidade no exercício de mandato", de impede, "impedir, obstruir, impossibilitar". E a Constituição brasileira prevê o impedimento, temporário ou permanente, de um mandatário como justificativa para que seu suplente ocupe o cargo. Ou seja, uma doença ou viagem ao Exterior são motivos de impedimento do presidente, quando então o vice assume o posto. Esses impedimentos por razões corriqueiras nada têm a ver com o impeachment, que só se aplica em caso de acusação grave, que desautorize moralmente o presidente de permanecer no cargo. Nesse sentido, seria melhor traduzir impeachment por "cassação" do que por "impedimento".

Logo, a tradução de impeachment por "impedimento" é inadequada, embora favorecida por uma certa semelhança sonora e parentesco etimológico. Evidentemente, o presidente cassado por impeachment fica definitivamente impedido de exercer seu mandato, mas, se o impeachment é um caso particular de impedimento, a recíproca não é verdadeira: nem todo impedimento se dá por impeachment.


Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com pós- doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP, com pós- doutorado na UERJ. É autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br

Assinale a alternativa que está ERRADA quanto ao emprego dos sinais de pontuação.

Alternativas
Respostas
16: C
17: C
18: E
19: B
20: C