Questões de Concurso Comentadas sobre português
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Dadas as sentenças:
1. Ela, que era pequena e desengonçada, tornou-se alta, bonita e elegante.
2. Vá até o clube, porém não retorne tarde.
3. Domingo passado, refiz o trabalho.
Em relação ao emprego da(s) vírgula(s):
Pechada
O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo
já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho.
Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.
-Aí, Gaúcho!
-Fala, Gaúcho!
Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim.
Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?
-Mas o Gaúcho fala "tu"! -disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.
-E fala certo -disse a professora. -Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português.
O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.
Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.
-O pai atravessou a sinaleira e pechou...
-O que?
-O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.
A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.
-O que foi que ele disse, tia?
-quis saber o gordo Jorge.
-Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.
- E o que é isso?
-Gaúcho ... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.
-Nós vinha ...
- Nós vínhamos.
-Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.
A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.
"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas " pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.
-Aí, Pechada!
-Fala, Pechada!
Luis Fernando Veríssimo, Revista Nova Escola.
As alternativas abaixo apresentam preposições destacadas, EXCETO, uma. Assinale-a.
Pechada
O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo
já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho.
Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.
-Aí, Gaúcho!
-Fala, Gaúcho!
Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim.
Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?
-Mas o Gaúcho fala "tu"! -disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.
-E fala certo -disse a professora. -Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português.
O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.
Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.
-O pai atravessou a sinaleira e pechou...
-O que?
-O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.
A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.
-O que foi que ele disse, tia?
-quis saber o gordo Jorge.
-Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.
- E o que é isso?
-Gaúcho ... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.
-Nós vinha ...
- Nós vínhamos.
-Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.
A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.
"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas " pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.
-Aí, Pechada!
-Fala, Pechada!
Luis Fernando Veríssimo, Revista Nova Escola.
Assinale a alternativa correta cujo termo destacado seja um exemplo de Conjunção explicativa.
Pechada
O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo
já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho.
Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.
-Aí, Gaúcho!
-Fala, Gaúcho!
Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim.
Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?
-Mas o Gaúcho fala "tu"! -disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.
-E fala certo -disse a professora. -Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português.
O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.
Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.
-O pai atravessou a sinaleira e pechou...
-O que?
-O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.
A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.
-O que foi que ele disse, tia?
-quis saber o gordo Jorge.
-Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.
- E o que é isso?
-Gaúcho ... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.
-Nós vinha ...
- Nós vínhamos.
-Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.
A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.
"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas " pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.
-Aí, Pechada!
-Fala, Pechada!
Luis Fernando Veríssimo, Revista Nova Escola.
Assinale a alternativa correta que seja um exemplo de aposto.
Leia o título da matéria publicada no caderno TEC da Folha de São Paulo, para responder às questões de 06 a 08.
Recebeu, não leu…
WhatsApp passa a avisar usuários quando mensagem é lida e causa irritação e ansiedade; ‘recurso’ não pode ser desativado
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/tec/195002- recebeu-nao-leu.shtml acesso em 28/04/2016)
O título do texto da matéria apresenta duas orações, no entanto não há um elemento coesivo ou conjunção fazendo a ligação delas, são separadas pela vírgula. Nesse caso, a conjunção que ligaria as orações do título, substituindo a vírgula, sem alterar o valor semântico dele, seria:
Leia o título da matéria publicada no caderno TEC da Folha de São Paulo, para responder às questões de 06 a 08.
Recebeu, não leu…
WhatsApp passa a avisar usuários quando mensagem é lida e causa irritação e ansiedade; ‘recurso’ não pode ser desativado
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/tec/195002- recebeu-nao-leu.shtml acesso em 28/04/2016)
Para atender aos objetivos de comunicação, muitas vezes, fazemos referência a outros textos que fazem parte da memória social dos leitores, como acontece nesse texto.
O título acima foi construído com base em outro texto. Assinale a alternativa que apresenta adequadamente o sentido desse texto:
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 07.
TEXTO I
O cérebro pós-moderno: como as redes sociais nos transformam
A internet não mudou somente a forma como as pessoas produzem, criam, se comunicam e se divertem. De acordo com o neurocientista Gary Small, diretor do Centro de Pesquisa em Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia (UCLA), ela altera o funcionamento do cérebro.
“Sob certo aspecto, essa revolução digital nos mergulhou em um estado contínuo de atenção parcial. Estamos permanentemente ocupados, acompanhando tudo. Não nos focamos em nada. (…) As pessoas passam aexistir num ritmo de crise constante, em alerta permanente, sedentas de um novo contato ou um novo bit de informação”. Gary Small.
Essa sede por novidades, por consumir toda a informação disponível, é o que ocorre com as redes de relacionamento, segundo a pesquisa do Doutor Small. Ao nos acostumarmos a essa excitação, procuramos estar constantemente conectados. “As redes sociais são particularmente sedutoras. Elas nos permitem constantemente satisfazer nosso desejo humano por companhia e interação social”.
Um estudo que está sendo realizado na Universidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organismo. Os resultados mostraram que twittar, por exemplo, estimula a liberação de níveis de ocitocina e, consequentemente, diminui os níveis de hormônios como cortisol e ACTH, associados ao estresse. Ou seja, isso significa que o cérebro pode ter desenvolvido uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. E, de acordo com Paul Zack, esta nova maneira é a seguinte: “o cérebro entende a conexão eletrônica como se fosse um contato presencial”, o que pode justificar a mudança que as redes sociais causaram na forma como nos relacionamos e fazemos amizades.
(Disponível em:http://filosofiaemvalores.blogspot.com.br/2013/03/o -cerebro-pos-moderno-como-as-redes.html Aceso em 28/04/2016)
As palavras abaixo foram retiradas do texto. Assinale a alternativa cujas palavras apresentem a mesma classificação quanto ao número de sílabas.
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 07.
TEXTO I
O cérebro pós-moderno: como as redes sociais nos transformam
A internet não mudou somente a forma como as pessoas produzem, criam, se comunicam e se divertem. De acordo com o neurocientista Gary Small, diretor do Centro de Pesquisa em Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia (UCLA), ela altera o funcionamento do cérebro.
“Sob certo aspecto, essa revolução digital nos mergulhou em um estado contínuo de atenção parcial. Estamos permanentemente ocupados, acompanhando tudo. Não nos focamos em nada. (…) As pessoas passam aexistir num ritmo de crise constante, em alerta permanente, sedentas de um novo contato ou um novo bit de informação”. Gary Small.
Essa sede por novidades, por consumir toda a informação disponível, é o que ocorre com as redes de relacionamento, segundo a pesquisa do Doutor Small. Ao nos acostumarmos a essa excitação, procuramos estar constantemente conectados. “As redes sociais são particularmente sedutoras. Elas nos permitem constantemente satisfazer nosso desejo humano por companhia e interação social”.
Um estudo que está sendo realizado na Universidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organismo. Os resultados mostraram que twittar, por exemplo, estimula a liberação de níveis de ocitocina e, consequentemente, diminui os níveis de hormônios como cortisol e ACTH, associados ao estresse. Ou seja, isso significa que o cérebro pode ter desenvolvido uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. E, de acordo com Paul Zack, esta nova maneira é a seguinte: “o cérebro entende a conexão eletrônica como se fosse um contato presencial”, o que pode justificar a mudança que as redes sociais causaram na forma como nos relacionamos e fazemos amizades.
(Disponível em:http://filosofiaemvalores.blogspot.com.br/2013/03/o -cerebro-pos-moderno-como-as-redes.html Aceso em 28/04/2016)
Os resultados mostraram que twittar, por exemplo, estimula a liberação de níveis de ocitocina. O verbo em destaque no trecho acima demonstra os efeitos da era digital na Língua Portuguesa. Assinale a alternativa cujo vocábulo é um neologismo que surgiu pelo mesmo processo do verbo twittar:
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 07.
TEXTO I
O cérebro pós-moderno: como as redes sociais nos transformam
A internet não mudou somente a forma como as pessoas produzem, criam, se comunicam e se divertem. De acordo com o neurocientista Gary Small, diretor do Centro de Pesquisa em Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia (UCLA), ela altera o funcionamento do cérebro.
“Sob certo aspecto, essa revolução digital nos mergulhou em um estado contínuo de atenção parcial. Estamos permanentemente ocupados, acompanhando tudo. Não nos focamos em nada. (…) As pessoas passam aexistir num ritmo de crise constante, em alerta permanente, sedentas de um novo contato ou um novo bit de informação”. Gary Small.
Essa sede por novidades, por consumir toda a informação disponível, é o que ocorre com as redes de relacionamento, segundo a pesquisa do Doutor Small. Ao nos acostumarmos a essa excitação, procuramos estar constantemente conectados. “As redes sociais são particularmente sedutoras. Elas nos permitem constantemente satisfazer nosso desejo humano por companhia e interação social”.
Um estudo que está sendo realizado na Universidade da Califórnia começou a desvendar o efeito que as redes sociais produzem no organismo. Os resultados mostraram que twittar, por exemplo, estimula a liberação de níveis de ocitocina e, consequentemente, diminui os níveis de hormônios como cortisol e ACTH, associados ao estresse. Ou seja, isso significa que o cérebro pode ter desenvolvido uma nova maneira de interpretar as conversas no Twitter. E, de acordo com Paul Zack, esta nova maneira é a seguinte: “o cérebro entende a conexão eletrônica como se fosse um contato presencial”, o que pode justificar a mudança que as redes sociais causaram na forma como nos relacionamos e fazemos amizades.
(Disponível em:http://filosofiaemvalores.blogspot.com.br/2013/03/o -cerebro-pos-moderno-como-as-redes.html Aceso em 28/04/2016)
No trecho, “Essa sede por novidades, por consumir toda a informação disponível, é o que ocorre com as redes de relacionamento, segundo a pesquisa do Doutor Small”, a palavra em destaque:
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.
O lugar mais frio da Terra
Bem-vindo à minúscula aldeia da República de Sakha, na Rússia, que ocupa um lugar inquestionável nos livros de recordes
Para a maioria, a cidadezinha de Oimiakon não estaria no alto da lista de destinos turísticos. É a região com povoamento permanente mais fria da Terra, localizada a algumas centenas de quilômetros do Círculo Polar Ártico, na tundra russa. Mas, para o fotógrafo neozelandês Amos Chapple, foi uma oportunidade que ele não podia recusar.
Chapple trabalhava como professor de inglês na Rússia para financiar suas fotografias de viagens, e a ida a Oimiakon seria a oportunidade de embarcar num projeto fotográfico inigualável. Para chegar à aldeia que, em 1933, bateu o recorde de lugar mais frio da Terra, com a temperatura de –67,7 ºC, Chapple teria primeiro de ir a Iakutsk, capital da região, a seis fusos horários de Moscou.
Em Iakutsk, a temperatura em janeiro cai a cerca de –40 ºC, mas a cidade é um lugar com economia vibrante, povoada principalmente graças à abundância de recursos naturais: há diamantes, petróleo e gás. Oimiakon fica a 927 quilômetros de Iakutsk. Para chegar lá, Chapple teve de viajar dois dias, com uma combinação de caronas e vans.
Em certo momento, ele se viu perdido num posto de gasolina. “Passei dois dias comendo carne de rena”, diz Chapple, recordando a pequena casa de chá, ironicamente chamada Café Cuba, que nesse período só servia essa única opção de prato. “Rena é a carne mais comum da tundra.”
Os habitantes da região mais fria da Terra não comem só rena, mas sua dieta inclui muita carne. Chapple também comeu um prato de macarrão e nacos congelados de sangue de cavalo, além de uma especialidade de Iakutsk: peixe congelado raspado em lascas finíssimas. “Lembra sashimi congelado e é divino”, diz ele. “A textura do peixe congelado com as pontinhas quentes é muito especial e deliciosa.”
Quando chegou a Oimiakon, cuja população oscila em torno de 500 habitantes permanentes, Chapple se espantou ao ver que a cidade estava vazia. “Simplesmente não havia ninguém nas ruas. Eu esperava que tivessem se acostumado com o frio e que houvesse uma vida cotidiana em andamento, mas em vez disso todo mundo tratava o frio com muita cautela”, diz ele. “Parecia extremamente desolado. Não era, mas tudo acontecia em ambiente fechado, e eu não era bemvindo nos ambientes fechados.”
Nas horas que Chapple passou perambulando pelas ruas da aldeia, seus principais companheiros foram os cachorros de rua ou os bêbados (o alcoolismo é excessivo em Oimiakon). Ainda assim, a vida na aldeia continua. As escolas só fecham quando a temperatura cai abaixo de –50 ºC. Os fazendeiros levam suas vacas ao bebedouro da aldeia – uma fonte “térmica” que fica pouco acima do ponto de congelamento – e depois voltam com elas para os estábulos protegidos.
A fonte térmica é o coração da aldeia, sua razão de existir: os criadores de renas visitavam a fonte para hidratar os animais, e retornaram várias vezes até que a aldeia se tornou um povoado permanente (o nome Oimiakon significa, literalmente, “água descongelada”).
Mas morar no lugar habitado mais frio da Terra tem algumas desvantagens específicas. Em geral, os banheiros ficam fora de casa, porque encanamentos são problemáticos em caso de congelamento. Os moradores têm carro, mas precisam deixá-los ligados ao ar livre, às vezes a noite inteira, para que as partes mecânicas não congelem. Mesmo assim, às vezes medidas mais extremas são necessárias.
“Um sujeito com o qual viajei deixou o caminhão ligado a noite toda, mas, mesmo assim, pela manhã o eixo de transmissão estava totalmente congelado. Sem nenhuma cerimônia, ele pegou um maçarico, entrou debaixo do veículo e começou a lamber tudo com o fogo”, diz Chapple. “O maçarico faz parte da caixa de ferramentas [de quem mora em Oimiakon]”.
GEILING, Natasha. O lugar mais frio da Terra. Seleções.
29 jan. 2016. Disponível em: <http://zip.net/bhs0B9>.
Acesso em: 9 mar. 2016 (Adaptação).
Releia o trecho a seguir.
[...] uma fonte “térmica” que fica pouco acima do ponto de congelamento [...]. (7º parágrafo)
Assinale a alternativa que indica o motivo pelo qual o autor do texto utilizou aspas nesse trecho.
Analise as afirmações e indique a alternativa CORRETA:
I- afiliar, desfavorável e interlocutor são exemplos de palavras formadas por derivação sufixal.
II – boteco, comuna e beijo são exemplos de palavras formadas por derivação regressiva.
III – dessarte, vinagre e planalto são exemplos de palavras formadas por derivação por aglutinação
Estão CORRETAS as afirmativas:
Instrução: As questões de números 01 a 15 referem-se ao texto abaixo.
A inclusão de profissionais com deficiência no mercado de trabalho: um panorama positivo para uma mudança necessária
Jaques Haber
01 ___ É indiscutível a importância das contratações de profissionais com deficiência para a
02 economia do Brasil. Além da geração de emprego, a inclusão dessas pessoas no mercado de
03 trabalho contribui para trazer-lhes dignidade. Ao incluí-las, não estamos apenas ofertando um
04 salário, mas também a oportunidade de se reabilitarem socialmente e psicologicamente.
05 ___ É sabido que o exercício profissional traz consigo a interação com outras pessoas, o
06 sentimento de cidadão produtivo, a possibilidade de fazer amigos, de encontrar um amor, de
07 pertencer a um grupo social. Até o status adquirido junto _____ própria família muda para
08 melhor, sem contar que a presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho contribui
09 para humanizar mais a empresa e enriquecer o ambiente corporativo com visões e experiências
10 diversificadas.
11 ___ Ao incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, configura-se um novo grupo de
12 consumidores, até então excluído da economia. Com a geração de renda, esse grupo passa a
13 consumir avidamente, já que apresenta muitas carências, desde elementos essenciais, como o
14 acesso a planos e serviços de saúde, até a concretização de desejos não tão de primeira ordem,
15 como a compra de um tablet ou um smartphones, por exemplo. Com a renda, essas pessoas
16 passam a circular mais, e isso ................. maior convivência com pessoas sem deficiência, o
17 que desperta a atenção para oportunidades de se criarem mais produtos, serviços e ambientes
18 que atendam às necessidades específicas dessa parcela da população.
19 ___ Nessa perspectiva, a inclusão de profissionais com deficiência no ambiente de trabalho cria
20 oportunidades, também, para as empresas gerarem mais negócios. Uma pessoa que está
21 acostumada a enfrentar desafios diários por falta de acessibilidade ou sensibilização da
22 população, em geral, .............. se adapta ao mundo do trabalho. Nesse sentido, essa pessoa
23 está mais preparada para lidar com situações críticas e a resolver problemas, além de trazer uma
24 visão diferente para o grupo, o que contribui para o processo de criação ou tomada de decisões.
25 ___ Em relação _____ qualificação das pessoas com deficiência, podemos afirmar que segue
26 basicamente o mesmo padrão da população brasileira em geral, e é falacioso generalizar a falta
27 de qualificação desse grupo. É fato que, por questões de exclusão histórica, há uma maioria
28 pouco qualificada, mas essa baixa qualificação também incide no restante da população e não
29 significa que não existam pessoas com deficiência qualificadas. Por exemplo: no banco de
30 currículos da i.Social, mais de 80% dos 30.000 profissionais cadastrados têm ao menos ensino
31 médio completo, e há muitos com graduação, mestrado e doutorado.
32 ___ Observamos, então, que o maior empecilho para a inclusão desses profissionais ainda é
33 cultural. Ou seja, as relações interpessoais ainda estão muito calcadas em estereótipos e
34 preconceitos, além do fato de as vagas oferecidas _____ essas pessoas ainda serem muito
35 operacionais e pouco atrativas. Os líderes e gestores das empresas ainda não consideram incluir
36 esses profissionais em cargos mais estratégicos, pois tendem a achar que são menos produtivos
37 ou geram mais custos com acessibilidade, o que não é verdade. Dessa forma, não é exagero
38 afirmar que a questão cultural ainda é o maior desafio. A falta de acessibilidade é reflexo da falta
39 de cultura inclusiva. Enquanto não transformarmos a mentalidade antiga de que as pessoas com
40 deficiência são menos qualificadas, menos produtivas e exigem muitos investimentos, não
41 daremos um salto de qualidade no processo de inclusão.
(Fonte: http://blog.isocial.com.br/a-inclusao-de-profissionais-com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho-um- panorama-positivo-para-uma-mudanca-necessaria - Texto adaptado especialmente para esta prova)
Considere as seguintes propostas de reformulação de passagens do texto:
I. Substituir o ponto que segue o vocábulo Brasil (l. 02) por “pois” entre vírgulas, com os devidos ajustes de emprego de maiúsculas e minúsculas.
II. Substituir a vírgula que segue o vocábulo avidamente (l. 13) por ponto, com os devidos ajustes de emprego de maiúsculas e minúsculas.
III. Substituir o ponto que segue o vocábulo qualificadas (l. 29) por ponto e vírgula, com os devidos ajustes de emprego de maiúsculas e minúsculas.
IV. Substituir a vírgula que segue o vocábulo estratégicos (l. 36) por dois pontos e eliminar a conjunção “pois”.
Quais acarretariam erro na estrutura do texto?
Quanto ao Processo de Formação das Palavras, indique a alternativa em que o exemplo não corresponde à afirmação apresentada
Leia o texto de Eugênio Mussak para responder às questões de números 01 a 07.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
Reconhecemos os otimistas de algumas maneiras. Uma delas é pelo tempo verbal de seu discurso. Enquanto os pessimistas falam no pretérito, os otimistas preferem falar no futuro. Os pessimistas insistem em ponderar sobre como deveria ter sido. Os otimistas ocupam-se em discorrer sobre como poderá vir a ser.
Outra maneira de diferenciar um pessimista de um otimista é pelo uso do “mas”, palavrinha de três letras muito usada quando dois pensamentos se complementam e parecem ser opostos. Cada vez que você diz “agora faz sol, mas mais tarde vai chover”, ou “minha cabeça dói, mas já vai passar”, está usando uma conjunção, que tem a finalidade de estabelecer ligações.
Voltando ao tema do otimismo e do pessimismo, sabemos que esses dois estados, que demonstram a visão que as pessoas têm da situação em que se encontram, bem como das perspectivas futuras, se refletem no uso dos recursos linguísticos. Ou melhor, na ordem em que se colocam os termos da oração em torno deles. Explico. Uma coisa é dizer: “Eu sei que está ruim, mas vai melhorar”. Outra é afirmar: “Eu sei que vai melhorar, mas que está ruim, está”. As duas frases envolvem exatamente os mesmos elementos em sua construção, a diferença entre elas está no foco.
Há “mas” para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para criar um bom ambiente ou para jogar um balde de água fria no ânimo de qualquer um. Quando algo não está bem, como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos: o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar.
E, já que é assim, proponho o otimismo consciente. Aquele que não nega a realidade, mas que acredita na solução, no recomeço, na recuperação, na melhoria, no crescimento. Nosso país está como está porque fizeram com ele o que fizeram. Mas ele será o que será porque faremos o que faremos. E, neste caso, como diz o ditado, “não tem ‘mas’ nem meio ‘mas’”. Só depende de nós.
(Eugênio Mussak. Entre o otimismo e o pessimismo. Disponível em: http://vidasimples.uol.com.br/noticias/pensar/entre-o-otimismo-e-opessimismo.phtml#.Vp_EK5orKig, 16.11.2015. Adaptado)
As preposições servem para relacionar dois termos de uma mesma oração e estabelecer uma relação de sentido entre eles. Assinale a alternativa em que a expressão destacada é uma preposição com valor de finalidade.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Psicologia da Internet: ................ nos tornamos outras pessoas na vida digital.
01 Há cerca de duas décadas foi criada a expressão “Psicologia da Internet” para explicar a
02 razão pela qual o comportamento das pessoas se altera tanto dentro dos ambientes virtuais.
03 Qualquer um que já navegou na web percebeu alguma modificação, ainda que mais leve, em sua
04 conduta ou ação. Por ser um espaço muito atípico e diferente de tudo que já experimentamos na
05 vida concreta, descobriu-se que a realidade paralela exerce um tipo de “dinamização” da
06 personalidade, o que coloca as pessoas em inclinação para atitudes de maior risco e de
07 descontrole calculado, se comparadas ao que se vive no nosso dia-a-dia.
08 A respeito desse fenômeno, criou-se um termo para melhor definir tais alterações
09 comportamentais: “efeito de ________ online”, explicita, portanto, a variação de padrões.
10 Pesquisas demonstraram que essas alternâncias da vida off-line para a vida online se baseiam nas
11 seguintes crenças:
12 (A) “Você não sabe quem eu sou e não pode me ver”: à medida que as pessoas navegam na
13 internet, obviamente que não podem ser “vistas”, no sentido literal da palavra – diferentemente
14 de como ocorre no mundo concreto -, conferindo então aos internautas a falsa percepção de que
15 eles estão anônimos e, por esta razão, não há limites ou regras associadas ao comportamento
16 online. Esse fato também é descrito na literatura psicológica como “desindividualização”, ou seja,
17 um estado de _________ da identidade real e que favorece o aparecimento de maior grau de
18 insubordinação, agressividade e sexualidade exacerbada, se comparado ao que ocorre na vida
19 concreta.
20 (B) “Até logo” ou “até mais”: a internet, querendo ou não, uma vez que permite aos seus
21 usuários escaparem facilmente das situações mais embaraçosas, leva-os a correrem mais riscos e
22 tolerarem melhor as situações de ameaça. Como não existe uma consequência imediata dessas
23 ações virtuais (na verdade “existe” uma consequência, todavia, ela é mais demorada para que os
24 resultados apareçam), as pessoas então se tornam mais flexíveis a respeito das transgressões.
25 (C) “É apenas um jogo”: esta ________ dá ao usuário a ilusão de que o mundo online opera,
26 na verdade, em condição de fantasia, e que ninguém, de fato, seria prejudicado pelas “aventuras”
27 realizadas no mundo digital. Assim, a linha divisória entre a ficção e a realidade torna-se
28 facilmente mais turva, uma vez que existem centenas de atividades que, na verdade, “não
29 existem” na realidade concreta.
30 (D) “Somos todos amigos”: cria a ilusão de que, na vida paralela da internet, somos todos
31 iguais ou amigos, uns com os outros e que, portanto, as regras que determinam as relações
32 adequadas entre os diferentes grupos (por exemplo, crianças, adolescentes e adultos) existentes
33 no mundo real podem ser simplesmente desconsideradas. Este princípio também tem o poder de
34 diluir as hierarquias existentes entre diferentes indivíduos na sociedade, favorecendo aos
35 comportamentos de maior desrespeito e falta de cuidado interpessoal que tanto se observa nas
36 redes sociais e nas comunicações entre funcionários de uma empresa.
37 Portanto, esse efeito descontrói os ambientes formais e mais rígidos da realidade concreta
38 para liberar o indivíduo ao trânsito nos espaços altamente permissivos, tornando as pessoas mais
39 condescendentes e altamente plásticas em relação às transgressões. Vamos lembrar que todo
40 esse processo já tem um nome e se chama “personalidade eletrônica” (e-personality).
41 Imagine então, as crianças e jovens ainda em processo de formação, o que o ambiente
42 virtual poderia fazer com a consolidação de sua personalidade (ainda) em definição? No final das
43 contas, pensam muitos pais desavisados: “é apenas videogame” ou, ainda, “eles só estão usando
44 uma rede social”, que problema haveria com isso? No passado não muito distante, o
45 desassossego familiar vinha das amizades inadequadas, hoje deriva do próprio indivíduo em sua
46 relação consigo mesmo no ambiente virtual.
47 Para se pensar, não acha?
(Fonte: http://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/ — texto adaptado)
Analise as seguintes assertivas a respeito da pontuação do texto e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Os dois pontos presentes no título poderiam ser substituídos por vírgula sem provocar erro.
( ) A vírgula da linha 31 (primeira ocorrência) e a da vírgula 32 (segunda ocorrência) são empregadas pelo mesmo motivo, já que ambas separam termos de mesmo valor sintático.
( ) A vírgula da linha 41 (primeira ocorrência) separa uma oração subordinada objetiva direta.
( ) A vírgula da linha 43 (primeira ocorrência) e a da linha 44 (segunda ocorrência) são empregadas pelo mesmo motivo: separar um adjunto adverbial deslocado.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Psicologia da Internet: ................ nos tornamos outras pessoas na vida digital.
01 Há cerca de duas décadas foi criada a expressão “Psicologia da Internet” para explicar a
02 razão pela qual o comportamento das pessoas se altera tanto dentro dos ambientes virtuais.
03 Qualquer um que já navegou na web percebeu alguma modificação, ainda que mais leve, em sua
04 conduta ou ação. Por ser um espaço muito atípico e diferente de tudo que já experimentamos na
05 vida concreta, descobriu-se que a realidade paralela exerce um tipo de “dinamização” da
06 personalidade, o que coloca as pessoas em inclinação para atitudes de maior risco e de
07 descontrole calculado, se comparadas ao que se vive no nosso dia-a-dia.
08 A respeito desse fenômeno, criou-se um termo para melhor definir tais alterações
09 comportamentais: “efeito de ________ online”, explicita, portanto, a variação de padrões.
10 Pesquisas demonstraram que essas alternâncias da vida off-line para a vida online se baseiam nas
11 seguintes crenças:
12 (A) “Você não sabe quem eu sou e não pode me ver”: à medida que as pessoas navegam na
13 internet, obviamente que não podem ser “vistas”, no sentido literal da palavra – diferentemente
14 de como ocorre no mundo concreto -, conferindo então aos internautas a falsa percepção de que
15 eles estão anônimos e, por esta razão, não há limites ou regras associadas ao comportamento
16 online. Esse fato também é descrito na literatura psicológica como “desindividualização”, ou seja,
17 um estado de _________ da identidade real e que favorece o aparecimento de maior grau de
18 insubordinação, agressividade e sexualidade exacerbada, se comparado ao que ocorre na vida
19 concreta.
20 (B) “Até logo” ou “até mais”: a internet, querendo ou não, uma vez que permite aos seus
21 usuários escaparem facilmente das situações mais embaraçosas, leva-os a correrem mais riscos e
22 tolerarem melhor as situações de ameaça. Como não existe uma consequência imediata dessas
23 ações virtuais (na verdade “existe” uma consequência, todavia, ela é mais demorada para que os
24 resultados apareçam), as pessoas então se tornam mais flexíveis a respeito das transgressões.
25 (C) “É apenas um jogo”: esta ________ dá ao usuário a ilusão de que o mundo online opera,
26 na verdade, em condição de fantasia, e que ninguém, de fato, seria prejudicado pelas “aventuras”
27 realizadas no mundo digital. Assim, a linha divisória entre a ficção e a realidade torna-se
28 facilmente mais turva, uma vez que existem centenas de atividades que, na verdade, “não
29 existem” na realidade concreta.
30 (D) “Somos todos amigos”: cria a ilusão de que, na vida paralela da internet, somos todos
31 iguais ou amigos, uns com os outros e que, portanto, as regras que determinam as relações
32 adequadas entre os diferentes grupos (por exemplo, crianças, adolescentes e adultos) existentes
33 no mundo real podem ser simplesmente desconsideradas. Este princípio também tem o poder de
34 diluir as hierarquias existentes entre diferentes indivíduos na sociedade, favorecendo aos
35 comportamentos de maior desrespeito e falta de cuidado interpessoal que tanto se observa nas
36 redes sociais e nas comunicações entre funcionários de uma empresa.
37 Portanto, esse efeito descontrói os ambientes formais e mais rígidos da realidade concreta
38 para liberar o indivíduo ao trânsito nos espaços altamente permissivos, tornando as pessoas mais
39 condescendentes e altamente plásticas em relação às transgressões. Vamos lembrar que todo
40 esse processo já tem um nome e se chama “personalidade eletrônica” (e-personality).
41 Imagine então, as crianças e jovens ainda em processo de formação, o que o ambiente
42 virtual poderia fazer com a consolidação de sua personalidade (ainda) em definição? No final das
43 contas, pensam muitos pais desavisados: “é apenas videogame” ou, ainda, “eles só estão usando
44 uma rede social”, que problema haveria com isso? No passado não muito distante, o
45 desassossego familiar vinha das amizades inadequadas, hoje deriva do próprio indivíduo em sua
46 relação consigo mesmo no ambiente virtual.
47 Para se pensar, não acha?
(Fonte: http://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/ — texto adaptado)
Em relação à formação de palavras do texto, analise as assertivas que seguem e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O vocábulo ‘insubordinação’ (l.18) é formado por derivação prefixal.
( ) A palavra ‘embaraçosas’ (l.21) é formada por derivação parassintética.
( ) Ambas as palavras ‘interpessoal’ (l.35) e ‘desconstrói’ (l.37) são formadas por derivação prefixal.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Psicologia da Internet: ................ nos tornamos outras pessoas na vida digital.
01 Há cerca de duas décadas foi criada a expressão “Psicologia da Internet” para explicar a
02 razão pela qual o comportamento das pessoas se altera tanto dentro dos ambientes virtuais.
03 Qualquer um que já navegou na web percebeu alguma modificação, ainda que mais leve, em sua
04 conduta ou ação. Por ser um espaço muito atípico e diferente de tudo que já experimentamos na
05 vida concreta, descobriu-se que a realidade paralela exerce um tipo de “dinamização” da
06 personalidade, o que coloca as pessoas em inclinação para atitudes de maior risco e de
07 descontrole calculado, se comparadas ao que se vive no nosso dia-a-dia.
08 A respeito desse fenômeno, criou-se um termo para melhor definir tais alterações
09 comportamentais: “efeito de ________ online”, explicita, portanto, a variação de padrões.
10 Pesquisas demonstraram que essas alternâncias da vida off-line para a vida online se baseiam nas
11 seguintes crenças:
12 (A) “Você não sabe quem eu sou e não pode me ver”: à medida que as pessoas navegam na
13 internet, obviamente que não podem ser “vistas”, no sentido literal da palavra – diferentemente
14 de como ocorre no mundo concreto -, conferindo então aos internautas a falsa percepção de que
15 eles estão anônimos e, por esta razão, não há limites ou regras associadas ao comportamento
16 online. Esse fato também é descrito na literatura psicológica como “desindividualização”, ou seja,
17 um estado de _________ da identidade real e que favorece o aparecimento de maior grau de
18 insubordinação, agressividade e sexualidade exacerbada, se comparado ao que ocorre na vida
19 concreta.
20 (B) “Até logo” ou “até mais”: a internet, querendo ou não, uma vez que permite aos seus
21 usuários escaparem facilmente das situações mais embaraçosas, leva-os a correrem mais riscos e
22 tolerarem melhor as situações de ameaça. Como não existe uma consequência imediata dessas
23 ações virtuais (na verdade “existe” uma consequência, todavia, ela é mais demorada para que os
24 resultados apareçam), as pessoas então se tornam mais flexíveis a respeito das transgressões.
25 (C) “É apenas um jogo”: esta ________ dá ao usuário a ilusão de que o mundo online opera,
26 na verdade, em condição de fantasia, e que ninguém, de fato, seria prejudicado pelas “aventuras”
27 realizadas no mundo digital. Assim, a linha divisória entre a ficção e a realidade torna-se
28 facilmente mais turva, uma vez que existem centenas de atividades que, na verdade, “não
29 existem” na realidade concreta.
30 (D) “Somos todos amigos”: cria a ilusão de que, na vida paralela da internet, somos todos
31 iguais ou amigos, uns com os outros e que, portanto, as regras que determinam as relações
32 adequadas entre os diferentes grupos (por exemplo, crianças, adolescentes e adultos) existentes
33 no mundo real podem ser simplesmente desconsideradas. Este princípio também tem o poder de
34 diluir as hierarquias existentes entre diferentes indivíduos na sociedade, favorecendo aos
35 comportamentos de maior desrespeito e falta de cuidado interpessoal que tanto se observa nas
36 redes sociais e nas comunicações entre funcionários de uma empresa.
37 Portanto, esse efeito descontrói os ambientes formais e mais rígidos da realidade concreta
38 para liberar o indivíduo ao trânsito nos espaços altamente permissivos, tornando as pessoas mais
39 condescendentes e altamente plásticas em relação às transgressões. Vamos lembrar que todo
40 esse processo já tem um nome e se chama “personalidade eletrônica” (e-personality).
41 Imagine então, as crianças e jovens ainda em processo de formação, o que o ambiente
42 virtual poderia fazer com a consolidação de sua personalidade (ainda) em definição? No final das
43 contas, pensam muitos pais desavisados: “é apenas videogame” ou, ainda, “eles só estão usando
44 uma rede social”, que problema haveria com isso? No passado não muito distante, o
45 desassossego familiar vinha das amizades inadequadas, hoje deriva do próprio indivíduo em sua
46 relação consigo mesmo no ambiente virtual.
47 Para se pensar, não acha?
(Fonte: http://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/ — texto adaptado)
Analise as seguintes assertivas a respeito dos nexos coesivos presentes no texto:
I. A conjunção ‘portanto’ (l.09) poderia ser substituída por ‘desse modo’ sem alteração de sentido, já que ambos apresentam a conclusão de um raciocínio ou exposição de motivos anteriores.
II. A palavra ‘todavia’ (l.23) é uma conjunção adversativa e poderia ser substituída por ‘embora’ sem alterar o sentido da frase em que se encontra.
III. O advérbio ‘Assim’ (l.27) apresenta ideia de conclusão de ideias e poderia ser substituído por ‘Portanto’ sem alterar o sentido da frase em que se insere.
Quais estão corretas?
Eu sei, mas não devia
Marina Colassanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma ___ não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, ___ medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez vai pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir ____ comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma ____ poluição. ____ salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter _________ uma planta.
A gente se acostuma ____ coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e ____ no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não ____ muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar ____ pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
No período: “Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço”, os conectivos destacados estabelecem, respectivamente, relação de:
Leia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2.
Conversinha Mineira
- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
- Sei dizer não senhor: não tomo café.
- Você é dono do café, não sabe dizer?
- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
- Café com leite só se for sem leite.
- Não tem leite? - Hoje, não senhor.
- Por que hoje não? - Porque hoje o leiteiro não veio.
- Ontem ele veio?
- Ontem não.
- Quando é que ele vem?
- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem.
Só que no dia que devia vir em geral não vem.
- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
- Ah, isso está, sim senhor.
- Quando é que tem leite?
- Quando o leiteiro vem.
- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso garantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
- Para que Partido?
- Para todos os Partidos, parece.
- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
- E o Prefeito?
- Que é que tem o Prefeito?
- Que tal o Prefeito daqui?
- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
- Que é que falam dele?
- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
- Você, certamente, já tem candidato.
- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
- Aonde, ali? Ué, gente: penduraram isso aí...
Fernando Sabino (livro: “A Mulher do Vizinho”)
Analise o trecho do texto abaixo e responda.
“- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa? - Aonde, ali? Ué, gente: penduraram isso aí...
O uso das reticências neste trecho serviu paraLeia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2.
Conversinha Mineira
- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
- Sei dizer não senhor: não tomo café.
- Você é dono do café, não sabe dizer?
- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
- Café com leite só se for sem leite.
- Não tem leite? - Hoje, não senhor.
- Por que hoje não? - Porque hoje o leiteiro não veio.
- Ontem ele veio?
- Ontem não.
- Quando é que ele vem?
- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem.
Só que no dia que devia vir em geral não vem.
- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
- Ah, isso está, sim senhor.
- Quando é que tem leite?
- Quando o leiteiro vem.
- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso garantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
- Para que Partido?
- Para todos os Partidos, parece.
- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
- E o Prefeito?
- Que é que tem o Prefeito?
- Que tal o Prefeito daqui?
- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
- Que é que falam dele?
- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
- Você, certamente, já tem candidato.
- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
- Aonde, ali? Ué, gente: penduraram isso aí...
Fernando Sabino (livro: “A Mulher do Vizinho”)
A confusão que acontece na história deve-se ao fato de