Questões de Concurso
Sobre preposições em português
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Leia o texto para responder à questão.
Bem-vindo à Selva Digital
A realidade agora é exibida em polegadas. E o desespero se instala quando acaba a bateria. Mas lembre-se: um pensamento só pode ser propagado se vier acompanhado de uma hashtag.
Deu no jornal que caiu mais um avião. Na internet, tem gente dizendo que foram terroristas. Outros dizem que foi o próprio governo. E tem louco dizendo que foi Deus. Na era em que todos têm voz, ninguém aprendeu a calar a boca.
Talvez por isso precisemos de corretor ortográfico. Ontem mesmo ele corrigiu meu desvio de septo. Mas para transformar meus sonhos em realidade, usei um tradutor online. Isto tudo depois de engolir uma nova campanha publicitária no café da manhã.
Vomitei jingles o dia todo. Da próxima vez, clico em “Pular Anúncio”.
Vivemos mergulhados na escuridão das lâmpadas de LED. Um mundo vilanesco onde sorrisos faceanos e instagraneanos escondem angústias e sonhos mortos. Ajustes de matiz e saturação para ocultar pele morta. Mas, pelo menos, a previsão pra amanhã é sol escaldante, com alguma nebulosidade e possibilidade de chuva e neve. Talvez um arrependimento e pensamentos angustiantes no fim do dia. Mas isto não vai pro microblog, claro. Redes sociais não aceitam tristezas ou imperfeições.
Mas quer saber? Não estou nem aí. Eu tenho quem me defenda e me oriente. O Google Now pensa por mim. Ele me diz o que fazer, onde preciso ir e como chegar lá. E se eu me deparar com alguma questão complexa, recorro ao GPT. By the way, meu cérebro amanhã está de folga. Vou levantar ao meio-dia e se tivesse que pagar por isso, faria pela internet. E quando acordar, o app do meu smartphone vai me dizer bom dia! Pode dar joinha.
Agora, deu no jornal que morreu um, morreram dois, morreram zilhões. Mas o problema mesmo é ver os dois tiques azuis no whats e não ter resposta alguma. Um tiro no joelho não seria tão cruel. Aposto que dá pra fazer um vídeo sobre isso, colocar no YouTube e esperar milhões de visualizações. Ou se preferir, fale sobre o que quiser. Apenas não ignore a regra mor: se for útil, não viraliza. É como diria Clarice Lispector: “Penso, logo existo”. Ou quem disse isso foi o Arnaldo Jabor?
Enfim, não precisa pensar muito. Pense um megabyte, exiba a ideia em uma tela de 6 polegadas e vá pra poltrona massageadora. Afinal, já foi comprovado por pesquisa: “Neurônius hestáticos inpulcionam o progreço” (desculpem, mas o corretor ortográfico travou).
As palavras destacadas, na respectiva ordem, pertencem a quais classes gramaticais.
Assinale a alternativa correta.
"Ele não faz esse tipo de desenho, fez porque eu pedi", diz a avó, orgulhosa."
"A indignação com questões políticas e sociais foi ponto de partida para as histórias de Ruth em outros momentos de sua carreira."
Analise as afirmativas considerando as classes gramaticais dos vocábulos extraídos do texto e suas funções no contexto em que foram empregados.
I.O vocábulo 'orgulhosa' é um adjetivo com função de predicativo do sujeito.
II.O vocábulo 'políticas', em 'questões políticas', pertence à mesma classe de palavra da destacada em : "As políticas públicas são essenciais para reduzir as desigualdades sociais."
III.O vocábulo 'desenho' e 'partida' pertencem a mesma classe de palavras.
IV.O vocábulo 'sobre' é uma preposição.
Estão corretas:
E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado: – Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor? (Clarice Lispector, A hora da estrela, 1977)
No fragmento: “E Macabéa, com medo de”, classifique “com medo de”:
No período acima, há
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Verde-paris: o pigmento do séc. 19 que começou como moda e virou inseticida
Em 2 de abril de 1894, Jordan foi buscar um balde d’água no poço da pensão em que morava em Buena Vista, uma cidadezinha de 1,2 mil habitantes no estado de Wisconsin, nos EUA. No fundo do recipiente, percebeu uma borra esverdeada suspeita. Calhou que, no dia anterior, um criminoso havia despejado um saco de 1kg de verde-paris na água – o que explicava o mal-estar repentino que havia acometido os moradores do casarão no dia anterior.
O verde-paris, ou verde de Schweinfurt, foi inventado em 1814 na Alemanha pelos fabricantes de tintas Wilhelm Sattler e Friedrich Russ, e começou sua trajetória como uma inovação promissora na indústria. A dupla de inventores buscava um verde mais estável do que o pigmento mais usado até então – o chamado verde de Scheele –, e encontrou um composto químico inorgânico que rapidamente se tornou popular por sua cor intensa e relativa durabilidade.
O verde-paris virou febre: foi amplamente utilizado em pinturas, encadernação de livros e papéis de parede. Artistas famosos do século 19, como Claude Monet, Vincent van Gogh e Paul Gauguin ficaram encantados com a cor – que era difícil de se replicar misturando outros pigmentos. Livros com capas e lombadas decoradas com o pigmento tornaram-se populares no Ocidente.
A lua de mel não durou muito, porém. O acetoarsenito de cobre, como o nome já diz, leva arsênico na receita, que o torna tóxico. O nome “verde-paris” não se refere à presença da cor nas paredes e pôsteres da capital francesa, e sim ao fato de que ele passou a ser usado como veneno de rato nos esgotos da cidade luz.
Mais tarde, descobriu-se que o pó também era um poderoso inseticida, que foi usado para controlar pragas agrícolas como o besouro da batata e o bicho-da-seda. O pigmento chegou a ser lançado de aviões durante a 2° Guerra Mundial para matar mosquitos e, assim, combater a malária na Itália.
Ao longo do século 19, a consciência crescente sobre a toxicidade do arsênico – famílias inteiras acabaram mortas por papéis de parede que continham verde-paris e outros pigmentos com esse elemento – levou a uma queda progressiva no uso de corantes desse tipo, que foram sendo substituídos por alternativas mais seguras.
Em fevereiro de 2024, bibliotecas na Alemanha começaram a restringir o acesso a livros com capas verde-paris, monitorando o risco de envenenamento de cada exemplar. Pesquisadores da Universidade de Delaware, nos EUA, também criaram um projeto para identificar e isolar esses livros em bibliotecas ao redor do globo (até maio de 2024, haviam sido identificados 313 volumes).
MOURÃO, M. Verde-paris: o pigmento do séc. 19 que
começou como moda e virou inseticida. Revista
Superinteressante. (Adaptado). Disponível em
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, que apresenta um trecho da letra da canção Índios, interpretada pela banda Legião Urbana, julgue o próximo item.
Os segmentos “ao menos uma vez”, “mais simples” e “mais importante” classificam-se no texto como locuções adjetivas.
Julgue o item subsequente, referente a construções linguísticas do texto apresentado.
Em “Essa visão não preconceituosa derivou naturalmente da perspectiva da língua como estrutura” (terceiro período), a substituição da forma contraída “da” por na seria gramaticalmente correta porque o verbo derivar, na acepção em que está empregado no texto, rege complemento introduzido pela preposição de ou em.
Julgue o próximo item, relativo a aspectos gramaticais do texto 19A1.
No último período do texto, os vocábulos “uma” e “a” fazem parte da mesma classe gramatical de palavras.
No excerto, de Rubem Alves, em Variações sobre o prazer , a sequência que preenche corretamente as lacunas é: