Questões de Português para Concurso

Foram encontradas 49.032 questões

Q2724325 Português

Assinale a única alternativa que está, integralmente, de acordo com as normas da língua culta em vigência:

Alternativas
Q2724287 Português

Analise as frases abaixo quanto ao uso correto da crase:

I. Ele esteve aqui às 8h, mas foi embora porque não te encontrou.

II. Obedecemos à norma.

III. Fui à cidade.

IV. Dirigia-se à Bahia e depois a Pernambuco.


Assinale a alternativa que indica todas as frases corretas quanto ao uso da crase:

Alternativas
Q2724177 Português

Quais são, respectivamente, a figura sintática e o fenômeno semântico que ocorrem na oração “As cobras não comem o milho, mas sim as galinhas.”?

Alternativas
Q2724176 Português

Senhas

Adriana Calcanhoto

Eu não gosto do bom gosto

Eu não gosto de bom senso

Eu não gosto dos bons modos

Não gosto

[...]

Eu gosto dos que têm fome

Dos que morrem de vontade

Dos que secam de desejo

Dos que ardem

[...]

Disponível em: <https://www.letras.mus.br/adriana-calcanhotto/66697/>. Acesso em: 26 jul. 2016


O fragmento da canção estrutura-se pelo recurso da repetição de uma mesma expressão no início dos versos. Esse recurso é chamado de

Alternativas
Q2724174 Português

Maniqueísmo político


O maniqueísmo político está muito presente nas “competições” entre partidos e políticos durante as eleições, por exemplo. Consiste na oposição entre os pensamentos de rivais políticos, que buscam “demonizar” a imagem do oponente e “santificar” os seus próprios argumentos, mesmo que caiam em contradições, ocasionalmente.

Disponível em: <http://www.significados.com.br/maniqueismo/>. Acesso em: 25 jul. 2016.


No texto, os termos destacados indicam, respectivamente,

Alternativas
Q2724173 Português

Vamos fugir

Gilberto Gil

[...]

Vamos fugir

Pr’onde haja um tobogã

Onde a gente escorregue

Todo dia de manhã

Flores que a gente regue

Uma banda de maçã

Outra banda de reggae.

Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/vamos-fugir.html>. Acesso em: 26 ago. 2016.


Quanto à classificação e à estrutura semântica de termos presentes na estrofe, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2724172 Português

Canção

Olavo Bilac

Dá-me as pétalas de rosa

Dessa boca pequenina:

Vem com teu riso, formosa!

Vem com teu beijo, divina!


Transforma num paraíso

O inferno do meu desejo...

Formosa, vem com teu riso!

Divina, vem com teu beijo!


Oh! Tu, que tornas radiosa

Minh’alma, que a dor domina,

Só com teu riso, formosa,

Só com teu beijo, divina!

Tenho frio, e não diviso

Luz na treva em que me vejo:

Dá-me o clarão do teu riso!

Dá-me o fogo do teu beijo!


Disponível em: <https://pt.wikisource.org/wiki/>. Acesso em: 23 jul. 2016.


Dadas as afirmativas, considerando a constituição do gênero poético,


I. No poema, observa-se a presença da interação, uma vez que há evocação do interlocutor.

II. Para expressar a dependência do eu-lírico em relação à mulher amada, o poeta utiliza um recurso linguístico que é a alternância das formas verbais nos modos imperativo e indicativo.

III. Há, no poema, um recurso linguístico usado pelo poeta: a recuperação da voz feminina através da citação direta e explícita.


verifica-se que está(ão) correta(s)

Alternativas
Q2724171 Português

Como se forma uma caverna?


A caverna se forma quando água ácida penetra no solo, entra em contato com rochas calcárias e as dissolve, formando “ocos” no relevo. Esse processo é o que define o surgimento da maioria dos tipos de caverna. Segundo a espeleologia, ramo da ciência que estuda o assunto, caverna é toda cavidade natural rochosa com dimensões que permitam o acesso de seres humanos. Mas essa definição também abrange outras formas, como as cavernas em geleiras, recifes de coral ou rochas não calcárias. Outras variedades surgem provocadas por erosão, lava ou substâncias produzidas por bactérias. Seja qual for o tipo, elas são importantes não só para curiosos, mas para os cientistas também. “As cavernas são um baú fabuloso de recordações da história do planeta e da vida”, diz o espeleólogo Clayton Ferreira Lino, coordenador da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera. Dentro desse baú, há informações sobre a história geológica da Terra, a formação da vida no planeta e a evolução do ser humano. Enquanto usavam as cavernas como casa, esconderijo e até como templo, nossos ancestrais deixaram inscrições nas paredes, fósseis e materiais que dão pistas de como era a vida na época das cavernas.

Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-forma-uma-caverna>.

Acesso em: 24 jul. 2016.


Assinale a alternativa correta a respeito dos aspectos sintático-semânticos dos fragmentos do texto.

Alternativas
Q2724170 Português

Não limite a cultura


Entre os erros mais comuns dos executivos está o de querer imitar uma cultura, seja uma que está na moda ou a proferida por organizações de sucesso. Nunca se falou tanto, por exemplo, em ‘cultura de inovação’, ‘orientada ao cliente’ ou ‘de resultado’, mas essas fórmulas nem sempre funcionam em todo cenário. “Não se pode esperar que os profissionais operando a caldeira de uma siderúrgica queiram inovar ou possam errar enquanto trabalham em um contexto de risco”, diz Cláudio Garcia, vice-presidente de estratégia e desenvolvimento organizacional da consultoria Lee Hecht Harrison.

REVISTA VOCÊ RH. out./nov. 2015. Ed. 40. p. 26.


Dadas as afirmativas quanto à linguagem e considerando o período destacado no texto,


I. O autor oculta os agentes da ação, usando a impessoalidade.

II. O autor adota certo distanciamento da objetividade discursiva, pelo emprego da linguagem pessoal.

III. O autor usa a linguagem conotativa, representada pela primeira pessoa do discurso.

IV. O autor explicita a objetividade por meio da estratégia da indeterminação do sujeito.


verifica-se que estão corretas apenas

Alternativas
Q2724169 Português

Em uma matéria de teor jurídico sobre responsabilidade objetiva indireta, entendida como aquela em que alguém assume as consequências dos atos de alguém que está sob sua responsabilidade, lemos o seguinte título/chamada: “MEU FILHO QUEBROU A JANELA DO VIZINHO”.


Disponível em: <http://dcfreitasdireito.jusbrasil.com.br/artigos/323386067/meu-filho-quebrou-a-janela-do-vizinho>. Acesso em: 12 jul. 2016.



Na reescrita dessa oração para a voz passiva, evidencia-se que:

Alternativas
Q2724168 Português

Nas orações “A nota da imprensa esclareceu pontos obscuros do edital” e “A invenção da imprensa é creditada a Johannes Gutenberg”, os trechos destacados constituem, respectivamente,

Alternativas
Q2724165 Português

Brasis


Seu Jorge

[...]

É negro, é branco, é nissei

é verde, é índio peladão

é mameluco, é cafuzo, é confusão

[...]

Oh Pindorama quero seu Porto Seguro

suas palmeiras, suas peras, seu café

suas riquezas, praias, cachoeiras

quero ver o seu povo de cabeça em pé


Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/seu-jorge/brasis.html>. Acesso em: 23 jul. 2016.


A partir da leitura do fragmento textual, é correto afirmar que ele

Alternativas
Q2724164 Português

São Paulo Olímpica: tocha chega _____ capital paulista neste domingo e passa por seus lugares mais emblemáticos


Personagens ligados ao esporte, _____ cultura e _____ diversidade farão parte do revezamento da chama pela cidade.


Disponível em: <https://www.rio2016.com/noticias/>. Acesso em: 23 jul. 2016.


Os vocábulos que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto são

Alternativas
Q2724142 Português

PENSAR É TRANSGREDIR



Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.

Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.

Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar! ”

[...]



LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 21.

Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/MjgzMzA0/>. Acesso em: 23 set. 2016.



No segundo parágrafo, a conjunção “mas”, que inicia o período, exerce uma função importante na estrutura textual, pois estabelece relação de sentido (oposição ou contraste) entre dois enunciados. Isso significa dizer que a autora

Alternativas
Q2717830 Português

Assinale a alternativa cujas formas completam corretamente, obedecendo à ordem, os espaços das proposições a seguir.


I – Fui ____ Holanda conhecer os famosos moinhos de vento.

II – A aluna começou _____ falar desesperadamente.

III – Todos saíram ____ 20 horas.

IV – Esta prova não pode ser feita _____ lápis.

V – O técnico fez referência _____ jogadoras do time profissional.

Alternativas
Q2717829 Português

Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra que nos permite acentuar a palavra “saída”.

Alternativas
Q2717828 Português

Assinale a alternativa INCORRETA em relação à classificação sintática dos termos destacados.

Alternativas
Q2717827 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 07.


MUITA INFORMAÇÃO E POUCA ELABORAÇÃO DE PENSAMENTO

Pode a escola ajudar a criança a fazer a mágica combinatória de coisas que a leve a se tornar um ser singular, capaz de fazer suas próprias escolhas?


“Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como afinal, as paisagens são. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.”

O parágrafo acima tem dono. Leia-o, de novo, com as aspas devidas. Foi escrito pelo poeta português Fernando Pessoa. Se o que vemos é o que somos, o que somos é aquilo que nos forma, estrutura nossa vida: a escola, a família, os laços afetivos e sociais.

O que fazemos dela, a nossa vida? Como se ensina a olhar para ela? No Nepal, ensina-se a pintar repetindo mil vezes o mesmo gesto, como se o papel não existisse, mas sim o espaço. O aprendizado exige, portanto, concentração e disciplina. Uma mente dispersa não aprende. Como ela vai olhar se o olhar não está estruturado?

O papel da escola é bem mais amplo do que ensinar apenas aquilo que está restrito à atual Lei de Diretrizes e Bases: Português, Matemática, História e Geografia… tudo estanque, como se em plena era intergaláctica, interconectada, as ciências do saber fossem escaninhos.

O Nobel de Economia, James Heckman, que está em São Paulo para o encontro “Educar para as competências do Século 21”, aponta que os instrumentos utilizados para aferir a qualidade do ensino medem apenas estas dimensões estanques, mas não os traços da personalidade, os laços afetivos ou “competências socioemocionais”. Em estudos que conduziu nos Estados Unidos, Heckman provou que, quando a escola fornece suporte para desenvolver outras habilidades, principalmente junto a pais de baixa renda, as crianças, no futuro, apresentam melhores resultados de conclusão de ensino e menores taxas de desemprego, gravidez precoce ou envolvimento em crime.

Aqui, salvo exceções, continuamos num modelo de escola distanciada da realidade. As matérias estanques não ensinam a absorver saberes múltiplos. Não conduzem à capacidade de escolha, dentro das infinitas possibilidades do aprendizado, do que melhor se encaixa à personalidade emocional de cada aluno. Na era da Internet temos muita informação e pouca elaboração de pensamento.

João Maurício de Araújo Pinho, dublê de advogado e mestre do olhar, citou-me, certa feita, Napoleão: “No tempo dele, era necessário roubar tudo para que outros pudessem ver. Hoje, Napoleão iria ao Egito e levaria um pendrive. A criança não pode inventar sozinha; depois da internet, a criança só aceita o diálogo. É preciso alguém, que estruture este diálogo. Que a ensine olhar o mundo para fora e para dentro de si; ver só por ver não tem mais interesse. Não adianta Napoleão carrear mais peças do Egito.”

A criança não pode estruturar-se sozinha, mas quando se proporciona caminhos, ela faz a mágica combinatória das coisas, que conduz a escolhas pessoais, singulares. Ajuda a construir uma vida que tenha a ver com a sua individualidade, com sua inquietude de estar-no-mundo e não com padrões impostos. Uma vida que seja, de fato, o que fazemos dela.


KAZ, Leonel. Revista Veja. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/leonel-kaz/. Acesso em 13 mai 2014.

“O Nobel de Economia, James Heckman, que está em São Paulo para o encontro [...] Assinale a alternativa que contém a correta classificação morfológica das palavras grifadas, respectivamente.

Alternativas
Q2717826 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 07.


MUITA INFORMAÇÃO E POUCA ELABORAÇÃO DE PENSAMENTO

Pode a escola ajudar a criança a fazer a mágica combinatória de coisas que a leve a se tornar um ser singular, capaz de fazer suas próprias escolhas?


“Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como afinal, as paisagens são. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.”

O parágrafo acima tem dono. Leia-o, de novo, com as aspas devidas. Foi escrito pelo poeta português Fernando Pessoa. Se o que vemos é o que somos, o que somos é aquilo que nos forma, estrutura nossa vida: a escola, a família, os laços afetivos e sociais.

O que fazemos dela, a nossa vida? Como se ensina a olhar para ela? No Nepal, ensina-se a pintar repetindo mil vezes o mesmo gesto, como se o papel não existisse, mas sim o espaço. O aprendizado exige, portanto, concentração e disciplina. Uma mente dispersa não aprende. Como ela vai olhar se o olhar não está estruturado?

O papel da escola é bem mais amplo do que ensinar apenas aquilo que está restrito à atual Lei de Diretrizes e Bases: Português, Matemática, História e Geografia… tudo estanque, como se em plena era intergaláctica, interconectada, as ciências do saber fossem escaninhos.

O Nobel de Economia, James Heckman, que está em São Paulo para o encontro “Educar para as competências do Século 21”, aponta que os instrumentos utilizados para aferir a qualidade do ensino medem apenas estas dimensões estanques, mas não os traços da personalidade, os laços afetivos ou “competências socioemocionais”. Em estudos que conduziu nos Estados Unidos, Heckman provou que, quando a escola fornece suporte para desenvolver outras habilidades, principalmente junto a pais de baixa renda, as crianças, no futuro, apresentam melhores resultados de conclusão de ensino e menores taxas de desemprego, gravidez precoce ou envolvimento em crime.

Aqui, salvo exceções, continuamos num modelo de escola distanciada da realidade. As matérias estanques não ensinam a absorver saberes múltiplos. Não conduzem à capacidade de escolha, dentro das infinitas possibilidades do aprendizado, do que melhor se encaixa à personalidade emocional de cada aluno. Na era da Internet temos muita informação e pouca elaboração de pensamento.

João Maurício de Araújo Pinho, dublê de advogado e mestre do olhar, citou-me, certa feita, Napoleão: “No tempo dele, era necessário roubar tudo para que outros pudessem ver. Hoje, Napoleão iria ao Egito e levaria um pendrive. A criança não pode inventar sozinha; depois da internet, a criança só aceita o diálogo. É preciso alguém, que estruture este diálogo. Que a ensine olhar o mundo para fora e para dentro de si; ver só por ver não tem mais interesse. Não adianta Napoleão carrear mais peças do Egito.”

A criança não pode estruturar-se sozinha, mas quando se proporciona caminhos, ela faz a mágica combinatória das coisas, que conduz a escolhas pessoais, singulares. Ajuda a construir uma vida que tenha a ver com a sua individualidade, com sua inquietude de estar-no-mundo e não com padrões impostos. Uma vida que seja, de fato, o que fazemos dela.


KAZ, Leonel. Revista Veja. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/leonel-kaz/. Acesso em 13 mai 2014.

“No tempo dele, era necessário roubar tudo para que outros pudessem ver. Hoje, Napoleão iria ao Egito e levaria um pendrive.” Nesse excerto, o que está implícito sobre a atitude de Napoleão?

Alternativas
Q2717825 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 07.


MUITA INFORMAÇÃO E POUCA ELABORAÇÃO DE PENSAMENTO

Pode a escola ajudar a criança a fazer a mágica combinatória de coisas que a leve a se tornar um ser singular, capaz de fazer suas próprias escolhas?


“Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como afinal, as paisagens são. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.”

O parágrafo acima tem dono. Leia-o, de novo, com as aspas devidas. Foi escrito pelo poeta português Fernando Pessoa. Se o que vemos é o que somos, o que somos é aquilo que nos forma, estrutura nossa vida: a escola, a família, os laços afetivos e sociais.

O que fazemos dela, a nossa vida? Como se ensina a olhar para ela? No Nepal, ensina-se a pintar repetindo mil vezes o mesmo gesto, como se o papel não existisse, mas sim o espaço. O aprendizado exige, portanto, concentração e disciplina. Uma mente dispersa não aprende. Como ela vai olhar se o olhar não está estruturado?

O papel da escola é bem mais amplo do que ensinar apenas aquilo que está restrito à atual Lei de Diretrizes e Bases: Português, Matemática, História e Geografia… tudo estanque, como se em plena era intergaláctica, interconectada, as ciências do saber fossem escaninhos.

O Nobel de Economia, James Heckman, que está em São Paulo para o encontro “Educar para as competências do Século 21”, aponta que os instrumentos utilizados para aferir a qualidade do ensino medem apenas estas dimensões estanques, mas não os traços da personalidade, os laços afetivos ou “competências socioemocionais”. Em estudos que conduziu nos Estados Unidos, Heckman provou que, quando a escola fornece suporte para desenvolver outras habilidades, principalmente junto a pais de baixa renda, as crianças, no futuro, apresentam melhores resultados de conclusão de ensino e menores taxas de desemprego, gravidez precoce ou envolvimento em crime.

Aqui, salvo exceções, continuamos num modelo de escola distanciada da realidade. As matérias estanques não ensinam a absorver saberes múltiplos. Não conduzem à capacidade de escolha, dentro das infinitas possibilidades do aprendizado, do que melhor se encaixa à personalidade emocional de cada aluno. Na era da Internet temos muita informação e pouca elaboração de pensamento.

João Maurício de Araújo Pinho, dublê de advogado e mestre do olhar, citou-me, certa feita, Napoleão: “No tempo dele, era necessário roubar tudo para que outros pudessem ver. Hoje, Napoleão iria ao Egito e levaria um pendrive. A criança não pode inventar sozinha; depois da internet, a criança só aceita o diálogo. É preciso alguém, que estruture este diálogo. Que a ensine olhar o mundo para fora e para dentro de si; ver só por ver não tem mais interesse. Não adianta Napoleão carrear mais peças do Egito.”

A criança não pode estruturar-se sozinha, mas quando se proporciona caminhos, ela faz a mágica combinatória das coisas, que conduz a escolhas pessoais, singulares. Ajuda a construir uma vida que tenha a ver com a sua individualidade, com sua inquietude de estar-no-mundo e não com padrões impostos. Uma vida que seja, de fato, o que fazemos dela.


KAZ, Leonel. Revista Veja. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/leonel-kaz/. Acesso em 13 mai 2014.

“Educar para as competências do Século 21”. Nesse período fica explícita a ideia de

Alternativas
Respostas
481: B
482: E
483: C
484: E
485: E
486: A
487: C
488: C
489: A
490: B
491: D
492: D
493: E
494: C
495: C
496: A
497: D
498: B
499: B
500: D